"Consumimos muito tempo e energia com relacionamentos conflituosos, com pequenos problemas familiares, conflitos no trabalho, discussões desnecessárias e tarefas supérfluas e mecânicas. Nossa mente está condicionada a atuar dentro da atmosfera competitiva da vida pessoal e profissional.
Nas empresas cada vez se exige mais dos profissionais. De uma maneira geral, nossa sociedade impõe a todos os cidadãos um ritmo cada vez mais competitivo, estressante e acelerado. No lugar de trabalharem oito horas por dia, conforme previsto na maioria dos contratos de trabalho, as pessoas são induzidas a permanecerem no ambiente de trabalho oito, doze, quatorze horas por dia, e acabam não tendo tempo para si próprias nem para suas famílias. É comum a sensação de que não conseguimos fazer tudo que se espera de nós e nos sentimos insatisfeitos, desanimados, com um sentimento de impotência. Percebemos que o tempo se esvai, escorrega pelas mãos, fora de nosso controle.
Quando, depois de um dia exaustivo de trabalho, chegamos em casa à noite, estamos tão consados que não temos disposição para meditar, ler um bom livro ou refletir sobre questões essenciais. Sentamos diante da TV, numa condição passiva, absorvendo conteúdos inexpressivos e mensagens publicitárias, que acabam contaminando e condicionando nossa mente.
Muitas pessoas chegam ao final da vida, olham para trás e sentem que não fizeram o que almejavam; que sua vida foi gasta com coisas de menor importância. Se pararmos para avaliar o nosso dia a dia de uma forma honesta, veremos que poucas coisas que fazemos podem ser consideradas realmente essenciais e importantes. Desperdiçamos um tempo enorme com atividades que poderiam ser deixadas de lado. Mas como nossa vida é muito condicionada, muito repetitiva, como nosso cérebro atua de forma mecânica, como se fosse um computador, não percebemos esse processo. (...)"
(Eduardo Weaver - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 13)