OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 15 de março de 2014

O CAMINHO DO MEIO

...um caminho de fio de navalha, difícil de trilhar e difícil de atravessar.

"O Caminho do Meio, sem dúvida é o caminho do fio da navalha. Manter-nos no estreito fio da navalha é uma tarefa difícil. Não é preciso dizer que qualquer hesitação faria o homem cair no outro lado. Até mesmo o mais leve, até mesmo um pequeno movimento da mente levaria o aspirante a um dos extremos, o da esquerda ou da direita. A mente não consegue percorrer o Caminho do Meio por seus próprios esforços. Um caminho assim seria apenas um meio-termo entre os dois opostos. Mas o Caminho do Meio não é um meio-termo entre dois extremos – não é com um pouco de indulgência e um pouco de negação que se produz o Caminho do Meio. O Caminho do Meio é aquele no qual não há indulgência nem negação. É na completa negação tanto da indulgência como da resistência a ela que o Caminho do Meio é percorrido. Mas a mente só conhece a indulgência e a negação, ou um meio-termo entre as duas, que ela chama de sínteses entre os dois extremos. A mente não consegue percorrer o caminho do meio por seus esforços conscientes – e só quando os esforços da mente cessam e o controle é assumido pela Inteligência, por Buddhi, que o Caminho do Meio é percorrido. Ele é como um fio de navalha porque é muito estreito – é como uma linha matemática que tem extensão, mas não possui largura. Não pode ser concebido pela mente. Atman deve ser encontrado no Caminho do Meio – o caminho que não é conhecido pela mente, mas ao longo do qual a mente se move quando é iluminada e guiada pela Inteligência ou Buddhi."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 74)


LEI DA JUSTIÇA DIVINA (PARTE FINAL)

"Uma vez desencadeada a ação, há uma tendência à reação, em direção à própria pessoa. Contudo, não é uma fatalidade que inexoravelmente terá que ocorrer. No exemplo citado, a criança pode desviar da bola quando a mesma retornar. Pode ainda colocar uma almofada em si para amortecer o choque da bola em seu corpo! Há a possibilidade dela agarrar prazerosamente essa bola; ou, talvez, pela sua inabilidade, sofrer um ferimento. Múltiplas ocorrências são possíveis, dependendo do procedimento da criança após o desencadear da ação...

Assim é o karma, um processo altamente dinâmico, onde uma nova ação pode introduzir novo vetor na reação, modificando seus efeitos.

Isso serve de alerta aos comodistas ao suporem ser tudo fatalidade, destino, e impossível de ser modificado. Tudo depende da nossa postura, pois a cada momento estamos colhendo o karma semeado no passado; e, no mesmo instante, semeando o karma a ser colhido no futuro.

Repetimos: há uma tendência, uma inclinação para a reação acontecer tal qual foi a ação; mas há o livre-arbítrio para alterar os efeitos dessa reação, intensificando-a, atenuando-a, ou até mesmo anulando-a."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004, p. 17)


sexta-feira, 14 de março de 2014

O LEGADO DE JACOB BOEHME (PARTE FINAL)

"A segunda ‘iluminação’ de Boehme ocorreu aos 25 anos – no fatídico ano de 1600, quando Giordano Bruno morreu na fogueira. Em seu livro Aurora, ele fala dessa experiência: ‘Não há palavras que possa expressar a alegria e o triunfo que eu experimentei’. (...)

A terceira ‘iluminação’ de Jacob Boehme aconteceu dez anos depois no seu 35º ano de vida. Nessa visão, todas as suas experiências anteriores estavam sintetizadas; ele as reconheceu como diferentes expressões de uma vida fundamental, a fonte de todas as religiões, ciências e filosofias. (...)

Como podia esse humilde sapateiro alemão, sem educação formal ter aprendido sobre isso, a não ser que fosse um iniciado ou estivesse sob a supervisão dos Nirmanakayas? (...)

A única verdadeira compreensão de Deus, segundo Jacob Boehme, ‘deve vir da fonte interior e entrar na mente a partir da palavra viva de Deus no interior da alma. A não ser que isso ocorra, todo o ensinamento sobre coisas divinas é inútil e destituído de valor.’ O Deus de Boehme era um princípio universal, não um ser, mas a potencialidade do ser."

(O Legado de Jacob Boehme - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p.9/10)


LEI DA JUSTIÇA DIVINA (1ª PARTE)

"Compenetrando-se das sutilezas inerentes ao karma, afeiçoando-se aos múltiplos matizes coloridos e precisos com que essa lei se manifesta, somos surpreendidos pelos segredos íntimos que ela vem nos contar. Rasgam-se véus obscuros em nossas mentes, ilumina-se a razão, e germina a luz afetiva do recôndito de nossas almas, vislumbrando o alvorecer de horizontes dignos de serem vividos em sintonia com o plano divino.

O karma não é bom nem mau, é apenas uma lei universal, neutra. Seus resultados podem ser vistos como prazerosos ou dolorosos. Entretanto, na natureza nada é mau, tudo é bom, e o que chamamos de mau é o bem ainda não desenvolvido. Na escola da vida tudo é aprendizagem visando o enriquecimento de experiências para nossa alma em evolução.

No universo ‘à toda ação corresponde uma reação igual e em sentido contrário’ – é a famosa lei de Newton. Para entendê-la melhor, vamos imaginar uma criança com uma bola de borracha na mão, jogando-a contra a parede. Com quanto mais força (ação), jogar essa bola, tanto maior o impacto no muro e maior a força com que ela voltará para a criança; isto é, maior será a reação. Este é um exemplo de karma numa visão bem materialista."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004, p. 15/16)


quinta-feira, 13 de março de 2014

O LEGADO DE JACOB BOEHME (1ª PARTE)

"Jacob Boehme nasceu na pequena aldeia de Alt Seidenburg, próximo de Goerlitz, na Alemanha, em 1575. Filho de camponeses pobres, ele transformou suas dificuldades em oportunidades de crescimento. Boehme entendeu precocemente as verdades fundamentais da antiga religião-sabedoria antes mesmo de ser capaz de expressá-las de forma clara.

Como sua visão interior se abriu em idade precoce, Jacob Boehme teve de passar por alguns testes morais antes de receber permissão para usar seus poderes ocultos. Um dia, enquanto cuidava do gado do pai, teve a visão de uma grande caixa cheia de dinheiro, que ele sabia que podia pegar. Ele interpretou a visão simbolicamente, e ali mesmo determinou que jamais usaria seus poderes para propósitos egoístas.

Sua segunda experiência oculta aconteceu pouco tempo depois, na sapataria onde trabalhava como aprendiz. Um estranho entrou na loja para comprar um par de sapatos. Ao sair, virou-se para o jovem e disse: ‘Jacob, você agora é pequeno, mas será um grande homem, muito admirado no mundo’ ele alertou o rapaz para a pobreza, a dor e a perseguição que o aguardavam, advertindo-o para que levasse uma vida pura e virtuosa e permanecesse fiel às suas convicções. Essa estranha experiência causou uma profunda impressão na mente de Boehme; ele começou a praticar a caridade, a paciência e a resignação, consciente de que essas virtudes tinham que ser adquiridas antes que a iluminação divina pudesse ocorrer.

Essa atitude, mantida de maneira firme, propiciou sua primeira ‘iluminação’ (...)"

(O Legado de Jacob Boehme - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p.9)