OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 10 de março de 2014

ANTES QUE A VOZ POSSA FALAR NA PRESENÇA DOS MESTRES, DEVE TER PERDIDO O PODER DE FERIR (PARTE FINAL)

"(...) Uma experiência representa um desafio, enquanto o ser humano não a tiver definido. Um objeto ou uma experiência inanimados requerem sua apurada e constante atenção. É por um desejo de segurança que o ser humano se mostra sequioso por definir um objeto ou uma situação. É bem verdade, que sem um nome a vida social se torna impossível. (...) Nos nomes, acumulam-se todas as nossas lembranças ou associações psicológicas. Assim, à diferenciação verbal, adicionamos este fator de associação psicológica. Destarte, quando uma palavra é proferida ou um nome é pronunciado, existe todo o lastro de associações passadas ou lembranças presentes. É este lastro que se torna a fonte de nossa linguagem. Em outras palavras, nossa linguagem surge da mente condicionada por associações e memórias passadas.

Raramente dizemos uma palavra pura ou pronunciamos um nome puro. Nossas palavras e nomes são contaminados pelo toque do passado. É esta contaminação que dá a força de ferir às nossas palavras. Mesmo as palavras polidas e agradáveis, se emergirem desta mente contaminada, produzem uma sensação dissonante nos que as ouvem. Não é, portanto, a forma da linguagem o que importa, e sim, a sua origem. Tudo que brota de uma fonte pura e não contaminada, tem de ser fresco e vital e não pode causar nenhum dano. Mas a mente não contaminada está totalmente solitária, porque um contato ou apego a qualquer coisa produz contaminação. A mente  deve tornar-se incorruptível, antes de ser uma fonte de linguagem pura e não contaminada. Assim, antes que tua voz possa falar na presença do Mestre, o corruptível deve revestir-se de incorruptibilidade; a mente contaminada deve tornar-se pura e imaculada. E a mente que é pura permanece absolutamente solitária. A voz que emerge desta solidão, pode, sem dúvida, não ter nenhuma possibilidade de ferir."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/36)

domingo, 9 de março de 2014

TERESA DE ÁVILA - UMA SANTA PARA A NOVA ERA

"Teresa de Ávila que viveu entre 1515 e 1582, é uma santa da Nova Era porque experimentou, até um limite extraordinário, a divindade da alma. Sua mensagem é que Deus está em nós, e pode ser ouvido quando meditamos ou oramos. Seus livros ainda são usados em cursos universitários sobre literatura espanhola do século XVI, pela beleza de suas expressões e a visão que oferecem da vida naquela época. Mas eles são, acima de tudo, um tesouro da literatura universal pelas surpreendentes afirmações sobre a vida mística.

As obras de Santa Teresa (sete livros, dois tratados e 450 cartas, além de poemas variados) nunca deixaram de ser impressas desde a primeira publicação em 1588, e foram traduzidas para diversas línguas. (...)

Na verdade, Teresa morreu odiada e perseguida pela Igreja. Porém, quando seu corpo foi exumado, um ano após a sua morte, estava completamente intacto, emitindo segundo se relata, ‘um odor celestial’. Houve um imediato clamor por sua canonização.

(...) Santa Teresa foi canonizada em 1642, junto com Francisco Xavier e Ignácio de Loiola."

(Sylvia Simpson Genske - Teresa de Ávila: uma santa para a Nova Era - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 -  p.21)

ANTES QUE A VOZ POSSA FALAR NA PRESENÇA DOS MESTRES, DEVE TER PERDIDO O PODER DE FERIR (1ª PARTE)

"A linguagem é um dos instrumentos mais poderosos na mão do homem. Ele pode curar ou ferir os outros com a arma que possui. Muito frequentemente, nossa palavra contém um aguilhão consciente ou inconsciente. Mas o aguilhão de nossa palavra não está na própria palavra, porém, sem dúvida, na mente. A palavra em si não possui o poder de curar nem de ferir. Aquilo que é transmitido através da palavra a torna agradável ou desagradável. A palavra ou a linguagem é apenas um veículo. É a mente que lhe empresta qualidade. A palavra é um meio de comunicação. Sem ela, as relações sociais se tornariam quase impossíveis. No entanto, um meio de comunicação em si não tem nenhum significado. Aquilo que é comunicado torna a palavra ou a linguagem significativa. Todos nós usamos as mesmas palavras e seguimos as mesmas formas de linguagem e, contudo, há uma nítida diferença na qualidade do que cada uma delas transmite. É muito frequente nossa linguagem falada não possuir vitalidade em si, porém às vezes a palavra se torna intensamente viva; tal como a palavra de um amigo, pode curar a ferida que nos faz sofrer, em outra ocasião, uma palavra do mesmo amigo pode nos aprofundar a ferida. Por que acontece isso? Não é a palavra o que importa, e sim, certamente, a fonte donde emana a palavra, que é de importância fundamental: A qualidade curativa ou feridora da palavra reside na fonte e não na forma ou estilo de linguagem. 

Em nossas relações diárias com os outros, a fonte de nossa linguagem está na mente, que está condicionada pela memória de experiências passadas. Em outras palavras, o lastro condicionado da mente é a fonte donde emergem todas as nossas palavras. 

'No começo era o Verbo', diz a Escritura Cristã. No Hinduísmo, há um conceito de Shabda, Brahmã, a criação surgindo do Verbo. 'Em cima como em baixo' é a velha máxima de ouro. Indica que o que é verdade no nível macrocósmico, também o é no nível microcósmico. Assim, o mundo do ser humano surge do verbo, tal como o mundo macrocósmico surgiu do Verbo de Deus. Nosso mundo gira em torno de palavras que usamos. Ser capaz de pronunciar uma palavra com referência a uma coisa, pessoa ou situação implica, com efeito, um grande poder. Havendo proferido a palavra, ao redor dela o ser humano tece o seu próprio mundo. Proferir uma palavra é certamente o ato de nomear um objeto, uma pessoa ou uma situação. O ser humano não sente ter dominado uma coisa, enquanto não a tenha nomeado. Desde que uma experiência esteja nomeada, ele se sente completamente seguro. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 32/34)


sábado, 8 de março de 2014

O COTIDIANO E O NIRVANA

"O Dalai Lama afirmou que, mais do que tentar alcançar o nirvana, é essencial aprender a viver o tipo correto de vida. Sem um sentimento de compaixão, integridade, altruísmo, amizade e cuidado para com os outros, as metas “espirituais” não levam a lugar algum. Ele disse que ‘há muitas filosofias diferentes, mas o que é basicamente importante é a compaixão, o amor pelos outros, a preocupação com o sofrimento alheio e a redução do egoísmo. Eu sinto que o pensamento compassivo é o que existe de mais precioso. É algo que somente nós, seres humanos, podemos desenvolver. Se temos um coração caridoso e sentimentos cordiais, nós mesmos nos sentiremos satisfeitos e felizes, e nossos amigos também experimentarão uma atmosfera amistosa e pacífica. Isso vale de nação para nação e de continente a continente.’

‘O importante é que, em sua vida diária, você pratique as coisas essenciais. Nesse nível, não há quase nenhuma diferença entre o Budismo, o Cristianismo e as outras religiões. Todas enfatizam o aperfeiçoamento dos homens, um sentido de fraternidade e amor. Se considerarmos a essência, não há diferença.’

O mundo só vai mudar quando a virtude for um fator reconhecido na vida das pessoas, mas em geral as pessoas se recusam a ver isso. Elas estão concentradas em seus objetivos pessoais e egoístas, ou buscam consolo para seus problemas na realização espiritual, com o nome de moksha, nirvana ou salvação. São poucos os que estão prontos a acreditar que o modo como vivemos e nos comportamos é importante, e que se a maneira correta de viver for observada, trará a compreensão sobre o caminho a seguir na senda espiritual."

(Radha Burnier - O cotidiano e o nirvana - Revista Sophia, Ano 2, nº 8 - p. 6)


ANTES QUE O OUVIDO POSSA OUVIR, DEVE TER PERDIDO A SENSIBILIDADE

"Como se pode ouvir, se os ouvidos não tiverem sensibilidade? Tal como a primeira instrução não sugere a perda da vista, assim a segunda instrução não indica a perda da audição. Assim a palavra 'sensibilidade' tem aqui um sentido psicológico - não físico. Em outras palavras, a instrução refere-se à impressionabilidade da mente. É um fato que não é o ouvido, mas a mente que ouve. Apenas quando a mente cessa de ser impressionável é que surge a possibilidade de ouvir direito.

O que indica a impressionabilidade da mente? Sugere que este deseja ouvir algo diferente do que ouve. A mente não quer aceitar a vida tal como ela lhe vem através do sentido da audição. Deseja que a vida seja diferente. Deseja somente o que é agradável e quer evitar aquilo que ela determina ser desagradável. Ora, a distinção entre o agradável e o desagradável brota da memória de experiências anteriores. E, assim, a impressionabilidade da mente surge do passado e nele se radica. A maior parte da nossa audição, na qual os ouvidos não perderam sua sensibilidade ou impressionabilidade, está apenas cronologicamente no presente, mas psicológicamente está no passado. Só ouvimos as vozes do passado captadas por essa mente, enquanto ela se recorda do agradável e do desagradável. É só quando a audição, tanto física como psicológica, está no presente que a audição é correta. Mais uma vez, ouvir sem reação mental constitui uma condição de intensa tensão, comparável a um estado de solidão. Quando todas as vozes do passado estão em silêncio, então nossa mente está totalmente desacompanhada. Ela permanece solitária, em completo silêncio. E é somente o silêncio que pode ouvir. Assim, é absolutamente verdadeiro que, 'antes que o ouvido possa ouvir,' devem cessar todas as reações mentais da memória psicológica. É somente quando a mente está solitária, que pode haver audição; isto significa, na realidade, o ouvido perder a sua sensibilidade."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 31/32)