OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 8 de março de 2014

ANTES QUE O OUVIDO POSSA OUVIR, DEVE TER PERDIDO A SENSIBILIDADE

"Como se pode ouvir, se os ouvidos não tiverem sensibilidade? Tal como a primeira instrução não sugere a perda da vista, assim a segunda instrução não indica a perda da audição. Assim a palavra 'sensibilidade' tem aqui um sentido psicológico - não físico. Em outras palavras, a instrução refere-se à impressionabilidade da mente. É um fato que não é o ouvido, mas a mente que ouve. Apenas quando a mente cessa de ser impressionável é que surge a possibilidade de ouvir direito.

O que indica a impressionabilidade da mente? Sugere que este deseja ouvir algo diferente do que ouve. A mente não quer aceitar a vida tal como ela lhe vem através do sentido da audição. Deseja que a vida seja diferente. Deseja somente o que é agradável e quer evitar aquilo que ela determina ser desagradável. Ora, a distinção entre o agradável e o desagradável brota da memória de experiências anteriores. E, assim, a impressionabilidade da mente surge do passado e nele se radica. A maior parte da nossa audição, na qual os ouvidos não perderam sua sensibilidade ou impressionabilidade, está apenas cronologicamente no presente, mas psicológicamente está no passado. Só ouvimos as vozes do passado captadas por essa mente, enquanto ela se recorda do agradável e do desagradável. É só quando a audição, tanto física como psicológica, está no presente que a audição é correta. Mais uma vez, ouvir sem reação mental constitui uma condição de intensa tensão, comparável a um estado de solidão. Quando todas as vozes do passado estão em silêncio, então nossa mente está totalmente desacompanhada. Ela permanece solitária, em completo silêncio. E é somente o silêncio que pode ouvir. Assim, é absolutamente verdadeiro que, 'antes que o ouvido possa ouvir,' devem cessar todas as reações mentais da memória psicológica. É somente quando a mente está solitária, que pode haver audição; isto significa, na realidade, o ouvido perder a sua sensibilidade."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 31/32)

   

sexta-feira, 7 de março de 2014

NOSSO DEVER PARA COM OS ANIMAIS

"Ao mesmo tempo que tentamos fazer o melhor por todos à nossa volta, não podemos esquecer que também temos um dever para com as formas de vida inferiores à humana. Para isso, precisamos tentar entender nossos irmãos menores, os animais, tal como fazemos, em um nível mais elevado, com nossas crianças. Assim como aprendemos a ver as coisas do ponto de vista da criança se quisermos ajudá-la, precisamos tentar perceber o ponto de vista dos animais se também quisermos ajudar a evolução animal. Em todas as situações e com todas as formas de vida nosso dever sempre é amar e ajudar, buscando aproximar-nos da idade de ouro em que compreenderemos uns aos outros e todos cooperaremos no trabalho glorioso que está por vir.

(...) Assim, devemos ensinar aos animais tudo o que pudermos, porque isso desenvolve a sua inteligência, mas com o cuidado de só desenvolver neles as boas qualidades e não as más. Temos diversos animais entre nós – cachorro, gato, cavalos e outros – que eram selvagens e estão aos nossos cuidados, em busca de afeição e ajuda. Por que? Para que possamos treiná-los para perderem sua ferocidade e ingressarem num estado de vida superior e mais inteligente; e a fim de que possamos evocar neles devoção, afeição e inteligência."

(C. W. Leadbeater - A Vida Interna – Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 135)


ANTES QUE OS OLHOS POSSAM VER, DEVEM SER INCAPAZES DE LÁGRIMAS

"Quando vêm as lágrimas a nossos olhos? Quando não gostamos de determinada situação. Significa que queremos que as coisas e as situações sejam diferentes do que são. Quando uma pessoa não está disposta a aceitar coisas e situações tais como são e se sente frustrada em seus esforços para alterá-las, vêm-lhe lágrimas nos olhos. Certamente, as lágrimas denotam uma perda da perspectiva e, portanto, uma deformação da visão. A solidão não sugere encarar as coisas e situações tais como elas o são? Os olhos são capazes de verter lágrimas, quando a mente está em conflito entre o que é e o que ela desejaria que fosse. Ora, a mente que está em companhia de seus próprios pensamentos e ambições não está em estado de solidão. Ser incapaz de chorar é estar desejoso de encarar a vida tal qual ela é.

Precisamos lembrar-nos de que LUZ NO CAMINHO não sugere insensibilidade dos olhos. É verdade que as lágrimas podem ser evitadas pela recusa de ver, fechando os olhos ou fugindo de uma situação. Mas essa não é a instrução dada no livro. O preceito ao neófito é: os olhos devem ver e, contudo, devem ser incapazes de lágrimas. De fato, esta primeira instrução ao peregrino espiritual diz que os olhos não estão aptos a ver claramente, enquanto forem capazes de lágrimas. E as lágrimas vêm devido à relutância da mente em encarar a vida tal qual ela é. Assim, a não ser que a mente esteja solitária, livre de suas próprias ambições e associações, não é possível ao neófito cumprir a primeira instrução. Usualmente nossas mentes são vagarosas demais ou demasiadamente intrometidas. Se o neófito embotou sua mente, os olhos serão incapazes de ver qualquer coisa. Mas se sua mente se intromete, devido às suas próprias ambições, recusando aceitar a situação tal qual ela é, então seus olhos estarão, na certa, constantemente marejados de lágrimas, oriunda de um conflito entre o que é e o que a mente desejaria que fosse. A primeira instrução, entretanto, indica o estado de solidão onde a mente se encontra completamente livre de todos os apegos e as associações psicológicas, onde não se sente nem mesmo em companhia de seus própios modos ou tendências de pensar. Está numa condição em que a 'faculdade pensante está tensa e, entretanto, não pensa'. Ser capaz de ver e, contudo, ser incapaz de lágrimas é, certamente, um estado de grande tensão - uma condição na qual a mente atingiu um ponto crítico."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 29/30)


quinta-feira, 6 de março de 2014

PENSAMENTO

"Interrompei-vos subitamente durante o dia e observai os vossos pensamentos nessa ocasião; o mais provável é descobrirdes que não pensáveis em coisa nenhuma – muito frequente – ou então pensáveis de modo tão vago que a impressão recebida pelo princípio mental que em vós existe seria quase nula. Quando tiverdes feito esta experiência várias vezes, o que vos ajudará a obter uma consciência cada vez mais nítida acerca de vós mesmo, principiai então a analisar os pensamentos que se acham na vossa consciência e procurai a diferença entre a sua condição à entrada e saída, isto é, o que vos haveis acrescentado a esses pensamentos durante a sua estada na vossa consciência. A vossa mentalidade tornar-se-á assim realmente ativa e começará a exercer o seu poder criador. Se formos sensatos, servir-nos-emos do seguinte processo: primeiro escolheremos os pensamentos que acharmos dignos de permanecer em nossa mente, sempre que descobrirmos um pensamento bom, consagrar-lhe-emos toda a nossa atenção, alimentá-lo-emos, fortalecê-lo-emos, faremos o possível por tornar o seu conteúdo ainda mais valioso a fim de o enviarmos para o mundo astral na qualidade de agente benfazejo. E se encontrarmos um pensamento maligno na mente, apressar-nos-emos a afugentá-lo. O resultado de só acolhermos pensamentos bons e úteis e de nos recusarmos a admitir pensamentos maus, será afluírem à nossa mente cada vez mais pensamentos bons, ao passo que os maus se abstêm de aparecer. O nosso mental, repleto de pensamentos bons e úteis, atuará como um  ímã sobre todos os pensamentos semelhantes que nos circundam; quanto aos pensamentos maus, sentir-se-ão repelidos por uma ação automática da própria mente, visto nos recusarmos obstinadamente a admiti-los. A característica do corpo mental será portanto atrair todos os pensamentos bons que erram na atmosfera e repelir todos os pensamentos perversos; submeter os bons a um processo de aperfeiçoamento, tornando-os mais ativos e assim se irá enriquecendo com o material mental acumulado deste modo, ano a ano."

(Annie Besant - O Homem e o seus corpos – Ed. Pensamento, São Paulo, 1993 -  p.90/91)


O "EU" AUTOCENTRADO (PARTE FINAL)

"(...) Ao se relacionar com as pessoas, você é capaz de perceber em si mesmo sentimentos sutis de superioridade ou inferioridade em relação a elas? Quando isso acontece, é o ego que está se manifestando, porque ele precisa da comparação para se afirmar.

A inveja é um subproduto do ego que se sente diminuído quando algo de bom aconece com alguém, quando alguém possui mais, sabe mais ou tem mais poder do que ele. A identidade do ego depende da comparação e se alimenta do mais. Ele se agarra a qualquer coisa. Quando nada funciona, as pessoas procuram fortalecer seu ego considerando-se mais injustamente tratadas pela vida, mais doentes ou mais infelizes do que os outros. (...)

O 'eu' autocentrado tem também necessidade de se opor, resistir e excluir para manter a ideia de separação da qual depende sua sobrevivência. Assim, ele coloca 'eu' contra 'os outros' e 'nós' contra 'eles'. O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer paz, alegria e amor, não consegue suportar a paz, a alegria e o amor por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz. A sua infelicidade não vem dos fatos da sua vida, mas do condicionamento da sua mente.

Você se sente culpado por algo que fez - ou deixou de fazer - no passado? Uma coisa é certa: você agiu de acordo com o nível de consciência ou de inconsciência que tinha na época. Se estivesse mais alerta, mais consciente, teria agido de outra maneira.

A culpa é outra forma que o ego tem para criar uma identidade. Para o ego não importa que essa identidade seja negativa ou positiva. O que você fez ou deixou de fazer foi uma manfiestação de inconsciência, que é natural da condição humana. Mas o ego personifica a situação e diz 'Eu fiz tal coisa' e assim cria uma imagem de si mesmo como 'ruim, falho e insuficiente'. A História mostra que os seres humanos cometeram inúmeros atos violentos, cruéis ou prejudiciais contra os outros e continuam a cometê-los. Será que todos os seres humanos devem ser condenados? Será que são todos culpados? Ou será que esses atos são apenas expressões de inconsciência, um estágio no processo de evolução do qual estamos nos libertando? (...)

Se você estabelece objetivos autocentrados na sua busca de libertação e de autovalorização, mesmo que os atinja, eles não irão satisfazê-lo. Estabeleça objetivos, sabendo porém que o mais importante não é atingi-los. Quando alguma coisa inesperada acontece, fica demonstrado que o momento presente - o Agora - não é apenas um meio para atingir um fim: cada momento do processo é importante em si. Busque seu objetivo valorizando cada passo da caminhada. Só assim você não se deixará dominar pela consciência autocentrada."

(Eckhart Toole - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 27/30)
www.sextante.com.br