OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O SIGNIFICADO DOS FESTIVAIS HINDUS - DIPAVALI

"Dipavali é o Festival da Luz. O conhecimento é considerado como Luz, mas, comumente, não passa de nevoeiro que obscurece. Somente o Amor propicia Luz. Expansão é vida, e expansão é a essência do Amor. Amor é Deus. Viva em Amor. A partir de uma única lamparina, você pode acender milhões, mesmo assim, a primeira nada perde. Assim também é o Amor. Dipavali destina-se a ensinar esta lição da Luz e do Amor. Sem uma lamparina acesa nenhuma cerimônia auspiciosa é iniciada. Onde a lamparina do Amor estiver brilhando, Deus se manifesta. Conserve-a acesa e pura. 

Deus primeiro; o mundo depois; o eu por último. Você tem de tornar-se um sadhaka (ascetas, aquele que pratica a disciplina) agora ou depois, tanto que possa se libertar dos nascimentos e mortes! Agora todas as coisas estão as avessas, e Deus não é encontrado. Você pode apegar-se a Ele seguindo os três caminhos (margas), que são: jnana (da sabedoria); bhakti (da devoção); e karma (da ação). Você pode viajar em primeira, segunda ou terceira classe no trem, mas o destino é o mesmo. Ative efetivamente os caminhos; eles são apenas partes de um único raio. 

O progresso e a Bem-aventurança espirituais dependem de esforço disciplinado. Ele pode vir somente mediante uma labuta austera e árdua, e não através de caminhos fáceis e agradáveis.¹ A vida torna-se um empreendimento melhor somente quando se tem hábitos disciplinados, concentração mental, renúncia aos prazeres sensuais e fé no Ser (Atma). Ninguém que desconheça o caminho pode atingir a meta. Ninguém que desconheça a meta pode optar por um caminho correto, e muito menos nele avançar. Antes de decidir sobre a jornada, você deve ter uma concepção apropriada do caminho bem como do destino a atingir."

¹ "Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a perdição e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela", advertiu Nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 7:13). Desconfiemos de Gurus (?!) que vendem 'facilitários".

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 236/237)


ERROS DE JULGAMENTO NOS LEVAM A MAUS ATOS

"Um jovem, filho de um de meus estudantes, foi preso por roubar. Quando fui visitá-lo ele me disse, desdenhosamente: 'Ah sim, mais um pregador. Vamos lá, faça a sua pregação.'

'Não esteja muito certo disso', respondi. 'Por que não podemos simplesmente conversar com franqueza?'

'Está bem', concordou. 'Vou contar o meu lado da história. Meu pai era muito rico, mas outro homem, usando de meios escusos, roubou-lhe todo o dinheiro. Fui ver esse homem e pedi que me ajudasse, para que eu pudesse ajudar minha família. Ele sabia que, na verdade, 'roubara' o dinheiro de meu pai, mas mesmo assim não me ajudou, nem me deu emprego. Com isso, decidi que não queria fazer parte desse tipo de sociedade 'honesta'. Em duas semanas, assaltei dezessete pessoas. Mas pretendia devolver tudo o que havia roubado. Por isso, achei que não havia nada de errado no que fiz.

'Bem', disse eu, 'se há vinte pessoas em uma sala e uma delas disser 'vou meditar'; a segunda disser 'vou tocar música'; a terceira disser 'vou recitar um poema'; a quarta disser 'vou escrever'; a quinta disser 'vou dormir', e assim por diante, todas atrapalhariam todas. Será que alguma delas conseguiria fazer direito o que se propôs?' 'Não', admitiu o jovem. 

'Existem muitos casos como o seu', continuei, 'mas se todos os necessitados começassem a roubar para suprir suas necessidades, o que aconteceria? De acordo com seu raciocínio, seus atos não parecem errados. Mas sob a perspectiva mais ampla das leis básicas da existência, certamente são errados.'

Isso o tocou. Continuei:

'Seu desejo de ajudar a família é meritório. Contudo, em vez de fazer o bem, você causou muita infelicidade. Fracassou em seu empenho por ter usado os métodos errados.'

Ele começou a chorar, felizmente, mais tarde obteve liberdade condicional.

Como você pode ver, são os julgamentos incorretos que nos levam a errar. Por isso a sabedoria é tão importante. Nada é mais puro e mais purificador do que a sabedoria."

(Paramahansa Yogananda - Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 80/81)


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A REFLEXÃO NOS TORNA HUMANOS

"Em Viveka-Chudamani (Viveka Chudamani – A Joia Suprema da Sabedoria, Editora Teosófica, 1991) de Sankaracharya, é dito que nascer como ser humano é um extraordinário privilégio. Inumeráveis encarnações devem ter passado em vários tipos de corpos, em diferentes níveis de evolução, antes do nascimento do reino humano.

Para nós parece terrível que isso leve tantas eras no tempo, mas o tempo não é problema para as criaturas fora do reino humano. Elas vivem e morrem naturalmente sem se preocuparem com o tempo. Mas no estágio humano, um novo tipo de energia é necessário para fazer o progresso interno.

O sofrimento é uma maneira de aprender. O karma regula o processo. Mas esse não é o real aprendizado; o sofrimento apenas torna a consciência vagamente ciente de uma necessidade interna. Assim, o processo é lento, e durante um longo tempo o sofrimento e o confuso aprendizado continuam, durante a transição entre a atividade inconsciente do estágio pré-humano e a existência consciente do ser humano.

A energia que pavimenta o caminho para a sabedoria é a reflexão, qualidade especialmente humana, segundo Teilhard de Chardin. (...)

A reflexão, que necessita um tipo diferente da ambição, é a única que capacita os seres humanos a aprender sobre a vida e seus propósitos. Viveka-Chudamani indica claramente que a reflexão (Vichara) antecede à aproximação a um instrutor espiritual. O Bhagavad-Gita também afirma que esta é uma qualidade necessária."

(Radha Burnier - A Reflexão nos Torna Humanos - Revista Theosophia, pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 95, jan/fev/março 2006 - p.11/12)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


O MAL É UM BUMERANGUE

"Falo agora da filosofia Sankhya, que explica os porquês. Mostro a necessidade de seguir as leis da religião na vida diária, e não apenas no domingo. 

Por que não se deve dizer falso testemunho contra o próximo? Porque isso desenvolve uma atitude de falsidade. A traição é o maior pecado perante Deus. Mentir sobre alguém para ganho pessoal, ou em retaliação, é perjurar a própria alma. Se todos fossem falsos, que pandemônio seria! Vamos supor que você diga a alguém que vai meditar mas, em vez disso, intenciona fazer alguma coisa contra essa pessoa. Isso é traição; é falsidade no pior grau. E também apresentar falso testemunho contra o próximo, para apoiar um malfeitor, é participar de sua conduta reprovável. Causará grave conflito interior, mental e emocional. Ainda que seja temporariamente racionalizado, cedo ou tarde ocorrerá o efeito bumerangue, criando grande angústia na consciência.

Cobiçar os bens alheios também atrai sofrimento, pois tudo que você der, receberá de volta. Dê amor e altruísmo e receberá o mesmo. Mas se expressar ambição, egoismo e cobiça, também atrairá tudo isso.

E por que não se deve roubar? Pense como seria o mundo se todos roubassem. Os maiores crimes seriam cometidos. Haveria brigas violentas e mortes para proteger os bens e para reaver artigos roubados. Roubar é uma ação antissocial que priva o próximo de seus direitos; conspira contra as próprias leis da existência. E a sociedade não tem o conhecimento nem as instalações adequadas para lidar com malfeitores. Quando os ladrões são presos, em geral seus maus hábitos se fortalecem e eles ainda adquirem novos traços negativos pela vivência com outros criminosos. Quando isso acontece, saem da prisão piores do que antes."

(Paramahansa Yogananda - Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 79/80)


domingo, 23 de fevereiro de 2014

ATUANDO COMO CANAIS PARA O DIVINO

"Este é o primeiro grande passo. Para dá-lo, há um segredo que precisamos lembrar: devemos realizar tudo como se o Grande Poder o estivesse realizando através de nós. É aquilo que é chamado no Gita de ‘inação em meio a ação.’ Para aqueles no mundo que desejam tornar-se verdadeiramente espiritualizados, é este o pensamento que deve estar por trás de todo o seu trabalho. Qual deveria ser a motivação no coração do advogado ou do juiz se eles aprendessem o segredo do espírito em assuntos comuns da vida? Eles precisam considerar-se simplesmente como encarnações da Justiça Divina. Até mesmo em meio à lei como a conhecemos, com suas imperfeições e erros, é a Justiça de Deus tentando fazer-se suprema na Terra. Aqueles que desejam ser espirituais na profissão da lei, devem sempre ter no centro de seu pensamento ‘eu sou a mão divina da Justiça no mundo, e como tal sigo a lei.’

O mesmo aplica-se a todos os campos. O comércio é uma das formas através das quais o mundo vive, uma parte da Atividade Divina. Aqueles que integram o comércio precisam considerar-se como parte daquele fluxo de vida em circulação através do qual as nações se reúnem. São os mercadores divinos no mundo e neles a Atividade Divina terá de encontrar mãos e pés. E todos que participam do governo e da orientação das nações são também representantes do Dispensador da Lei Divina e apenas realizam o seu trabalho corretamente à medida que compreendem que representam a vida divina naquele aspecto."

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.106)