OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A REVELAÇÃO DE BRAHMAN

"O Upanixade Kena diz que a chegada de Brahman é como um ‘piscar de olho’. A revelação de Brahman é instantânea, tão súbita e rápida como um piscar de olho. A experiência de Brahman é momentânea, mas esse momento tem a riqueza de uma Eternidade. Brahman ou Realidade pode ser experienciado de momento a momento. Qualquer desejo de estender o momento significaria trazer a percepção de Brahman para o processo do tempo. Mas como pode o Transcendente ser percebido na região do Tempo? Somente no momento atemporal é que Brahman pode ser conhecido. Isso significa que para a experiência de Brahman precisamos descartar viver no processo do tempo? As atividades do dia a dia do homem precisam estar no processo do tempo. Mas aquele que obteve um vislumbre momentâneo de Brahman no momento atemporal retorna ao processo do tempo com um sentido de êxtase. Ele preenche o processo do tempo com esse êxtase. Ele não é mais a mesma pessoa. Ele traz para o processo do tempo a fragrância do Atemporal. Embora Brahman chegue como um flash de luz, tal é o brilho desse flash que ilumina toda a existência do homem.

O Upanixade Kena diz que Brahman é Tadvanam – o que significa o Bem amado de todos. E como adoramos o Bem Amado? Certamente através do Amor. O Upanixade Kena diz que somente a adoração do Amor nos conduz à experiência de Brahman. Somente quando a consciência humana está repleta de amor é que ela experiência a chegada de Brahman."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 48)


CRIAR BONS HÁBITOS E DESTRUIR MAUS HÁBITOS (1ª PARTE)

"Volte-se para Deus e você se verá rompendo as correntes dos hábitos e do ambiente. (...) O Eu identificado com o ego é prisioneiro; o Eu identificado com a alma é livre. A mente pode lhe dizer que você é incapaz de libertar-se de um hábito em especial, mas os hábitos são apenas repetições de seus próprios pensamentos e, esses, você tem a capacidade de mudar.

A maioria das pessoas que decide parar de fumar ou de comer doces em demasia continua a realizar tais atos malgrado seus bons propósitos. Elas não mudam porque as suas mentes, como mata-borrões, absorveram os seus hábitos de pensar. Hábito significa que a mente acredita não poder se livrar de determinado pensamento. O hábito é tenaz, sem dúvida. Uma vez praticado, um ato deixa um efeito ou impressão na sua consciência. Como resultado dessa influência, você tem probabilidade de repetir esse ato.

A repetição de um ato cria uma configuração mental. Todas as ações são executadas mental e fisicamente. A repetição de um ato em particular e da imagem mental que o acompanha forma sutis caminhos elétricos no cérebro físico, como se fossem as ranhuras de um disco fonográfico. Após algum tempo, sempre que você puser a agulha da atenção nessas ‘ranhuras’ de caminhos elétricos, ela tocará o ‘disco’ da configuração mental original. Cada vez que o ato se repete, essas ‘ranhuras’ de trajetos elétricos se aprofundam, até que uma atenção mínima faz ‘tocar’, automaticamente, esse mesmo ato, cada vez mais.

Esses padrões fazem com que você se comporte de certo modo, frequentemente contra seu próprio desejo. Sua vida segue essas ranhuras que você mesmo criou em seu cérebro. Nesse sentido, você não é uma pessoa livre. Em maior ou menor grau, é vítima dos hábitos que formou. Dependendo da profundidade desses traçados, você é, na mesma proporção, um fantoche. Você pode, porém, neutralizar as imposições desses maus hábitos. Como? Criando em seu cérebro configurações mentais de bons hábitos opostos. E pode também apagar completamente, por meio da meditação, as ‘ranhuras’ dos maus hábitos.

Você tem de curar-se dos maus hábitos, cauterizando-os com os bons hábitos opostos. Se tem, por exemplo, o mau hábito de mentir e, por causa disso, tem perdido muitos amigos, comece a praticar o bom hábito de dizer a verdade. (...)"

(Paramahansa Yogananda – Onde Existe Luz – Self-Realization Fellowship – p. 108/110)


domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PAPEL DO SER HUMANO

"Um ponto importante que sobressai em quase todas as referências ao plano divino para o progresso e perfeição da humanidade é a ênfase invariavelmente posta sobre a necessidade de nós, seres humanos, cooperarmos conscientemente com aquele plano e nos elevarmos acima do eu separativo com seus desejos autocentrados, e nos mover rumo a um amor mais amplo, de serviço e de dedicação ao bem da humanidade.

A evolução está unida à nossa busca consciente do bem-estar do restante da humanidade – deveras de toda a vida. No Baghavad Gita alguém na senda elevada do Yoga é visto como trabalhando para o bem estar de todo o mundo. O Cristo nos pede para amarmos os nossos irmãos como a nós mesmos. O Buda enfatizou a compaixão – amai toda a vida como uma mãe ama seu filho, seu único filho. O ensinamento budista vai ainda mais longe, pois se espera de um verdadeiro budista que cresça tanto em abnegação e amor pelo próximo que renuncie ao nirvana para si próprio, e que continue trabalhando, até que todos sejam capazes de atingir esse estado de bem-aventurança. (...)

A humanidade foi dotada de liberdade para pensar e agir, mas não de liberdade par desconsiderar ou frustrar a Grande Vontade que se move rumo ao bem. Tanto a mitologia quanto a história nos dizem que no final das contas o mal jamais triunfará e, portanto, as aberrações da humanidade em qualquer época, como as que observamos no mundo atualmente, são apenas nuvens passageiras num vasto céu, como redemoinhos, espumas sobre a superfície de um grande rio que continua a fluir inexoravelmente em direção ao seu destino – para unir-se ao grande oceano da bem-aventurança, do qual surgiu originalmente sob forma de nuvens de vapor.”

(Surendra Narayan - Reflexões sobre o plano divino - Revista Theosophia – Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 99, Abr/Maio/Junho de 2010 - p. 35)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


O QUE CONTA É A SINCERIDADE E A INTENSIDADE DE ESFORÇO

"A consciência espiritual está no sincero empenho interno para ascender rumo à verdadeira e duradoura felicidade. Muitos dizem que seguem um curso correto, mas pouquíssimos estão realmente fazendo um esforço sincero. Não se exige que você se torne um anjo de imediato. Uma vez que só o Absoluto é perfeito, podemos dizer que, perante Deus, até o melhor dos anjos é um pecador. Mas santos são pecadores que nunca se deram por vencidos. Independentemente das dificuldades, se você não desistir, progredirá em sua luta contra a corrente. Lutar é obter o favor divino; faça o supremo esforço. Não deixe que a vida o leve correnteza abaixo, flutuando passivamente.

Você não pode enganar a Deus, pois Ele vê o que você pensa. Deus não vai contar quanto tempo você trabalhou pela realização espiritual; o que conta é a intensidade. Não importa quantas encarnações de mau karma você possa ter; se sua devoção e sinceridade forem suficientemente profundas para trazer a luz de Deus à consciência, todas as trevas do mal de encarnações passadas se dissiparão.

Assim, não importa se seus pecados são mais profundos do que o Oceano Atlântico: faça um constante esforço mental para ser bom. Durante umas poucas encarnações você foi um ser humano, mas ao longo da eternidade tem sido, é e será um filho de Deus. Nunca se considere pecador, porque o pecado e a ignorância são apenas pesadelos mortais. Quando despertamos em Deus, descobrimos que a alma, isto é, a consciência pura, nunca fez nada de errado. Imaculados pelas experiências mortais, somos e sempre fomos filhos de Deus. Somos como o ouro na lama: quando a lama da ignorância é removida, aparece no íntimo o reluzente ouro da alma, feito à imagem divina.

A consciência espiritual nasce da firme determinação mental. Não importa como as pessoas a seu redor agem ou se comportam em relação a você; você é que tem de ser bom. Seu maior inimigo é você mesmo, pare de adiar a decisão de ser bom. Eu costumava me enredar em rotinas mentais de tal modo que muitos meses de passavam sem que eu conseguisse meditar profundamente. Entretanto, continuei a fazer o esforço mental. O progresso veio logo que percebi, um dia, que eu deveria ter mais determinação para controlar todos os meus hábitos e exercitar minha espiritualidade. Da mesma forma, você precisa assumir o controle do seu comportamento e da sua consciência. Faça o que sabe que deve, e não realize nada contrário à consciência espiritual."

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 91/92)


sábado, 8 de fevereiro de 2014

O PLANO DIVINO

"Apesar de insondáveis para os nossos fracos meios de compreensão, o conhecimento e o poder necessários para estas adaptações não é, contudo, difícil entrever, ainda que confusamente, a possibilidade de sua realização, obedecendo a um plano de equidade e justiça perfeitas.

Não há dúvida de que a trama de um destino humano deve ser composta de um número inumerável de fios que, no seu conjunto hão de formar um desenho de uma pasmosa complicação. Fios que faltam, porque, ficaram sob a urdidura, outros que aparecem repentinamente, todos eles obedecem à lançadeira, que a devido tempo os chamará a cooperar na execução perfeita do tecido. Para nós, que a olho nu, apenas vemos uma parte desse tecido, o destino pode-nos escapar, mas como diz o sábio Jâmblico:

‘Aquilo que nos parece ser uma definição exata da justiça não tem o mesmo aspecto para os Deuses. Com efeito, nós, vendo apenas a parte que está perto de nós, apenas fixamos a atenção nas coisas do presente, nesta vida de um momento, e na forma com que ela subsiste. Pelo contrário, os Poderes que estão acima de nós conhecem o conjunto da vida da alma e todas as suas existências anteriores.’

A certeza de que ‘o mundo é regido pela justiça perfeita’, radica-se à medida que aumenta o conhecimento da alma em evolução. Efetivamente, à medida que a alma progride e começa a ver nos planos elevados e a transmitir à consciência desperta o que sabe, vamos nós aprendendo com uma certeza sempre crescente, e, por consequência, com alegria, que a boa lei atua com uma invariável, que os seus agentes a aplicam em toda a parte, de uma maneira infalível, com uma força invencível, e que tudo neste mundo, onde as Almas lutam, é pelo melhor." 

(Annie Besant – Karma – Ed. Pensamento, São Paulo,1990, p.52/53)