OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PAPEL DO SER HUMANO

"Um ponto importante que sobressai em quase todas as referências ao plano divino para o progresso e perfeição da humanidade é a ênfase invariavelmente posta sobre a necessidade de nós, seres humanos, cooperarmos conscientemente com aquele plano e nos elevarmos acima do eu separativo com seus desejos autocentrados, e nos mover rumo a um amor mais amplo, de serviço e de dedicação ao bem da humanidade.

A evolução está unida à nossa busca consciente do bem-estar do restante da humanidade – deveras de toda a vida. No Baghavad Gita alguém na senda elevada do Yoga é visto como trabalhando para o bem estar de todo o mundo. O Cristo nos pede para amarmos os nossos irmãos como a nós mesmos. O Buda enfatizou a compaixão – amai toda a vida como uma mãe ama seu filho, seu único filho. O ensinamento budista vai ainda mais longe, pois se espera de um verdadeiro budista que cresça tanto em abnegação e amor pelo próximo que renuncie ao nirvana para si próprio, e que continue trabalhando, até que todos sejam capazes de atingir esse estado de bem-aventurança. (...)

A humanidade foi dotada de liberdade para pensar e agir, mas não de liberdade par desconsiderar ou frustrar a Grande Vontade que se move rumo ao bem. Tanto a mitologia quanto a história nos dizem que no final das contas o mal jamais triunfará e, portanto, as aberrações da humanidade em qualquer época, como as que observamos no mundo atualmente, são apenas nuvens passageiras num vasto céu, como redemoinhos, espumas sobre a superfície de um grande rio que continua a fluir inexoravelmente em direção ao seu destino – para unir-se ao grande oceano da bem-aventurança, do qual surgiu originalmente sob forma de nuvens de vapor.”

(Surendra Narayan - Reflexões sobre o plano divino - Revista Theosophia – Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 99, Abr/Maio/Junho de 2010 - p. 35)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


O QUE CONTA É A SINCERIDADE E A INTENSIDADE DE ESFORÇO

"A consciência espiritual está no sincero empenho interno para ascender rumo à verdadeira e duradoura felicidade. Muitos dizem que seguem um curso correto, mas pouquíssimos estão realmente fazendo um esforço sincero. Não se exige que você se torne um anjo de imediato. Uma vez que só o Absoluto é perfeito, podemos dizer que, perante Deus, até o melhor dos anjos é um pecador. Mas santos são pecadores que nunca se deram por vencidos. Independentemente das dificuldades, se você não desistir, progredirá em sua luta contra a corrente. Lutar é obter o favor divino; faça o supremo esforço. Não deixe que a vida o leve correnteza abaixo, flutuando passivamente.

Você não pode enganar a Deus, pois Ele vê o que você pensa. Deus não vai contar quanto tempo você trabalhou pela realização espiritual; o que conta é a intensidade. Não importa quantas encarnações de mau karma você possa ter; se sua devoção e sinceridade forem suficientemente profundas para trazer a luz de Deus à consciência, todas as trevas do mal de encarnações passadas se dissiparão.

Assim, não importa se seus pecados são mais profundos do que o Oceano Atlântico: faça um constante esforço mental para ser bom. Durante umas poucas encarnações você foi um ser humano, mas ao longo da eternidade tem sido, é e será um filho de Deus. Nunca se considere pecador, porque o pecado e a ignorância são apenas pesadelos mortais. Quando despertamos em Deus, descobrimos que a alma, isto é, a consciência pura, nunca fez nada de errado. Imaculados pelas experiências mortais, somos e sempre fomos filhos de Deus. Somos como o ouro na lama: quando a lama da ignorância é removida, aparece no íntimo o reluzente ouro da alma, feito à imagem divina.

A consciência espiritual nasce da firme determinação mental. Não importa como as pessoas a seu redor agem ou se comportam em relação a você; você é que tem de ser bom. Seu maior inimigo é você mesmo, pare de adiar a decisão de ser bom. Eu costumava me enredar em rotinas mentais de tal modo que muitos meses de passavam sem que eu conseguisse meditar profundamente. Entretanto, continuei a fazer o esforço mental. O progresso veio logo que percebi, um dia, que eu deveria ter mais determinação para controlar todos os meus hábitos e exercitar minha espiritualidade. Da mesma forma, você precisa assumir o controle do seu comportamento e da sua consciência. Faça o que sabe que deve, e não realize nada contrário à consciência espiritual."

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 91/92)


sábado, 8 de fevereiro de 2014

O PLANO DIVINO

"Apesar de insondáveis para os nossos fracos meios de compreensão, o conhecimento e o poder necessários para estas adaptações não é, contudo, difícil entrever, ainda que confusamente, a possibilidade de sua realização, obedecendo a um plano de equidade e justiça perfeitas.

Não há dúvida de que a trama de um destino humano deve ser composta de um número inumerável de fios que, no seu conjunto hão de formar um desenho de uma pasmosa complicação. Fios que faltam, porque, ficaram sob a urdidura, outros que aparecem repentinamente, todos eles obedecem à lançadeira, que a devido tempo os chamará a cooperar na execução perfeita do tecido. Para nós, que a olho nu, apenas vemos uma parte desse tecido, o destino pode-nos escapar, mas como diz o sábio Jâmblico:

‘Aquilo que nos parece ser uma definição exata da justiça não tem o mesmo aspecto para os Deuses. Com efeito, nós, vendo apenas a parte que está perto de nós, apenas fixamos a atenção nas coisas do presente, nesta vida de um momento, e na forma com que ela subsiste. Pelo contrário, os Poderes que estão acima de nós conhecem o conjunto da vida da alma e todas as suas existências anteriores.’

A certeza de que ‘o mundo é regido pela justiça perfeita’, radica-se à medida que aumenta o conhecimento da alma em evolução. Efetivamente, à medida que a alma progride e começa a ver nos planos elevados e a transmitir à consciência desperta o que sabe, vamos nós aprendendo com uma certeza sempre crescente, e, por consequência, com alegria, que a boa lei atua com uma invariável, que os seus agentes a aplicam em toda a parte, de uma maneira infalível, com uma força invencível, e que tudo neste mundo, onde as Almas lutam, é pelo melhor." 

(Annie Besant – Karma – Ed. Pensamento, São Paulo,1990, p.52/53)


BRAHMAN

"O alfa e o ômega da filosofia Vedanta é ‘renunciar ao mundo.’
Renunciar ao irreal e aceitar o real.

Segundo a filosofia Advaita, existe apenas uma coisa real no universo, denominada Brahman. Tudo o mais é irreal, manifestando-se e sendo criado a partir de Brahman pelo poder de maya.  Voltar a Brahman é a nossa meta. Cada um de nós é Brahman, a Realidade, acrescido de maya.  Ao livrar-nos de maya, ou ignorância, nós nos tornamos o que realmente somos.

De acordo com essa filosofia cada homem é constituído de três partes: o corpo, a mente e, além dela, o Atman, o Self. O corpo é o invólucro externo e a mente, o invólucro interno do  Atman, aquele que realmente percebe e desfruta, o ser que habita o corpo e nele atua, fazendo-o funcionar por intermédio da mente.

O Atman é o único elemento do corpo humano que é imaterial. Por ser imaterial, não pode ser composto, e por não ser composto, não obedece à lei de causa e efeito, sendo por isso imortal. O que é imortal não pode ter começo, pois tudo que teve começo deve ter fim. (...)

(...) Assim todas as formas têm um começo e um fim. Sabemos que o nosso corpo perecerá. Teve começo e terá fim. O Self, porém, por não ter forma, não está sujeito à lei do começo e do fim. Existe eternamente. Como o tempo é infinito, o Self do ser humano também é infinito."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber, São Paulo, 2004 - p. 74/75)


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A GRANDE ILUSÃO

"De acordo com as mais elevadas concepções da filosofia hindu, o universo manifesto nada mais é que um produto da Ideação Divina e os mundos individuais das almas são um resultado do impacto dessa ideação Divina nas mentes individuais. Chama-se Mâyâ a ilusão que nos leva a considerar nosso mundo individual como algo independente do Mundo divino. A maioria das pessoas que estudaram esta doutrina julga que ela não passa de uma hipótese engenhosa adotada para explicar algumas doutrinas transcendentais do hinduísmo, geralmente consideradas como assunto de especulação filosófica. Tais pessoas não compreendem que a ilusão está em tudo na vida humana e é nossa falta de discriminação ou Aviveka, que mais impede a sua percepção. Quando são bastante obstinadas, pensam que é absurdo imaginar que estejamos vivendo num mundo de ilusões. Não é o mundo em torno de nós constituído de objetos tangíveis? Não há leis definidas que determinam o comportamento desses objetos? Não conquistou o homem a natureza até um certo ponto e produziu todas essas invenções maravilhosas? Certamente é loucura supor-se que todos este mundo em torno de nós forma a estrutura de uma Grande Ilusão Imposta ao homem de dentro ou de fora.

Este argumento é, na verdade, um mito plausível e o homem comum pode ser desculpado por aceitá-lo e continuar vivendo sua vida preso à ilusão. Mas todo o argumento começa a fissurar-se e desintegrar-se quando examinados fatos baseados em conhecimento científico e sondamos os fenômenos da vida humana com inteligência e perspicácia. Podemos então ver, pelo menos mentalmente, que estamos envolvidos de todos os lados por ilusões as mais grosseiras embora não percebamos. Talvez não estejamos aptos a entender a doutrina de Mâyâ, mas podemos, pelo menos, compreender as ilusões mentais comuns e, se verificarmos que estamos envolvidos nelas, o terreno estará preparado para pensarmos sobre a doutrina de Mâyâ com mente aberta."

(I.K. Taimni - O Homem, Deus e o Universo – Ed. Pensamento, São Paulo, 1989, pg. 184)