OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 8 de fevereiro de 2014

BRAHMAN

"O alfa e o ômega da filosofia Vedanta é ‘renunciar ao mundo.’
Renunciar ao irreal e aceitar o real.

Segundo a filosofia Advaita, existe apenas uma coisa real no universo, denominada Brahman. Tudo o mais é irreal, manifestando-se e sendo criado a partir de Brahman pelo poder de maya.  Voltar a Brahman é a nossa meta. Cada um de nós é Brahman, a Realidade, acrescido de maya.  Ao livrar-nos de maya, ou ignorância, nós nos tornamos o que realmente somos.

De acordo com essa filosofia cada homem é constituído de três partes: o corpo, a mente e, além dela, o Atman, o Self. O corpo é o invólucro externo e a mente, o invólucro interno do  Atman, aquele que realmente percebe e desfruta, o ser que habita o corpo e nele atua, fazendo-o funcionar por intermédio da mente.

O Atman é o único elemento do corpo humano que é imaterial. Por ser imaterial, não pode ser composto, e por não ser composto, não obedece à lei de causa e efeito, sendo por isso imortal. O que é imortal não pode ter começo, pois tudo que teve começo deve ter fim. (...)

(...) Assim todas as formas têm um começo e um fim. Sabemos que o nosso corpo perecerá. Teve começo e terá fim. O Self, porém, por não ter forma, não está sujeito à lei do começo e do fim. Existe eternamente. Como o tempo é infinito, o Self do ser humano também é infinito."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber, São Paulo, 2004 - p. 74/75)


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A GRANDE ILUSÃO

"De acordo com as mais elevadas concepções da filosofia hindu, o universo manifesto nada mais é que um produto da Ideação Divina e os mundos individuais das almas são um resultado do impacto dessa ideação Divina nas mentes individuais. Chama-se Mâyâ a ilusão que nos leva a considerar nosso mundo individual como algo independente do Mundo divino. A maioria das pessoas que estudaram esta doutrina julga que ela não passa de uma hipótese engenhosa adotada para explicar algumas doutrinas transcendentais do hinduísmo, geralmente consideradas como assunto de especulação filosófica. Tais pessoas não compreendem que a ilusão está em tudo na vida humana e é nossa falta de discriminação ou Aviveka, que mais impede a sua percepção. Quando são bastante obstinadas, pensam que é absurdo imaginar que estejamos vivendo num mundo de ilusões. Não é o mundo em torno de nós constituído de objetos tangíveis? Não há leis definidas que determinam o comportamento desses objetos? Não conquistou o homem a natureza até um certo ponto e produziu todas essas invenções maravilhosas? Certamente é loucura supor-se que todos este mundo em torno de nós forma a estrutura de uma Grande Ilusão Imposta ao homem de dentro ou de fora.

Este argumento é, na verdade, um mito plausível e o homem comum pode ser desculpado por aceitá-lo e continuar vivendo sua vida preso à ilusão. Mas todo o argumento começa a fissurar-se e desintegrar-se quando examinados fatos baseados em conhecimento científico e sondamos os fenômenos da vida humana com inteligência e perspicácia. Podemos então ver, pelo menos mentalmente, que estamos envolvidos de todos os lados por ilusões as mais grosseiras embora não percebamos. Talvez não estejamos aptos a entender a doutrina de Mâyâ, mas podemos, pelo menos, compreender as ilusões mentais comuns e, se verificarmos que estamos envolvidos nelas, o terreno estará preparado para pensarmos sobre a doutrina de Mâyâ com mente aberta."

(I.K. Taimni - O Homem, Deus e o Universo – Ed. Pensamento, São Paulo, 1989, pg. 184)


A OUTRA MARGEM DO RIO

"Vivendo no mundo cheio de objetos dos sentidos, podemos permanecer internamente imaculados e livres de desejos? Ser livre significa compreender que a fonte de tristezas é o desejo por objetos, quer estejam eles na mente ou numa forma física. Cada prazer tem a sua contraparte de dor. Cada excitação e esperança traz uma depressão correspondente. E nós somos jogados daqui para ali entre os opostos. Tal compreensão, não o mero pensar sobre esse assunto, surge a partir de uma reflexão profunda e sustentada.

Como dito antes, a vida não consiste na abundância de coisas possuídas. Todas as coisas impermanentes são irreais. Porém, em cada estágio, aquilo que experienciamos parece absolutamente real. (...)

De um modo estranho, a mente busca permanência em coisas que são inerentemente impermanentes. Nós precisamos nos abandonar; o desapego às satisfações terrenas é o meio para se chegar ao ‘céu’. O patinho deve deixar a margem para nadar. O jovem passarinho deve desprender-se do graveto e bater suas asinhas para poder voar.

Krishnamurti diz: ‘Eu estou deste lado do rio. Durante séculos adorei os deuses do outro lado. E vejo a desesperança do fato. Assim eu digo que é a partir do outro lado que eu devo operar. Perguntar como chegar lá é a abordagem tradicional. A mente deve encontrar-se na outra margem tendo abandonado todas as atividades na margem deste lado’. Nesta margem, isto é, na Terra, quando a tentação sobrepuja o coração, podem haver tormentos mentais que são um ‘inferno’."

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 15)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

CORAGEM DE SER LIVRE

"O carneirinho, rebelde, um dia fechou os ouvidos às mansas palavras do piedoso pastor. Corajoso, renunciou ao redil e saiu. Audaz e só, entregou-se à aventura ou desventura dos campos. Saiu sozinho. Padeceu desvalido e solitário, sem a proteção do redil, sem a companhia dos outros, sem o sermão do pastor...

A estrela que tanto buscava, vendo-o, intimorato e livre, a procurar por ela, veio do céu para ele, para fazer-lhe companhia, para fazê-lo feliz, para guiá-lo.

Os outros, com medo da dor, ficaram no redil, protegidos, escutando histórias das estrelas inventadas pelo pastor."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 148)


VOCÊ NÃO PODE DAR NADA A DEUS

"A ideia de sacrifício está baseada em dar alguma coisa a Deus (seu Eu Superior). Deus é tudo o que existe, em tudo e acima de tudo, através de tudo e por tudo, já possui tudo. Por que o homem deveria sacrificar cordeiros, novilhos, pombos etc., como se Deus fosse um monstro canibalesco que precisasse ser apaziguado? Alguns tentam barganhar com Deus dizendo:

- Se Deus curar meu filho, deixarei de beber.

Tudo isso é um absurdo total. Deus é a Presença e o Poder Impessoal animando todas as coisas. A ideia de sacrifício é um resquício dos tempos da selva, quando os povos primitivos tentavam apaziguar Deus sacrificando animais e até mesmo crianças.

Não se pode dar a Deus (EU SOU em você) qualquer outra coisa que não reconhecimento, louvor e graças. Você deve é sacrificar ou renunciar às falsas crenças, medos, dúvidas e outros conceitos negativos. Leia o Salmo 100. Terá então a maneira certa de ir ao encontro do Infinito. Muitas pessoas que querem uma cura, por exemplo, imaginam que estão falando com seu Eu Superior e afirmam:

- Obrigado, Pai, por minha cura milagrosa.

Repetem a frase silenciosamente, vezes sem conta, até ficarem num estado de gratidão absoluto. Ao persistirem, elevam-se o bastante na consciência para alcançarem o nível de aceitação; assim, a mente subconsciente reage à convicção. Cada homem atende à sua própria prece."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 153/154)