OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A GRANDE ILUSÃO

"De acordo com as mais elevadas concepções da filosofia hindu, o universo manifesto nada mais é que um produto da Ideação Divina e os mundos individuais das almas são um resultado do impacto dessa ideação Divina nas mentes individuais. Chama-se Mâyâ a ilusão que nos leva a considerar nosso mundo individual como algo independente do Mundo divino. A maioria das pessoas que estudaram esta doutrina julga que ela não passa de uma hipótese engenhosa adotada para explicar algumas doutrinas transcendentais do hinduísmo, geralmente consideradas como assunto de especulação filosófica. Tais pessoas não compreendem que a ilusão está em tudo na vida humana e é nossa falta de discriminação ou Aviveka, que mais impede a sua percepção. Quando são bastante obstinadas, pensam que é absurdo imaginar que estejamos vivendo num mundo de ilusões. Não é o mundo em torno de nós constituído de objetos tangíveis? Não há leis definidas que determinam o comportamento desses objetos? Não conquistou o homem a natureza até um certo ponto e produziu todas essas invenções maravilhosas? Certamente é loucura supor-se que todos este mundo em torno de nós forma a estrutura de uma Grande Ilusão Imposta ao homem de dentro ou de fora.

Este argumento é, na verdade, um mito plausível e o homem comum pode ser desculpado por aceitá-lo e continuar vivendo sua vida preso à ilusão. Mas todo o argumento começa a fissurar-se e desintegrar-se quando examinados fatos baseados em conhecimento científico e sondamos os fenômenos da vida humana com inteligência e perspicácia. Podemos então ver, pelo menos mentalmente, que estamos envolvidos de todos os lados por ilusões as mais grosseiras embora não percebamos. Talvez não estejamos aptos a entender a doutrina de Mâyâ, mas podemos, pelo menos, compreender as ilusões mentais comuns e, se verificarmos que estamos envolvidos nelas, o terreno estará preparado para pensarmos sobre a doutrina de Mâyâ com mente aberta."

(I.K. Taimni - O Homem, Deus e o Universo – Ed. Pensamento, São Paulo, 1989, pg. 184)


A OUTRA MARGEM DO RIO

"Vivendo no mundo cheio de objetos dos sentidos, podemos permanecer internamente imaculados e livres de desejos? Ser livre significa compreender que a fonte de tristezas é o desejo por objetos, quer estejam eles na mente ou numa forma física. Cada prazer tem a sua contraparte de dor. Cada excitação e esperança traz uma depressão correspondente. E nós somos jogados daqui para ali entre os opostos. Tal compreensão, não o mero pensar sobre esse assunto, surge a partir de uma reflexão profunda e sustentada.

Como dito antes, a vida não consiste na abundância de coisas possuídas. Todas as coisas impermanentes são irreais. Porém, em cada estágio, aquilo que experienciamos parece absolutamente real. (...)

De um modo estranho, a mente busca permanência em coisas que são inerentemente impermanentes. Nós precisamos nos abandonar; o desapego às satisfações terrenas é o meio para se chegar ao ‘céu’. O patinho deve deixar a margem para nadar. O jovem passarinho deve desprender-se do graveto e bater suas asinhas para poder voar.

Krishnamurti diz: ‘Eu estou deste lado do rio. Durante séculos adorei os deuses do outro lado. E vejo a desesperança do fato. Assim eu digo que é a partir do outro lado que eu devo operar. Perguntar como chegar lá é a abordagem tradicional. A mente deve encontrar-se na outra margem tendo abandonado todas as atividades na margem deste lado’. Nesta margem, isto é, na Terra, quando a tentação sobrepuja o coração, podem haver tormentos mentais que são um ‘inferno’."

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 15)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

CORAGEM DE SER LIVRE

"O carneirinho, rebelde, um dia fechou os ouvidos às mansas palavras do piedoso pastor. Corajoso, renunciou ao redil e saiu. Audaz e só, entregou-se à aventura ou desventura dos campos. Saiu sozinho. Padeceu desvalido e solitário, sem a proteção do redil, sem a companhia dos outros, sem o sermão do pastor...

A estrela que tanto buscava, vendo-o, intimorato e livre, a procurar por ela, veio do céu para ele, para fazer-lhe companhia, para fazê-lo feliz, para guiá-lo.

Os outros, com medo da dor, ficaram no redil, protegidos, escutando histórias das estrelas inventadas pelo pastor."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 148)


VOCÊ NÃO PODE DAR NADA A DEUS

"A ideia de sacrifício está baseada em dar alguma coisa a Deus (seu Eu Superior). Deus é tudo o que existe, em tudo e acima de tudo, através de tudo e por tudo, já possui tudo. Por que o homem deveria sacrificar cordeiros, novilhos, pombos etc., como se Deus fosse um monstro canibalesco que precisasse ser apaziguado? Alguns tentam barganhar com Deus dizendo:

- Se Deus curar meu filho, deixarei de beber.

Tudo isso é um absurdo total. Deus é a Presença e o Poder Impessoal animando todas as coisas. A ideia de sacrifício é um resquício dos tempos da selva, quando os povos primitivos tentavam apaziguar Deus sacrificando animais e até mesmo crianças.

Não se pode dar a Deus (EU SOU em você) qualquer outra coisa que não reconhecimento, louvor e graças. Você deve é sacrificar ou renunciar às falsas crenças, medos, dúvidas e outros conceitos negativos. Leia o Salmo 100. Terá então a maneira certa de ir ao encontro do Infinito. Muitas pessoas que querem uma cura, por exemplo, imaginam que estão falando com seu Eu Superior e afirmam:

- Obrigado, Pai, por minha cura milagrosa.

Repetem a frase silenciosamente, vezes sem conta, até ficarem num estado de gratidão absoluto. Ao persistirem, elevam-se o bastante na consciência para alcançarem o nível de aceitação; assim, a mente subconsciente reage à convicção. Cada homem atende à sua própria prece."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 153/154)


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O CAMINHO DA DEVOÇÃO

"No caminho da devoção, o reto conhecimento não pode ser ignorado. O reto conhecimento é necessário para que se possa servir bem ao mundo. O reto conhecimento é necessário porque a união precisa ser o objetivo, embora uma união algo diferente da que é conquistada pelo conhecimento comum. Se o reto conhecimento estiver ausente, então, até mesmo o amor poderá perder-se em seu desejo de servir e poderá ferir onde poderia ajudar. Não devemos ter a devoção separada do conhecimento, pois ele é necessário ao serviço perfeito, e este serviço perfeito constitui a essência da vida do devoto. (...)

Os verdadeiros devotos têm o seu rosto voltado para cima, na direção dos que lhe são superiores, para ganharem força e energia espiritual. E isto não é para eles próprios serem libertados, pois não desejam libertação alguma até que todos compartilhem da liberdade. Não é com a finalidade de conquistar, porque eles não desejam qualquer conquista, exceto com a finalidade de doar. Não é para que eles possam reter algo para si, mas para serem canais de bênçãos aos outros. No caminho da devoção, a alma sempre está voltada para a Luz que está acima, não para ser iluminada, não para que possa brilhar, mas para que possa servir como foco e canal daquela Luz, canalizando-a em direção daqueles que estão na escuridão. Anseia pela Luz acima apenas com o objetivo de transmiti-la àqueles que estão abaixo.

Esta, então, é a primeira e suprema característica daqueles que desejam seguir o caminho da devoção. Terão de começar no amor e nele terminarão. (...)"

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 59/60)