OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

PROCURE PRIMEIRO O REINO DE DEUS

"Tanto o céu quanto a Terra estão dentro de nós. Quando as pessoas dizem ‘isto é divino’, elas querem dizer que aquilo que experienciam é agradável, que sentem um bem-estar fora do comum. Esta experiência é um estado de consciência, para todas as experiências subjetivas. Quer sejam de felicidade e paz ou de medo e dor, elas estão na consciência. Um campo de flores maravilhoso poderia ser bem descrito como ‘algo divino’, embora esteja mesmo é na Terra. A divinização é a experiência da consciência. E deste modo ‘céu’ é um estado interno de ser, e não um local em outro plano ou região.

‘Busque primeiramente o reino de Deus” significa ‘busque primeiro o reino dos céus’. Algumas pessoas podem não estar familiarizadas com a história de Jesus, que conta que as terras de um certo indivíduo rico lhe trouxeram abundância, e tanta que ele pensou em construir estábulos maiores para guardar a produção. Ele disse para si mesmo: ‘Agora posso levar uma vida folgada. Poderei comer, beber e ser feliz para o resto da minha vida.’ Mas Deus disse: ‘tolo, a sua alma lhe deixará esta noite’.

Para que serve então a riqueza? O conselho de Jesus para o homem rico foi: ‘busque aquilo que serve para comer e beber, nem tenha uma mente duvidosa.’ Uma outra versão é: ‘Busque primeiramente o reino de Deus e a Sua justiça.’ Esta bela parábola ocorre em outro contexto (Lucas 12:15): ‘Cuide-se e acautele-se da cobiça, pois a vida do homem consiste não na abundância das coisas que ele possui.’"

(Radha Burnier - Procure primeiro o reino de Deus - Revista Sophia, Ano 1, nº 1 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 12)


A VIDA ESPIRITUAL NO MUNDO (PARTE FINAL)

"(...) Ora, você sabe com que frequência foi respondida negativamente, no passado, a questão sobre uma pessoa poder conduzir uma vida espiritual no mundo.

Em todos os países, em todas as religiões, em todas as épocas da história mundial, ao formular-se essa pergunta, a resposta tem sido negativa – o homem ou a mulher do mundo não podem conduzir uma vida espiritual. Esta resposta vem desde os desertos do Egito, das selvas da Índia, dos mosteiros e dos conventos dos países católicos, em todos os países e locais onde as pessoas tentaram encontrar Deus afastando-se da companhia dos outros. Se, para conhecer Deus e para conduzir a vida espiritual, é necessário fugir do convívio humano, então esta vida é impossível para a maioria de nós, pois as circunstâncias nos impedem de viver a vida mundana e de nos adaptar às suas condições, sem separarmos o sagrado do profano.

Gostaria de dizer-lhes que esta ideia baseia-se em um erro fundamental, amplamente nutrido em nossa vida moderna, não por indicar a vida reclusa na selva ou no deserto, em cavernas ou mosteiros, mas por indicar que o religioso e o secular precisam ser mantidos à parte. Esta tendência surgiu em virtude de a forma moderna separar o assim chamado sagrado daquilo que é denominado profano.  

Gostaria de abordar, de forma ampla e vigorosa, o fundamento do que creio ser o pensamento correto e sadio neste assunto. O mundo é o pensamento de Deus, a expressão da Mente Divina. Todas as atividades úteis representam formas de Atividade Divina. As rodas do mundo são giradas por Deus, e nós somos apenas Suas mãos que tocam a roda. Todo o trabalho feito no mundo é o trabalho de Deus apenas. Tudo o que serve à humanidade e auxilia nas atividades do mundo é visto corretamente como Atividade Divina, e, de modo errado, quando chamado de secular e profano. O funcionário atrás do balcão e o médico do hospital participam, da mesma maneira, de uma atividade divina como qualquer pregador em sua igreja. Até que isto seja compreendido, o mundo será vulgarizado, e até que possamos ver uma vida em toda parte e tudo nela enraizado, seremos nós a demonstrar uma atitude desesperançosamente profana, cegos à visão beatífica, que é a vida uma em toda a parte, e do todo como expressão daquela vida.”

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 14/15)


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AS DUAS SEMENTINHAS

"Duas sementinhas decidiram viver ao sol.

A primeira pediu ao lavrador:

-Amigo, por favor, tire-me deste depósito escuro e me ponha lá fora, no lugar mais alto, onde haja mais sol.

O homem advertiu-a:

- Posso fazer isto, mas é bom não esquecer que o verão está muito forte e, com seus ardores, poderá matar você. Não tem medo de morrer queimada?

- Não faz mal – respondeu ela. – Ponha-me, por favor, lá em cima da cumeeira. O sol não me faz medo. Ao contrário, o que mais desejo é viver ao sol.

O homem atendeu. Colocou-a no telhado da casa e foi trabalhar. Enquanto se entregava a seus afazeres, não escutou os pedidos de socorro da sementinha, que, dias depois, foi encontrada morta, esturricada.

A outra sementinha disse ao homem:

- Amigo, o que mais desejo é sair daqui e ir para o sol. Você pode me ajudar?

- Não sabe o que aconteceu à sua infeliz coleguinha? Também quer morrer torrada?

- Não, amigo. Eu quero chegar ao sol, mas de outra forma. Por favor, enterre-me em solo fértil, cubra-me de humo, e deixe que eu germine. Quando eu for planta...

- Parabéns, sementinha inteligente. Esta humildade é muito sábia! Você bem sabe que, virando planta, transformada em tronco, folha, flor e fruto, viverá ao sol na maior segurança, no maior esplendor, na maior felicidade... Deus a abençoe!

E assim aconteceu.

A sementinha humilde teve o sol que queria."

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - ´. 156/157)


A VIDA ESPIRITUAL NO MUNDO (1ª PARTE)

"Uma reclamação que constantemente ouvimos de pessoas sérias e zelosas contra as circunstâncias de suas vidas é talvez uma das mais fatais: se as minhas circunstâncias fossem diferentes do que são na realidade, quanto mais eu poderia realizar; se apenas não estivesse tão envolvido nos negócios, tão preso a ansiedades e cuidados e tão ocupado com o trabalho mundano, então eu seria capaz de ter uma vida mais espiritual.

Ora, isto não é verdade. Nenhuma circunstância pode jamais favorecer ou frustrar o desenvolvimento da vida espiritual. A espiritualidade não depende do meio; depende da atitude da pessoa em relação à vida.

Gostaria de mostrar-lhe o caminho que o mundo poderia tomar para servir à espiritualidade ao invés de encobri-la, como, com frequência, o faz.

Se as pessoas não compreendem a relação entre o material e o espiritual; se separam um do outro como incompatíveis e hostis; se colocam a vida do mundo de um lado e a vida do espírito de outro, como rivais, antagonistas e inimigas, então a natureza premente das ocupações mundanas, os poderosos choques do ambiente material, o constante fascínio da tentação física e a ocupação do cérebro por cuidados físicos, todos esses fatores podem tornar irreal a vida do espírito. Afiguram-se como única realidade, e nós precisamos encontrar alguma forma de alquimia ou mágica, por meio da qual a vida do mundo poderá ser vista como irreal, e a vida do espírito, a única realidade. Se pudermos fazer isto, a realidade expressar-se-á através da vida do mundo, e essa vida tornar-se-á seu meio de expressão e não uma venda sobre os olhos, uma mordaça a paralisar a respiração. (...)"

(Annie Besant - A Vida Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 13)


domingo, 2 de fevereiro de 2014

CLAREZA ESPIRITUAL

"Aquele pelo qual Brahman não é conhecido, O conhece;
mas aquele pelo qual ELE é conhecido não O conhece. ELE não é conhecido
por aqueles que O conhecem; ELE é conhecido por aqueles que não O conhecem.

Devemos notar que a condição de desconhecimento não é um estado de inércia. A consciência de não conhecer surge no despertar de todo o conhecimento que a mente adquiriu. A mente que sabe o que é explicado, mas não é ciente daquilo que permaneceu inexplicável, é uma mente ignorante. Em tal mente surge a vaidade do falso conhecimento. Uma vez que aquilo que é explicado não pode jogar luz naquilo que permaneceu não-explicado, o homem de dito conhecimento é destituído de verdadeiro conhecimento. O verso acima diz – e acertadamente – que aquele que diz que conhece, não conhece, enquanto que aquele que diz que não conhece, realmente conhece, pois ele conhece a falsidade de seu próprio conhecimento. Tendo examinado o que é explicado e tendo se tornado consciente do que permaneceu inexplicável, o investigador declara que não conhece. Quando o inexplicável não pode ser proclamado em termos do explicado, então realmente, o investigador, com toda honestidade, deve afirmar que de fato não conhece. A mente que pode declarar que não sabe está, por essa própria declaração, no limiar do conhecimento. A sabedoria inicia onde a mente se torna consciente da falsidade do conhecimento que adquiriu. A mente aberta é aquela que é consciente do que o conhecimento explicou e ao mesmo tempo ciente do que o conhecimento não explicou."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 40)