OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 26 de janeiro de 2014

POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (3ª PARTE)

"(...) Os ensinamentos da sabedoria perene fornecem uma indicação de como poderemos abordar esse problema. Eles descrevem o processo por meio do qual todas as coisas vêm à existência. Dito simplesmente, existe o espírito, a vida una, que se reveste de camadas cada vez mais densas de 'matéria', onde cada camada sucessiva serve como veículo para a expressão da camada prévia, menos material. Somos compostos de um todo que inclui desde o espírito mais elevado à matéria mais grosseira. Aquilo que descrevemos como nossas personalidades - a combinação dos corpos físico, emocional e mental - são os veículos mais densos do espírito oculto.

Uma variedade de termos tem sido usada para identificar esses diferentes veículos de consciência - koshas, princípios, planos, campos e até mesmo 'corpos'. Na terminologia teosófica temos a progressão atma (o espírito universal), budhi (mente ou alma universal) e manas (a faculdade mental do homem). A ideia principal é que esse processo tem seu princípio e fim no espírito - na vida una.

Assim, por que não conseguimos progredir? Um das razões foi expressa de diversas maneiras pelas tradições espirituais, e também na sabedoria dos ditados populares: 'quem não chora não mama', isto é, a voz mais alta será ouvida e atendida. No nosso caso, essa voz é o clamor dos desejos e pensamentos, constantemente pedindo para serem ouvidos e satisfeitos. O termo técnico usado para designar essa dimensão da consciência humana é kama-manas, a mente do desejo. Muito embora as dimensões mais poderosas do nosso ser estejam fora dessa estreita faixa de consciência, estamos habituados a servir às vontades dessa mente desejosa, que, por sua própria natureza, continuamente nos coloca em conflito com inúmeras outras pessoas, cujos diferentes desejos parecem competir com os nossos.

H.P. Blavatsky, no livro A Doutrina Secreta, coloca o dedo no problema e em sua solução: 'Em qualquer que seja o plano que nossa consciência esteja atuando, tanto nós quanto as coisas pertencentes a esse plano somos, sob as condições do momento, as únicas realidades. À medida que crescemos na escala de desenvolvimento, percebemos que nos estágios pelos quais passamos confundíamos as sombras com a realidade; o progresso ascendente do ego é uma série de despertares progressivos, cada avanço trazendo consigo a ideia de que agora, finalmente, alcançamos a 'realidade'; mas somente quando tivermos alcançado a consciência absoluta, e nela fundido a nossa própria consciência, estaremos livres das ilusões. (...)" 

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 35)

sábado, 25 de janeiro de 2014

UPANIXADE KENA

"Os Upanixades representam uma investigação – uma profunda investigação - da mente humana sobre os problemas fundamentais da existência. Seguem o método do discurso e da discussão no qual o Instrutor e o estudante exploram juntos os temas da investigação. Em nenhum lugar dos Upanixades o Instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para que façam tantas perguntas quanto possível, e quando as respostas são completamente satisfatórias, os estudantes não deixam de fazer mais perguntas para clarear pontos de investigação. A menos que compreendamos esse íntimo relacionamento entre Instrutor e o estudante, não entraremos no espírito do ensinamento upanixádico. Um estado de investigação constitui uma condição saudável da mente humana. Mas aqui precisamos fazer uma distinção entre investigação e curiosidade. Não é preciso dizer que a curiosidade surge de uma mente superficial. A investigação, por outro lado, emerge das profundezas da consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa fundamentalmente com três questões: Como, Porque e O quê. Toda investigação científica, seja cobrindo as ciências físicas ou ocultas, relaciona-se com a questão: Como. (...) A filosofia tem sua investigação voltada para uma direção diferente, pois está interessada em conhecer por que as coisas ocorrem de uma maneira particular. Mas o Misticismo ou a experiência religiosa não se satisfaz meramente com o Como e Porquê, ele quer descobrir O que está por trás de todos os padrões e motivações do comportamento. No Upanixade Kena, a principal pergunta em discussão é: O que impele e motiva os modos e padrões particulares da ação?"

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 33)


POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (2ª PARTE)

"(...) Não faz muito tempo, enquanto limpava o terreno ao redor da minha casa, algo caiu no meu olho. Fiz tudo que pude para desalojá-lo. Não tinha ideia do que era, mas sabia que era grande. Honestamente, eu sentia como se um pedregulho tivesse entrado no meu olho. Depois de um dia e uma noite de constante desconforto, fui ao oftalmologista. Sentei-me em sua cadeira, ele colocou o foco de luz no meu olho, virou a pálpebra para trás e removeu o objeto ofensor.

O alívio foi imediato, Durante as vinte e quatro horas precedentes eu havia executado minhas tarefas normais, feito o possível para lhes dar a atenção devida, mas o tempo todo meus pensamentos estavam centrados no desconforto pulsante no meu olho. Quando pedi ao médico para me mostrar a partícula, fiquei atônito com o tamanho. Não era maior do que o ponto no final dessa oração. 

Posteriormente, quando pensei a respeito, toda a coisa pareceu-me incongruente. A partícula, que quase precisava de uma lupa para ser vista, algo talvez com um milionésimo do tamanho do meu corpo, tinha tomado totalmente o campo da minha atenção. O desconforto físico exigido fixou minha atenção, primeiramente na dor e depois no modo de me livrar dela. Idealmente eu estava buscando uma cura, mas em curto prazo teria feito qualquer coisa para diminuir a dor ou para desviar minha tenção do sofrimento. 

Quando Buda despertou, a primeira das Quatro Nobres Verdades ensinadas foi a verdade do sofrimento. Ele expressa o fato de que viver no reino do corpo, da emoção e da mente necessariamente envolve sofrimento em muitos níveis, desde as dores físicas mais grosseiras à percepção sutil e penetrante de que nada é constante ou seguro. Durante sua vida, muitas vezes ele se referiu a si mesmo como médico, dizendo que seu trabalho era prescrever uma cura para a maioria dos males humanos básicos. De inúmeras maneiras ele ensinou que nossos métodos para nos afastarmos do sofrimento ou diminuir nossa sensibilidade a ela não apenas eram improdutivos, mas assegurou que a condição básica continuaria e até mesmo cresceria. (...)"

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ANIMAIS DOMÉSTICOS

"Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem.

O dever do homem para com seus animais domésticos é o de suavizar a sua natureza selvagem e implantar neles os atributos humanos do pensamento, do afeto e da dedicação. Portanto, enquanto o animal nos dá sua força, trabalhando para nós, devemos usar essa força com a finalidade de humanizá-lo, porque há de chegar o dia em que conseguirá ser um homem. Ao treinarmos um cão para desenvolver sua inteligência, não devemos fazê-lo de modo a reforçar seus instintos animais, como quando treinamos nossos cães para a caça. Um gato doméstico pode ser ‘um bom caçador de ratos’, mas não foi por essa razão que Deus o guiou para a família onde vive. Quando treinamos cavalos, não deveríamos procurar apenas desenvolver a velocidade para participarem de corridas; os serviços que eles nos prestam deveriam ser recompensados, pela tentativa de desenvolver neles as qualidades que contribuirão mais para sua evolução em direção à humanidade do que a velocidade.

O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo seu caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática – Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 22/23)


POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (1ª PARTE)

"Recentemente descobri que estava a me questionar. O âmago da pergunta era algo como: 'por que continuamos a repetir esses mesmos erros?', ou 'quando finalmente aprenderemos?', ou, nas famosas palavras do falecido Rodney King, 'por que não conseguimos progredir?' O catalisador para essa linha de pensamento não é algum evento recente ou algum desalento sobre a condição do mundo. É apenas uma daquelas perguntas persistentes que reemergem de tempos em tempos. Escolhamos um dia, qualquer dia; olhemos à nossa volta e vejamos se não é uma pergunta pertinente a se considerar. Quer sejam as notícias do mundo, o escritório ou o lar, se de fato olhamos para a situação, veremos que há algo a ser feito. 

Qualquer pai ou mãe que tenha um filho pequeno pode dizer que a linha de inquirição do 'por que' é desafiadora. Quando se persiste nela, pode nos levar à porta do desconhecido. O porquê do céu ser azul, das moléculas da atmosfera da Terra dispersarem as ondas azuis mais do que o restante do espectro, da natureza do oxigênio e do hidrogênio absorverem as outras ondas - essas indagações levam a uma de duas respostas terminativas: ou 'eu não sei' ou 'foi Deus quem fez assim, e não me faça mais perguntas!'.

Como acontece com muitas outras coisas, talvez não sejam as respostas específicas que são valiosas, mas o processo de exploração e abertura que surge com o questionamento. (...) Nas palavras do poeta Robert Browning, 'o alcance de um homem deve ir além do alcance de seu braço, ou para que servirá o céu?'. 

A nossa busca pelo conhecimento começa com uma suposição - a de que é possível conhecer. Isso é realmente mais profundo do que uma mera suposição. Em algum lugar dentro de nós existe uma percepção intuitiva, incontestável, de que todo o conhecimento está disponível. (...)"

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)