OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 25 de janeiro de 2014

UPANIXADE KENA

"Os Upanixades representam uma investigação – uma profunda investigação - da mente humana sobre os problemas fundamentais da existência. Seguem o método do discurso e da discussão no qual o Instrutor e o estudante exploram juntos os temas da investigação. Em nenhum lugar dos Upanixades o Instrutor fala com um ar definitivo, ele encoraja seus alunos para que façam tantas perguntas quanto possível, e quando as respostas são completamente satisfatórias, os estudantes não deixam de fazer mais perguntas para clarear pontos de investigação. A menos que compreendamos esse íntimo relacionamento entre Instrutor e o estudante, não entraremos no espírito do ensinamento upanixádico. Um estado de investigação constitui uma condição saudável da mente humana. Mas aqui precisamos fazer uma distinção entre investigação e curiosidade. Não é preciso dizer que a curiosidade surge de uma mente superficial. A investigação, por outro lado, emerge das profundezas da consciência humana. Uma investigação profunda se ocupa fundamentalmente com três questões: Como, Porque e O quê. Toda investigação científica, seja cobrindo as ciências físicas ou ocultas, relaciona-se com a questão: Como. (...) A filosofia tem sua investigação voltada para uma direção diferente, pois está interessada em conhecer por que as coisas ocorrem de uma maneira particular. Mas o Misticismo ou a experiência religiosa não se satisfaz meramente com o Como e Porquê, ele quer descobrir O que está por trás de todos os padrões e motivações do comportamento. No Upanixade Kena, a principal pergunta em discussão é: O que impele e motiva os modos e padrões particulares da ação?"

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 33)


POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (2ª PARTE)

"(...) Não faz muito tempo, enquanto limpava o terreno ao redor da minha casa, algo caiu no meu olho. Fiz tudo que pude para desalojá-lo. Não tinha ideia do que era, mas sabia que era grande. Honestamente, eu sentia como se um pedregulho tivesse entrado no meu olho. Depois de um dia e uma noite de constante desconforto, fui ao oftalmologista. Sentei-me em sua cadeira, ele colocou o foco de luz no meu olho, virou a pálpebra para trás e removeu o objeto ofensor.

O alívio foi imediato, Durante as vinte e quatro horas precedentes eu havia executado minhas tarefas normais, feito o possível para lhes dar a atenção devida, mas o tempo todo meus pensamentos estavam centrados no desconforto pulsante no meu olho. Quando pedi ao médico para me mostrar a partícula, fiquei atônito com o tamanho. Não era maior do que o ponto no final dessa oração. 

Posteriormente, quando pensei a respeito, toda a coisa pareceu-me incongruente. A partícula, que quase precisava de uma lupa para ser vista, algo talvez com um milionésimo do tamanho do meu corpo, tinha tomado totalmente o campo da minha atenção. O desconforto físico exigido fixou minha atenção, primeiramente na dor e depois no modo de me livrar dela. Idealmente eu estava buscando uma cura, mas em curto prazo teria feito qualquer coisa para diminuir a dor ou para desviar minha tenção do sofrimento. 

Quando Buda despertou, a primeira das Quatro Nobres Verdades ensinadas foi a verdade do sofrimento. Ele expressa o fato de que viver no reino do corpo, da emoção e da mente necessariamente envolve sofrimento em muitos níveis, desde as dores físicas mais grosseiras à percepção sutil e penetrante de que nada é constante ou seguro. Durante sua vida, muitas vezes ele se referiu a si mesmo como médico, dizendo que seu trabalho era prescrever uma cura para a maioria dos males humanos básicos. De inúmeras maneiras ele ensinou que nossos métodos para nos afastarmos do sofrimento ou diminuir nossa sensibilidade a ela não apenas eram improdutivos, mas assegurou que a condição básica continuaria e até mesmo cresceria. (...)"

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ANIMAIS DOMÉSTICOS

"Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem.

O dever do homem para com seus animais domésticos é o de suavizar a sua natureza selvagem e implantar neles os atributos humanos do pensamento, do afeto e da dedicação. Portanto, enquanto o animal nos dá sua força, trabalhando para nós, devemos usar essa força com a finalidade de humanizá-lo, porque há de chegar o dia em que conseguirá ser um homem. Ao treinarmos um cão para desenvolver sua inteligência, não devemos fazê-lo de modo a reforçar seus instintos animais, como quando treinamos nossos cães para a caça. Um gato doméstico pode ser ‘um bom caçador de ratos’, mas não foi por essa razão que Deus o guiou para a família onde vive. Quando treinamos cavalos, não deveríamos procurar apenas desenvolver a velocidade para participarem de corridas; os serviços que eles nos prestam deveriam ser recompensados, pela tentativa de desenvolver neles as qualidades que contribuirão mais para sua evolução em direção à humanidade do que a velocidade.

O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo seu caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática – Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 22/23)


POR QUE REPETIR OS MESMOS ERROS (1ª PARTE)

"Recentemente descobri que estava a me questionar. O âmago da pergunta era algo como: 'por que continuamos a repetir esses mesmos erros?', ou 'quando finalmente aprenderemos?', ou, nas famosas palavras do falecido Rodney King, 'por que não conseguimos progredir?' O catalisador para essa linha de pensamento não é algum evento recente ou algum desalento sobre a condição do mundo. É apenas uma daquelas perguntas persistentes que reemergem de tempos em tempos. Escolhamos um dia, qualquer dia; olhemos à nossa volta e vejamos se não é uma pergunta pertinente a se considerar. Quer sejam as notícias do mundo, o escritório ou o lar, se de fato olhamos para a situação, veremos que há algo a ser feito. 

Qualquer pai ou mãe que tenha um filho pequeno pode dizer que a linha de inquirição do 'por que' é desafiadora. Quando se persiste nela, pode nos levar à porta do desconhecido. O porquê do céu ser azul, das moléculas da atmosfera da Terra dispersarem as ondas azuis mais do que o restante do espectro, da natureza do oxigênio e do hidrogênio absorverem as outras ondas - essas indagações levam a uma de duas respostas terminativas: ou 'eu não sei' ou 'foi Deus quem fez assim, e não me faça mais perguntas!'.

Como acontece com muitas outras coisas, talvez não sejam as respostas específicas que são valiosas, mas o processo de exploração e abertura que surge com o questionamento. (...) Nas palavras do poeta Robert Browning, 'o alcance de um homem deve ir além do alcance de seu braço, ou para que servirá o céu?'. 

A nossa busca pelo conhecimento começa com uma suposição - a de que é possível conhecer. Isso é realmente mais profundo do que uma mera suposição. Em algum lugar dentro de nós existe uma percepção intuitiva, incontestável, de que todo o conhecimento está disponível. (...)"

(Tim Boyd - Revista Sophia, Ano 11, nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 32)


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

VÉUS DA IMANÊNCIA

“A face do Real está coberta

Com um véu dourado

Que tu Oh Pushan descubras

Que eu, devotado à verdade, possa ver.

De acordo com o verso acima, a experiência espiritual é um processo de descoberta. A Verdade ou Realidade foi encoberta. Existe véu após véu de manifestação cobrindo a Face da Verdade. Brahman ou a Realidade está na nossa frente, mas não podemos vê-La porque uma tela está encobrindo-A. Ao remover o véu, que é um processo negativo, vem a experiência intensamente positiva da percepção direta da Face de Brahman. E, por estranho que pareça, a Realidade está coberta com um véu dourado. O véu dourado tanto nos fascina e atrai que não estamos dispostos a removê-lo. Mas quem colocou esse véu dourado sobre a Face da Verdade? O véu foi na verdade lançado pelo pensamento, e o pensamento o teceu com o belo material que lhe foi suprido por sua própria experiência acumulada. O pensamento naturalmente lançou mão do melhor material disponível, ele crivou o véu com ouro e prata, com todas as joias que pôde encontrar em seu próprio depósito de riquezas. Mas o véu do pensamento precisa ser feito com material trazido do reino da continuidade. É essa tela de continuidade lançada pelo pensamento que oculta a face do Real que é para sempre Atemporal e, portanto, está fora do curso de continuidade da mente. Quando o véu das projeções da mente é removido, então aparece em toda sua majestade o Espírito Supremo."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 30/31)