OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A PAZ NA VISÃO BUDISTA

"Durante a vida de Buda viveu também um assassino chamado Angulimala, ou ‘colar de polegares’. Ele era conhecido por esse nome porque de cada uma de suas vítimas arrancava um polegar, que usava num cordão em volta do pescoço.

Buda ouviu falar de Angulimala e decidiu trazê-lo para o caminho da paz. Nessa época dizia-se que Angulimala roubara e matara quase mil pessoas, e que seu colar continha 999 polegares humanos.

Para encontrar Angulimala face a face, Buda seguiu sozinho e a pé através da floresta onde se acreditava que o perigoso criminoso se escondia. Angulimala o viu aproximar-se. Ele saltou por detrás de Buda com um porrete na mão e tentou atingi-lo. O sábio, no entanto, tinha antecipado o movimento e destramente evitou o golpe. O ataque continuou durante longo tempo, mas Buda permaneceu destemido, com os olhos fixos no atacante, mantendo-se o tempo todo fora do seu alcance.

Finalmente Angulimala ficou tão exausto que caiu ao chão. Buda sentou-se ao seu lado, colocou a mão amorosamente no seu ombro e lhe falou de maneira consoladora. O aturdido criminoso começou a chorar violentamente, pois jamais alguém mostrara amor por ele antes. Eles permaneceram sentados durante horas, o corpo de Angulimala tremendo com soluços incontroláveis.

Essa experiência de compaixão transformou o criminoso completamente. Ele pediu a Buda que lhe ordenasse monge e que lhe permitisse viver com a comunidade Sangha. O Buda aceitou. Angulimala adotou as práticas de meditação e autopurificação."

(Glenn H. Mullin - A paz na visão budista - Revista Sophia, nº 26 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 39)


UMA MENTE LIVRE

"A criança cresce apegada a seus pais; cresce numa família e numa certa sociedade. Ela chama isso de ‘minha casa, minha religião, minha família’, e sente-se segura. Esse é um processo natural, mas que cerceia o pensamento, porque está o tempo inteiro preocupado em assegurar o lucro, em beneficiar a mim e àquilo que chamo de meu, que é a essência do processo egoico.
  
Consigo ver o perigo dessa armadilha? Se não consigo, meu processo mental não mais é livre para investigar; ele está o tempo todo buscando justificar o ‘eu’ e o ‘meu’. Isso significa que, enquanto estou buscando lucro ou satisfação, não estou buscando a verdade. Portanto, embora seja muito fácil dizer ‘sou um buscador da verdade’, estamos, de uma forma ou de outra, apenas buscando satisfação.

Poderá a paixão pelo aprendizado ser tão forte que consiga superar o instinto de buscar o prazer e evitar a dor? A verdade pode ferir. Ela sempre vem com uma revelação, com uma desilusão. Para alguém que vive numa ilusão confortável, a verdade choca. A não ser que desejemos enfrentar a dor psicológica, e talvez também a dor física, não podemos seriamente dizer que estamos em busca da verdade.

A mente diz que ‘tudo isso tem sentido para Buda, eu não sou um Buda, eu sou um homem comum’, e assim continua. Mas, se continuarmos assim, não temos o direito de reclamar da violência nem das guerras, porque tudo isso é consequência do modo egoísta de viver. Perceber isso é perceber também que toda desordem e toda divisão resultam da ilusão."

(P. Krishna - Novas Maneiras de ver o Mundo - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 09)

     

domingo, 19 de janeiro de 2014

CONHECE-TE A TI MESMO

"O antigo ditado grego Gnothi seauton, conhece-te a ti mesmo, é um excelente conselho. O autoconhecimento é absolutamente necessário a qualquer candidato a progresso, porém, precisamos tomar muito cuidado para que esse autoexame não degenere em introspecção mórbida, como frequentemente acontece com alguns de nossos melhores estudantes. Muitas pessoas preocupam-se, com receio de estarem ‘recuando’ sem saber, como elas dizem. Caso conhecessem um pouco melhor o método da evolução, veriam que ninguém pode recuar quando a corrente toda está movendo-se constantemente para a frente. 

A correnteza de um rio forma redemoinhos por trás das pedras, onde a água gira em torno de um ponto e, por um momento, parte dela move-se para trás, mas toda massa d’água, incluindo os redemoinhos, está sendo arrastada pela correnteza. Assim, aquela água do redemoinho que aparentemente desliza para trás em relação ao resto da corrente está sendo levada para frente junto com toda a água. Até mesmo as pessoas que nada fazem por sua evolução e deixam as coisas seguirem à deriva estão gradualmente evoluindo, pois a força irresistível do Logos pressiona-as continuamente para a frente, mas se movem tão lentamente que passarão por milhões de anos de encarnações, transtornos e inutilidades para conseguirem dar um simples passo."

(C. W. Leadbeater -  A Vida Interna – Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 119)


NERVOSISMO

"Aquele que é naturalmente calmo não perde seu sentido de raciocínio, de justiça ou de humor, sejam quais forem as circunstâncias. (...) Ele não envenena os tecidos de seu corpo com ira ou temor, que afetam a circulação de maneira adversas. É fato comprovado que o leite da mãe enraivecida pode ter efeitos perniciosos em seu filho. Que prova mais contundente poderíamos querer de que emoções violentas acabam por reduzir o corpo a uma ruína ignominiosa?

Demorar-se, com indulgência, em pensamentos de medo, raiva, melancolia, remorso, inveja, tristeza, ódio, descontentamento e preocupação, o tempo todo, e a falta de condições para uma vida normal e feliz - tais como alimentação correta, exercícios adequados, ar puro, sol, trabalho agradável e uma profissão na vida - originam moléstias nervosas.

Se ligarmos uma lâmpada de 120 volts numa linha de 2.000 volts, ela se queimará imediatamente. Analogamente, o sistema nervoso não foi feito para suportar a força destrutiva da emoção intensa ou de persistentes pensamentos e sentimentos negativos. O nervosismo pode, no entanto ser curado. O paciente precisa estar disposto a analisar sua moléstia e eliminar as emoções desintegradoras e os pensamentos negativos que, pouco a pouco, o estão destruindo. A análise objetiva dos problemas da própria pessoa e a manutenção da calma em todas as situações da vida curarão o caso mais crônico de nervosismo. (...) A vítima do nervosismo precisa compreender seu próprio caso e refletir sobre o erro consistente do seu modo de pensar, que é responsável pelo seu desajustamento à vida.

Em vez de se afobar, num estado de excitação emocional, para chegar a algum lugar e depois ser incapaz de apreciá-lo quando chega, porque está agitado, procure ser mais tranquilo. (...) Tão logo sua mente se torne inquieta, dê-lhe um safanão com sua vontade e ordene-lhe que se acalme.

A excitação perturba o equilíbrio nervoso, enviando energia excessiva a algumas partes do corpo em detrimento de outras, que não recebem sua quota normal. na distribuição adequada da força nervosa é a causa única do nervosismo. Um corpo relaxado e calmo é um convite à paz mental."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 83/85)
http://www.omnisciencia.com.br/onde-existe-luz.html


sábado, 18 de janeiro de 2014

O CERIMONIAL

"A linha do cerimonial é uma linha ao longo da qual chegam muitas pessoas, mas é preciso compreender, naturalmente, que nenhum cerimonial religioso, seja ele qual for, é, na verdade, essencial, e o homem que deseja ingressar no Caminho da Santidade precisa compreendê-lo em sua plenitude e lançar de si a crença na necessidade das cerimônias, como um dos grilhões que o retêm afastado do nirvana. Isso não quer dizer que as cerimônias não sejam, às vezes, eficazes para produzir os resultados que se pretendem, senão que nunca são realmente necessárias a nenhum deles, e que o candidato a um progresso mais elevado precisa aprender a dispensá-las. A linha do cerimonial é uma estrada fácil para determinado tipo de pessoas, para as quais se revela efetivamente útil e inspiradora; há, contudo, outro tipo de homens para os quais o cerimonial é sempre um obstáculo entre eles e as divindades que desejam alcançar. 

No Cristianismo, a linha do cerimonial é a designada pelo seu fundador, através da qual deve operar a sua magia. A consagração da hóstia, por exemplo, é um meio graças ao qual a força espiritual se derrama sobre as pessoas. Existe, frequentemente, vasta quantidade de sentimento devoto no momento da consagração, e a operação da magia é ajudade por ele, muito embora não dependa dele. Os devotos recebem indiscutivelmente mais porque trazem consigo mesmos uma faculdade adicional de recepção. Por outro lado, existe sempre a probabilidade de que a devoção ignorante degenere em superstição. (...) Devemos lembrar-nos também de que, na História, costumamos ouvir muitas alusões aos piores efeitos do entusiasmo religioso, ao mesmo tempo que o bom e firme progresso de muitos milhares de pessoas sob a sua influência causa escassa impressão."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 79/80)