OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O BUDISMO E A MEDICINA (PARTE FINAL)

"(...) Para o Budismo, o que obscurece e impede a perfeição da mente humana são os kleshas, os ‘obscurecimentos’ mentais produzidos por emoções aflitivas, corrupções, distorções mentais, emoções negativas e conceitos perturbadores. Pode-se definir os kleshas como fatores que produzem confusão psíquica e descontrole. Esses fatores estão associados a hábitos reativos e emotivos complexos e são considerados a raiz psíquica das enfermidades.

Segundo a tradição existem milhares de kleshas, mas todos eles podem ser condensados nos chamados ‘três venenos’: confusão, apego e aversão, que são fruto da ignorância e do não percebimento da realidade. Esses três venenos nascem da falsa noção do dualismo sujeito-objeto e do conceito de um eu permanentemente separado do todo. Essa falsa noção é vista como a ignorância fundamental, origem de todas as demais.

Quando Buda ensinou as quatro Nobres Verdades, ele mostrou que a causa das moléstias é a ignorância, que produz o desejo e o ódio. Todas as 84.000 corrupções específicas descritas por Buda podem ser resumidas nos ‘três venenos’. O remédio para esses venenos é o triplo adestramento que leva ao caminho do dharma. A moral cura o desejo, a cobiça e a luxúria, e utiliza como meio de tratamento a meditação sobre a fealdade e a repulsa do objeto de atração. A concentração cura a raiva, o ódio e a aversão, utilizando a meditação regular sobre a compaixão. A sabedoria cura a ignorância por meio da meditação sobre a interdependência de todas as coisas e de todos os seres.

De todas essas, o mais importante é desenvolver a sabedoria (prajna), capaz de atacar o veneno radical da ignorância, do qual derivam todos os outros venenos. Por isso se afirma que a sabedoria é o remédio final que cura todas as doenças e todas as dores. (...)"

(Marcio Bontempo - O Budismo e a Medicina - Revista Sophia, Ano 7, nº 27, p. 11/12)


domingo, 12 de janeiro de 2014

A TEOSOFIA NA CIÊNCIA

"A Teosofia, que estuda sem cessar os fatos do Universo, não é outra coisa que a continuação da ciência. Entretanto, a diferença entre uma e outra é que a Teosofia dispõe de um maior número de fatos em que se basear, e mostra também como o indivíduo pode descobrir por ele mesmo a diagonal da vida, que é a verdadeira filosofia da conduta. Os fatos da Teosofia foram recolhidos exatamente do mesmo modo como o geólogo ou o físico reúne os seus, isto é, por meio de uma faculdade de observação cuidadosamente formada, que leva à indução e à dedução, comprovados repetidamente em cada novo fato observado. A Teosofia possui a tradição de uma antiga Sabedoria cuidadosamente construída, de acordo com o método já citado, por grandes Inteligências científicas, denominadas Mestres de Sabedoria; e são justamente seus conhecimentos científicos os proclamados pela Teosofia Moderna. O ponto principal, que distingue esta ciência antiga da moderna, é a conclusão, deduzida dos fatos observados pelos antigos cientistas, de que o processo evolutivo consiste num duplo desenvolvimento de vida e forma. Cada objeto, além da forma que aparece ter, está animado de uma vida que mantém a matéria nessa forma, mas é capaz de ter uma existência independente, uma vez ocorrida a dissolução da matéria. Esta vida pode apenas aparentar as características da vida, tal como um pedaço de mineral ou pode mostrar os primeiros germes do que chamamos vida, como um fungo. Assim como a ciência nos mostra uma magnífica escada na evolução da forma, a Teosofia nos mostra que existe uma escada semelhante na evolução da vida e da consciência, que principia no átomo e atinge o Criador do Universo. Os Mestres de Sabedoria opuseram ao alcance da observação científica os mundos invisíveis, cujos limites alguns cientistas modernos estão agora começando a atingir, em várias de suas experiências."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 62/64)


O BUDISMO E A MEDICINA (1ª PARTE)

"O budismo que o Ocidente conhece é apenas o Budismo chamado ‘clássico’, que surgiu a partir de Sakyamuni; porém, antes dele houve muitos budas e, até a redenção final da humanidade, haverá muitos outros. Os budas formam uma linhagem e o seu surgimento obedece a certos ciclos, ligados a um complexo metabolismo cósmico.

O budismo clássico divide-se em Hinayana, ou ‘veículo comum’ e Mahayana, ou ‘veículo maior’. O Vajrayana, ou ‘veículo do diamante’, é um desdobramento posterior do Mahayana e surgiu conjuntamente com o desenvolvimento do Tantra. O Budismo do Tibete é uma combinação dos três veículos.

O Vajrayana ensina que a verdadeira natureza do ser é idêntica à do Buda primordial, mas, em virtude de obscurecimentos, o homem se esquece disso e assim vaga em samsara (a roda de nascimentos e mortes), produzindo doenças e sofrimentos. Com o propósito de transmitir a verdade aos incapazes de percebê-la por si mesmo, o Buda primordial, por compaixão, aparece por meio de inumeráveis manifestações, em todos os reinos e em todos os níveis.

Segundo o Budismo, a iluminação é possível por meio da compreensão absoluta e direta do vazio (sunyata) e da pureza primordial da natureza do Buda. (...)

Mas o Budismo influenciou profundamente tanto a medicina tibetana quanto medicina indiana, estabelecendo um extraordinário conceito de cura. (...)"

(Marcio Bontempo - O Budismo e a Medicina - Revista Sophia, Ano 7, nº 27 - p. 10)


sábado, 11 de janeiro de 2014

A SABEDORIA É O CINZEL E O AMOR É A LIXA

"As melhores ferramentas para tornar sua vida uma bela e nobre peça de mobília psicológica são o cinzel da sabedoria e a lixa do amor. O ser humano necessita do intelecto, mas este precisa ser temperado com amor. Quando se faz uma peça de mobiliário, é necessário lixar bem para suavizar as arestas, ou o móvel continuará áspero. O amor é a lixa que aplaina o intelecto e suaviza a aspereza da inteligência.

Não se torne uma antiguidade psicológica sem valor. Em vez disso, sempre que se olhar no espelho, especialmente no espelho da introspecção, pergunte a si mesmo: 'Estou desenvolvendo hábitos mais saudáveis? Estou sendo mais positivo? Estou dando sorrisos mais sinceros, vindos do coração? Estou melhorando a cada dia?' Empenhe-se em ser um móvel psicológico espiritual, que será usado para decorar o reino de Deus. Você não apreciaria isso? Alguns móveis são tão lindos que não precisam de mais nada. Seja você também uma peça perfeita de mobília psicológica, que não precisa de mais melhorias. Dia virá em que você se unirá a Deus. Todos os grandes santos que já vieram à Terra cinzelaram a vida com sabedoria, amor e meditação, até serem móveis psicológicos espirituais perfeitos, que serão úteis à humanidade para sempre e decorarão o reino de Deus pela eternidade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 152)


ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"Porém, a maioria das pessoas permanece temerosa e geralmente tenta reduzir o terror do desconhecido fingindo que ele é conhecido. Aqueles com ‘mente religiosa’ estão aptos a dar forma concreta a Deus e a inventar imagens com características humanas. De modo geral, a religião organizada tem explorado as pessoas e as mantido temerosas – da morte, da existência pós-morte e assim por diante. As autoridades da Igreja gostam que as pessoas sejam dependentes, em vez de encorajá-las a se transformar e a dar o salto da consciência finita para o oceano da infinitude.

O finito, o concreto, o conhecido e o cognoscível produzem segurança psicológica não apenas para aqueles que são temerosos porque são ignorantes, mas também para aqueles que acumulam conhecimento, inclusive cientistas e ateus que zombam daqueles que creem. Também eles se aferram à segurança familiar dos mapas por eles mesmos desenhados. Eles também são perturbados por qualquer desafio às suas certezas, vindo de especulações sutis ou não convencionais. (...)

A ciência tem, de fato, auxiliado o progresso da humanidade, liberando-a, até certo ponto, da influência repressora das crenças e superstições que compõem a religião convencional. Agora ela está começando também a ir além das posições rígidas do pensamento materialista, podendo, assim, ajudar as pessoas a se livrar das falsas metas que acompanham esse pensamento.(...)

As mentes que acreditam apenas na razão podem não estar na melhor condição para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que as pessoas puras e simples podem muitas vezes perceber o sagrado e intuir a verdade mais facilmente que os mais bem dotados intelectualmente. Existe um modo de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus) que é suprarracional. (...)

A verdade é acessível àquele que tem o coração puro e a mente aberta, não às mentes que buscam segurança no conhecido, seja um dogma religioso ou uma teoria científica. Quem deseja conhecer a verdade deve aprender a se livrar do medo e a olhar o mundo com profunda admiração e humildade. A beleza está em toda a parte à nossa volta, nas árvores floridas, na mudança das estações, no movimento incessante do oceano, na complexidade dos relacionamentos."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)