OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 11 de janeiro de 2014

ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"Porém, a maioria das pessoas permanece temerosa e geralmente tenta reduzir o terror do desconhecido fingindo que ele é conhecido. Aqueles com ‘mente religiosa’ estão aptos a dar forma concreta a Deus e a inventar imagens com características humanas. De modo geral, a religião organizada tem explorado as pessoas e as mantido temerosas – da morte, da existência pós-morte e assim por diante. As autoridades da Igreja gostam que as pessoas sejam dependentes, em vez de encorajá-las a se transformar e a dar o salto da consciência finita para o oceano da infinitude.

O finito, o concreto, o conhecido e o cognoscível produzem segurança psicológica não apenas para aqueles que são temerosos porque são ignorantes, mas também para aqueles que acumulam conhecimento, inclusive cientistas e ateus que zombam daqueles que creem. Também eles se aferram à segurança familiar dos mapas por eles mesmos desenhados. Eles também são perturbados por qualquer desafio às suas certezas, vindo de especulações sutis ou não convencionais. (...)

A ciência tem, de fato, auxiliado o progresso da humanidade, liberando-a, até certo ponto, da influência repressora das crenças e superstições que compõem a religião convencional. Agora ela está começando também a ir além das posições rígidas do pensamento materialista, podendo, assim, ajudar as pessoas a se livrar das falsas metas que acompanham esse pensamento.(...)

As mentes que acreditam apenas na razão podem não estar na melhor condição para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que as pessoas puras e simples podem muitas vezes perceber o sagrado e intuir a verdade mais facilmente que os mais bem dotados intelectualmente. Existe um modo de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus) que é suprarracional. (...)

A verdade é acessível àquele que tem o coração puro e a mente aberta, não às mentes que buscam segurança no conhecido, seja um dogma religioso ou uma teoria científica. Quem deseja conhecer a verdade deve aprender a se livrar do medo e a olhar o mundo com profunda admiração e humildade. A beleza está em toda a parte à nossa volta, nas árvores floridas, na mudança das estações, no movimento incessante do oceano, na complexidade dos relacionamentos."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A NATUREZA DA GRAÇA DE DEUS

"A graça de Deus é que doa a chuva como também a luz do sol. Você tem de praticar alguma disciplina (sadhana) para alcançá-la. A disciplina apropriada consiste em conservar um pote virado de boca para cima para recolher a chuva. Pratique a disciplina, que consiste em abrir a porta de seu coração tanto que o sol o possa iluminar. De igual forma, em torno de você há muita música, irradiada por algumas emissoras. Você precisa ligar o receptor e sintonizá-lo com a exata frequência de onda para poder recebê-la e desfrutá-la. Ore, pedindo a Graça, mas faça alguma coisa, pelo menos esta simples disciplina. A Graça retificará todas as coisas. Sua principal consequência é a autorrealização, mas há também outros benefícios incidentais, como uma vida feliz aqui embaixo e um temperamento friamente corajoso, mantido em equanimidade inabalável (santhi). O benefício principal de uma joia é a alegria pessoal de quem a possui, mas quando se gastou o último centavo em sua aquisição, pode-se vendê-la, e recomeçar a vida. E isso é o que podemos chamar uma vantagem incidental. A bananeira tem um cacho de frutas como sua principal doação, mas as folhas, o tenro miolo do tronco, o botão da flor são partes subsidiárias que também podem ser utilizadas proveitosamente.¹ Assim é a natureza da graça. Ela atende a uma variedade de necessidades."

¹ A culinária indiana os aproveita. As folhas servem de pratos em casas pobres, nos quais a comida é servida, e o tenro cerne do tronco é usado como alimento.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 29/30)


ONDE ESTÁ DEUS? (1ª PARTE)

"Para muitas pessoas o medo do desconhecido é a base da crença em Deus ou em deuses. Até que explicações científicas fossem encontradas, os mistérios cercavam vários fenômenos da natureza: trovões e relâmpagos pareciam ameaçadores, assim como a chegada das trevas após o por de sol e os eclipses do sol ou da lua. Deidades de vários tipos personificavam as forças da natureza ou simbolizavam o desconhecido no universo; as pessoas acreditavam que esses deuses ou deusas deviam ser aplacados.

Com o avanço do conhecimento, muitos aparentes mistérios foram resolvidos. A ciência começou a se desenvolver no mundo antigo por meio do estudo das leis da natureza e das conexões entre elas. Nas civilizações indiana, chinesa, egípcia e caldeia, entre outras, astrologia e astronomia eram uma só ciência e tinham um papel importante na explicação dos fenômenos naturais, levando racionalidade a mentes temerosas.

Outros aspectos da natureza foram também investigados, como, por exemplo, as propriedades de plantas e minerais. Isso levou a um tal conhecimento da medicina, e a uma tal literatura sobre o tema, que até agora demonstra ser um armazém de novas descobertas.

Apesar de tudo isso, para a maioria das pessoas o desconhecido ainda permanece assustador; muitas coisas estão além da sondagem e da especulação humanas. Apenas poucas mentes perceptivas reconhecem que os reinos transcendentais e misteriosos da existência podem ser explorados subjetivamente quando se produzem mudanças na consciência. Assim que a percepção sutil e a visão mais clara são atingidas, a verdade de todas as coisas se revela pela experiência direta. (...)"

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, ano 7, nº 26 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

MUDANÇAS NECESSÁRIAS

"Em nossas vidas pessoais, bem como na comunidade que nos circunda, encontramos problemas contínuos. Há países nos quais há pouca ordem, pessoas lançam lixo em toda a parte. Isso é naturalmente um problema subsidiário, porque você pode remover o lixo e, no próximo dia, eles lançarão mais. É óbvio que o problema mais básico encontra-se na mentalidade. Se as pessoas compreendessem que aquilo que estão fazendo é tão desagradável para elas próprias como também para todos os demais, se vissem que se todos se comportassem exatamente como elas fazem, nada melhoraria; em outras palavras, se sua atitude mudasse, a situação exterior mudaria. Assim, chegamos a algo um pouco mais fundamental do que meramente remover o lixo. Se você for além, verificará que essa atitude é essencialmente autocentrada, e que este entendimento egocêntrico pode expressar-se em muitas outras formas além do descuido com o lixo. Se você tratar desse egocentrismo, não apenas esse problema, mas muitos outros serão também resolvidos.

Então, a causa fundamental, a fonte dos problemas, terá de ser identificada e solucionada. Somente isso traz uma mudança fundamental, com relação e forma de vida totalmente diferentes. (...)

Quando a condição interna mudar do egocentrismo para a compreensão da unidade, o mundo mudará."

(Radha Burnier - Regeneração Humana - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 23/24)


ALÉM DA MENTE PENSANTE (PARTE FINAL)

"(...) Existe uma energia vital que você pode sentir em todo o seu Ser, em cada célula do seu corpo, independentemente dos seus pensamentos. Nesse estado de consciência, se você precisar usar a mente para algum fim prático, ela estará presente. E a mente funciona muito bem quando a inteligência maior que é você se expressa através dela.

Talvez você não tenha se dado conta, mas aqueles breves períodos em que fica ‘consciente sem pensar’ já estão ocorrendo natural e espontaneamente em sua vida. Você pode estar fazendo algum trabalho manual, andando pela casa, aguardando o embarque num aeroporto e estar tão presente que a estática habitual do pensamento se interrompe e é substituída por um estado de alerta. (...)

Sinta-se à vontade com o ‘não saber’. Isso leva você para além da mente, pois ela está sempre querendo tirar conclusões e interpretar. A mente teme não saber. Assim, quando consegue ficar à vontade com o ‘não saber’, você já foi além da mente. Um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado.

Quando há um domínio completo da criação artística, dos esportes, da dança, do ensino, do aconselhamento, é sinal de que a mente pensante não está mais envolvida ou, no mínimo, está em segundo plano. Nessas áreas predominam uma força e uma inteligência que são maiores do que você e, ao mesmo tempo, fazem parte de você. Não existe mais um processo de decisão. As ações corretas acontecem espontaneamente, e não é ‘você’ quem as faz. Ter o domínio completo da vida é o contrário de condicioná-la. Você entra em sintonia com a consciência maior. É ela quem age, fala e faz o que é necessário. (...)

A Verdade nos leva muito além do que a mente é capaz de compreender. Nenhum pensamento pode conter toda a Verdade. No máximo, pode apontar para a Verdade dizendo, por exemplo: ‘Todas as coisas são intrinsecamente uma só.’ Essa é uma indicação, não uma explicação. Compreender essas palavras é sentir profundamente dentro de si mesmo a Verdade para a qual elas apontam."

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 21/23)