OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BUSCA PELO SUPREMO

"Os Upanishads afirmam que a realização do Atman produz uma mudança em nossa vida, e que não é possível comparar essa nova vida à nossa vida atual. A glória, a felicidade e a paz não são palavras vazias e sem sentido; expressam o estado de uma pessoa que alcançou a experiência espiritual. (...)

Um homem sem equilíbrio, cheio de orgulho e apegado ao mundo, não pode alcançar a realização. É necessário um espírito humilde para aceitar os conselhos do mestre e querer purificar a mente. Muito raramente temos consciência de nossos próprios defeitos. É preciso encontrá-los e corrigi-los. A purificação da mente produz uma modificação importante, que transforma o nosso modo de pensar.

Seguir os conselhos de um guru e as disciplinas da yoga torna tudo isso possível. A partir desse momento, a busca pelo Senhor Supremo é realizado com todo amor. Ao praticar o autocontrole e a meditação descobrimos nosso verdadeiro ‘eu’. Um dia alcançaremos a Realidade Suprema e saberemos que o Ser Supremo, e apenas Ele, dirige o mundo em sua totalidade."

(Swami Ritajananda - A Prática da Meditação - Ed. Lótus do Saber, São Paulo,2006 - p. XXVII)
www.lotusdosaber.com


A CURA PELA GENTILEZA (1ª PARTE)

"Se existe uma medida de espiritualidade observável em nosso relacionamento com as pessoas e com o mundo, é a gentileza amorosa. Se a humanidade se voltasse para a gentileza provavelmente auxiliaria a cura de doenças adquiridas ao se causar dano aos corpos físico, mental e emocional. Provavelmente não precisaríamos de instituições de saúde mental, onde os pacientes não sabem mais como ser gentis consigo mesmo. Se já tivessem experenciado a gentileza suficientemente, para que ela deixasse uma marca indelével em sua consciência, eles certamente teriam uma mente sã.

Gentileza é o resultado natural da unidade, de uma consciência de que aquilo que me cria e me constitui é a mesma vida em você e em todas as coisas. A vida em mim é a vida em você. Deus em mim é Deus em você. Deus não é menor no portador de deficiência ou no mendigo que pede esmolas.

Você já observou quando um amigo lhe ofende? Sua tendência é desviar o olhar, mas quando a pessoa não está por perto, a irritação se infiltra. Você quer manter o rancor, e por isso se mantém distante. Porém, tente olhar a pessoa nos olhos. A gentileza falará ao seu coração dizendo que este é o seu irmão. A dor que ele infligiu provavelmente é um momento de não reconhecimento da vida una, esse fio de vida que une toda a humanidade como uma família, como um organismo indivisível. Esse não reconhecimento ocorre porque nossa visão interior às vezes fica turva, quando nossas necessidades pessoais nos oprimem. 

Gentileza não é condescendência. Não sou forçado a ser gentil porque levo vantagem sobre você. Sou gentil porque aquilo que eu sou você pode se tornar. Somos iguais. Esse tipo de gentileza responsabiliza aqueles que esqueceram sua força interior. Deixemos a face de nosso Deus na porta de nossos templos, porque o Cristo, o Maomé, o Buda que conhecemos não são reais; porque na verdade Deus simplesmente não tem um rosto ou um nome. Você consegue olhar para alguém em algum lugar e dizer, em seu coração, 'és Deus?' Se não colocarmos Deus numa caixinha, é mais fácil conhecê-lo. Mas, certamente, será difícil explicá-lo.Se digo que Deus é gentil e encontro alguém zangado, não consigo reconhecer Deus nessa pessoa; então, será difícil ser gentil. Gentilieza não significa apenas doar. É mais uma atitude de coração. Se você a possui, as pessoas irão senti-la, porque você se tornará uma presença benevolente. (...)"

(Gina Paraoan - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 37)


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A TEIA DOS APARENTES

"Enredados na teia dos aparentes - agora gemendo, depois desvairados de prazer - os imaturos vivem tentando evitar desencantos, desenganos, desilusões.

São os enganos suas frágeis seguranças. E é por isso que os desenganos lhes são dolorosos.

Os imaturos gostariam de sempre ficar enganados. As desilusões, que o sábio aproveita, a eles fazem sofrer.

Gostaria de que todo mundo descobrisse que desencanto quer dizer livrar-se de encantamentos frustradores; desilusão significa libertar-se das ilusões que nos desviam do caminho; desengano é o que evita que continuemos enganados.

Vale a pena pagar o preço.

Se eu pudesse, fundaria uma nova religião. Chamá-la-ia desilusionismo."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 109)


O MEDO (PARTE FINAL)

"Neste momento em que estou aqui sentado, não estou com medo; não tenho medo do presente, nada me está acontecendo, ninguém me está fazendo ameaças nem me tomando nada. Mas, além deste momento presente, uma camada mais profunda da mente está, consciente ou inconscientemente, a pensar no que poderá acontecer no futuro, ou a preocupar-se com algum fato passado que me possa prejudicar. Portanto, tenho medo do passado e do futuro. Dividi o tempo em passado e futuro. O pensamento interfere, dizendo ‘Tem cuidado, para que isso não torne a acontecer’, ou ‘Prepara-te para o futuro! O futuro pode ser perigoso. Agora tens alguma coisa, mas podes perdê-la. Podes morrer amanhã. Tua esposa pode abandonar-te. Podes perder teu emprego. Talvez nunca te tornes famoso. Podes ver-te na solidão. Precisas estar perfeitamente seguro do amanhã’. (...)

Estamos vendo, pois, que o pensamento engendra uma espécie de medo. Mas, separado desse, existe realmente medo? É o medo sempre resultado do pensamento? Se é, existe alguma outra forma de medo? Tememos a morte — uma coisa que acontecerá amanhã ou depois de amanhã, no tempo. Há uma distância entre a realidade e o que será. Ora, o pensamento experimentou esse estado; observando a morte, ele diz: ‘Eu vou morrer’. O pensamento cria o medo da morte; e, se não o cria, existe então realmente o medo?

É o medo resultado do pensamento? Se é, uma vez que o pensamento é sempre velho, o medo é sempre velho. Como dissemos, não há pensamento novo. Se o reconhecemos, ele já é velho. Portanto, o que tememos é a repetição do velho — o pensamento sobre o que foi, projetando-se no futuro. Por conseguinte, o pensamento é o responsável pelo medo. Isso é um fato que podeis observar por vós mesmos. Quando vos vedes diretamente em presença de alguma coisa, não há medo. Só quando surge o pensamento é que há medo.

Por conseguinte, perguntamos agora: É possível à mente viver de maneira completa, total, no presente? Só assim a mente não tem medo. Mas, para compreender isso, tendes de compreender a estrutura do pensamento, da  memória  e  do tempo. E, compreendendo-a, não intelectual nem verbalmente, porém de maneira real, com vosso coração, vossa mente, vossas entranhas, ficareis livre do medo; a mente pode então servir-se do pensamento, sem criar medo."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 23)

domingo, 8 de dezembro de 2013

NÃO DESPERDICE A SUA VIDA COM FUTILIDADES

"Anos de vida são desperdiçados em futilidades. O homem preenche a tarefa de malbaratar os anos que lhe foram designados, mas quão inútil é a performance! Cada um compõe as quatro linhas¹, mas fazem algum sentido? Merecem atenção ou apreço? Não. Os homens minuciosamente perseguem cada desejo fortuito, cada fieira de pensamento, e ficam satisfeitos por terem ‘vivido’. Esta complacência é inteiramente mal colocada. Quando as contas são fechadas e calculados o débito e o crédito, que lucro foi obtido? Você não tem mais que perambulado ao longo e ao largo, tendo no entanto sua casa. Você contempla as estrelas no espaço, mas conserva inexplorado o céu interior. Vasculha a vida alheia assinalando erros e falando mal das pessoas, mas não cuida de analisar seus próprios pensamentos, atos e emoções para julgar se são bons ou maus. Os erros que nos outros você vê não passam de projeções dos seus próprios; o bem que nos outros observa é o reflexo de sua própria bondade. Só mediante a meditação (dhyana) você poderá cultivar o bem-ver, o bem-ouvir, o bem-pensar e o bem-agir."

¹. Na falta de contexto, suponho que “as quatro linhas” sejam os ashrams ou fases da vida ou os varna, isto é, classes ou castas.

(Sathya Sai Baba – Sadhana O Caminho Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 – p. 97)