OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 7 de dezembro de 2013

O MEDO (1ª PARTE)

"O medo é um dos mais formidáveis problemas da vida. A mente que está nas garras do medo vive na confusão, no conflito, e, portanto, tem de ser violenta, tortuosa e agressiva. Não ousa afastar-se de seus próprios padrões de pensamento, e isso gera a hipocrisia.   Enquanto não nos livrarmos do medo, ainda que galguemos o mais alto cume, ainda que inventemos toda espécie de deuses, ficaremos sempre na escuridão.

Vivendo numa sociedade tão corrupta e estúpida, em que a educação nos ensina a competir — o que gera medo — vemo-nos oprimidos por temores de toda espécie; e o medo é uma coisa terrível, que torce e deforma, que ensombra os nossos dias.

Existe o medo físico, mas esse é uma reação herdada do animal. É o medo psicológico que nos interessa aqui, porque, compreendendo os temores psicológicos em nós profundamente enraizados, estaremos aptos a enfrentar o medo animal, ao passo que, se primeiramente nos interessamos no medo animal, jamais compreenderemos os temores psicológicos.

Todos nós temos medo de alguma coisa; não existe o medo como abstração, porém o medo só existe em relação com alguma coisa. Sabeis quais são os vossos temores — o medo de perder vosso emprego, de não ter comida ou dinheiro suficiente; medo do que pensam de vós os vizinhos ou o público, de não serdes um "sucesso", de perderdes vossa posição na sociedade, de serdes desprezado ou ridicularizado; medo da dor e da doença, de serdes dominado por outrem, de não chegardes a conhecer o amor, ou de não serdes amado, de perderdes vossa esposa ou vossos filhos; medo da morte ou de viver num mundo que é igual à morte, um mundo de tédio infinito; medo de vossa vida não corresponder à imagem que os outros fazem de vós; medo de perderdes a vossa fé — esses e muitos outros e incontáveis temores; conheceis vossos temores pessoais? E que costumais fazer em relação a eles? Não é verdade que fugis dele ou que inventais ideias e imagens para encobri-los? Mas, fugir do medo é torná-lo maior."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 21)


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A NATUREZA ESSENCIAL DO HOMEM

“As seguintes palavras de Goethe descrevem lindamente o início de um dos caminhos pelo qual a natureza essencial do homem pode ser conhecida: ‘Assim que a pessoa se torna consciente dos objetos ao seu redor, ele considera-os em relação a si mesmo, e com razão, porque todo o seu destino depende de se agradar ou desagradar-lhe, atrair ou repelir, ajudar ou prejudicá-lo. Esta forma bastante natural de olhar ou julgar as coisas parece ser tão fácil e necessária. Uma pessoa é, no entanto, exposta através dela a mil erros que muitas vezes fazem-na envergonhada e amarguram sua vida.’

 ‘Uma tarefa muito mais difícil é realizada por aqueles cujo desejo de conhecimento profundo exorta-os a se esforçar para observar os seres da natureza, em si, e na sua relação com o outro. Estes indivíduos logo sentem a falta da norma que os ajudou quando eles, como homens, consideravam os objetos em referência a si mesmos. Eles não têm a norma do prazer e desprazer, atração e repulsão, utilidade e nocividade. Esta norma deve ser renunciada inteiramente. Eles devem, como seres divinos procurar analisar o que é, e não o que gratifica. Assim, o verdadeiro botânico não deve ser movido tanto pela beleza ou pela utilidade das plantas. Ele deve estudar a sua formação e sua relação com o resto do reino vegetal. Elas são todas atraídas e iluminadas pelo sol, sem distinção, e por isso ele deve, uniformemente e em silêncio, olhar e analisar todas elas e obter a norma para este conhecimento, os dados de suas deduções, não por si mesmo, mas a partir do âmbito das coisas que ele observa.’

Esse pensamento expressado por Goethe dirige a atenção do homem para três coisas. Em primeiro lugar, os objetos sobre os quais a informação flui continuamente para as portas de seus sentidos - os objetos que ele toca, cheira, saboreia, ouve e vê. Em segundo lugar, as impressões que estes fazem sobre ele, caracterizando-se pelo fato de que ele encontra um simpático, o outro abominável, aquele útil, outro prejudicial. Em terceiro lugar, o conhecimento que ele, como um ‘ser divino’ adquire sobre os objetos, isto é, os segredos de suas atividades e existência que lhes são revelados.

Essas três divisões são nitidamente separados na vida humana, e, assim, o homem torna-se consciente de que ele está interligado com o mundo de uma forma tripla. A primeira divisão é aquela que ele encontra presente, que ele aceita como um fato dado. Através do segundo, ele faz o mundo em seu próprio caso, em algo que tem um significado para ele. O terceiro que ele considera como uma meta para a qual ele deve aspirar incessantemente. (...)

Através de seu corpo, o homem é capaz de colocar-se momentaneamente em conexão com as coisas, através de sua alma ele retém em si mesmo as impressões que elas produzem nele, através de seu espírito se revela as coisas que ele retém para si. Só quando observamos homem nestes três aspectos podemos esperar lançar uma luz sobre todo o seu ser, porque eles mostram sua relação de maneira tríplice com o resto do mundo. (...)

Desta forma, o homem é um cidadão de três mundos. Através de seu corpo ele pertence ao mundo que percebe através de seu corpo, através de sua alma ele constrói para si mesmo seu próprio mundo, através de seu espírito um mundo se lhe revela que é exaltado acima de ambos os outros.

Parece evidente que, por causa da diferença essencial destes três mundos, uma compreensão clara deles e da participação do homem em si só pode ser obtida por meio de três modos diferentes de observação.”

(Rudolf Steiner - Teosofia - Biblioteca Virtual da Antroposofia - p. 04/05)


O QUE É A FELICIDADE?

"Todo ser humano tem, em seu âmago, uma ânsia pela felicidade. Mas a vida humana, em geral, é de ansiedade, busca de prazer, desconfortos e sofrimento. A sede da felicidade, na maioria das vezes, é direcionada ao atingimento de objetivos externos. Isso move as pessoas, mas não resulta em felicidade. Inconscientemente, o indivíduo projeta a felicidade para quando passar no vestibular, para quando conquistar aquela garota, quando comprar uma casa, etc. Cada vez que um objetivo é atingido, há um  sentido de satisfação, uma alegria efêmera, e a pessoa passa, então, a correr atrás de outro objetivo. A felicidade está sempre lá, adiante. A condição presente acaba sendo a de uma pessoa incompleta, em busca da satisfação.

O que é a felicidade? Onde ela pode estar? Em uma visão superficial, poder-se-ia dizer que ela estaria no atingimento dos objetivos da pessoa, que variam de uma para outra. Muitas vezes o indivíduo luta muito por algum objetivo e, quando o atinge, vê que não era o que queria. Outras vezes, não o atingindo, descobre que foi muito melhor não tê-lo atingido, e acaba vendo que a vida é muito mais sábia do que ele mesmo.

A vida é um movimento infinito. Os átomos, as células, a natureza, os planetas, o universo todo pulsa dentro e fora de nós. Esse movimento é inteligente, por mais que não o percebamos. Então, para sermos felizes, precisamos harmonizar-nos com o movimento da vida, fluir com ela, ver o que ela quer, o que é sempre muito mais amplo e verdadeiro do que o meu pequeno querer, restrito e limitado.

Quando o tema relaciona-se com o autoconhecimento, como é o caso da busca da felicidade, palavras como consciência, percepção, compreensão, verdade e ilusão precisam sempre estar na pauta de nossas reflexões."

(Marcos Luis Borges de Resende - Sem Medo de Ser Feliz - Revista Sophia, Ano 8, nº 29 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

AS BASES DO AUTOCONHECIMENTO

"Uma das coisas mais difíceis do mundo é olharmos qualquer coisa com simplicidade. Como nossa mente é muito complexa, perdemos a simplicidade. Não me refiro à simplicidade no vestir ou no comer, no usar apenas uma tanga ou bater um recorde de jejum, ou qualquer outra das absurdas infantilidades que os santos praticam; refiro-me àquela simplicidade que nos torna capazes de olhar as coisas diretamente e sem medo, capazes de olhar a nós mesmos sem nenhuma deformação, de dizer que mentimos quando mentimos e não esconder o fato ou dele fugir.

Outrossim, para compreendermos a nós mesmos, necessitamos de muita humildade. Se começais dizendo: "Eu me conheço" — já travastes o processo do auto-aprendizado; ou, se dizeis "Não há muito que aprender a meu respeito, porque sou apenas um feixe de memórias, ideias, experiências e tradições" — tereis também parado o processo de aprendizado a vosso próprio respeito. No momento em que alcançais qualquer alvo, perdeis o atributo da inocência e da humildade; no momento em que chegais a uma conclusão ou começais a examinar com base no conhecimento, está tudo acabado, porque então estais traduzindo tudo o que é vivo em termos do velho. Mas se, ao contrário, não tendes nenhum ponto de apoio, nenhuma certeza, nenhuma perfeição, estais em liberdade para olhar, e quando olhais uma coisa em liberdade, ela é sempre nova. Um homem seguro de si é um ente morto"

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 13)

O PODER DO AMOR (PARTE FINAL)

"Por meio da vigilância, da percepção correta da realidade, somos capazes de substituir o sentimento de ódio pelo sentimento de amor. Ninguém resiste à força do amor. O amor é muito mais forte do que o ódio, que o egoísmo ou qualquer emoção negativa. Temos um poder fantástico, um poder divino, que é o poder de influenciar o mundo através da nossa mente. Temos a capacidade de exercer a função divina de criar e transformar o mundo. (...)

Quando nos abrimos para a luz, ela chega até nós e ilumina a nossa mente. Será que estamos preparados para recebê-la? Sem essa luz a vida fica obscura, sem beleza, sem brilho. Sem ela não conseguimos distinguir o falso do verdadeiro, vivemos na obscuridade. Essa luz divina chega até nós vinda de dentro. É uma luz que está sempre esperando que nós nos abramos para ela. Todos nós podemos ter acesso a essa luz interior, que é uma luz maravilhosa, que é a única fonte real de felicidade. Só depende de estarmos determinados a viver a vida divina aqui na Terra."

(Eduardo, Weaver - Da mente condicionada para a luz - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14/15)