"(...) vimos que o yoga
é adequado para o grau menos avançado de buscadores e a inquirição para os mais
avançados. (...) consideremos o caminho da inquirição, que sem esforço conduz
ao Conhecimento de Brahman.
D: O que é o caminho da
inquirição?
M: Dos shãstras sabe-se bem que consiste de srãvana, manama, nidhidhyasana e samãdhi, isto é, escutar a Verdade,
refletir, meditar e Paz Bem-aventurada. Os próprios Vedas declaram isso: ‘Meu
caro, deve-se escutar o mestre falar a respeito do Ser; refletir e meditar
sobre Ele.’ Em outro lugar, diz-se que o Eu Real tem de ser percebido na
Paz Beatífica. Sri Shankaracharya repete a mesma ideia no Vakyavrtti, a saber:
enquanto o significado do texto sagrado ‘eu sou Brahman’ não for percebido em toda a sua verdadeira importância,
deve-se praticar srãvana, etc.
No Chitra Deepika, Sri Vidyaranyaswami diz que a inquirição é o meio
para a sabedoria e que consiste em escutar a Verdade, refletir meditar; que
somente o estado de bem-aventurada Paz da Pura Consciência, no qual apenas Brahman existe e nada mais, é a
verdadeira ‘natureza’ da Sabedoria; que seu ‘efeito’ é a não renovação do nó do
ego que desfila como ‘eu’, tendo sido este perdido de uma vez por todas; que
seu ‘fim’ é manter-se sempre fixo no ‘Eu sou o Ser Supremo’ de modo tão forte,
inequívoco e seguro quanto era a ignorante identificação anterior, ‘eu sou o
corpo’; e que seu ‘fruto’ é a libertação. Disso segue-se que só o escutar,
etc., é a inquirição no Ser.
Escutar a Verdade Suprema,
refletir sobre ela, meditar nela e permanecer em Samãdhi formam, juntos, a inquirição no Ser. Isso tem como causa as
quatro sadhãnas, a saber:
discernimento, ausência de desejos, tranquilidade e desejo pela libertação. (...)"
(Advaita Bodha Deepika – A Luz da Sabedoria Não Dualista – Ed.
Teosófica, Brasília, 2006 – p. 95/96)