"Pratique estas coisas e
veja se o que digo não é verdade. Você pode aumentar a dor pela sensibilidade e
diminuí-la pelo desapego mental. Quando perder um ente querido, em vez de
desesperar-se irracionalmente, compreenda que ele foi para um plano mais
elevado, segundo a vontade divina, e que Deus sabe o que é melhor. Alegre-se por
ele estar livre. Reze para que seu amor e boa vontade sejam mensageiros do
estímulo que você envia para ele, em seu caminho para diante. Essa atitude
ajudará muito mais. Naturalmente, não seríamos humanos se não sentíssemos falta
dos entes queridos mas, ao sentirmos a solidão provocada por sua ausência, não
devemos permitir que apegos egoístas prendam os outros à terra. A tristeza
excessiva impede que a alma que partiu continue progredindo em direção à paz e
liberdade maiores.
A maioria das pessoas
que hoje vive na Terra não estava aqui há cem anos. Outras estavam aqui antes
de nós. E nós, que agora caminhamos pelas ruas do mundo, não estaremos aqui
dentro de cem anos. Tudo terá terminado para nós e a nova geração nem se preocupará
conosco. Ela sentirá, como nós agora, que o mundo lhe pertence; mas, um por um,
todos também serão levados daqui. A morte deve ser boa, ou Deus não teria
ordenado que acontecesse a todos. Por que viver com medo dela?
Os que temem a morte
não podem conhecer a verdadeira natureza de sua alma. ‘Os covardes morrem
muitas vezes antes da morte; o valente prova seu gosto só uma vez.’ O covarde
vive em sua mente, repetidas vezes, um filme de dor e morte. O valente
experimenta apenas a morte final, rápida e indolor. Se alguém morre de causas
naturais ou é espiritualmente avançado, o corpo das sensações simplesmente
adormece e, quando a consciência volta a despertar em outro plano, tem todas as
sensações do corpo sem a forma física. Toda a consciência está na mente,
exatamente como nos sonhos. Não é difícil imaginar isso. Quem morre apenas se
desfaz do corpo físico denso, que é apenas uma forma inferior da mente e a
causa de todos os problemas para a alma."
(Paramahansa Yognanda – A Eterna Busca do Homem – Self-Realization
Fellowship – p. 338/339)