OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

AQUIETANDO-SE NATURALMENTE (PARTE FINAL)

"(...) Outro aspecto do problema torna-se aparente quando observamos a nós mesmos, sem querer ser ou fazer isso ou aquilo, abrindo mão de trivialidades e superficialidades. Com relação à profissão ou à ocupação, é necessário ter atenção e cuidadoso discernimento. Mas existem inúmeras atividades superficiais da mente que não têm propósito; seguem em frente mecanicamente. A mente está enredada em desejo, e a mente-desejo sente-se viva quando está em estado de preocupação, medo ou agitação. Ela não consegue se manter ocupada com coisas profundas; portanto, mantém-se numa atmosfera de trivialidades.

A mente aquieta-se quando o foco de sua atenção passa do pessoal para o impessoal, do trivial e superficial para o real e significativo. O estado de quietude torna-se natural quando pensamos em termos da natureza universal da experiência – dor, alegria, luta e assim por diante -, porque o foco muda. Helena Blavatsky aconselhou aos estudantes de espiritualidade a se demorarem nas verdades universais. À medida que o foco muda, o interesse também muda.

Então, embora leve tempo para a mente morrer, nós não desistimos. O desafio é interessante. O estudante universitário acha seu trabalho cansativo quando só tenta conseguir boas notas e um bom emprego, mas se seu interesse estiver desperto, ele trabalha com alegria; assim, a estrada espiritual é o tempo todo ascendente, mas quando há interesse, escalar é uma alegria."

(Radha Burnier – Revista Sophia, nº 33 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília – p. 41)


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

"Existem muitas motivações para participar do serviço e do trabalho humanitário. A motivação mais desprendida é o desejo de ajudar os outros a ajudar a melhorar algumas das situações dolorosas, difíceis e injustas no mundo. Outra motivação é o desejo de cumprir uma necessidade interna para fundamentar nossos impulsos espirituais, solidificando nosso crescimento interior e dando expressão aos nossos talentos e à nossa compaixão. Existem também benefícios secundários, como a autoestima que surge a partir de uma contribuição real, a recompensa de ver que os nossos esforços tiveram algum efeito em outra pessoa que, por exemplo, adquiriu habilidades úteis como datilografar ou usar o computador através da ajuda de um trabalhador voluntário, ou até mesmo o elogio e satisfação de sermos apreciados porque estamos realizando um bom trabalho. A motivação mais elevada é a de dedicar as nossas ações a Deus ou à Vida Una, cumprindo o karma yoga, segundo o Bhagavad Gita, e nos aproximarmos cada vez mais da unificação de nossa vida exterior com os nossos impulsos e insights espirituais mais profundos. Contudo, poucos de nós realizam o serviço sem algum reflexo de ganho pessoal. Será inútil esperar que nossa motivação seja completamente pura antes de decidirmos prestar serviço. O melhor a fazer é simplesmente se lançar em algum trabalho que você considere importante e que lhe agrade, não se preocupando excessivamente com a sua motivação. Basta envolver-nos com uma boa causa para deixarmos de lado nosso mundo pessoal estreito."

(Shirley Nicholson - A Vivência da Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 93/94)


AQUIETANDO-SE NATURALMENTE (2ª PARTE)

"(...) Certamente é bom ser crítico no sentido correto; é um sinal de que viveka, ou a faculdade de discernir, está devidamente ativa. Mas esse tipo de observação deve estar livre do elemento pessoal. O verdadeiro viveka não produz reações nem memórias que distorçam o relacionamento. Por outro lado, a atitude não pessoal dá origem a sentimentos de gentileza e de compreensão das lutas que as outras pessoas travam. Ser verdadeiramente impessoal ou estar simplesmente dizendo ‘eu não sou pessoal’ depende de se estar calmamente perceptivo do que acontece, não tendo resíduos ou imagens na mente.

Como outro exemplo, podemos olhar nossa reação a um problema de saúde. Essa experiência, abordada corretamente, pode ensinar o impessoalidade. O corpo é útil e deve ser cuidado, mas não deve receber importância como posse pessoal. Será que podemos olhar para ele com desapego, como se fosse o corpo de outra pessoa que nos é entregue sob custódia? Ele não é ‘nosso’, exceto durante algum tempo. Como assinalou Lewis Thomas, ‘os microorganismos que fazem colônias no corpo podem muito bem dizer ‘ele é nosso’. Mas por enquanto ele é uma boa ferramenta no plano físico.

A perspectiva pessoal e a reação pessoal são como uma ferida na mente, uma fonte de irritação. Se aprendemos a ser pessoais ou um tanto não pessoais (a palavra impessoal sugere falta de sentimento, mas os bons sentimentos caracterizam a mente não pessoal), poderemos descobrir que existe muito menos atividade e agitação mental. (...)"

(Radha Burnier – Revista Sophia, nº 33 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília – p. 41)


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A TERRA SEM CAMINHOS

"Krishnamurti disse que a verdade é uma terra sem caminhos. Parece também dizer que o caminho para a terra da verdade é um caminho sem trilhas. Não há paradoxos nessas duas concepções, porque o único caminho para a verdade é a prática da própria verdade, assim como o único caminho para a liberdade é a liberdade, e o único caminho para o amor é o amor. Para a verdade, o amor ou a liberdade, nada pode substituir o caminho.

Fazendo uma imagem disso, podemos pensar numa enorme montanha; no topo dessa montanha brilha o sol da verdade. Se eu tiver que escalar essa montanha, devo dar passos. Cada passo que eu der deve ser um passo de verdade. Nenhum outro tipo de passo irá levar-me para cima. Portanto, a verdade é não apenas a meta, mas também o caminho para a meta. (...)

Portanto, se não há diferença entre a meta e o caminho para a meta, ambos podem ser chamados de terra sem caminhos.

Cada homem sob a lei do carma recebe o tipo de experiência que lhe oferece a melhor oportunidade para o exercício da vontade, do pensamento e do amor. (...)

Colocando a ideia em termos teosóficos, todas as nossas experiências são como se fossem enviadas direta e especificamente das mãos de Deus. Se reconhecermos e alegremente aceitarmos o fato de que em todas as coisas, o tempo inteiro, estamos lidando diretamente com Deus, deixaremos de insultá-Lo com orações que são apenas súplicas. Começaremos a ter a força e a paz que surgem ao descobrirmos que o mais elevado e o mais próximo são a mesma coisa."

(Ernest Wood - A Terra sem Caminhos - Revista Sophia, Ano 6, Nº 24 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 26/27)


AQUIETANDO-SE NATURALMENTE (1ª PARTE)

"Como posso controlar minha mente? Os interessados na vida espiritual em algum momento fazem essa pergunta. A constante atividade mental é cansativa, obstrui a reflexão e não dá espaço para que, nos momentos de calma, surjam percepções profundas. Somente uma mente pacífica parece refletir a essência da vida, assim como as águas de um lago devem estar calmas e claras para refletir o céu.

Muitos buscadores tentam, durante muito tempo, meditar de maneira eficaz. Eles se esforçam ardentemente para retirar a mente de suas andanças, mas ela é rebelde e é repetidamente bem-sucedida em fugir. Isso é desanimador, e então surge o sentimento de que a única opção é desistir. Embora vários instrutores tenham aconselhado que a pessoa deve continuar o esforço para subordinar a mente recalcitrante, há um ponto além do qual a pessoa sente que não consegue continuar com a batalha.

Portanto, vale a pena uma séria consideração para verificar se, com uma abordagem diferente, a mente se tornará menos excitável e mais tranquila. Krishnamurti disse: ‘Permita que a mente tenha liberdade para morrer.’ Mas a experiência mostra que, quando se dá liberdade à mente, ela não morre; continua com sua energia frenética. Será porque estamos incessantemente alimentando-a para mantê-la viva? Nesse caso, devemos descobrir qual é o combustível que a inflama e a mantém em atividade.

Uma das características de uma pessoa espiritualmente evoluída é que ela não é pessoal. Pelo contrário, a mente-desejo é muito pessoal, como rapidamente descobrimos quando observamos com cuidado nossas reações do dia a dia com relação às pessoas e aos incidentes. À medida que a mente se torna mais perspicaz e mais afiada, ela se torna crítica em relação ao modo como os outros pensam e agem. Aliás, ela tem considerável satisfação em notar algo que possa criticar ou condenar. No nível subconsciente, isso fortalece o centro egoico e seu senso de superioridade – o que talvez possa explicar por que falar e pensar criticamente dos outros é tão comum. (...)"

(Radha Burnier – Revista Sophia, nº 33 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília – p. 41)