OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A TERRA SEM CAMINHOS

"Krishnamurti disse que a verdade é uma terra sem caminhos. Parece também dizer que o caminho para a terra da verdade é um caminho sem trilhas. Não há paradoxos nessas duas concepções, porque o único caminho para a verdade é a prática da própria verdade, assim como o único caminho para a liberdade é a liberdade, e o único caminho para o amor é o amor. Para a verdade, o amor ou a liberdade, nada pode substituir o caminho.

Fazendo uma imagem disso, podemos pensar numa enorme montanha; no topo dessa montanha brilha o sol da verdade. Se eu tiver que escalar essa montanha, devo dar passos. Cada passo que eu der deve ser um passo de verdade. Nenhum outro tipo de passo irá levar-me para cima. Portanto, a verdade é não apenas a meta, mas também o caminho para a meta. (...)

Portanto, se não há diferença entre a meta e o caminho para a meta, ambos podem ser chamados de terra sem caminhos.

Cada homem sob a lei do carma recebe o tipo de experiência que lhe oferece a melhor oportunidade para o exercício da vontade, do pensamento e do amor. (...)

Colocando a ideia em termos teosóficos, todas as nossas experiências são como se fossem enviadas direta e especificamente das mãos de Deus. Se reconhecermos e alegremente aceitarmos o fato de que em todas as coisas, o tempo inteiro, estamos lidando diretamente com Deus, deixaremos de insultá-Lo com orações que são apenas súplicas. Começaremos a ter a força e a paz que surgem ao descobrirmos que o mais elevado e o mais próximo são a mesma coisa."

(Ernest Wood - A Terra sem Caminhos - Revista Sophia, Ano 6, Nº 24 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 26/27)


AQUIETANDO-SE NATURALMENTE (1ª PARTE)

"Como posso controlar minha mente? Os interessados na vida espiritual em algum momento fazem essa pergunta. A constante atividade mental é cansativa, obstrui a reflexão e não dá espaço para que, nos momentos de calma, surjam percepções profundas. Somente uma mente pacífica parece refletir a essência da vida, assim como as águas de um lago devem estar calmas e claras para refletir o céu.

Muitos buscadores tentam, durante muito tempo, meditar de maneira eficaz. Eles se esforçam ardentemente para retirar a mente de suas andanças, mas ela é rebelde e é repetidamente bem-sucedida em fugir. Isso é desanimador, e então surge o sentimento de que a única opção é desistir. Embora vários instrutores tenham aconselhado que a pessoa deve continuar o esforço para subordinar a mente recalcitrante, há um ponto além do qual a pessoa sente que não consegue continuar com a batalha.

Portanto, vale a pena uma séria consideração para verificar se, com uma abordagem diferente, a mente se tornará menos excitável e mais tranquila. Krishnamurti disse: ‘Permita que a mente tenha liberdade para morrer.’ Mas a experiência mostra que, quando se dá liberdade à mente, ela não morre; continua com sua energia frenética. Será porque estamos incessantemente alimentando-a para mantê-la viva? Nesse caso, devemos descobrir qual é o combustível que a inflama e a mantém em atividade.

Uma das características de uma pessoa espiritualmente evoluída é que ela não é pessoal. Pelo contrário, a mente-desejo é muito pessoal, como rapidamente descobrimos quando observamos com cuidado nossas reações do dia a dia com relação às pessoas e aos incidentes. À medida que a mente se torna mais perspicaz e mais afiada, ela se torna crítica em relação ao modo como os outros pensam e agem. Aliás, ela tem considerável satisfação em notar algo que possa criticar ou condenar. No nível subconsciente, isso fortalece o centro egoico e seu senso de superioridade – o que talvez possa explicar por que falar e pensar criticamente dos outros é tão comum. (...)"

(Radha Burnier – Revista Sophia, nº 33 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília – p. 41)


terça-feira, 19 de novembro de 2013

KAIVALYAM

"Kaivalyam¹ é o estado no qual o Divino é experienciado como o Oniabarcante, como Vontade, como Atividade, como Ananda (Bem-aventurança), como Inteligência, como Existência. Você deve suprimir sua lerdeza (thamas), sublimar suas paixões (rajas) e cultivar pureza (sathva) tanto que se estabilize em kaivalyam. Você tem vindo através de thamas e rajas e agora está na região de sathwa, conforme simbolizado pelos dois portões, atravessando os quais você veio. Agora, você deve tomar a lição do símbolo da bandeira de Prasanthi para seu coração. Ela o instrui para ir além dos reinos da luxúria, do rancor e do ódio, para chegar a verdejante região do Amor. Fique sentado agora em prece meditativa e abra as pétalas do seu coração mediante Yoga, tanto que a Suprema Iluminação possa ser atingida."

¹ Kaivalyam - condição de isolamento. Acontece quando pairamos mentalmente longe e desidentificados com Prakritti  ou mundo material.

(Sathya Sai Baba - O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 205)


ESCUTA A CANÇÃO DA VIDA

"Procura-a e escuta-a primeiro em teu próprio coração. A princípio talvez digas: 'Não consigo encontrá-la; ao procurar, encontro apenas discórdia'. Procura mais fundo. Se ficares de novo desapontado, detém-te e busca mais fundo ainda. Existe uma melodia natural, uma fonte oculta em todo coração humano. Pode estar oculta e completamente escondida e silenciada - mas lá está. Na própria base da tua natureza encontrarás fé, esperança e amor. Aquele que escolhe o mal se recusa a olhar para dentro de si, fecha os ouvidos à melodia do seu coração, assim como tapa os olhos para a luz da sua alma. Ele procede assim porque acha mais fácil viver nos desejos. Porém, sob toda vida existe uma forte corrente que não pode ser detida; as grandes águas na realidade ali estão. Encontra-as e perceberás que ninguém, nem a mais maldosa das criaturas, deixa de ser parte dela, por maior que seja sua cegueira em relação a esse fato, e mesmo que tenha construído para si uma horripilante máscara externa. É neste sentido que eu te digo: todos os seres entre os quais tu lutas são fragmentos do Divino. Tão enganadora é a ilusão em que vives, que é difícil que prevejas onde pela primeira vez detectarás a doce voz no coração dos outros. Sabe, porém, que ela está certamente dentro de ti. Procura-a em ti e, uma vez que a tenhas ouvido, mais prontamente a reconhecerás ao redor de ti."

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 78/81)


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A BUSCA DO HOMEM

"Somos, cada um de nós, responsáveis por todas as guerras, geradas pela agressividade de nossas vidas, pelo nosso nacionalismo, egoísmo, nossos deuses, preconceitos, ideais — pois tudo isso está a dividir-nos. E só quando percebemos, não intelectualmente, porém realmente, tão realmente como reconhecemos que estamos com fome ou que sentimos dor, bem como quando vós e eu percebemos que somos os responsáveis por todo este caos, por todas as aflições existentes no mundo inteiro, porque para isso contribuímos em nossa vida diária e porque fazemos parte desta monstruosa sociedade, com suas guerras, divisões, sua fealdade, brutalidade e avidez — só então poderemos agir. 

Mas, que pode fazer um ente humano, que podeis vós e que posso eu fazer para criar uma sociedade completamente diferente? Estamos fazendo a nós mesmos uma pergunta muito séria. É necessário fazer alguma coisa? Que podemos fazer? (...) Disseram-nos que todos os caminhos levam à verdade; vós tendes o vosso caminho, como hinduísta, outros o tem como cristão, e outros, ainda, o têm como muçulmano; mas, todos esses caminhos vão encontrar-se diante da mesma porta. Isso, quando o consideramos bem, é um evidente absurdo. A verdade não tem caminho, e essa é sua beleza; ela é viva. Uma coisa morta tem um caminho a ela conducente, porque é estática, mas, quando perceberdes que a verdade é algo que vive, que se move, que não tem pouso, que não tem templo, mesquita ou igreja, e que a ela nenhuma religião, nenhum instrutor, nenhum filósofo pode levar-vos — vereis, então, também, que essa coisa viva é o que realmente sois — vossa irrascibilidade, vossa brutalidade, vossa violência, vosso desespero, a agonia e o sofrimento em que viveis. Na compreensão de tudo isso se encontra a verdade. E só o compreendereis se souberdes como olhar tais coisas de vossa vida. Mas não se pode olhá-las através de uma ideologia, de uma cortina de palavras, através de esperanças e temores." 

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, 1969 - pg. 07/08)