OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 9 de novembro de 2013

FILHOS PERDIDOS

"GENEROSO, CONTÍNUA e sonoramente, o regato oferecia água puríssima, gostosa, geladinha...

Para quê? 

Eles bebericavam refrigerantes e se embotavam com sofisticados drinques que coloridos anúncios apregoavam. 

O ar cheiroso, doação dos bosques de pinheiros, estava à disposição! 

Vãmente! 

Ávida, tensa e estupidamente fumavam refinadas marcas que a propaganda insistentemente impinge. 

Pássaros gorjeando, o regato cantando, a brisa arpejando no arvoredo, cigarras tinindo...

 Para quem?

Atordoados, curtiam excessivos decibéis agressivos, e, inconscientes, se consumiam no embalo de sucessos rítmicos que suspeitas ‘paradas’ impõem. 

O sol, as sombras, as águas, o ar, as energias, toda a Vida ali, nas pedras, nas folhas, nos animais, na brisa.... 

Inutilmente! 

Estavam eles ausentes, alienados, arrastados em desgraçadas viagens alucinantes, nos rumos imprevisíveis da fascinação química e trágica. 

À tardinha, tensos, dopados, agitados, frustrados, cansados, intoxicados, eles se foram... 

A Natureza ficou chorando a perda de seus ‘filhos’, que a ‘civilização’ robotizara. 

Insanos, dementes, eles voltaram para a aridez do asfalto, a elogiar a curtição da paz campestre.

Coitados!" 

(Hermógenes - viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 122/123
www.record.com.br


O EQUILÍBRIO NO CAMINHO ESPIRITUAL (2ª PARTE)

"(...) Se praticarmos um ensinamento à luz da nossa ansiedade particular, toda a prática será errada. Portanto, quando lemos o que um sábio escreve sobre disciplina, devemos primeiro tentar entender o que ele quer dizer com ‘disciplina’, antes de interpretar essa palavra como mais um martírio em nossa vida.

A batalha de Kurukshetra, descrita no Baghavad Gita como uma luta entre o bem e o mal, das forças espirituais contra as forças materiais, não é uma luta sangrenta entre os opostos agitação-torpor, mas sim a luta do equilíbrio contra a tensão entre os opostos. Aquilo que conhecemos como ‘a batalha da vida’ é a luta entre os opostos. (...)

Essa tensão entre os opostos se manifesta em várias áreas de nossa vida, gerando cansaço, estresse e sofrimento. É muito importante lembrar que a busca por uma vida melhor não funciona com esse tipo de ‘esforço’. Nós nos sentimos superiores aos cristãos medievais que se chicoteavam como penitência para serem mais santos. Mas há entre nós pessoas que se sentem como mártires por trabalhar demais, até o ponto de desenvolverem úlceras. (...)"

(Cristiane Szynwelski - O Caminho do Equilíbrio Perfeito - Revista Sophia, Ano 3, nº 10 - p. 30/32)


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A VIAGEM DE VOLTA

"48 - As Escrituras¹ demonstram diretamente que shraddhã (fé), bhakti (devoção), dhyãna (meditação) e yoga (união) são as causas que trazem a emancipação da servidão da existência encarnada [a liberação das ligaduras do corpo, que são obra da magia de avidyã].

COMENTÁRIO - Observem a ordem mencionada. Em primeiro lugar está a fé. Entende-se por fé o percebimento de 'algo', a sensação de uma 'presença'. Não é a fé supersticiosa de algo que é aceito porque está contido em um livro considerado sagrado ou que foi escrito por alguém que, segundo a tradição, deve ser respeitado. Quando esse primeiro ponto de contato é estabelecido, segue-se a devoção, um sentimento interior que nos impele para a raiz das coisas. Então, estão lançadas as bases para o estabelecimento do processo da meditação que levará a um gradual aprofundamento em direção às raízes do Ser, nascendo a condição para que o próximo estágio, o yoga (união), se manifeste. A viagem de volta terá assim terminado, encerrando-se definitivamente o ciclo de vir-a-ser."

¹ Referência ao Kaivalya Upanishad, I, 2. (N. E.)

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 31)


O EQUILÍBRIO NO CAMINHO ESPIRITUAL (1ª PARTE)

“Quando chegamos ao ponto de estarmos cansados da vida, com todos os seus problemas, sofrimentos, frustrações e desilusões que parecem não ter fim, começamos a procurar uma saída; aí entram as religiões, filosofias de vida e caminhos espirituais. Então para nossa surpresa, descobrimos que a felicidade tem um preço e que temos que pagar com nosso próprio esforço a saída dessa condição infernal dos estados psicológicos caóticos, o que demanda uma série interminável de meditações, observações, mantras, disciplinas, reflexões, uma verdadeira ginástica.

É claro que isso não tem lógica; portanto, só há duas alternativas: ou as disciplinas espirituais estão erradas ou nós as estamos entendendo de forma equivocada. Tendo em vista que muitas pessoas atingiram a felicidade através de práticas espirituais, a segunda alternativa pode ser a correta, ou seja, nós não compreendemos a natureza do esforço necessário na jornada de autorrealização.

Temos a tendência de entender as coisas de acordo com os nossos condicionamentos. Cada pessoa reage à sua maneira à mera pronúncia de uma determinada palavra. Por exemplo, ao ouvir a palavra ‘esforço’, algumas pessoas podem sentir vontade de sentar no sofá; outras imediatamente tensionam os músculos, como se estivessem indo para a guerra; outras podem sentir uma espécie de culpa. As possibilidades de reação são tão amplas quanto o número de habitantes na Terra.

Quando ouvimos um ensinamento, a primeira coisa que deveríamos fazer é tentar compreender o que ele significa, independentemente das reações psicológicas que ele desperta – isto é, ouvir objetivamente. (...)”

(Cristiane Szynwelski - O Caminho do Equilíbrio Perfeito - Revista Sophia, Ano 3, nº 10, p. 30/32)


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A MULTIPLICIDADE NA VIDA

"A essência do amor se manifesta no cuidado de preservar a multiplicidade percebendo a maravilhosa interdependência das partes que constituem o todo, e cooperar harmoniosamente com sua evolução para uma mais magnífica expressão da Vida. Cuidar de quem é diferente de nós é altruísmo; é a essência do amor universal. De fato, cuidar apenas do que é semelhante a nós é demasiado fácil, e com frequência é a causa de injustiça em relação ao que é diferente, devido à falta de uma percepção mais abrangente e universal. Assim, a verdadeira essência do amor é ser capaz de perceber a unidade além da multiplicidade, é ser capaz de perceber a semelhança além das diferenças, ou como frequente dizia G. S. Arundale: ‘Juntos diferentemente’.

Portanto, para preservar a riqueza de nosso tesouro, que são as diversas cores de nosso arco-íris, nós precisamos descobrir esta percepção da unidade subjacente na multiplicidade, e esta unidade oculta é a essência do amor, conforme Annie Besant escreveu em inesquecíveis palavras inspiradas:

            ‘Oh Vida Oculta, que vibras em cada átomo;
            Oh Luz Oculta, que brilhas em cada criatura;
            Oh Amor Oculto, que tudo abranges na Unidade;
            Possa todo aquele que se sente uno Contigo,
            Saber que ele é, por isso mesmo, uno com todos os outros.’"

(Ricardo Lindemann - Muitas Cores Formam o Arco-Íris - Revista TheoSophia, ano 95, outubro/novembro/dezembro 2006, Sociedade Teosófica no Brasil)