Para quê?
Eles bebericavam refrigerantes e se embotavam com sofisticados drinques que coloridos anúncios apregoavam.
O ar cheiroso, doação dos bosques de pinheiros, estava à disposição!
Vãmente!
Ávida, tensa e estupidamente fumavam refinadas marcas que a propaganda insistentemente impinge.
Pássaros gorjeando, o regato cantando, a brisa arpejando no arvoredo, cigarras tinindo...
Para quem?
Atordoados, curtiam excessivos decibéis agressivos, e, inconscientes, se consumiam no embalo de sucessos rítmicos que suspeitas ‘paradas’ impõem.
O sol, as sombras, as águas, o ar, as energias, toda a Vida ali, nas pedras, nas folhas, nos animais, na brisa....
Inutilmente!
Estavam eles ausentes, alienados, arrastados em desgraçadas viagens alucinantes, nos rumos imprevisíveis da fascinação química e trágica.
À tardinha, tensos, dopados, agitados, frustrados, cansados, intoxicados, eles se foram...
A Natureza ficou chorando a perda de seus ‘filhos’, que a ‘civilização’ robotizara.
Insanos, dementes, eles voltaram para a aridez do asfalto, a elogiar a curtição da paz campestre.
Coitados!"
(Hermógenes - viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 4ª edição - p. 122/123)
www.record.com.br