OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

ALMA VERSUS EGO (2ª PARTE)

"(...) As forças mais grosseiras da mente manifestam-se nas estruturas mais densas do corpo, mas as forças sutis da alma - consciência, inteligência, vontade, sentimento - requerem o bulbo raquiano e os tecidos delicados do cérebro para neles residirem e por meio deles manifestarem-se.

Em termos simplistas, as câmaras interiores do palácio do rei Alma estão nos centros sutis da superconsciência, da Consciência Crística ou de Krishna (Kutasthan Chaitanya ou Consciência Universal) e da Consciência Cósmica. Esses centros estão, respectivamente, no bulbo raquiano; na parte frontal do cérebro, entre as sobrancelhas (sede do olho espiritual ou único); e no topo do cérebro (o trono da alma, no 'lótus de mil pétalas'). Nesses estados de consciência, o rei Alma Reina de modo supremo - pura imagem de Deus no homem.

Quando, porém, a alma desce para a consciência do corpo, cai sob a influência de maya (ilusão cósmica) e de avidya (ilusão ou ignorância individual que cria a consciência do ego). (...) A alma, como o ego, atribui a si mesma todas as limitações e circunscrições do corpo. Uma vez que adota essa identificação, a alma já não pode expressar sua onipresença, onisciência e onipotência. Imagina-se limitada - assim como um rico príncipe, vagando em estado de amnésia por uma favela, pode imaginar-se um pobre. Nesse estado de ilusão, o rei Ego assume o comando do reino corporal.

A consciência da alma pode dizer, como o Cristo desperto em Jesus: 'Eu e meu Pai somos um'. A consciência iludida do ego diz: 'Sou o corpo; essa é minha família e este é meu nome; esses são meus pertences.' Embora o ego pense que governa, ele é, na verdade, prisioneiro do corpo e da mente, que, por sua vez, são peões das maquinações sutis da Natureza Cósmica. (...) O ser humano médio só é consciente do corpo e da mente e de suas conexões com o exterior. Permanece hipnotizado pelas ilusões do mundo (expressas de muitos modos na literatura antiga e atual), que reforçam sua suposição tácita de que ele seja uma criatura finita e limitada. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 25/26)

PERFEIÇÃO HUMANA

"Há um estágio na evolução humana que precede imediatamente o objetivo de todos os esforços humanos. Aqueles que atravessam este estágio nada mais têm de realizar como seres humanos. Tornaram-se perfeitos; sua carreira humana terminou.

As grandes religiões atribuem diferentes nomes a esses Seres perfeitos, mas seja qual for o seu nome, a mesma ideia lhe é subjacente. Mithra, Osiris, Krishna, Buda, Cristo – todos simbolizam um ser que se tornou perfeito. Esses grandes Seres não pertencem a apenas uma religião, uma nação ou família humana. Eles não estão sufocados pelos invólucros de uma única crença; em toda a parte eles são seres mais nobres, constituindo o ideal mais perfeito. Todas as religiões os proclamam; todos os credos neles têm sua justificativa; tal é o ideal para o qual converge toda a crença. Toda a religião efetivamente cumpre a sua missão de acordo com a clareza com que ilumina e a precisão com que ensina o caminho para alcançar o ideal. (...)

Da mesma maneira como aquela pessoa que deseja ser um artista na música deveria ouvir as obras-primas musicais, ficando submerso nas melodias dos mestres, assim também deveríamos elevar o nosso olhar e os nossos corações em contemplação das montanhas nas quais se encontram os Seres Perfeitos da nossa raça. O que nós somos, eles o foram; o que eles são, nós o seremos. Todos os filhos dos homens podem realizar o que um filho do Homem realizou. Neles vislumbramos a promessa do nosso próprio triunfo, o desenvolvimento de uma divindade semelhante em nós que é apenas uma questão de evolução."

 (Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p. 165/166)


domingo, 3 de novembro de 2013

ALMA VERSUS EGO (1ª PARTE)

"Segundo a narrativa histórica da causa da guerra de Kurukshetra, os nobres filhos de Pandu reinaram de maneira virtuosa até que o rei Duryodhana, o perverso filho regente do rei cego Dhritarashtra, por meio da esperteza, tomou o reino dos Pandavas e os exilou.¹

Em termos simbólicos, o reino do corpo e da mente pertence por direito ao rei Alma e seus nobres súditos, as tendências virtuosas. Entretanto, o rei Ego e seus parentes das tendências perversas e ignóbeis usurpam astuciosamente o trono. Quando o rei Alma se levanta para reclamar de volta seu território, o corpo e a mente se tornam campo de batalha.² Como ocorreu de o rei Alma governar seu reino corporal, perdê-lo e recuperá-lo - eis a essência do Gita.

A organização do corpo e da mente do homem revela, em sua minuciosa perfeição, a presença de um plano divino. 'Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?'³ O Espírito de Deus, o reflexo Dele no homem, é a alma. A alma penetra na matéria, como centelha da vida e da consciência onipotentes, no núcleo formado pela união do espermatozoide com o óvulo. À medida que o corpo se desenvolve, essa 'sede da vida' original permanece no bulbo raquiano. Por isso, diz-se que o bulbo raquiano é o portão da vida, pelo qual o rei Alma faz sua entrada triunfante no reino corporal. (...)

As faculdades ou instrumentos criadores da alma são de natureza astral e causal. (...) Os centros de vida e consciência, a partir dos quais essas potências funcionam, são o cérebro astral (ou 'lótus de mil pétalas' de luz) e o eixo cerebrospinal astral (ou sushumna) que contém seis centros sutis ou chakras. (...)"

¹ O cego rei Dhritarashta tinha cem filhos. (...) O mais velho, Duryodhana, representa o Desejo Material - o primogênito, aquele que tem poder sobre todas as outras inclinações dos sentidos no reino corporal. É ele que é bem conhecido pelas guerras ou causas maléficas. A derivação metafórica de Duryodhana é duh-yudham yah sah, "alguém que é difícil de derrotar por qualquer meio". Seu próprio nome vem do sânscrito dur, "difícil", e yudh, "combater". O desejo material é extremamente poderoso, porque é o rei e o líder de todos os gozos mundanos e é a causa e o perpetrador da batalha contra a justa reivindicação do reino corporal pela alma.
² Aqui, os epítetos "rei Alma" e "rei Ego" são usados nesta metáfora e nas que se seguem com um sentido amplo, não se referindo necessariamente a seu uso específico na alegoria do Gita, em que Krishna é a alma e Bhishma, o ego.
³ I Coríntios 3:16.

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 24/25)


DESPERTE DO PESADELO DO SOFRIMENTO

"Em um sonho, você se vê correndo pela rua, perseguido por um inimigo. De repente, um tiro o alcança e você pensa: 'Oh, que terrível! Estou morrendo! Lamento ter de deixar este mundo.' Então você se vê morto. O agente funerário crema seu corpo e seus amigos vêm se lamentar, enquanto as cinzas são enterradas. Mas de repente você acorda e vê que foi apenas um sonho. Você está vivo! Isso se parece com o que acontece na hora da morte.

Deus mostrou-me em uma visão que os que estão morrendo na guerra da Espanha estão apenas tendo um terrível sonho de morte. Assim que a consciência se eleva acima do corpo, eles acordam, como se saíssem de um pesadelo, felizes por estarem livres. Todas as nossas experiências da vida são partes de um sonho. O próprio homem criou o pesadelo da guerra. Entretanto, depois que suas vidas são expelidas do corpo, compreendem que foi só um sonho horrível, do qual já despertaram. Sabem que não estão mortos. Esta é uma grande verdade metafísica.

Quando você sabe que está sonhando, não sofre com as más experiências do sonho. Se, porém, está identificado com o sonho e, nele, alguém golpeia sua cabeça e o mata, a morte no sonho parece uma experiência verdadeira e terrível, até você acordar e compreender que não foi real. É o mesmo que acontece depois da morte. Uma vez fora do corpo, você compreende que não está morto; está livre de um pesadelo. Portanto, a morte não é o fim; é a libertação da consciência de estar aprisionado no corpo físico de sonho. Essa alforria traz uma sensação de grande liberdade. Nunca deveríamos procurar a morte. Ao contrário, devemos preparar nossa consciência, por meio da meditação e da comunhão com Deus, de modo que, quando a morte chegar, a seu devido tempo, estejamos aptos a encará-la como um sonho, nada mais. Sempre que quero, vejo a natureza onírica da vida e da morte. Por isso dou pouca importância ao corpo."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 31)


sábado, 2 de novembro de 2013

LEIS DA NATUREZA

"Quando falamos das Leis da Natureza, não queremos dizer nenhuma das coisas que tomamos como características das leis do homem. A Lei da Natureza não é uma ordem emitida por uma autoridade. É uma afirmação das condições sob as quais uma certa coisa invariavelmente acontece. Onde quer que estas condições estejam presentes, segue-se-lhes um certo evento; é a declaração de uma sequência, uma sucessão imutável, irrevogável, porque estas leis são expressões da Natureza Divina, na qual não existe mudança, nem sombra de alteração. A Lei da Natureza não é uma ordem: ‘Faça isto’; ‘Não faça aquilo’. É uma afirmação: ‘Se tais e tais condições estiverem presentes, tais e tais resultados acontecerão’; se as condições mudarem, os resultados mudarão com elas.

Não existe qualquer penalidade arbitrária ligada à Lei da Natureza. A Natureza não pune. Na Natureza temos a afirmação das condições, a sequência de acontecimentos, e nada mais. Dada uma tal condição, haverá um resultado, que é uma sequência ou sucessão inevitável; não é uma pena nem uma punição arbitrária. (...)

Desta forma, nos sobrevém um senso de perfeita segurança, de poder infinito, de possibilidades ilimitadas. Não estamos numa região de caprichos arbitrários, onde em um dia pode suceder isto, em outro dia aquilo. Podemos trabalhar com a absoluta certeza dos resultados. (...)

Mas é preciso algo para se trabalhar em paz e segurança no reino da Lei – esse algo é o Conhecimento."

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 18/21)