"Em um sonho, você se vê correndo pela rua, perseguido por um inimigo. De repente, um tiro o alcança e você pensa: 'Oh, que terrível! Estou morrendo! Lamento ter de deixar este mundo.' Então você se vê morto. O agente funerário crema seu corpo e seus amigos vêm se lamentar, enquanto as cinzas são enterradas. Mas de repente você acorda e vê que foi apenas um sonho. Você está vivo! Isso se parece com o que acontece na hora da morte.
Deus mostrou-me em uma visão que os que estão morrendo na guerra da Espanha estão apenas tendo um terrível sonho de morte. Assim que a consciência se eleva acima do corpo, eles acordam, como se saíssem de um pesadelo, felizes por estarem livres. Todas as nossas experiências da vida são partes de um sonho. O próprio homem criou o pesadelo da guerra. Entretanto, depois que suas vidas são expelidas do corpo, compreendem que foi só um sonho horrível, do qual já despertaram. Sabem que não estão mortos. Esta é uma grande verdade metafísica.
Quando você sabe que está sonhando, não sofre com as más experiências do sonho. Se, porém, está identificado com o sonho e, nele, alguém golpeia sua cabeça e o mata, a morte no sonho parece uma experiência verdadeira e terrível, até você acordar e compreender que não foi real. É o mesmo que acontece depois da morte. Uma vez fora do corpo, você compreende que não está morto; está livre de um pesadelo. Portanto, a morte não é o fim; é a libertação da consciência de estar aprisionado no corpo físico de sonho. Essa alforria traz uma sensação de grande liberdade. Nunca deveríamos procurar a morte. Ao contrário, devemos preparar nossa consciência, por meio da meditação e da comunhão com Deus, de modo que, quando a morte chegar, a seu devido tempo, estejamos aptos a encará-la como um sonho, nada mais. Sempre que quero, vejo a natureza onírica da vida e da morte. Por isso dou pouca importância ao corpo."
(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 31)