OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FELICIDADE: PROBLEMA PRINCIPAL DA HUMANIDADE

"O problema da felicidade é o problema central e máximo da humanidade.

Desde tempos antiquíssimos existem duas ideologias filosófico-espirituais sobre o segredo da felicidade humana - 'essa felicidade que supomos... toda arreada de dourados pomos', como diz Vicente de Carvalho, mas que 'está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos'.

Existe essa felicidade, 'árvore milagrosa, que sonhamos'?  Em que consiste? Como alcançá-la? Como conservá-la?

A felicidade existe, sim, não fora de nós, onde em geral a procuramos, mas dentro de nós, onde raras vezes a encontramos. 

Em que consiste a felicidade?

A célebre escola filosófica de Epicuro (hedonismo) faz consistir a felicidade na posse e plenitude de bens externos; tanto mais feliz é o homem, segundo os epicureus, quanto mais possui, tem, goza.

A escola de Diógenes (cinismo) ensina que a felicidade consiste na vacuidade ou renúncia de todos os bens externos; quanto menos o homem possui ou deseja possuir, tanto mais feliz é ele, porquanto a infelicidade consiste a) ou no medo de perder o que se possui, b) ou no desejo de possuir o que não se pode possuir; quem renuncia espontaneamente à posse de bens externos e ao próprio desejo de os possuir, ensinam os discípulos de Diógenes, é perfeitamente feliz.

Entretanto, embora haja elementos de verdade nessas filosofias, tanto Epicuro como Diógenes, e todos os seus seguidores, falharam no ponto central da questão. A felicidade não consiste nem em possuir nem em não possuir bens externos, mas sim na atitude interna que o homem crea e mantém em face da posse ou da falta desses bens. O que decide não é, em primeiro lugar, aquilo que o homem possui ou não possui, mas sim o modo como ele sabe possuir ou não possuir.

Quer dizer, o que é decisivo não é a maior ou menor quantidade objetiva das coisas possuídas, mas a qualidade subjetiva do possuidor. Esta qualidade, porém, é conquista do próprio homem, e não algum presente de circunstâncias fortuitas. A felicidade do homem só pode depender de algo que dependa dele.

É possível que a posse, ou mesmo o desejo da posse, de uns poucos cruzeiros escravize o homem - e é possível que a posse real de milhões e bilhões de cruzeiros não escravize o seu possuidor. A questão central não é de ser possuidor ou não possuidor - mas, sim, de ser possuído ou não possuído de bens externos. Não há mal em possuir - todo mal está em ser possuído. Ser livre é ser feliz - ser escravo é ser infeliz.

A verdadeira felicidade, portanto, não pode consistir em algo que nos aconteça, mas em algo que seja creado por nós. As quantidades externas nos 'acontecem' - a qualidade interna é creada por nós.

Tudo depende, pois, em última análise, da nossa atitude interna, do modo como possuímos ou não possuímos; ou, no dizer do Nazareno, depende da 'pobreza pelo espírito' e da 'pureza de coração', quer dizer, na liberdade e no desapego interior do homem.

Pode o possuidor ser livre daquilo que possui - e pode o não possuidor ser escravo daquilo que não possui."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 11/13)


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A SUA DEVOÇÃO A DEUS É PARCIAL OU TOTAL?

"O homem quer para si mesmo paz, bem-estar e bem-aventurança, as quais ele pode conseguir mediante o pagamento de 'taxas', na forma de meditação para a paz, orações por felicidade e bem-aventurança e por diversos sadhanas (disciplinas espirituais) para obtenção de outras coisas boas semelhantes. 

Para conseguir o que deseja, você tem de pagar o preço. Se trabalha apenas parte do tempo, o pagamento será parcial. Hoje só demonstramos devoção parcial, no entanto desejamos a recompensa correspondente a uma devoção total. Como pode?! Dar somente parte de sua mente, enquanto deseja retribuição total da Graça de Deus, é como pretender receber remuneração integral por apenas uma fração do serviço. Se reconhece, com a plenitude de seu coração, que tudo quanto faz é pela Graça de Deus, então, seguramente, Deus lha dará o retorno total. Tente e conseguirá."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 50)


VERDADE OU IMAGEM DA VERDADE?

"A verdadeira forma de ocultismo não é algo exótico, revestido de fantasias, como muitas pessoas imaginam que seja. Desde os tempos mais remotos tem sido uma ciência que se ocupa com os fatos ou com a verdade. A imaginação é uma coisa, e os fatos são algo diferente. Mas esta ciência especifica também se ocupa com a vida e a consciência, e é somente quando a vida da pessoa está baseada na verdade que ela adquire o aspecto de sabedoria. A sabedoria não pode ser separada da vida; quando ela encontra o seu caminho na vida, esta começa a mostrar uma nova qualidade, um novo brilho e beleza diferentes daquilo que comumente se obtém.

A verdade não admite compromissos, embora o comportamento de uma pessoa possa fazê-lo. Convenções e oportunidades também variam de acordo com as circunstâncias. Poderemos estar unidos dentro de um espaço limitado. Eu, então, me acomodo as suas necessidades ou maneiras, e você faz o mesmo com relação a mim. Isto está certo e é necessário. Tal compromisso tem o seu lugar na vida; porém não podemos tomar liberdades com o nosso entendimento ou qualificar uma verdade sem torná-la inverídica. Não se pode misturar a lógica com ideias que são ilógicas apenas para satisfazermos a nós próprios.

A palavra ‘verdade’ possui um significado tão extraordinário que poderíamos nem mesmo adivinhar a sua natureza. A fim de descobrir aquele significado, será necessário aplicar os mais rigorosos padrões à própria vida e à forma de pensar. Sem este procedimento será impossível atingir esta verdade na forma que precisa ser entendida em nós próprios, na forma em que se diferencia dos fatos externos às pessoas, que podem ser observados por qualquer um. Existem as coisas concretas ao nosso redor que podemos observar com as faculdades que normalmente usamos. Podemos compreender a sua natureza e propriedades ao menos superficialmente, mas a verdade significa muito mais do que tal compreensão e não deverá ser confundida com qualquer visão que se possa projetar, baseada em ideias preconcebidas ou em preleções pessoais. É fácil sucumbir aos grilhões de qualquer ilusão prazerosa, imaginando-a verdadeira."

(N. Sri Ram – Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 – p. 22/23)


terça-feira, 29 de outubro de 2013

PERCEPÇÃO E CONCENTRAÇÃO

"Estar perceptivo não é a mesma coisa que estar alerta. O estado de alerta é um elevado estado de atenção, geralmente associado a algum grau de estresse, que surge do medo e da excitação. Mas a percepção não envolve estresse, e não é dirigida pelo medo ou pela excitação. A mente está plenamente desperta no presente, relaxada e equilibrada.

Estar perceptivo não requer manter a atenção sobre uma coisa, ou não haver pensamento. Mesmo quando a atenção se move de uma coisa para outra, ainda podemos permanecer perceptivos, porque a percepção flui com a experiência consciente. Ela age como a luz e ilumina a experiência, de modo que é clara na consciência.

A percepção mostra o que estamos pensando, sentindo, pretendendo ou fazendo. É algo que pode ser mantido o tempo todo e que podemos nos esforçar por desenvolver, mesmo quando executamos nossas atividades diárias. Aliás, o que quer que façamos será feita de forma mais perfeita quando estivermos plenamente presentes. A percepção permite ver claramente o nosso mundo interior, as criações de nossa mente; e gradualmente a porta da compreensão e da liberdade se abre para nós.

Porém, para experimentar a mente brilhante ou para ter o poder de direcionar as criações da mente, também é essencial desenvolver a concentração – a habilidade de direcionar e manter nossa atenção sobre algo por um período de tempo desejado. Se pensamos na percepção como sendo luz, podemos pensar na concentração como um laser, ou uma luz focalizada. A força da concentração é determinada pelo modo como conseguimos focalizar plenamente, e por quanto tempo conseguimos manter esse foco.

A concentração nos fornece a habilidade de ir além dos conceitos e pensamentos, de modo a compreender a mente brilhante. Ela também permite direcionar as criações mentais. Diz-se que os verdadeiros mestres podem pensar o que quiserem, quando quiserem, e não pensar, quando não precisam fazê-lo."

(John Cianciose - A Mente Brilhante - Revista Sophia, Ano 3, nº 10 - Pub. da Ed. Teosófica -  p. 19)


A PROXIMIDADE DO MUNDO CEGA O HOMEM

"Se você fechar um olho e segurar uma moeda muito próxima do outro olho, não conseguirá ver o mundo além: ficará ofuscado por causa desse pequeno objeto. Se afastar a moeda do olho aberto, verá como é vasto o mundo. O mesmo acontece com Deus. Quando você está estreitamente identificado com o mundo, fica cego e não consegue vê-Lo. Subjugado por ansiedade, preocupação, medo, insegurança e incerteza, de modo algum você consegue imaginar que Deus exista.

É apenas quando se afasta a ‘moeda’ deste mundo que você vê a vastidão de Deus dentro e fora da criação. Só então você contempla o mundo em sua verdadeira perspectiva. Você tem de manter o que é mais importante – Deus – diretamente em sua linha de visão. Quando Ele é o primeiro, tudo o mais entrará no foco adequado.

Por isso Cristo disse: ‘Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas’ Paramahansaji enfatizou essa mensagem a todos, muitas vezes. Cada ser humano sente no coração a necessidade de algo. Necessitamos de Deus; necessitamos nos agarrar em alguma coisa imutável que nos dará força para enfrentar os problemas pessoais, os testes e as experiências que atraímos para nós. Nunca culpe ninguém pelo que lhe acontece. Culpe a si mesmo; mas não se castigue, pois isso é errado. E nunca tenha pena de si próprio. Lembre-se sempre disto: você é filho de Deus, e a meditação é o meio pelo qual você pode compreender que pertence a Ele.

Meditação é a afirmação constante do que somos. Quando sentamos para meditar, estamos afirmando: ‘Sou a alma, unida a Deus’. (...) Como acontece com tudo, quanto mais praticar a meditação e nela se tornar mais versado, tanto mais se beneficiará dela; mais você lembrará e expressará sua herança divina. A importância e o valor da meditação estão em sua sagrada promessa dessa percepção final da natureza de sua alma.

Não basta ir à igreja; não é suficiente ouvir os maravilhosos sermões dados nos templos da Self-Realization Fellowship. Os sermões são bons; é importante ouvi-los. Se puder, você deve assistir regularmente aos serviços. Todavia, precisa haver, além disso, a prática diária da presença de Deus, a comunhão diária com Ele na meditação profunda e a apresentação diária de seus problemas a Ele."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship – p. 20/22)