OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (2ª PARTE)

"(...) Devido a persistência de maus hábitos, a consciência da existência corporal, com todas as suas lembranças, revive ocasionalmente e combate essa tranquilidade. Se, porém, qualquer um praticar este método regularmente e por períodos prolongados, pode ter a certeza de que, em tempo, encontrar-se-á em elevado estado supramental de Bem-aventurança.

Não devemos, todavia, imaginar antecipadamente os resultados possíveis a que este processo conduz e, então, parar de praticá-lo após curta tentativa. Para fazer real progresso, são necessários os seguintes fatores: primeiro, dedicada atenção ao assunto que vai ser aprendido; segundo, o desejo de aprender e um espírito sério de investigação; terceiro, firmeza até o objetivo colimado ser alcançado.

Se apenas trabalharmos parcialmente e, após uma prática limitada, a interrompermos, o resultado almejado não virá. Um neófito em práticas espirituais, que tanta prejulgar a experiência dos peritos (os mestres e profetas de todos os tempos) assemelha-se à criança que procura imaginar como serão os cursos de graduação. É uma grande pena que os homens despendam seu tempo e seus melhores esforços em conseguir o que é necessário à sua existência no mundo ou em controvérsias intelectuais acerca de teorias. Parece que raramente pensam valer a pena perceber e pacientemente experimentar na vida as verdades que não só estimulam como também conferem significado à existência. Esforços mal orientados prendem a atenção dessas pessoas durante mais tempo do que as iniciativas bem conduzidas. (...)" 

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 70/71)

domingo, 20 de outubro de 2013

REFLEXÕES DE KRISHNAMURTI SOBRE A MORTE

"Ao retornar para Ojai, em fevereiro de 1983, K. começou a ditar a continuação do seu Diário. (...) Ele descreve ter visto uma folha morta ‘amarela e vermelha brilhante’, caída no caminho quando caminhava numa bela manhã ensolarada na primavera.’ Que bela era aquela folha’, ele disse. (...) ‘É estranho que não tenha murchado’. Ele continuou:

Por que os seres humanos morrem tão miseravelmente, tão infelizes, com doenças, velhice, senilidade, o corpo encolhido, feio? Por que não podem morrer naturalmente e de forma tão bela quanto uma folha? O que há de errado conosco? Apesar de todos os médicos, remédios e hospitais, operações e toda a agonia da vida, e prazeres também, não parecemos capazes de morrer com dignidade, simplicidade e com um sorriso... Assim como se ensina matemática, a escrever, a ler e toda a parafernália da aquisição de conhecimento às crianças, também se deveria ensinar-lhes a grande dignidade da morte, não como uma coisa infeliz e mórbida que temos de encarar finalmente, mas como algo da vida diária – a vida diária de olhar para o céu azul e para o gafanhoto em uma folha. Os desconfortos que sentimos quando nascem os nossos dentes ou com as doenças infantis fazem parte do nosso aprendizado. As crianças têm uma extraordinária curiosidade. Se vocês perceberem a natureza da morte, não explicarão que tudo morre, que o pó volta ao pó e assim por diante, mas, sem qualquer temor, irão explicar-lhes delicadamente que viver e morrer são uma única coisa..."

(Mary Lutyens - Vida e Morte de Krishnamurti - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 245)


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO CIENTÍFICO OU YOGA (1ª PARTE)

"São Paulo afirmou: 'Eu morro diariamente'¹ Com isso ele quis dizer que conhecia o processo de controlar os órgãos internos e que podia, voluntariamente, libertar do corpo e da mente o seu Eu espiritual - uma experiência que as pessoas comuns, destreinadas, sentem apenas no momento final da morte, quando o Eu espiritual liberta-se do corpo esgotado.

Ora, é possível ter a experiência de que o Eu está separado do corpo, sem experimentar a morte definitiva, submetendo-se a um curso de treinamento prático e regular neste método científico.

Darei apenas uma ideia geral do processo e da verdadeira teoria científica em que ele está baseado. Apresentarei o assunto aqui nos termos de minha própria experiência. Verificar-se-á, afirmo, que é universalmente aplicável. E também posso dizer, com plena garantia, que a Bem-aventurança - que é, como indiquei, nosso objetivo final - é sentida em grau intenso durante a prática deste método. Sua prática é em si intensamente bem-aventurada - muito mais bem-aventurança pura do que o maior de todos os prazeres que qualquer dos nossos cincos sentidos ou a mente jamais poderão nos oferecer. 

Não desejo dar a ninguém outra prova de sua verdade que não seja a proporcionada por sua própria experiência. Quanto mais alguém a pratica com paciência e regularidade, tanto mais sente, de maneira intensa e duradoura, que está estabelecido na Bem-aventurança de Deus. (...)"

¹ Coríntios 15:31

(Paramahansa Yognanda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 68/70)


sábado, 19 de outubro de 2013

JÑᾹNA YOGA

"A palavra Jñᾱna deriva da raiz sânscrita ‘jñᾱ’, que significa conhecimento, discernimento e o seu ideal é a realização da Verdade Absoluta. É conhecido como o caminho do conhecimento que conduz à sabedoria. É despertar o conhecimento que seja capaz de extinguir a causa principal do sofrimento, a ignorância (avidyᾱ). Este conhecimento não é apenas um conhecimento comum da natureza das coisas, mas sim o conhecimento metafísico sobre a real natureza do espírito. O principal objetivo é demonstrar que o sujeito e o objeto tão, separados, são apenas duas expressões de um Ser ou Substância Absoluta. Desta forma, a Consciência Absoluta (Brahman) e a Consciência individual (Ᾱtmᾱ), Deus e o homem, o Criador e o criado, são apenas manifestações diferentes de uma Realidade Universal (Brahman). A máxima na tradição do Vedᾱnta é que Brahman é Ᾱtmᾱ e Ᾱtmᾱ é Brahman.

Este caminho está totalmente baseado no sistema não-dualista (advaita) do Vedᾱnta, cujos textos autorizados abordam a investigação profunda sobre a natureza do Ser (Ᾱtmᾱ) e do não ser (Ᾱnatmᾱ) e seu principal objetivo é libertar o homem da escravidão da ignorância (avidyᾱ). "

(Maria Laura Garcia Packer - a Senda do Yoga - Ed. Teosófica, Brasília - p.32)


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DA MEDITAÇÃO

"Este e o método seguinte são puramente científicos, envolvendo um curso prático de treinamento, e são prescritos pelos grandes sábios que experimentaram pessoalmente a verdade em sua própria vida. Eu mesmo aprendi com um desses sábios.

Nada existe de misterioso ou potencialmente nocivo nesses métodos: tão logo a pessoa se familiarize com eles de maneira apropriada, são de fácil aplicação. Descobrir-se-á que são universalmente aplicáveis. A melhor prova de sua eficácia e utilidade reside no conhecimento experimentado na prática. Praticando regularmente os métodos de meditação até que se tornem um hábito, podemos produzir para nós próprios o estado de 'sono consciente'. Geralmente experimentamos esse estado de tranquilidade e agradável serenidade justamente quando caímos em sono profundo e nos aproximamos do estado de inconsciência, ou quando dele saímos e nos acercamos da consciência.

No estado de sono consciente tornamo-nos livres de todos os pensamento e das sensações externas do corpo, e o Eu tem a oportunidade de pensar em si mesmo. Chega-se a esse estado de bem-aventurança de vez em quando, de acordo com a profundidade e da frequência da prática da meditação. Nesse estado, esquecemos e nos libertamos, temporariamente, de todas as perturbações da mente e do corpo que costumam distrair a atenção do Eu. Por esse processo de meditação, os órgãos externos ou sensoriais são controlados quando se acalmam os nervos voluntários, como acontece no sono.

Esse estado de meditação é apenas a primeira e não a última etapa da verdadeira meditação. No sono consciente aprendemos a controlar apenas os órgãos externos ou sensoriais, sendo a única diferença que, no sono comum, os órgãos sensoriais são automaticamente controlados, enquanto que na meditação os órgãos sensoriais são controlados voluntariamente. No entanto, nesse primeiro estágio de meditação o Eu espiritual ainda está sujeito a ser perturbado pelos órgãos internos ou involuntários, tais como os pulmões, o coração e outras partes do corpo que erradamente supomos estarem fora de nosso controle.

Precisamos então procurar um método melhor do que a meditação. Pois enquanto não for capaz de voluntariamente desconectar-se de todas as sensações do corpo - até mesmo as sensações internas, que acarretam o brotar dos pensamentos - mas continuar vulnerável a essas perturbações, o Eu espiritual não poderá ter qualquer esperança de controle nem de tempo ou oportunidade para conhecer a si mesmo."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 66/68)