OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DA DEVOÇÃO

"Este método consiste na tentativa de fixar nossa atenção em um objeto de pensamento, em vez de fixá-la em diferentes séries de pensamentos ou em vários objetos (como no método do intelecto). No método da devoção estão incluídas todas as formas de culto, como por exemplo a oração (em cuja prática devemos eliminar todos os pensamentos relacionados com objetos mundanos). O Eu espiritual deve fixar a atenção de maneira profunda e reverente naquilo que escolheu como foco de sua concentração - seja a ideia de um Deus pessoal, seja a de uma Onipresença impessoal. O ponto-chave é que o devoto se concentre, com suficiente sinceridade, em um único pensamento devocional.

Por este processo o Eu espiritual torna-se gradualmente liberto do tumulto de numerosos pensamentos - a segunda série de perturbações - e consegue tempo e oportunidade para pensar em si mesmo. Quando oramos fervorosamente, esquecemos todas as sensações corporais e expulsamos todos os pensamentos intrusos que tentam ocupar nossa atenção.

Quanto mais profunda é nossa oração, mais intensa é a satisfação que sentimos, e essa satisfação torna-se o critério com que medimos até que ponto nos aproximamos da Bem-aventurança ou Deus. À medida que as sensações do corpo são deixadas para trás e os pensamentos errantes são controlados, a superioridade do método da devoção sobre o intelectual se evidencia.

No entanto, o método da devoção apresenta certos defeitos e dificuldades. Devido ao arraigado hábito que leva o Eu espiritual a manter-se apegado e escravizado ao corpo, ele se esforça em vão para desviar a atenção da esfera das sensações corporais e mentais. Todavia, por mais que a pessoa deseje orar ou unir-se de todo o coração a qualquer forma de culto, a atenção é invadida impiedosamente pelo ataque de sensações corporais e pensamentos velozes trazidos pela memória. Frequentemente, quando oramos, ficamos completamente absorvidos em dar atenção às circunstâncias que são favoráveis à oração, ou sucumbimos facilmente à tentação de buscar alívio ao menos desconforto físico que apareça durante ela. 

Apesar de todos os nossos esforços conscientes, nosso mau hábito de inquietude - que já se tornou para nós uma segunda natureza - predomina sobre os desejos do Eu. A despeito do desejo de nos concentrarmos, a mente se torna inquieta e, parafraseando, poderíamos dizer: 'Onde estiver a nossa mente, ali estará também o nosso coração'. Dizem-nos para orar a Deus de todo o coração. Em vez disso, geralmente nossas mentes e corações são distraídos por impressões sensoriais e pensamentos errantes durante a oração. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 64/66)


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

CULTURA DA MENTE

"O ocultista sabe o valor do conhecimento, mas ele acredita no emprego do discernimento na aquisição do conhecimento relacionado com o lado fenomenal da Natureza. Em primeiro lugar, ele sabe que todo conhecimento obtido através da mente inferior é relativo e, por conseguinte, não lhe dá a importância que assume aos olhos do homem comum do mundo. O ocultista adquire o conhecimento que lhe é necessário e útil em seu trabalho, mas não sobrecarrega a mente com conhecimentos detalhados que não lhe são úteis no momento. Ele não encara o conhecimento como uma espécie de ornamento ou passatempo como fazem alguns letrados e cientistas. Em segundo lugar, ele sabe da possibilidade de desenvolver faculdades superfísicas que o habilitam a adquirir, sem muita dificuldade, qualquer espécie de conhecimento que possa necessitar. O desenvolvimento do corpo causal e do veículo Buddhico, com as faculdades que lhe são próprias, torna desnecessário o acúmulo de conhecimentos detalhados na mente inferior, à vista da facilidade de obtenção de tal conhecimento a qualquer momento, e sua maior credibilidade quando adquirido dessa maneira.

Não quer isto dizer, é claro, que o aspirante à Sabedoria Divina deva desprezar o conhecimento relacionado ao lado fenomenal da vida, ou que possa negligenciar a cultura da mente inferior. Há uma poucos pessoas aptas a desenvolver suas faculdades superfísicas no presente imediato, e por muitas vidas vindouras a grande maioria dos candidatos, trilhando o caminho da Autorrealização, terá que operar em seus corpos mentais inferiores e através deles."

(I.K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, 1997 - p. 103/103)


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DO INTELECTO (PARTE FINAL)

"(...) é natural que o homem se desenvolva por meio do pensamento e do raciocínio, pelo estudo profundo de livros, pelo engenhoso trabalho de pesquisa e pelas laboriosas investigações das causas e dos efeitos no mundo natural. Quanto mais profundamente o homem se ocupa de processos de pensamento, pode-se dizer que mais ele utiliza o 'método' pelo qual ele se tornou o que é no curso da evolução do mundo (quer dizer, o método pelo qual a consciência se desenvolveu até tornar-se Autoconsciência) e mais ele se aproxima, consciente ou inconscientemente, do Eu - pois pelo pensamento nós nos colocamos acima do corpo.

Seguindo-se deliberadamente esse método, obter-se-ão resultados seguros. O exercício do pensamento por meio do estudo, com o objetivo de adquirir conhecimento em determinado campo, até certo ponto aprimora a Autoconsciência, mas não é tão eficaz nesse sentido quanto o processo intelectivo que tem como único objetivo transcender o corpo e perceber a verdade.

Na Índia, o método do intelecto em sua forma mais elevada é chamado Jnana Yoga: o alcance da verdadeira sabedoria por meio da reminiscência e do discernimento, como por exemplo recordar-se constantemente: 'Eu não sou o corpo. Meu verdadeiro Eu não pode ser afetado pelo espetáculo passageiro da criação. Eu sou Espírito.'

Um dos defeitos deste método intelectual é ser um processo muito vagaroso. Pode demorar muito tempo para que o Eu espiritual possa, dessa maneira, perceber a si mesmo. Enquanto o Eu espiritual começa a perceber a Autoconsciência por esse método, está ainda comprometido com uma série de pensamentos passageiros com os quais não tem qualquer relação.

A tranquilidade do Espírito é algo que está para além do pensamento e da sensação corporal; todavia, uma vez alcançada, ela transborda e os inunda."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 62/64)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

IMPERMANÊNCIA

"O discípulo perguntou ao Mestre:

- Por que, Mestre, estais sempre namorando as nuvens?

Contemplo-as, lendo em cada uma a grande lição da impermanência. Sejam brancas, diáfanas, enormes e luminosas; sejam cinzentas, baixas, pejadas e pesadas; sejam coloridas de poente, sejam de nascente, em poucos instantes já perderam a forma e a cor; já deixam de ser. Nós também. Não resistimos ao tempo. Quem pode deter a maré do tempo que tudo arrasa? Nossas alegrias e vitórias, nossas quedas e tristezas não persistem. Tudo muda. Tudo o tempo consome. Olha aquela imponente nuvem sobre o rio...

- Bela. Muito bela mesmo!

- Se quiseres, meu filho, perder a tua paz, é só te apegares a ela e desejar que fique, assim como está. “Uma nuvem nunca é; sempre simplesmente está."

(Hermógenes - viver em Deus - Ed. Nova Era, 4ª edição - p. 141)


QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DO INTELECTO (1ª PARTE)

"O método do intelecto é o método natural comumente adotado e que, no entanto, não produz efeitos rápidos no alcanço do objetivo.

O desenvolvimento e o progresso intelectual têm sido naturais e portanto comuns a todas as criaturas racionais. É a nossa compreensão autoconsciente que nos diferencia dos animais inferiores, os quais são conscientes porém não autoconscientes. 

Nas etapas e processos da evolução, vemos que essa consciência gradualmente se converte em autoconsciência - a autoconsciência surge a partir da consciência animal. A consciência procura gradualmente libertar-se e conhecer-se por si mesma; desse modo, ela se converte em autoconsciência. Tal mudança se deve a uma necessidade evolutiva. O Eu espiritual, identificado com vários graus e espécies de estados corporais e mentais, tenta de maneira gradativa e natural retornar a si próprio por si mesmo. 

O desenvolvimento do processo do pensamento consciente é um dos métodos que o Eu espiritual adota para colocar-se acima das limitações do corpo e da mente. O esforço que o Eu espiritual faz, por meio do processo do pensamento, para retornar a si próprio - à sua condição perdida - é um fenômeno natural. É o processo seguido pelo mundo.

O Espírito Universal se expressa em graus diferentes de desenvolvimento, desde o mais baixo até o mais elevado. Na pedra e no torrão de terra não há vida ou consciência como podemos concebê-la. Nas árvores há um crescimento vegetativo, uma aproximação da vida. Contudo, não existe aí qualquer manifestação desembaraçada de vida e nenhum processo de pensamento consciente. Nos aminais existe vida e também consciência de vida. No homem - o ponto culminante - há vida, consciência de vida e também consciência do Eu (Autoconsciência). (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 61/62)