"(...) 'O homem não é uma criatura desprezível, nascido do pecado e na lama, condenado a viver uma existência sofredora para sempre. O homem é imortal; é eterno. Dessa maneira, quando o chamado vem da região da imortalidade, ele responde com todo o seu coração.' Ele 'busca libertação de sua escravidão ao trivial e temporário. Todos suplicam por isto no seu coração dos corações. E tudo se obtém de uma única maneira, ou seja, na contemplação do Atma, o mais elevado Ser, que é a base de toda essa aparência'.
Mas libertação é uma batalha que se prolonga por um longo período de tempo. Não vem automaticamente com a morte, como se pode pensar. Após se alojar no corpo físico, o Atma ainda está imerso em outros veículos; ainda tem vínculos com a Terra, vínculos de memória e desejo que o trazem à reencarnação repetidamente. Para alcançar a libertação e a felicidade eterna, o homem deve se livrar de todos os desejos e apegos terrenos. Em uma de suas comparações, Baba diz: 'O homem é como o arroz. Após sua casca ter sido retirada, não crescerá mais. A casca do homem é seu corpo de desejos; se liquidado, ele não mais reencarnará.'
Naturalmente, a vitória sobre os desejos e apegos terrenos é algo que requer longas práticas espirituais ou sadhana. A maior parte dos ensinamentos de Baba se destina a auxiliar as pessoas nessa luta, e usa muitas ilustrações singelas para ajudá-las a aprender e lembrar os princípios básicos envolvidos. Por exemplo, diz ele: 'Muitos desejos do homem são como as pequenas moedas de metal que traz em seu bolso. Quanto mais as tem, mais pesados seus bolsos se tornam. Mas se puder trocá-las por uma nota de valor alto, não mais sentirá qualquer peso. Da mesma maneira, se puder converter seus muitos desejos em um só, isto é, na aspiração de união com Deus, então não haverá peso para empurrá-lo para baixo, para o nível da Terra.' (...)"
(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 330/332)