OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 5 de outubro de 2013

A JUSTIÇA E A COMPAIXÃO DA LEI CÁRMICA

"A Lei é Justa, porque dá a cada um precisamente o que é devido ao bem e ao mal. Ninguém sofre mais do que o que mereceu. Ninguém gozará recompensas que não te­nha conquistado e ninguém será exaltado a expensas de outrem. A Lei é Justa, porque é a Lei, ou o Método de Deus. Temos tendência para confundir nossa arbitrária noção de justiça com a Justiça que é de Deus. Nossa justiça está, invariavelmente, mesclada a outras qualidades, consciente ou inconscientemente; daí que ‘Seus caminhos não são os nossos caminhos, nem Seus pensamentos são os nossos pensamentos’. Ainda não. Quando nossa maneira de ser e nossos pensamentos forem os Seus, teremos alcançado a Meta, tornando-nos unos com Ele —‘perfeitos como nosso Pai Celeste é perfeito’ — que é o Grande Todo-Eu em cada coração. Pensamos que estamos sofrendo injustamente, e achamos que, não fosse por esta ou aquela ação de determinada pessoa, poderíamos ter evitado esse sofrimento. Realmente! Que conhecimento temos nós de todos os trabalhos ocultos da Lei? Pen­samos que um bom Deus castiga pelo que não foi come­tido? Podeis estar certos de que o braço que nos golpeia é o nosso próprio braço, levantado contra nós mesmos; é o resultado de alguma coisa que fizemos no passado. A escuridão que nos envolve é uma neblina que nós mes­mos criamos. (...) 

Embora essa Lei seja compassiva e justa, encarada do baixo ponto de vista em que estamos, a grande verdade é que não vem a ser uma coisa nem outra. Visto níveis superiores, o Karma é imparcial e destituído de ideia de Justiça ou Misericórdia: ele é Verdadeiro. Porque não é realmente a Lei que nos pune ou recompensa, mas nós próprios. Se não pusermos o dedo no fogo, jamais ele nos queimará. Portanto, se nunca transgredirmos a Lei, ela não nos pode ferir e, se a servirmos, ela nos auxilia. Ela é o "Braço de Deus", e podemos ser erguidos por ele, ou cair, ferindo-nos, se deixarmos de nos agarrar a ele."

 (Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 49/50)


CORPO E ESPÍRITO

“O corpo é o instrumento da ação e da experiência. Através dos acontecimentos da vida que nos atingem com tanta rapidez, formamos hábitos mentais, conceitos e ideias e, mais ou menos baseados nisto, agimos. O corpo é um instrumento valioso para o progresso de nossa alma, mas não é realmente nós, é nosso para nosso uso. Pelos seus nervos sensoriais ganhamos impressões que modelamos em conceitos. Pelos seus nervos motores atuamos em nosso ambiente.

O que é então a alma que usa este corpo, por ‘osmose’ se assim podemos dizer, pois pensamento e sentimento têm origem no interior, nos mundos mais sutis do ser onde eles são forças vivas, vibrantes e criativas da Natureza, imediatamente provocando vibrações sincrônicas (embora de voltagem mais baixa) nas células do cérebro e dos nervos do corpo, transferindo assim essas forças para a consciência física.

E o que é Espírito? Algumas pessoas confundem os dois termos, Alma e Espírito, e julgam que eles são permutáveis, mas no original grego são palavras bem diferentes. Espírito é a palavra grega ‘pneuma’, que praticamente tem o mesmo significado que a latina ‘spiritus’, que quer dizer alento vital. A Vida Eterna insuflou no homem psíquico e físico o Alento de Vida e ele se tornou uma alma viva e imortal. Esse terceiro fator em nós é a parte eterna, imortal, que dura para sempre. ‘Não será eliminado quando o corpo for destruído’.

O espírito em nós é a Palavra de Deus feita em carne, aquela que a Inteligência Criadora pronunciou para expressar Seu Pensamento e enquanto o ‘céu’ e a ‘terra’ de nosso interior e exterior, psíquico e físico, passam e são repetidamente recriadas, a Palavra em nós nunca passará, nunca deixará de existir.

Este é nosso ‘Eu Superior’, se, como é natural, pensarmos nele como acima de nós. O pensar, o sentir e o agir do nosso eu, com seus planos de ser e expressão, não são senão instrumentos do Eu Superior, que acumula experiência e progresso por meio deles. Esse plano mais elevado do ser está onde todos somos ‘Filhos de Deus’ porque não há filho do homem, por abandonado e degradado que esteja, que não tenha, mergulhado em seu interior, esta fagulha de Beleza e Eternidade. É uma herança que ele não pode ignorar.”


(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Biblioteca Upasika - p. 05/06)
www.upasika.com


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DECLÍNIO DA MORAL DO HOMEM

"Isso nos leva ao próprio homem. Quais são as principais acusações feitas ao homem moderno e, mais particularmente, aos mais ou menos seiscentos e noventa milhões que estão vinculados à cristandade?¹ Adicionalmente ao já estabelecido, é assinalado que atualmente a humanidade tem mostrado um acentuado declínio na moralidade. Esse declínio evidencia-se pelas guerras agressivas, corrupção política e crescimento da criminalidade e do vício. Também nos campos econômico e industrial, nos monopólios, trustes e cartéis, na competição desenfreada, baseada na doutrina do 'cada um por si e Deus por todos', o homem moderno adotou a lei da selva. Há os que vendem, visando lucro, matérias primas e armamentos para nações potencialmente hostis e destroem alimentos extremamente necessários, a fim de manter seus preços elevados. Além do mais, tornou-se quase universal o estímulo deliberado ao hábito de narcótico e excessos alcoólicos e sexuais. 

O Sr. Richard Livingstone, um eminente intelectual e pedagogo britânico, fazendo uma conferência na Austrália sob os auspícios da Universidade Nacional, em 1951, disse: 'Esta época tem sexo no cérebro. Em consequência, ela está decaindo (...). Os estudantes de hoje tropeçam em sua educação como se estivessem bêbados, não sabendo onde estão, para onde estão indo ou o que estão fazendo (...). Os homens perderam a força moral diretiva. A força moral diretiva - uma crença em princípios e uma disposição para aceitar disciplina e fazer sacrifícios por eles - é muito mais importante para a sobrevivência da humanidade do que o conhecimento ou a inteligência.' O Sr. Richard continua: 'Se o mundo algum dia quiser se recuperar da presente incerteza doentia, deve se preparar para aceitar de novo princípio que, no sentido mais amplo do termo, são os princípios cristãos. O cristianismo é uma doutrina de responsabilidade individual. O homem que vive segundo essa doutrina escolhe um caminho duro, mas feliz. Há demasiada ênfase em preparar pessoas jovens para aprender a ganhar a vida e quase nada em ensiná-lo como viver.'

Tais são algumas das enfermidades que afligem o homem moderno. Tal é parte do problema com que se confrontam os seres humanos, cristãos e não cristãos igualmente, como uma família de pessoas na Terra. Esses males não são apenas físicos - eles são também doenças da alma. Vivendo no meio deles, o homem naturalmente procura as fontes apropriadas de cura, que devem ser necessariamente encontradas na religião. A maioria dos ocidentais volta-se, portanto, para a religião cristã e seus representantes oficiais. Quando o corpo está doente, o médico é consultado, e, quando a alma está doente, deposita-se a esperança no sacerdote e no que ele prescreve, a saber, luz espiritual, graça da cura e orientação prática na conduta da vida."

¹ Cifra vigente quando da preparação do texto original no início da década de 60, no século XX. Atualmente, no início do século XXI, estima-se que existam cerca de 2 bilhões de cristãos de todas as denominações.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 23/24)


REENCARNAÇÃO: VIAGEM DA ALMA PARA A PERFEIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) É melhor satisfazer desejos menores ou insignificantes, porque assim nos livramos deles. Mas é preciso fazê-lo com sabedoria e discernimento, senão até os pequenos desejos podem voltar com mais vigor, reforçados pela experiência. Pessoas com tendência a beber, por exemplo, costumam 'raciocinar' assim: 'Hoje beberei quanto quiser e amanhã ficarei sem beber.' Após várias repetições da experiência, o resultado mais comum é descobrir que se formou um hábito e, então, será difícil abandoná-lo. O mesmo pode acontecer com qualquer outro desejo. 

Deus não é um ditador que nos enviou aqui e nos ordena o que fazer. Ele nos deu livre-arbítrio para fazermos o que quisermos. Já ouvimos muita coisa sobre a importância de ser bom. Entretanto se todos nós vamos direto para o céu quando morremos (como alegam alguns), de que adianta fazermos o bem enquanto estivermos aqui? Se todos recebem a mesma recompensa no fim da vida, por que não ser um pessoa ambiciosa, egoísta, já que o caminho do mal geralmente é mais fácil de trilhar? Seria inútil imitar a vida dos grandes santos se, ao morrer, todos nós - tanto os bons quanto os maus - nos tornássemos anjos.

Por outro lado, se no plano de Deus estamos todos destinados a ir para o inferno, será igualmente inútil nos preocuparmos com o comportamento nesta vida. E de que valeria vigiar as ações, se nossas vidas fossem como automóveis, que quando estão velhos são lançados na sucata, e ali terminam? Se nisso se resume a vida do homem, não há necessidade de ler as escrituras ou de exercitar o autocontrole."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 215)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

RENASCIMENTOS E EVOLUÇÃO

"O renascimento está em toda a natureza numa evolução cíclica. Ciclos menores estão contidos em ciclos maiores e tudo está num contínuo vir a ser. Em polos opostos, a divindade manifestou-se e, nessa polaridade, há a construção, a destruição e a reconstrução, períodos de atividades, de repousos, e de novas atividades. (...)

O homem não foge à regra e está inserido nesse mecanismo cósmico de nascer, renascer e evoluir sempre.

Que sentido teria vida e onde estaria a chamada Justiça Divina, caso tivéssemos apenas uma existência terrena? Por que nasce um com saúde e outro com doença? Um nasce em berço esplêndido, enquanto outro sofre agruras sub-humanas da miséria; um está num meio ambiente que lhe proporciona condições de educação, saúde, conforto, ao passo que outro está inserido num contexto totalmente oposto?

Se raciocinássemos nestes termos, seríamos obrigados a admitir uma divindade injusta, irresponsável e incoerente. Não haveria nada de Divino e a natureza seria como um jogo de forças cegas ao sabor do acaso. Entretanto, considerando a divindade perfeita, justa e coerente, e suas manifestações e leis universais também condizentes com ela, seremos levados a admitir a existência de uma razão aceitável pelo nosso intelecto, que responda ao porquê das desigualdades. Isto não é explicável admitindo-se apenas uma existência. Partindo desse ponto de vista, somos forçados a pensar que, como seres eternos temos a vida manifestando-se em múltiplas existências, em corpos e situações diferentes, sob a ação de uma lei, a lei do Karma. Esta regula as condições de cada encarnação, correspondentes às circunstâncias criadas por nós mesmos, em vivências pretéritas."

(Antonio Geraldo Buck - Manual Básico de Teosofia - Publicações Maitreya, Porto - p.181/183)