OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 7 de setembro de 2013

UMA PERSPECTIVA DE VIDA MAIS ABRANGENTE

"É fácil perceber a mudança radical introduzida na vida do homem que compreende que sua vida física não é nada mais que um dia na escola, e que o seu corpo físico é simplesmente uma vestimenta temporária arranjada para o propósito de aprender através dele. Ele de imediato vê que esse propósito de ‘aprender a lição’ é o único que tem alguma importância (...).

Para aquele que conhece a verdade, a vida da pessoa comum devotada exclusivamente a objetivos materiais, à busca de riqueza ou fama, parece uma simples brincadeira de criança – um sacrifício insensível de tudo o que vale a pena ter para a gratificação de uns poucos momentos da parte inferior da natureza do homem. O estudante coloca sua afeição nas coisas elevadas, e não nas coisas da Terra, não apenas porque ele percebe que é a coisa certa a ser feita, mas porque compreende muito claramente a falta de valor nas coisas terrenas. Ele sempre tenta alcançar um ponto de vista mais elevado, pois vê que o inferior carece totalmente de confiança – que os desejos e sentimentos inferiores o cercam como um denso nevoeiro, tornando-lhe impossível ver qualquer coisa com clareza, a partir daquele nível."

(C. W. Leadbeater - Introdução à Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 49/50)


O CRISTIANISMO TEM SIDO SUFICIENTEMENTE PRATICADO? (PARTE FINAL)

"(...) A franca e deliberada escolha dessas práticas maléficas, como meio de ganhar poder e riqueza é, na verdade, uma negação daquela espiritualidade que foi ensinada, por preceito e exemplo, pelo fundador da fé cristã. No sermão da montanha, ele inculcou a autoentrega e exemplificou-a no seu nascimento na pobreza e na sua aceitação voluntária da rejeição, do escárnio e da morte cruel. A mais elevada lei moral, disse Nosso Senhor, impõe uma completa submissão do eu. Esse desinteresse pessoal constitui-se o fantástico ensinamento de Jesus; porém, a atitude mental moderna - 'eu primeiro e Deus depois, se tiver tempo' - é, de fato, o inverso desse ideal de abnegação cristã.

Thomas Kempis, mesmo em sua época,¹ viu essas dificuldades e escreveu estas maravilhosas palavras: 'Sabe que o amor do eu te fere mais do que qualquer coisa no mundo. Com ele, em qualquer lugar, tu levarás uma cruz. Se procurares apenas a tua própria vontade e o prazer, nunca ficarás tranquilo ou livre de preocupação; pois, em tudo, alguma coisa estará faltando.'² Quão verdadeiras mostram-se estras palavras hoje! Em tudo que possuímos (e como possuímos!) algo está faltando. Em toda nossa riqueza, nosso progresso científico, invenções e avanços na mecânica, algo está, na verdade, faltando. Esse 'algo' é alegria, saúde, serenidade e paz, baseadas no altruísmo e na obediência à lei moral.

Associado ao declínio da moralidade está o crescimento do cinismo, que se aprofunda até tornar-se amargor, originando-se ambos na perda da fé e dos ideais frustados. Os que enfrentam a adversidade com amargura e que, quando a tragédia e a perda tocam suas vidas, sentem que não pode haver Deus; os que clamam por ajuda e não a encontrando, em seu desespero, submergem na descrença em sua religião e, até mesmo, negam a existência de Deus - esses não encontram na religião ortodoxa aquela rocha sólida sobre a qual suas crenças e vidas podem estar seguramente alicerçadas. Essa é um tragédia que o cristianismo poderia ter evitado - particularmente pelas doutrinas expressas na lei da impessoalidade (Mt 5:18 e Gl 6:7) e da divina Presença no interior do homem (Jo 14:20, 1Cor 3:16 e 6:19, 2Cor 6:16, Fl 2:13, Cl 1:27) e por seu ideal de amor universal (Mt 5:44, Jo 15:12, 13 e 17, 1Pd 1:22). Até agora ele não tem sido praticado assim, pelo menos por grande número de seus seguidores."

¹. 1380-1471.
². A Imitação de Cristo

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22/23)


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

OS PERIGOS DA AMBIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Quem é ambicioso jamais é feliz, porque o que ele quer está sempre no futuro, e assim existe permanentemente uma sensação de que algo está faltando. Quando finalmente alcança sua meta, a pessoa ambiciosa não se satisfaz; fica desapontada e frustrada. 'A distância empresta encantamento à visão'; quando verdadeiramente chegamos à cena, descobrimos que a grama não é tão verde quanto imaginávamos. A satisfação cessa e então queremos algo mais. Finalmente, todas as nossas ambições azedam, pois 'trabalhar para o eu é trabalhar para o desapontamento'. É muito importante compreender esse fato e identificar em nós mesmos a busca de elogios e de reconhecimento.

O livro prossegue: 'Mas embora essa primeira regra pareça tão simples e fácil, não a descarte muito rapidamente.' Podemos pensar que estamos livres da ambição, mas é muito pouco provável que isso seja verdadeiro. Trabalhamos para o eu em razão de nossos apegos, que atuam em diferentes níveis - físico, astral e mental. Portanto, podemos estar apegados a uma pessoa, a nossas posses ou às nossas ideias. Qualquer que seja a natureza do apego, seu centro é o eu, e trabalhar para o eu é gerar descontentamento, porque ele é por natureza insaciável.

O artista que ama sua arte simplesmente gosta de praticá-la. Mas raramente encontramos alguém assim. Certos artistas são autocentrados, intolerantes e invejam outros que atingiram notoriedade. Certamente existem aqueles que pintam ou compõem desinteressadamente e não para a glória do seu eu. Mas podemos nos enganar ao acreditar que estamos fazendo tudo para a glória de Deus, sugerindo que o que quer que façamos tenha a Sua aprovação; ou podemos pensar que o fazemos em nome do mestre, carimbando assim nossas ações com o seu nome.

A mente é capaz de criar muitas ilusões. Devemos estar conscientes de todas essas sutilezas e dos vários processos de autodecepção, antes que possamos afirmar que somos verdadeiramente sinceros." 

(N. Sri Ram - Revista Sophia n° 37 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 24)


O CRISTIANISMO TEM SIDO SUFICIENTEMENTE PRATICADO? (1ª PARTE)

"Os críticos dizem que é nisso que o cristianismo falha; que nem as suas formas ortodoxas nem seus oficiantes respondem com sucesso ao anseio da alma humana por luz e entendimento espiritual e intelectual. As influências espiritualizantes e purificadoras que podem motivar o homem a abandonar seus caminhos errôneos não são, é alegado, encontradas na religião ocidental. Essa é uma crítica severa, mas, onde quer que a falha possa estar, não pode ser realmente negado que a maldade é, de fato, excessiva na Terra. Uma resposta já foi adiantada. É a de que o ideal cristão não tem sido plenamente exercitado; que ele é, de fato, constantemente negado pelo modo de vida seguido por cristãos professos. O conselho e exemplo de Cristo incorporados em sua vida e em suas palavras: 'Isto vos ordeno: amai-vos uns aos outros' (Jo 15:17) e 'como quereis que os outros vos façam, fazei também a eles' (Lc 6:31) são ignorados. (...) Poucos, na verdade, aceitam e ratificam o nobre ditado de Einstein: 'O homem está aqui por causa dos outros homens'.

A acusação pode, entretanto, ser considerada muito radical, pois embora seja verdadeira na maior parte da ação coletiva, não o é definitivamente na prática individual, que inclui 'a multidão de caridades não ostentadas pelos homens.' Todavia, é ainda verdade que, exceto em certas ordens religiosas, o cristianismo não tem sido praticado coletivamente. O mundo moderno tem-se, por exemplo, confrontado com fenômenos como Hitler, Mussolini e seus sucessores no campo internacional; a desonestidade prevalecente nos negócios, incluindo o tráfico (especialmente para os jovens) de narcóticos, frequentemente dados gratuitamente para induzir o vício; prostituição e escravidão branca; a franca e quase exclusiva perseguição dos prazeres temporais; entretenimentos e propagandas pelo rádio e televisão que, deliberadamente e por lucro, incitam a ilegalidade, sensualidade e padrões artificiais de vida, tudo isso são características difundidas pela civilização ocidental moderna. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22)


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

OS PERIGOS DA AMBIÇÃO (1ª PARTE)

"A ambição é um mal primário, mas em geral é considerada uma qualidade positiva. O homem ambicioso é admirado e seus superiores têm dele um bom conceito, porque faz o esforço necessário para obter uma promoção. Porém, do ponto de vista espiritual, a ambição é destrutiva e deve ser extirpada. Ela torna a pessoa insensível aos sentimentos e às necessidades dos outros. Toda a sua atenção está fixada no objetivo que deseja alcançar; essa concentração exclui tudo, até mesmo o sofrimento alheio. Por isso Mabel Collins aconselha, no livro Luz no Caminho (Ed. Teosófica): 'Mata a ambição.'

Embora compreendamos a natureza desse mal, não conseguimos reconhecê-lo em nós mesmos. Mas é verdade que as faltas que notamos nos outros provavelmente estão presentes, pelo menos em germe, em nós mesmos. 

O livro Luz no Caminho cita a ambição como 'a primeira maldição', e adverte que ela assume formas sutis no caminho oculto. Comumente pensamos que destruímos a ambição em nós mesmos, mas ela pode reaparecer com novas roupagens, pois podemos ambicionar muito, mesmo quando estamos trilhando o caminho espiritual. Podemos não nos preocupar com o elogio da 'massa ignara' descartando-o como algo sem valor, mas é bem provável que sejamos sutilmente presunçosos, embora pareçamos não nos preocupar com a apreciação dos outros. Podemos ainda estar imbuídos de vaidade e orgulhosos de nossas supostas habilidades e de nosso valor no caminho espiritual. 

Podemos, também, desejar estar à frente de outros que são devotados ao mesmo mestre, ou sentir que de algum modo demos um passo que eles não deram. Mesmo que os outros não saibam que demos um passo, o fato de pensarmos que demos é suficiente para que nos sintamos superiores e satisfeitos. Isso pode ser tão sutil que, a não ser que estejamos muito atentos a nossos pensamentos, sentimentos e motivações, será impossível evitá-lo. Podemos continuar meditando sobre a virtude da humildade que supostamente queremos possuir, e ao mesmo tempo estarmos repletos desse egoismo tão profundamente enraizado em todos nós. (...)"

(N. Sri Ram - Revista Sophia n° 37 - Ed. Teosófica, Brasília - p - 24)