OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 27 de agosto de 2013

A ESCOLHA CERTA

"Perguntaremos a nós mesmos: Nós aspiramos ao crescimento espiritual, mas qual é a razão de eu desejar tal coisa? Sejamos absolutamente honestos conosco, desenvolvamos a habilidade de ver-nos, se possível, sem aprovação ou reprovação, mas somente em busca da compreensão.

Desejamos a felicidade e segurança espiritual para nós próprios? Desejamos ser ou tornar-nos algo de belo, louvável, especial? Gostaríamos que os outros homens nos olhassem de tal modo que, de nossa posição elevada, nos curvássemos para ajudá-los? De fato, com o correr do tempo, faríamos de 'Deus', a Eterna Beleza, um apanágio, um adorno, uma propriedade pessoal nossa?

Tudo isso é muito natural e Dra. Besant disse-nos em certa ocasião, que podemos legitimamente usar a ambição pessoal para, no princípio, sobrepujar nossos defeitos, mas devemos acabar abandonando isto completamente. Diz a Luz no Caminho: ‘Faça uma pausa e considere um pouco. É o caminho que você deseja ou tem em sua visão uma tênue perspectiva de grandes alturas a serem galgadas por você, ou um belo futuro que você vai conquistar? Esteja prevenido. O caminho tem que ser procurado pelo que ele vale e não em consideração aos seus pés que vão trilhá-lo’. Somente o puro amor de Deus, o Belo e Verdadeiro, e o amor dos homens e de toda a vida, pode conduzir-nos a Deus - quando o amor de nós mesmos, ainda que elevado e admissível, esteja perdido. Que possamos nos tornar canais puros e abnegados do Amor Divino, da Sabedoria Divina, do Poder Divino, a fim de prestar ajuda!

Esta é a única voz que pode ser ouvida nos Céus. Como é difícil! Será que podemos fazer isto? Sim, gradualmente; pela prece, pela aspiração, pela compreensão, pela prática."

(Clara M. Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Biblioteca Upasika - p. 11/12)


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ONDE ESTÁ DEUS? (PARTE FINAL)

"(...) 'O universo é melhor compreendido quando visto não como uma máquina ou processo, mas como um obra de arte em evolução', como indica um outro pensador. Esse é um insight num reino de significado onde razão e percepção estética não estão dissociadas, mas fundidas, permitindo à consciência tornar-se perceptiva da ordem divina, na qual tanto a beleza quanto o deleite têm lugar intrínseco. A música e a matemática são complementares, como ensinou Pitágoras. A música do universo é sua matemática. Consequentemente, físicos como Dirac podem dizer: 'É mais provável que uma teoria de beleza matemática seja correta do que uma teoria feia que se adapte a alguns experimentos.'

As mentes que acreditam apenas na razão, excluindo respostas ao que é amável e bom, podem não estar preparadas para o conhecimento de Deus. A história religiosa mostra que pessoas puras e simples podem frequentemente se tornar perceptivas do sagrado e intuir a verdade com mais facilidade que os intelectualmente dotados. Existe um caminho de contato direto com o sagrado (isto é, com Deus), chamado o outro, o desconhecido e assim por diante, porque é suprarracional e inefável.

Todos nós já vimos pássaros engajados em construir ninhos que são extraordinárias obras de arte, e formigas trilhando o caminho de casa carregando um fardo. Quem lhes ensinou essas habilidades? O pássaro, a formiga e a flor selvagem, tanto quanto o vasto universo, contêm o mistério que é Deus, e ele só se revela àqueles que desejam se aproximar respeitosamente, com a mente humilde, nada querendo e consequentemente sem medo.

A verdade é acessível aos puros de coração e de mente aberta, não às mentes que estão buscando segurança no conhecido, seja sob a forma de dogma religioso ou teoria científica. Os buscadores da verdade devem aprender a deixar de lado o medo e a olhar com um profundo senso de admiração e humildade. A maravilha e a beleza cercam-nos no florescimento das árvores, na mudança das estações, no movimento incessante dos oceanos, na complexidade dos interrelacionamentos. Como escreveu um observador, 'a evidência de um plano divino está em tudo à nossa volta, na terra, no mar, no céu', e as escrituras declaram que céu e terra estão plenos da glória de Deus." 

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 30 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14)


CONTROLE DA MENTE INFERIOR

"O esforço de controlar a mente e torná-la pura e forte, submetendo-a a uma disciplina sistemática, irá tornando o estudante cada vez mais consciente do dualismo entre controlador e controlado, mas no começo é necessário que se concentre, por algum tempo na observação dos movimentos da mente a fim de adquirir certa capacidade de observá-la. Somente então irá familiarizar-se com as tendências e características da mente e aprenderá a separar-se delas.

Quando o estudante já tiver adquirido alguma habilidade nesse sentido, deverá começar a exercitar o controle geral sobre as atividades do corpo mental inferior. O primeiro passo é criar o hábito de fazer tudo o que tem de ser feito durante o dia, sem distração. A maior parte das pessoas que começam as práticas de concentração e meditação não sabem que os resultados obtidos no curto período de seus exercícios mentais dependem, em grande parte, de como controlam e usam a mente no decorrer do dia. Uma pessoa que permite que sua mente divague ao fazer o seu trabalho diário de rotina nunca consegue controlá-la no período de sua meditação, pois a divagação da mente, pelo dia afora, estabelece uma tendência para a distração e esta tendência não pode ser dominada subitamente durante o curto período empregado nos exercícios de concentração e meditação. Temos assim de formar o hábito de tomar cada peça de trabalho conforme chega e concentrar a nossa mente inteiramente em fazê-la, em vez de dar-lhe somente parte de nossa atenção. Se o trabalho é importante ou não é irrelevante quanto à tendência à distração. Assim, mesmo ao escrever uma carta, ler um livro ou conversar com alguém, a mente deve ser unidirecional. O total de nossa mente deve estar em todas as ações que tenhamos de praticar no curso normal de nossa vida. Tal prática não só aumentará enormemente a qualidade de nosso trabalho, mas também estabelecerá os fundamentos do domínio de nossa mente. (...)"

(I.K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília, 1997, p. 93/94)


domingo, 25 de agosto de 2013

ONDE ESTÁ DEUS? (2ª PARTE)

"(...) O finito, o concreto, o conhecido e o cognoscível dão segurança psicológica não apenas àqueles que são temerosos porque são ignorantes, mas também àqueles que acumulam conhecimento - inclusive cientistas e ateus que escarnecem dos que acreditam. Eles também se aferram à segurança dos mapas familiares por eles mesmos desenhados. Sentem-se perturbados por qualquer desafio às suas certezas. 

Cientistas estão liderando a exploração de áreas que se pensava estarem fora dos limites. Eles até mesmo introduziram a palavra Deus em suas especulações. Um artigo do The Guardian Weekly sobre essa nova tendência diz: 'Quando se busca nas prateleiras de uma livraria da moda, descobre-se uma epidemia de busca a Deus.' Isso incomoda porque está acontecendo 'mesmo nas áreas dedicadas às ciências'.

Stephen Hawking é chamado de 'o culpado que deu início à nova corrida a Deus', em 1988, ao terminar seu livro Uma breve história do tempo com as seguintes palavras: 'Se encontrarmos a resposta (...) seria o triunfo último da razão humana - pois então conheceríamos verdadeiramente a mente de Deus.' Entre outros que são também 'culpados' está Paul Davies, autor de The Mind of Gud, que ganhou o prestigioso prêmio Templeton, concedido àqueles cujo trabalho realça a compreensão da religião; e Leon Lederman e Frank Tipler, chamados de 'o novo esquadrão de Deus'. O artigo indaga: 'Para onde pode voltar-se um honesto ateu em busca de uma tranquila consolação científica?'

Por que um ateu quer consolação, e de quê? Estará buscando conforto mental nas ideias fixas tanto quanto o crente? Eles não são diferentes: querem ambos a segurança do conhecido. Um leitor escreveu: 'A ciência realmente parecia a proteção perfeita contra o incompreensível e o misterioso. (...) É improvável que a nova física resolva o mistério da vida ou do universo, que está além do pensamento racional, mas pode levar-nos além do mundo estéril, sem cor, criado pela ciência mecanicista dos últimos três séculos.'

A ciência realmente ajudou no progresso da humanidade, libertando-a até certo ponto da asfixia das crenças e superstições da religião convencional. Agora ela está começando também a ir além das posições fixas do pensamento materialista, podendo assim ajudar as pessoas a emergir das falsas metas que acompanham essa visão. Mas o mistério da vida é por demais profundo e sutil para ceder totalmente aos métodos científicos e à abordagem lógica. Eles podem não trazer o conhecimento da mente de Deus, como espera Hawking. Pode ser necessário desenvolver uma sensibilidade de outro tipo. (...)"

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 30 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/14)

AÇÃO ABNEGADA

"Não aspire tornar-se um servo de Deus, se hoje trabalha meramente em troca de salário. Você se rebaixa a este nível, se a Ele pede isso ou aquilo, em troca dos louvores que a Ele dá ou dos sacrifícios¹ que Lhe apresenta. Mesmo que você não peça, a atitude de barganha estará em sua mente, caso vier a se sentir desapontado por Deus não lhe ter dado desejados objetos como retorno de todos os transtornos que enfrentou para O agradar. 

Não calcule proveito. Não conte com retorno. Não planeje consequências. Faça o que tem de fazer, desde que seja seu dever. Tal é o verdadeiro puja.² Dedique a Ele tanto a ação como sua consequência. Então você se torna Ele mesmo; não é mais um empregadinho a reclamar salário. Este é o mais alto nível que, mediante o sadhana (disciplina), um bhakta (devoto) pode atingir. Esta é a razão por que o nish-kama-karma³ é tão altamente recomendado por Krishna na Gita. 

¹. Aqui está uma advertência contra a universal prática de barganhar com Deus, oferecendo-Lhe rituais, rezas, doações, mortificações, fazendo-Lhe 'promessas'... Deus é reduzido ao meio para atingir-se um bem mais alto - o objeto, a solução, a cura, a pessoa de nossos desejos... Comumente não se agrada, não se cultua Deus, não se ama Deus a não ser como uma fonte capaz de saciar nossa permanente sede de aquisições e soluções.
². Puja - ritual de adoração.
³. Nish, sem; kama, desejo; karma, ação. Nish-kama-karma ação abnegada, isto é, não motivada pelo desejo de colher seus frutos.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 64/65)