OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 4 de agosto de 2013

BUSCANDO A VERDADE (1ª PARTE)

"Devemos descobrir a Verdade dentro de nós mesmos, Ela deve resultar de nossa experiência e não de nossa crença.

Experienciar a Verdade é compreender um princípio. Essa compreensão nos chega num lampejo súbito, infinito. Um minuto e não entendemos, e no minuto seguinte entendemos. Não existe tempo mensurável entre saber e não saber. Quando tal insight ilumina a mente, a crença é substituída pela compreensão. O resultado desse lampejo intuitivo é uma experiência de integração, totalidade, paz, e em alguns casos até mesmo bem-aventurança. Por um momento infinito, podemos dizer que nossa mente tornou-se una com a Mente Universal, com a própria Verdade. Conhecedor e conhecido tornaram-se um e não há mais eu e a verdade, mas apenas Verdade. 

Dizer que a Verdade deve ser experienciada não é dizer que o conhecimento intelectual não seja importante. Existem muitos fatos críticos importantes que devemos aprender, tais como o endereço de nossa casa, o número de quilômetros entre nossa cidade e aquela que vamos visitar, ou onde guardamos nosso casaco. Existem, porém, outros tipos de conhecimento que adquirimos somente por meio da experiência. Por exemplo, podemos ler livros sobre como andar de bicicleta, mas jamais seremos capazes de verdadeiramente fazê-lo, a não ser que peguemos uma bicicleta e aprendamos a manejá-la por meio da tentativa e erro. Contudo, acreditar em algo simplesmente porque alguém nos disse é muito semelhante a ler livros ou andar de bicicleta, lembrando o que foi dito, e pensando que sabemos andar de bicicleta. 

Não estamos livres dos séculos durante os quais a humanidade foi condicionada a confiar numa autoridade em vez de descobrir por si mesma. Nós, também, tendemos a acreditar naquilo que nos dizem aquelas pessoas a quem admiramos, ou aquelas que parecem saber o que seja a verdade. Também frequentemente confiamos em alguma autoridade. (...)"

(Ed Abdill - Revista TheoSophia Abril/Maio/Junho de 2010 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 49)


A OBSERVAÇÃO INTERNA

"A existência do eu é conhecida através dos seus movimentos na forma de pensamentos, emoções, motivações e assim por diante. Se não há movimento, é impossível ter consciência do eu. Para compreender a sua natureza, é preciso, portanto, entender o que está acontecendo interiormente, o que não é fácil, porque a natureza e a qualidade das atividades da mente estão constantemente se modificando. Se a mente aprendeu a ser sofisticada, essas mudanças são rápidas e sutis. São necessárias clareza, lógica e perspicácia para que a pessoa possa perceber e entender estes movimentos.

A observação dos fatos externos aumenta a perspicácia e a clareza. A pessoa que não está acostumada a observar fica, inevitavelmente, em desvantagem diante da tarefa de conhecer o eu. Assim, deve-se aprender a ver as árvores, a terra, o céu e as estrelas, a feiura e a beleza, a dor e a alegria.

Pode parecer uma perda de tempo fazer algo tão banal como olhar e observar as coisas. Mas isso é necessário para que cada candidato ao autoconhecimento perceba as limitações de seu poder de observação; como ele perde modulações sutis e nuances, e de que forma pode aprender sobre cores, formas, movimentos e sentimentos através da observação cuidadosa.

Ao fazer isso, a mente aprende a olhar, ganha lucidez e perspicácia, flexibilidade e sutileza, e faz uma preparação para olhar para dentro. Também é preciso que a mente aprenda a ser racional e lógica na observação dos fatos, pois sem essa capacidade, provavelmente ela será enganada ao olhar as atividades internas."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília - p. 67/70)


sábado, 3 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (PARTE FINAL)

"(...) O yoguin nunca se preocupa com seus pecados ou com o pecado. Prefere atender ao oposto, e afirma sua unidade com o Divino, imitando Jesus ao dizer: 'Eu e o Pai somos um'. Jesus realizou isso. Convidados estamos nós a imitá-lo. Potencialmente, somos divinos. E a existência nos foi dada para que possamos atualizar essa potencialidade. Divinizar-nos é desafio.

Religiosos - dogmáticos e fanáticos - acharão mesmo que comete profanação quem não se humilha, quem não se afirma degradado e pecador. Acreditar-se herdeiro do Absoluto é tido por irreverência e pecado, aos olhos de muitas vítimas da nociva pedagogia religiosa da autodepreciação piedosa. 

Tais pessoas precisam aprender de Ramakrisna que 'nenhum orgulho que exprima a glória da Alma chega a ser orgulho. Nenhuma humildade que procure humilhar nosso Ego verdadeiro merece o nome de humildade'. Para tais pessoas que confundem humildade com humilhação autodestrutiva, um dia escrevi: 'Quando eu disse ao caroço da laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele sorriu e zombou de mim, e se mostrou estupidamente incrédulo. Tu és a semente da Eternidade, do Infinito...' (Hermógenes, Mergulho na paz).

Um dos caminhos da divinização é repetir 'Ham Sa, Sa Ham' ou seja 'Eu sou Ele, Ele é eu'. É um mantram universal que, à força de ser repetido com fé, convicção e tranquila insistência, acaba por realizar-se.

Reflexão: Perdoa, Suprema Beatitude, meu erro de considerar-me ínfimo e desgraçado. Perdoa, Verdade Suprema, o erro que me tem feito presa da mentira. Perdoa, Infinitude, a 'crença' que me tem limitado. Perdoa, Vida, a minha crença da morte. Perdoa, Paz, meu viver, que tem sido intranquilo. Perdoa, Luz, que tenho sido a treva que tenho admitido ser. Perdoa, Pai, por não poder dizer ainda que somos um só. Mesmo assim, estarei sempre a afirmar: Eu sou Tu, Beatitude, Verdade, Infinitude, Vida Eterna, Plenitude e Paz..."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 162/163)


SE MILAGRES FOREM O SEU OBJETIVO, DEUS SE RETRAIRÁ

"Algum dia, geralmente quando menos se espera, você verá algum sinal da doce resposta de Deus. É assim que se cresce em consciência divina. Requer aplicação diária. Essa consciência não surge subitamente, com o Divino saindo das nuvens e escrevendo em letras de ouro para você. Não conte com tais milagres, pois enquanto fizer isso, Deus se retrairá. 

Quando espera por milagres, não é Deus que você quer; só quer que Ele se mostre a você. Isso Ele não fará. Dê seu coração sinceramente a Deus, confie Nele de todo o coração, incondicionalmente; então Ele se entregará a você. Ele nunca virá enquanto você procurar apenas por Seus milagres. 

Experiências fenomenais não são necessariamente evidência de progresso espiritual. O devoto profundamente sincero não tem vontade de orar a Deus para que lhe envie tais experiências, porque sabe que elas podem constituir uma verdadeira distração de seu real objetivo, que é Deus. Os fenômenos espirituais não estimulam o amor do devoto por Deus, mas sim o desejo de que Ele Se mostre repetidamente. Muitas almas nobres caíram de seu elevado estado porque, ao buscarem milagres, perderam Deus de vista. Se Paramahansaji visse um devoto extraviando-se assim, ele o alertaria: 'Esse caminho leva à ilusão. Anseie por Deus e ame-O só pelo amor Dele. Então, Ele lhe responderá.' Assim tem sido em minha própria vida. Tenho orado ao Divino: 'Nada quero de Ti, Senhor; não necessito de prova. Peço-Te, porém, um milagre: que não importa o que aconteça em minha vida - não importa que tipo de responsabilidades ou provações eu enfrente - Tu me prometas que nunca perderei meu anseio por Ti. Se esse anelo me deixar, não poderei viver.' Ansiar sempre por Deus é meu desejo porque, nesse anseio, Ele está constantemente em meu coração. É assim que o devoto se sente."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 116/117)


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SOMOS DEUSES (1ª PARTE)

"É linguagem de um psicólogo ilustre. É bem igual à linguagem de um yogue.
'Cada alma é essencialmente divina.
O fim a alcançar é manifestar este íntimo divino, para controlar a natureza externa e interna.
Faça isso ou pelo trabalho ou pela adoração ou pelo controle psíquico ou filosófico ou por um ou mais ou todos esses caminhos, e se liberte.
Esse é papel da religião. Doutrinas ou dogmas, ou rituais, ou livros, ou templos, ou imagens, são somente detalhes secundários' (Vivekananda, Works).
Desde os anos de nossa infância aprendemos que somos todos 'filhos do pecado', que, 'degradados', somos frágeis, imperfeitos e indignos de olharmos para Deus. Supondo e pretendendo, com isto, em nós cultivar a virtude da humildade, piedosos instrutores religiosos nos encheram dessa funesta autodepreciação e, para mais acentuá-la, ensinaram-nos também ser Deus algo infinitamente diferente, distanciado e absolutamente fora de nosso alcance.

Colocar Deus tão alto, lá no inacessível e, simultaneamente, nós mesmos no mais tenebroso pélago da inferioridade, tem-nos feito tanto mal!... Por isso, Deus tem sido temido, mas não amado. Está tão longe, que não temos a audácia de pensar esteja ao alcance de nossa busca. E, não obstante enunciemos sua onipresença, vivemos na convicção do contrário. E, assim, nos sentimos desamparados. O desalento resultante da inacessibilidade à Bem-aventurança Suprema faz-nos ou ficar parados onde estamos ou mesmo regredir e tornar-nos ainda mais frágeis e pecadores. O que imaginamos ser, somos. 

Afirmar imperfeições e concentrar a consciência sobre inferioridades só têm conseguido conduzir ao padecimento, à falência. Ninguém desconhece o poder da autossugestão, seja para curar, melhorar, elevar, ou ao contrário, seja para enfermar, inferiorizar e piorar. Tudo depende de seu conteúdo ser positivo ou negativo. 

O ocidental, mercê de tão bem-intencionado, mas funesto, ensino religioso generalizado, tem enraizado no subconsciente a autossugestão eficaz que diz ser ele mísero padecente e pecador. Essa sugestão tem dado mais frutos: sofrimento, doença, vícios, ansiedades, complexo de inferioridade e até amoralismo patológico. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 161/162)