OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CRIANDO BONDADE, CONHECIMENTO E PODER

"Temos sido muito ingênuos em nossa busca espiritual, e em vez de cultivar e investigar a mente temos mantido crenças, confundindo crença com religião e crescimento espiritual. É por isso que a ciência antagoniza com a religião na sociedade, mas será a crença verdadeiramente uma religião? Não foi assim que começou. Jesus Cristo não se tornou Cristo através de uma igreja ou de uma crença, mas através de sua própria compreensão e de sua própria investigação. Buda atingiu a iluminação, a compreensão, através de sua própria meditação, de sua própria investigação. Devemos compreender isso e corrigir a situação em nosso sistema educacional. Se assim não fizermos, o risco é nosso. Em educação certamente é melhor não produzir uma mente conformista, que obedeça, que aceite e aprenda por imitação, mas produzir uma mente investigativa, questionadora, desejosa de mudanças, que esteja tentando descobrir. Atualmente as crianças árabes aprendem de pais árabes e herdam seus preconceitos, e crianças judias crescem sob a imagem de seus pais e herdam os preconceitos dos judeus e o mesmo se dá com hindus, muçulmanos e cristãos. (...)

Como irá mudar a condição do mundo, a não ser que os jovens sejam encorajados a questionar esse tipo de coisa, e se lhes diga que não tem que ser como seus pais? Mas somos tão orgulhosos do que chamamos nossa cultura, que questioná-la é considerado heresia. E assim nada muda, o mundo continua com essas divisões, cada um sentindo que sua cultura é superior, sua religião é superior, seus profetas foram os verdadeiros salvadores, odiando o outro grupo; e o outro grupo pensa de modo semelhante exatamente pelas mesmas razões. E assim em nome da religião tem havido mais morte, mais tortura, mais guerras, sendo tudo isso a própria antítese da religião ou busca espiritual. Se aconteceu que adquirimos um poder enorme, mas não o usamos com sabedoria, então devemos compreender que não deve ser assim, e começar a corrigir isso agora. Devemos ser suficientemente inteligentes para usar esse poder de modo correto."

(P. Krishna - Educação, Ciência e Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/29)


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A SALVAÇÃO ESTÁ NA DIREÇÃO OPOSTA À DA FUGA

"LSD, aquisições, aplausos, divertimentos, prazeres, euforizantes, vícios, pervertidos ócios, negócios sufocantes... As portas são muitas...

Que pavor da solidão!

Todas as portas parecem válidas, mas são frustradoras.

Que pavor de escutar o silêncio!

Silêncio e solidão lhe parecem ameaças, Por isto são temidos e evitados.

Lastimável e trágico erro!

Poucos podem aceitar que a salvação está na direção oposta à da fuga.

A libertação, o remédio e a paz estão no fim da estrada do silêncio e da solidão.

Foi-nos insistentemente ensinado 'conhece-te a ti mesmo'. Têm-nos insistentemente repetido que a verdade nos salvará.

Mas até agora não aceitamos.

E o escapismo universal segue devastando o homem e tudo.

A procura de si mesmo - em silêncio e só - é a esperança.

E a minha esperança é que se voltem para ela todos os homens."

(Hermógenes - Mergulho na Paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 28)


A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (PARTE FINAL)

(...) Sendo como é origem e base de todas as religiões, a Teosofia não se opõe a nenhuma delas. Ao contrário, purifica-as, revelando a alta significação interior de inúmeras doutrinas, tornadas errôneas em sua forma exterior, pervertidas pela ignorância e superstição. Em cada uma destas formas a Teosofia se mostra e se afirma e procura em cada uma delas revelar sua sabedoria oculta. Para nos tornarmos um teósofo não há necessidade de deixarmos de ser cristão, ou budista ou hinduísta. Basta que o homem penetre mais profundamente no coração de sua própria fé, abraçando mais firmemente as suas verdades espirituais e analisando com um espírito mais amplo os seus ensinamentos sagrados. Depois de ter outrora dado nascimento às religiões, a Teosofia vem hoje justificá-las e defendê-las. É o bloco no qual todas foram talhadas, é como a escavação profunda da pedreira donde todas foram extraídas. Diante do tribunal da crítica moderna, ela vem justificar as mais profundas aspirações e as mais nobres emoções do coração humano. Confirma as esperanças que depositamos no homem e nos restitui, mais enobrecida, nossa fé em Deus.

A verdade desta asserção torna-se cada vez mais evidente, à medida que estudamos as diversas Escrituras sagradas do mundo e o que analisemos dentre a riqueza do material disponível basta para verificar o fato e guiar o estudante na investigação de novas provas.

As verdades espirituais fundamentais da religião podem resumir-se no seguinte:
I. Uma existência real, eterna, infinita, incognoscível;
II. Do Todo, procede o Deus manifestado, desdobrando-se de unidade em dualidade, de dualidade em trindade;
III. Da Trindade manifestada procedem inumeráveis Inteligências espirituais, guias da atividade cósmica;
IV. O homem, reflexo do Deus manifestado, se compõe, por isto, de uma trindade fundamental, sendo eterno o seu Ser interior e real, e forma uma unidade com o Ser do universo.
V. Ele evolui por encarnações repetidas para as quais é atraído pelo desejo; e das quais se liberta pelo conhecimento e sacrifício, tornando-se divino em realidade, como sempre o fora em potencialidade.

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


quarta-feira, 31 de julho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Deus é percebido com a visão da alma. Em seu estado natural, toda alma é onisciente, contemplando diretamente a Deus ou a Verdade por meio da intuição. Tanto a razão pura quanto o sentimento puro são intuitivos; quando, porém, a razão é restringida pela intelectualidade da mente limitada aos sentidos, e o sentimento degenera em emoção egoísta, esses instrumentos da alma produzem percepções distorcidas. 

O restabelecimento da perdida clareza da visão divina é o significado dessa Bem-aventurança. A beatitude conhecida por aquele que tem perfeita pureza de coração é a mesma a que se refere o Evangelho de São João: 'Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus'. A todo devoto que recebe e reflete a onipresente Luz Divina, ou a Consciência Crística, através da transparência purificada do coração e da mente, Deus confere o poder para reivindicar a bem-aventurança da filiação divina, assim como fez Jesus.

A transparência à Verdade é cultivada quando libertamos a consciência, o sentimento do coração e a razão da mente, das influências dualísticas de atração e aversão. A Realidade não pode refletir-se perfeitamente em uma consciência agitada pelo gostar e não gostar, com suas inquietas paixões e desejos e as emoções perturbadoras daí resultantes - ira, ciúme, ganância, suscetibilidade temperamental. Todavia, quando chitta - conhecimento e sentimento humano - se tranquiliza por meio da meditação, o ego comumente agitado dá lugar à abençoada tranquilidade da percepção espiritual.  

A pureza do intelecto nos concede o poder do raciocínio correto, mas a pureza do coração nos confere o contato com Deus. A intelectualidade é um atributo do poder da razão, e a sabedoria é uma qualidade libertadora da alma. Quando a razão é purificada por meio de um tranquilo discernimento, ela se transforma em sabedoria. A pura sabedoria e a divina compreensão de um coração puro são os dois aspectos de uma mesma faculdade. De fato, a pureza de coração, ou sentimento, referido por Jesus, depende de serem todas as ações guiadas pela sabedoria discernidora - o comportamento e as atitudes humanas ajustadas pelas sagradas qualidades da alma: amor, misericórdia, serviço, autocontrole, autodisciplina, consciência e intuição. A visão pura da sabedoria deve ser combinada com o sentimento imaculado do coração. A sabedoria revela o caminho correto, e o coração purificado deseja e preza trilhar tal caminho. Todas as qualidades da alma reveladas pela sabedoria precisam ser seguidas de todo o coração (não apenas teórica ou intelectualmente). 

A visão obstruída do homem comum percebe a aparência externa grosseira da matéria, mas é cega para o Espírito que tudo permeia. Pela perfeita harmonia entre o puro discernimento e o puro sentimento, abre-se o olho penetrante da intuição que tudo revela, e o devoto alcança a autêntica percepção de Deus como presente em sua própria alma e onipresente em todas as criaturas - o Morador Divino cuja natureza consiste em uma harmoniosa combinação de infinita sabedoria e infinito amor."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 90/91)


A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (2ª PARTE)

(...) A segunda explicação da base comum das religiões humanas postula a existência de um ensinamento original, sob a custódia de uma Fraternidade de grandes Instrutores espirituais. Estes Mestres, frutos dos ciclos passados da evolução, tiveram por missão instruir e guiar a humanidade infantil em nosso planeta. Transmitiram às suas raças e nações, sucessivamente, as verdades fundamentais da religião, sob a forma mais adaptada às necessidades especiais daqueles que deviam recebê-las. Segundo esta opinião, os fundadores das grandes religiões são membros desta Fraternidade Una, e foram ajudados, em sua missão, por uma plêiade de outros membros menos elevados que eles, iniciados e discípulos de diversos graus, eminentes por sua intuição espiritual, por seu saber filosófico, ou pela pureza de sua sabedoria ética. Estes homens dirigiram as nações nascentes, guiando-as no caminho da civilização e dotando-as de leis; monarcas, eles as governaram; filósofos, eles as instruíram; sacerdotes, eles as guiaram. Todos os povos antigos têm reminiscências destes homens poderosos, heróis e semideuses, e a arquitetura, a literatura e a legislação desses povos antigos conservam de tais homens traços indeléveis.

Parece difícil negar a existência desses homens, diante da tradição universal, dos documentos escritos ainda existentes e dos vestígios pré-históricos, em ruínas em toda a parte, sem mencionar outras evidências que o ignorante recusaria. Os livros sagrados do Oriente são fiéis testemunhas da grandeza daqueles que os escreveram; pois quem, em dias posteriores, ou nos tempos modernos, pode mesmo aproximar-se da grandiosidade espiritual do pensamento religioso daqueles seres, do esplendor intelectual de sua filosofia, da amplitude e pureza de sua ética ? E quando percebemos o que estes livros encerram sobre Deus, o homem e o Universo, ensinamentos em substância idênticos, sob uma múltipla variedade de aparência exterior, não parece irracional relacioná-los a um único corpo fundamental de doutrina, ao qual damos o nome de Sabedoria Divina, ou sob a forma grega: Teosofia. (...)

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)