OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 30 de julho de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (1ª PARTE)

O pensamento correto é imprescindível à conduta correta, a compreensão correta é imprescindível ao correto viver. E a Sabedoria Antiga – quer se nos apresente sob seu antigo nome sânscrito de Brahma Vidya, ou sob a designação moderna Teosofia, extraída do grego Theosofhia, apresenta-se ao mundo ao mesmo tempo como uma filosofia adequada e uma religião e uma ética oniabarcantes. Um devoto sincero disse certa vez que nas Escrituras Cristãs havia baixios que uma criança poderia atravessar facilmente, e abismos onde um gigante seria obrigado a nadar. O mesmo pode ser dito da Teosofia, pois alguns de seus ensinamentos são tão simples e práticos, que qualquer pessoa de inteligência mediana pode compreender e aplicar, enquanto que outros são tão elevados e profundos, que o indivíduo mais competente exaure seu intelecto na tentativa de assimilá-los, quedando-se exausto com o esforço. (...)

Há um consenso de que um levantamento cuidadoso das grandes religiões do mundo mostra que elas têm muitas ideias religiosas, morais e filosóficas em comum. Embora o fato seja universalmente admitido, a explicação do fato e controversa. Muitos alegam que as religiões vicejaram sobre o solo da ignorância humana, cultivadas pela imaginação, e que foram gradualmente elaboradas, a partir das formas grosseiras do animismo e do fetichismo: as suas analogias são atribuídas aos fenômenos universais da Natureza, imperfeitamente observados e explicados de uma maneira caprichosa. Uma corrente de pensamento dá como chave universal o culto ao Sol e aos astros; para outra, a chave, não menos universal, é o culto fálico. O medo, o desejo, a ignorância e o assombro levaram o homem primitivo a personificar os poderes da Natureza e depois os sacerdotes exploraram os seus terrores e suas esperanças, suas imaginações obscuras e suas indagações desnorteadas; e os mitos foram se transformando em escrituras e os símbolos em fatos; e como a base deles era a mesma em toda a parte a semelhança dos resultados era inevitável. Assim falam os doutores da "mitologia comparada" e, sob a avalanche de provas, as pessoas simples são levadas ao silêncio, embora não convencidas. Elas não podem negar as analogias, mas não deixam de se interrogar com uma vaga inquietação: “as mais sublimes concepções do homem, suas mais caras esperanças são apenas o produto dos sonhos do selvagem e das dubiedades da ignorância? Todos os grandes condutores da humanidade viveram, trabalharam, sofreram, e morreram na ilusão, pela simples personificação de fatos astronômicos, ou pelas obscenidades dissimuladas dos bárbaros? (...).

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga - Ed. Teosófica, Brasília - p. 11/14)


segunda-feira, 29 de julho de 2013

A VOZ DO SILÊNCIO

"Muka é a Voz do Silêncio. Quando você mergulha no abismo deste Silêncio, escuta a si mesmo, isto é, Pranava OM, o primevo, o cósmico, que emana do prana, isto é, da vibração vital que enche o Universo. Para ouvir tal som, a pessoa deve aproximar-se tão perto quanto possível da profundidade de seu Ser. Eis o porquê da denominação Upanishad. É preciso que você se aproxime, mergulhe profundamente rumo ao verdadeiro abismo do lago. Upa significa perto; nishad, sentar-se. Vá e sente-se perto, tanto que possa escutar o sussurro da Superalma dirigido à alma. 

OM sintetiza os Vedas e seus ensinos. Om That Sath diz a Gita (a Canção do Senhor). That (Aquilo), que é Sath, é OM o Uno. Tudo isto é Brahman, o Uno sem Um Segundo. Quando você reconhece que Tath (Aquilo) é Sath, Ele já não é mais um objeto longínquo, mas o próprio sujeito, e a fusão dos objetos com o sujeito se manifesta como OM.

Aguce o intelecto, e então a Unidade na natureza a ele se fará evidente. Nos Vedas, o mais reverenciado e mais popular dos mantras (uma prece vestida em fórmula ritual) é o Gayatri. Ele pede somente que a Graça da Fonte de todas as luzes venha nutrir nossa inteligência, e nada mais.

Yoga, segundo a definição de Patanjali, é o controle (nirodha) das agitações (vrittis) da consciência interna (chitta). Se a mente estiver parada e liberta de ondas produzidas pelo vendaval do desejo, o homem que o consiga se tornou um Yogi, e o Senhor é o mais elevado dos Yogis, porque Ele é o oceano, o qual não é afetado pelas vagas, que se agitam na superfície. O Yoga deste tipo é o melhor meio para se atingir Yogeswara (o Senhor do Yoga). Para tanto, indispensável é o controle dos sentidos, não o mero controle da respiração."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 136/137


AS LEIS DA VIDA ESPIRITUAL

"A prática da vida espiritual consiste em uma subordinação sistemática do pensamento, do sentimento e da ação às necessidades do desenvolvimento espiritual. Existem regras, mas são aquelas pertinentes à lei natural aplicadas à finalidade de se alcançar mais rapidamente o objetivo. O impulso para o desenvolvimento e a consecução do objetivo permanece inerente e ativo em toda a Natureza. Trata-se do resultado da pressão contínua e irresistível na direção da expansão e da plenitude do espírito enclausurado pela matéria. O homem espiritualmente desperto é consciente desse impulso em seu interior. (...)

As leis da vida espiritual são as leis da Natureza aplicadas ao homem em busca da rápida ascensão à super-humanidade. Elas são simples em sua essência e não muito numerosas. Uma lei subjaz a todas as leis. O ingresso em cada nova fase de crescimento é acompanhado, e tornado possível, por uma renúncia, uma morte figurada da proteção fornecida à vida durante a fase precedente.

É preciso que se quebre a casca do ovo antes que o pintinho possa sair. O tegumento da semente deve desaparecer antes de ela vir a tornar-se uma planta. Assim também o homem, cujo invólucro é o egocentrismo e a acentuada individualidade. Essas duas características devem ser removidas e substituídas por aquelas pertinentes à nova fase, a qual é de altruísmo e ausência de sentido de eu."

(Geoffrey Hodson - A Senda para a Perfeição - Ed. Teosófica, Brasíla - p. 31/32)


domingo, 28 de julho de 2013

KSHAM (PARTE FINAL)

"(...) O verdadeiro perdão - o terapêutico - é tão raro, que muitas pessoas a quem foi ensinado perdoar como quem toma remédio, acabam por dizer: 'Perdoei, mas não melhorei!' O perdão terapêutico não é tíbio, limitado ou parcial. Ao contrário, é generoso, bravo e total. Tão completo que quem perdoa esquece o ato ofensivo e nem mais se lembra que perdoou. Quem diz 'eu perdoei, mas não consigo esquecer o que fizeste' realmente não perdoou. Só há perdão quando já não se sabe mais o que foi perdoado. Também não perdoa aquele que diz: 'Não se esqueça de quanto fui bom ao te perdoar.'
O perdão que é lembrado, mantido no pensamento, infecciona de novo a ferida que pretendemos cauterizar. Se você se sente orgulhoso de seu perdão ou o relembra frequentemente, é porque com certeza acha que a outra pessoa lhe deve alguma coisa por você lhe ter perdoado. Você perdoa-lhe uma dívida, mas ao fazê-lo impõe outra, mais ou menos como acontece com as pequenas empresas de financiamento, que reformam uma promissória de duas em duas semanas (Maltz, opus cit.).
Perdoe também a si mesmo. Conheço entre meus alunos senhoras e senhores que levaram uma longa vida de austeridade e retidão, impolutos e honrados. Através de tremendos sacrifícios frequentes evitaram cometer os mínimos enganos ou pequenos deslizes. Lá um dia, por invigilância, ou por qualquer outro motivo próprio da natureza humana, erraram o passo, praticando um pequeno desvio do dever, e ai sentiram-se como que arruinados perante si mesmos, caíram em arrasador abatimento, do que resultou sofrimento moral e, consequentemente, distúrbios funcionais orgânicos.

Sem ombridade, sem honradez, sem retidão este mundo será um inferno. É preciso que existam aqueles em que se pode acreditar. A humanidade sem pessoas de caráter nobre viraria pântano de mau cheiro e traiçoeiro. Abençoados os honrados que dão estrutura e consistência à sociedade. Que a probidade deles, no entanto, não os atormente. Que a retidão não lhes peses como um sacrifício crucial. Que sua inflexibilidade não os arrisque à brusca implosão de seu elevado moral diante de um pequeno pecado. Que sua exagerada autosseveridade não lhes venha a ser prejudicial.   

Desde que somos seres humanos e vivemos num mundo muito humano (ou desumano?!), precisamos dosar nossa obsessão pelo dever com a prudência de não sermos demasiadamente rigorosos diante de nossas quase inevitáveis quedas. A linha de equilíbrio e da saúde corre, na vida, equidistante da autosseveridade dos probos e da autocomplacência dos canalhas. Para tanto, é preciso que o austero aprenda a necessidade de perdoar a si mesmo e não somente aos outros. Evite sentir-se culpado. Brandura aperfeiçoa qualquer julgamento. Remorso, sentimento de culpa ou autocondenação em demasia causam tanto mal como o mal que deveria ter sido evitado."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 248/249)


A VERDADEIRA RELIGIÃO SATISFAZ ÀS EXIGÊNCIAS DA ALMA

"Os religiosos dogmáticos estão convencidos de que se você não acreditar em certos pontos, estará condenado. A ciência não ensina assim; ela prova suas teses. E a verdadeira religião não satisfaz às exigências da alma com palavras e, sim, com provas. Eu jamais quis ser dogmático a ponto de deixar de usar minha razão e meu bom senso. Quando encontrei meu guru, Sri Yukteswar, ele disse: 'Muitos instrutores lhe dirão para crer; depois, fecharão seus olhos da razão e o ensinarão a seguir apenas a lógica deles. Mas quero que você mantenha os olhos da razão bem abertos; além disso, abrirei em você um outro olho, o olho da sabedoria.' Sri Yukteswarji deu-me um ensinamento cuja verdade pude comprovar pessoalmente. É por isso que segui este caminho. Ninguém me pode tirar dele.

 O liberal é o extremo oposto do dogmático. Ele segue tudo! Na crença de que tem a mente aberta, diz: 'Todos os caminhos espirituais são bons; assim, não me prenderei a nenhum.' Embora respeitando todos, é melhor aderir a um caminho do que ser uma borboleta religiosa, esvoaçando por toda parte. Evite tanto o falso liberalismo quanto o dogmatismo cego. Apegue-se à sabedoria como seu único dogma, e você encontrará Deus.

Deus notará todo esforço que alguém fizer por Ele. Contudo, se não seguirmos um caminho cientifico comprovado, o progresso é comparável a viajar em um velho carro de bois. Os buscadores sinceros alcançarão alguma realização, independentemente do caminho adotado; mas, tendo apenas fé cega e preces mecânicas, talvez levem muitas encarnações para chegar ao Senhor."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 113/114)