OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 20 de julho de 2013

SEJA IMPARCIAL

"Não se preocupe como as pessoas o tratam; preocupe-se apenas como você se comporta. Esse ideal foi ensinado por Jesus, por Paramahansa Yogananda e por todos os grandes mestres. Existe uma forma correta de reagir a cada situação na vida, em relação às pessoas que nos amam e às que não nos amam; e Senhor Krishna quis dizer isso quando louvou a equanimidade como uma virtude essencial. "Ó Arjuna, aquele a quem esses (contatos dos sentidos com seus objetos) não podem agitar, que é tranquilo e imparcial na dor e no prazer, somente ele está apto para alcançar a perenidade!" Ele não disse: "Seja tranquilo quando as pessoas são gentis e amáveis com você". Isso é fácil de fazer. Ele ensinou que precisamos manifestar equanimidade em todas as circunstâncias. Quando você pratica isso, vê que surgem resultados positivos. 

Gurudeva era como um espelho cristalino, sem mácula. Toda pessoa que ficasse diante desse espelho via a si mesmo exatamente como era, sem qualquer distorção ou racionalização; ela via seu pequeno eu ego em detalhes devastadores. Paramahansaji conhecia as fraquezas de cada um de nós. E não fugia do seu dever de nos treinar! Não que gostasse dessa responsabilidade - lembro-me de um dia ele me dizer: "Eu não gosto de disciplinar. Em minha próxima vida, não vou disciplinar ninguém. Entretanto, o dever do guru é encontrar os defeitos na natureza das pessoas que buscam sua ajuda espiritual e, com o bisturi de sua sabedoria intuitiva, lancetar os furúnculos psicológicos para que elas possam se curar."

É assim que a autodisciplina também funciona. Ela nos ensina a usar o discernimento, que é simplesmente a habilidade de fazer o que devemos fazer, no momento em que devemos fazê-lo. Entretanto, a menos e até que saibamos quais são nossas fraquezas, não podemos mudá-las. Mesmo quando conhecemos nossas fraquezas, muitas vezes falta-nos o desejo suficientemente forte para superá-las. Quando, porém, nosso desejo de melhorar a nós mesmos for sincero, seremos conduzidos a alguém, um amigo divino tal como nosso Guru, que poderá apontar nossas falhas e nos ajudar a corrigi-las. Os resultados de nossas associações diárias com outras pessoas também podem ser esclarecedores para deslindar nossos pontos fracos. Você reconhecerá muitos de seus traços indesejáveis se analisar sua reação diante de outras pessoas e do comportamento delas.

Cada ser humano atraiu para si toda particularidade de seu ambiente, incluindo as pessoas a seu redor. As experiências resultantes são essenciais para seu crescimento espiritual. O devoto pode reagir positivamente e beneficiar-se de seu ambiente, ou pode reagir negativamente e ser arruinado por ele. Sempre temos essa escolha, porque possuímos livre-arbítrio. Porém, em última análise, Deus colocou cada um de nós onde estamos, por meio da operação de Suas leis cósmicas, em resposta a nossas próprias ações."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p.63/65


SOMOS BORBOLETAS DA ETERNIDADE

"O dia amanheceu e Bupendra, desde as cinco da manhã, estava submerso em meditação (...) Após deliciar-se no infinito, saiu para caminhar (...) Enquanto caminhava (...) um dos moradores se aproximou (...) Trocaram cumprimentos com um pronam e o homem disse:
- Senhor, poderia me ajudar tirando uma grande dúvida do coração?
- Se puder, será um prazer - respondeu Bupendra.
-Esta noite tive um sonho. Jamais fui capaz de crer que os homens pecadores fossem capazes de se livrar do pecado e realizar Brahman, contudo, em meu sonho, vi o diálogo entre uma borboleta e uma lagarta.
-A borboleta dizia: "Querida lagarta, você, um dia, será como eu e deixará de se rastejar pelo solo."
- Incrédula, a lagarta apenas ria da borboleta sem crer naquilo. Não era capaz de compreender como ela, um simples inseto rastejante, pudesse algum dia, criar asas e voar livremente pelo azul do céu.
-Mas, um belo dia, a lagarta passou muito mal e se enclausurou num casulo (...) Então, após algum tempo, aquela lagarta saiu do casulo e era uma linda borboleta com asas de intenso azul.
-Esse sonho despertou em mim a ideia da possibilidade de uma alma pecadora se tornar um grande santo e, contudo, não consigo compreender, filosoficamente falando, como isso é possível. Será que o senhor poderia me ajudar esclarecendo melhor esse processo? Como é possível a um pecador tornar-se um santo? Rindo, disse Bupendra:
- Meu querido amigo, seu sonho foi fabuloso. Ele revelou a você que até mesmo uma pobre lagarta pode se transformar numa linda borboleta com asas azuis. Qual o problema no fato de um pecador tornar-se santo? Assim como a essência da borboleta é a mesma da lagarta e vice-versa, também a essência do santo é a mesma do pecador, a diferença está tão somente nos diferentes estágios de cada um.
- O santo algum dia, foi um pecador. Na alma não há diferença de uma pessoa para outra. Somos todos borboletas da eternidade, mas enquanto chafurdarmos no lodaçal da ignorância, não seremos capazes de alçar voo aos alcantilados cumes da sabedoria.
- E, diga-me, senhor Bupendra, como a alma realiza a santidade?
- Submergindo no Si mesmo. A lagarta enclausurou-se para mutar sua forma. Semelhantemente deve o homem desejoso de sua própria realização divina enclausurar-se no Si mesmo, o Atman dentro de você. 
- A lagarta fez o esforço permanecendo em profundo silêncio nela mesma, fechando as portas dos sentidos e ouvindo seu próprio coração, a canção interior da alma. Após longo período de quietude, silêncio e paz, descobriu sua real identidade, não mais como um inseto rastejante e sim como o mais sublime ser da natureza.
- Toda "lagarta humana" deve praticar a introspecção dos sentidos, pratyahara, a aquietação da respiração, pranayama, a profunda concentração, dharana, a mais sublime meditação, dhyana, despertando na beleza da forma interior, o samadhi.
Se é que deseja transformar-se na borboleta radiante da eternidade, deve submeter-se à eliminação do pequeno "eu". Humildade, amor e entrega são necessários. Não haverá beleza interior enquanto continuarmos agindo como a lagarta rastejante do orgulho.
- Devemos ser a bela borboleta da compaixão, encarnando as qualidades da alma que nos tornarão divinamente atraentes."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 161/163)
http://www.chiadoeditora.com/


sexta-feira, 19 de julho de 2013

JAMAIS PERCA A ESPERANÇA

"SE ABANDONOU a esperança de alguma vez ser feliz, anime-se. Jamais perca a esperança. Sua alma, sendo reflexo do Espírito sempre jubiloso, é, em essência, a própria felicidade.

Se você mantiver fechados os olhos da concentração, não poderá ver o sol da felicidade ardendo em seu peito. Mas não importa quão apertadamente você feche os olhos da atenção, o fato é que os raios da felicidade estão sempre tentando penetrar pelas portas fechadas de sua mente. Abra as janelas da tranquilidade, e descobrirá o súbito irromper do radiante sol da alegria, no interior de seu próprio Eu.

Os raios jubilosos da alma podem ser percebidos se você interiorizar a atenção. Essas percepções podem ser obtidas treinando a mente para desfrutar o belo panorama dos pensamentos, no reino invisível e intangível em seu interior. Não busque a felicidade apenas em belas roupas, casas limpas, jantares saborosos, almofadas macias e artigos de luxo. Tudo isso aprisionará sua felicidade atrás das grades da superficialidade, da exterioridade. Em vez disso, no aeroplano de sua visualização, sobrevoe o império ilimitado dos pensamentos. Contemple, ali, as cordilheiras das elevadas e contínuas aspirações espirituais por seu próprio aperfeiçoamento e dos demais.

Deslize sobre os vales profundos da compaixão universal. Voe sobre os gêiseres do entusiasmo, sobre as cataratas da perpétua sabedoria, que se precipitam dos penedos nevados da paz de sua alma. Eleve-se sobre os rios sem fim da percepção intuitiva, para o reino da onipresença divina.

Ali, na divina mansão da bem-aventurança, beba do manancial da sabedoria sussurrante de Deus, saciando a sede de seu desejo. No salão de banquetes da eternidade, saboreie com Ele os frutos do amor divino. Se tiver decidido encontrar a alegria dentro de você, mais cedo ou mais tarde a encontrará. Busque-a agora, diariamente, em seu interior, por meio da meditação constante e cada vez mais profunda. Faça um verdadeiro esforço para interiorizar-se, e ali encontrará a felicidade que tanto desejava."

(Paramahansa Yogananda - Meditações Metafísicas - Self-Realization Fellowship - p. 91/93)


MEMÓRIA CONSCIENTE, SUBCONSCIENTE E SUPERCONSCIENTE

"Enorme é o alcance da mente. Deus deu a você consciência de vigília, subconsciência e superconsciência. Sua mente consciente tem certas limitações; depois de alguns anos, começa a esquecer-se de muitas coisas. Mas o subconsciente tem uma capacidade maior de memorização; cada experiência e pensamento é armazenado no repositório da subconsciência. Sua mente consciente pode esquecer cada palavra que estou pronunciando, mas seu subconsciente está gravando todas elas. 

Por trás da mente subconsciente, está a mente superconsciente, que nunca se esquece de nada. A mente superconsciente grava tudo que você fez e cada pensamento seu. Na hora da morte, todos os pensamentos e experiências repassam como um relâmpago em sua mente, antes de você abandonar o corpo. As impressões mais fortes determinam o ambiente e os hábitos de sua próxima vida.

Na forma de ego, a consciência é onipresente dentro de você e, portanto, está presente em cada pensamento seu. Se puder expandi-la para além do ego, para a esfera da superconsciência, poderá observar, desse ângulo, os milhares de pensamentos que cruzam sua mente consciente. Os que desenvolveram a mente superconsciente podem lembrar-se de todos os pensamentos de uma vida, e de vidas anteriores também. Na memória divina nada é esquecido. Nossos pensamentos são reais e eternos, sempre presentes no éter. Todos os sons da Terra também estão gravados na mente superconsciente. Por isso, Jesus podia dizer: "Não se vendem dois pardais por um centavo? e nenhum deles cairá ao chão sem [o olhar de] vosso Pai."

Pense em um bilhão e quinhentos milhões de pessoas e nos doze mil pensamentos que cada uma tem por dia. Se sua consciência estiver ciente de todos esses pensamentos - muitos trilhões deles - então você tem Consciência Crística: onisciência, percepção consciente de tudo na criação.

Deus dá à pessoa uma barreira mental, de modo que ninguém mais possa conhecer os pensamentos dela. Você está sozinho com seus pensamentos, mesmo se estivesse entre muitas pessoas. Mesmo os que têm Consciência Crística não se intrometem nos pensamentos alheios, a não ser que tenham recebido de Deus a missão de guiar os outros, ou então, a pedido de seus discípulos, tomam essa liberdade para ajudá-los a aperfeiçoar seu sadhana."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 327/328)


quinta-feira, 18 de julho de 2013

O VERDADEIRO AMOR SE MANTÉM IMUTÁVEL

"A Árvore da Criação está pendurada, com suas raízes no Céu (bijam maam sarva bhuthaanaam), pois se não estivesse, secaria por carência de sustento.* Elka é chamada aswatha ou "árvore do cavalo". O cavalo (aswa) na tradição hindu é o símbolo da intranquilidade, agitação e inquietude. A árvore banyan**, que é aswatha, tremula em cada folha ao mais tênue sopro da aragem. O significado interno do grande rito o Sacrifício do Cavalo ou aswamedha*** é a destruição da mente voluntariosa (igual a um aswa ou cavalo). 

A mãe dá comida ao filhinho usando de diversas táticas, mas, passado o tempo, graças à força do hábito criado pelo exercício diário, ele passa a comer por si mesmo. Diariamente ocupe sua mente com Deus e conserve-O lá, mesmo que seja por um curto tempo; faça-o pela manhã e à noite. Deus é tão misericordioso que dará dez passos em sua direção se você tiver a iniciativa de dar um somente na direção d'Ele.

O verdadeiro Amor só pode ser por Deus, mas não um outro amor qualquer. Hoje se tornou comum ver crianças amando os pais somente tanto quanto estes lhe sejam vantajosos. Mas, uma vez que os pais tenham envelhecido e se aposentado do serviço, seus conselhos são ignorados. Similarmente, o amor entre esposo e esposa, com a passagem do tempo, empalidece. O verdadeiro amor é tal que se mantém imutável, e este é o Amor para Deus. Acredite em você mesmo. Então você terá fé em Deus."****

* É a árvore sagrada para os hindus (ficus religiosa). É a árvore eterna da vida, cujas raízes estão no céu, isto é, na Divina Essência, no Brahaman impessoal. É também sagrada para os budistas. Diz Krishna no Bhagavad Gita: "Falam da eterna Aswatha que tem raízes para cima e galhos para baixo, cujas folhas são os Vedas. Quem a conhece, conhece os Vedas" (15:1). Diz ainda Krishna: "entre as árvores Eu Sou a Aswatha". Cristo igualmente fala: "Eu Sou a videira verdadeira" (João 15:1).
** Banyan - uma espécie de ficus, típica da Índia.
*** Aswamedha - O "sacrifício do cavalo". Era um ritual dos tempos védicos, realizado nos festivais comunitários da primavera; uma propiciação a Varuna, o rei dos Céus do qual se esperava fertilidade. 
**** "O homem que não tem fé em si mesmo é ateu" (Swami Vivekananda).

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 75)