OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 13 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (PARTE FINAL)

"(...) Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem. 

O dever do homem para com seus animais domésticos é o de suavizar a sua natureza selvagem e implantar neles os atributos humanos do pensamento, do afeto e da dedicação. Portanto, enquanto o animal nos dá sua força, trabalhando para nós, devemos usar essa força com a finalidade de humanizá-lo, porque há de chegar o dia em que conseguirá ser um homem. Ao treinarmos um cão para desenvolver sua inteligência, não devemos fazê-lo de modo a reforçar seus instintos animais, como quando treinamos nossos cães para a caça. Um gato doméstico pode ser "um bom caçador de ratos", mas não foi por essa razão que Deus o guiou para a família onde vive. Quando treinamos cavalos, não deveríamos procurar apenas desenvolver a velocidade para participarem de corridas; os serviços que eles nos prestam deveriam ser recompensados, pela tentativa de desenvolver neles as qualidades que contribuirão mais para sua evolução em direção à humanidade do que a velocidade.

O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22/23)


sexta-feira, 12 de julho de 2013

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER

"(...) O caráter de um determinado indivíduo, podemos ver agora, é a soma total de todos os modos diferentes da manifestação de sua consciência através de seus veículos - físico, astral, mental e espiritual. Esta soma total não é senão uma pequena fração de totalidade dos modos possíveis de manifestação da consciência divina operando através do indivíduo. À medida que o indivíduo evolui todas as possibilidades encerradas no fragmento da Divindade passam, uma a uma, de latenta à atuante e o caráter torna-se um instrumento mais rico e mais eficiente da Vida Divina operando através dele. 

A ciência moderna fornece uma bela analogia para o gradual aparecimento das qualidades que estão em estado latentes. Se um sólido, como por exemplo uma peça de metal, é aquecido progressivamente, começa a revelar vibrações de frequências diferentes. Quando o corpo torna-se incandescente as vibrações podem ser analisadas por um espectroscópio e verifica-se um espectro que nos mostra claramente quais as vibrações que são ativas no corpo incandescente. À medida que a temperatura do corpo é elevada, grau a grau, mais linhas aparecem e o espectro do corpo incandescente vai aproximando-se do espectro do Sol, no qual são representadas todas as vibrações possíveis. As faixas ou linhas pretas no espectro representam a ausência de vibrações das frequências correspondentes. O número destas faixas ou linhas pretas diminui à medida que a temperatura do corpo cresce e a escala de vibrações torna-se mais e mais completa.  

É evidente a analogia desse fenômeno com a evolução humana e o aparecimento progressivo de toda espécie de faculdades e poderes. Todos os atributos da Vida Divina estão presentes em forma latente em qualquer fragmento individual da Divindade representada por um Jivatma. À medida que o Jivatma evolui esses atributos são trazidos à manifestação um após outro e, aos poucos, o indivíduo aproxima-se da condição de perfeição relativa na qual todos os atributos estão em completa manifestação. Assim o caráter de um indivíduo é realmente o espectro incompleto das qualidades divinas que lhe mostrem seu estágio particular de desenvolvimento; a luz da consciência manifestando-se através de veículos imperfeitos produz o espectro parcial. O caráter de um Ser perfeito, mostrando o espectro completo das qualidades divinas, é semelhante ao espectro do Sol, enquanto que um indivíduo, imperfeito, comum, só pode ser semelhante ao espectro de um corpo sólido incandescente, mostrando algumas linhas brilhantes de qualidades desenvolvidas separadas por linhas negras por qualidades não desenvolvidas. O Ocultismo não reconhece a existência de qualidades positivamente más. Estas são linhas ou faixas negras do espectro do caráter que estão fadadas a desaparecer no decorrer do tempo, à medida que o indivíduo evolui e desenvolve as qualidades positivas correspondentes. (...)"

(I. K. Taimni - Autocultura à Luz do Ocultismo - Ed. Teosófica, Brasília - p. 45/46)


A TEOSOFIA NO LAR (5ª PARTE)

"(...) Quando alguém compreende que esse elevado objetivo espiritual existe na vida familiar, as responsabilidades e os privilégios que essa vida nos concede aparecem-nos debaixo de uma nova luz, porque através dos pequenos deveres do lar vislumbramos a luz da Eternidade. O nascimento de crianças ou a sua morte, as preocupações e os cuidados que são necessários para criá-los e educá-los, as satisfações e as dores que eles nos proporcionam, são outras tantas experiências que nos conduzem à grande Descoberta. O lar não é somente um ponto de reunião em que os viajantes se encontram, vivem juntos durante alguns anos e separam-se em seguida para sempre. Podemos comparar melhor o lar com um teatro ou com uma sala de concertos, onde se ensaia um drama ou uma sinfonia, para que todos os indivíduos aprendam a executar seu papel com dignidade e beleza, para a alegria dos homens e de Deus. 

No lar há também diferença na relação entre o patrão e o empregado. Geralmente quando existe essa relação, o empregado é menos instruído do que o patrão; ele, por conseguinte, aparece na família para que possa ser ajudado a crescer por uma pessoa mais velha. Podemos contratar um empregado, mas a sua vinda até nós não é por acaso; podemos pagar-lhe um salário, mas nosso "vínculo kármico" não cessa com o dinheiro que lhe damos. O criado é uma alma irmã do patrão; ele geralmente é o irmão mais moço, mas o contrato financeiro entre eles nunca pode tornar menos real o importante fato de que são irmãos.

Os empregados vêm até nós para que lhes mostremos um ideal de vida mais elevado do que aquele que eles normalmente teriam percebido se não tivessem tido contato com seus tutores. A limpeza, o espírito metódico, a conscientização, a generosidade, a cortesia, as boas maneiras e a cultura são exemplos de comportamento que o dono da casa deve colocar diante dos olhos de seu irmão menor, o empregado. Mas ao apresentar-lhe nosso exemplo, não podemos exigir que atinja o mesmo padrão de comportamento, por se tratar de nosso irmão mais moço. É nossa obrigação de patrões, sermos pacientes e compreensivos, enquanto procurarmos despertar o melhor do potencial de nossos criados, através de um espírito de cooperação voluntária. Um indivíduo, na sua situação de servidor, pode assimilar muitas virtudes que numa futura encarnação, em que suas possibilidades serão maiores, deverão capacitá-lo para executar atos nobres; ao passo que o patrão de hoje, se não tiver ainda adquirido essas virtudes, terá que voltar à Terra como empregado para aprendê-las. 
Quem sofreu como escravo poderá voltar como príncipe,
Por suas gentis virtudes e méritos adquiridos;
Quem mandou como Rei, pode errar pelo mundo andrajoso,
Por suas indignas ações e deveres não cumpridos. (...)"
(C. Jinarajadasa - Teoosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/22)


quinta-feira, 11 de julho de 2013

BUDDHA - A TERCEIRA VIGÍLIA

"(...) Estando a terra silenciosa, as legiões infernais fugiram,
Um ar macio soprando da lua que se punha,
Nosso Senhor atingiu Samma-sambuddh (a perfeita iluminação),
Ele viu, através da luz que brilha. Além do nosso horizonte mortal,
A linha de todas as suas vidas em todos os mundos, 
Recuada e mais recuada e mais recuada ainda.
Quinhentas e cinquenta vidas. Tal como alguém,
Descansando no topo da montanha,
Observa a senda por ele seguida, a profundidade dos precipícios e penhascos
Através de pântanos de um verde enganador,

Descendo até os vales onde trabalhou à exaustão;
Sobre picos atordoantes
Onde seus pés quase escorregaram;
Além da relva iluminada pela luz do sol,
A catarata, a caverna e a lagoa,
De volta àqueles baixios sombrios de onde saiu
Para alcançar o céu - assim Buddha contemplou
Os passos ascendentes da vida, há muito unidos,
Desde os níveis inferiores, onde a respiração é pesada, Até as inclinações superiores e além,
Sobre as quais as dez grandes Virtudes esperam para levar 
Aquele que escala em direção ao céu.

O Buddha viu, também,
Como a nova vida colhe o que a antiga vida semeou;
Como, onde a marcha da vida é interrompida, aí ela recomeça;
Retendo o proveito adquirido e respondendo pela perda anterior;
E como em cada vida o bem produz mais bem,
O mal cria novo mal; a Morte apenas calculando
Débito e crédito, após o que a conta
Em méritos ou deméritos fica estampada
Por um aritmética infalível - a soma dos méritos e deméritos
Imprime-se, por si mesma,
Exata e justa, sobre alguma vida que está para surgir,
Na qual estão acumulados e levados em conta
As ações e pensamentos passados,
Esforços e triunfos, memórias e marcas de vidas prévias. (...)"

(Edwin Arnold - A Luz da Ásia - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110)


A TEOSOFIA NO LAR (4ª PARTE)

"(...) Quando os pais e os professores compreenderem que todas as experiências de vida não devem ser condensadas no curto espaço de tempo de uma única existência; que a alma tem diante de si uma eternidade de crescimento; que ela tem o direito de fazer suas próprias experiências em sua existência, desde que não obstrua o desenvolvimento dos demais; que cada ser é individualmente responsável pelo mal ou bem que fizer; que os outros são responsáveis por ele, apenas pelo fato de serem seus irmãos e semelhantes; então teremos uma visão mais clara sobre este tema da educação e bem-estar da criança, e não haverá dificuldade para se estabelecerem métodos de disciplina infantil que dominem sua natureza animal sem prejudicar em nada sua natureza superior como alma. 

Se estudarmos à luz da Teosofia as relações dentro da família, como entre marido e mulher, veremos que a Teosofia afirma que ambos têm responsabilidades e direitos iguais. O que os uniu nessa relação familiar foi uma série de deveres e direitos que se denomina Lei do Karma ou Lei de Ação e Reação. Não é a primeira vez que se encontram nessa longa existência; já se encontraram anteriormente em numerosas ocasiões e produziram karma entre elas e com as outras almas com as quais devem tornar a viver, quer como filhos ou como outro qualquer membro da família. É pois o karma engendrado entre elas e aqueles que os cercam no lar, que junta duas almas neste mundo como marido e mulher. 

Muitas vezes este karma traz consigo o florescimento de afetos e simpatias e, neste caso, teremos o matrimônio ideal. Todavia pode também acontecer, que após a aproximação de duas pessoas, o karma existente entre elas produza sofrimento. Nas duas situações, o Plano Divino é que estas duas pessoas venham a se conhecer em suas respectivas naturezas Divinas e possam descobrir qual é a sua obra comum, obra que faz parte do trabalho Divino. As almas podem descobrir-se umas as outras por meio do amor, mas nos casos em que não queiram aplicar o amor, as forças da vida agirão de maneira que possam descobrir-se por meio do ódio; porque o ódio, que no princípio repele, acaba por atrair no fim. Há homens e mulheres que descobrem esses mistérios da vida fora da relação matrimonial, mas esta relação foi planejada como uma das maneiras de alcançar essa revelação, essa descoberta. Nenhuma outra relação nos proporciona maiores oportunidades do que esta para se descobrir o eu dos outros, como também para descobrirmos o nosso próprio eu; e o homem ou a mulher que aproveita estas oportunidades, quando o karma se apresenta, cresce em espiritualidade e aproxima-se mais da descoberta de Deus e de toda a Humanidade. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 17/19)