OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 5 de julho de 2013

EMBARQUE NO TREM DA SABEDORIA QUE ELE O LEVARÁ AO SEU DESTINO

"Muitas pessoas pensam em Deus somente quando dominadas pela aflição. É bom que façam assim. É melhor que procurar ajuda naqueles que também são suscetíveis de se afligirem. Mas é infinitamente melhor pensar em Deus, tanto no sofrimento quanto na alegria, tanto na paz quanto na contenda; durante o tempo todo. A prova da chuva é a umidade do solo; a prova do bhaktha é a paz (santhi) que ele tem, aquela que o protege contra as arremetidas tanto da vitória como da derrota, tanto da fama como da desonra, tanto no lucro como da perda.

Bhakthi equivale ao Ganges; vairagya (desapego) ao rio Yamuna; jnana (sabedoria), o rio Saraswathi, neste triveni* espiritual. 

Jnanam (sabedoria) é o trem expresso. Embarque nele. Isto é bastante, pois levará você diretamente ao destino. Bhakthi (devoção) é o vagão cargueiro, e pode ser desligado de um trem e ligado em outro, mas se você nele permanecer, não precisa de preocupar; deixe-se ficar em seu lugar; ele está programado para o levar ao destino. Karma (ação) é o trem comum. Se nele embarcar, terá de desembarcar, descer e subir em cada conexão, carregando sua bagagem, e assim, terá de fazer uma boa dose de trabalho até onde queira chegar.

Bhakthi por si só é bastante, mesmo para a aquisição da sabedoria (jnana). Bhakthi conduz a samadrishti (visão equânime), e destrói o egoísmo. Jnana igualmente o faz. Uma vez, Narada** se ofereceu para ir ensinar às Gopis (iletradas pastorinhas devotas de Krishna) os princípios da Filosofia ou, conforme ele mesmo denominou, vijnanabodha. Krisha concordou. Elas porém lhe disseram: "Não estamos interessadas em seu ensino, em seu discurso. Nós vemos Krishna em todo lugar e em todas as coisas, e assim, não temos ahamkara***. Achamos que isto nos basta." Narada achou que elas estavam certas, e se foi, desconcertado."

* Triveni - ponto de confluência dos três rios sagrados: Ganges, Yamuna e Sarawathi.
** Narada - o grande devoto de Vishnu.
*** Ahamkara - egoísmo, aquilo que nos faz pensar "eu sou fulano". 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 52/53)


quinta-feira, 4 de julho de 2013

A ESTRADA PARA A LIBERDADE (2ª PARTE)

"(...) A palavra samsâra, em sânscrito, significa andar em círculo, preso a um movimento involuntário. Krishnamurti usou a imagem de uma "correnteza de mundanidade" na qual as pessoas são levadas, indecisas. As duas imagens referem-se a compulsões psicológicas que impelem uma geração após a outra a não permitir que o mundo mude de rumo. 

Esse processo foi descrito no livro Carta dos Mahatmas para A.P. Sinnett (Ed. Teosófica) da seguinte maneira: "Quanto à natureza humana em geral, é a mesma agora como era há um milhão de anos: preconceito baseado em egoísmo; uma má vontade generalizada de desistir da ordem estabelecida das coisas por novos modos de vida e de pensamento (...); orgulho e teimosia; resistência à verdade, se esta simplesmente perturbar sua noção prévia das coisas."

O caminho da liberdade no verdadeiro ensinamento religioso é despertar as pessoas do condicionamento e do pensamento mecânico, para que elas deixem de imitar o que os outros sempre fizeram. Há uma forte tendência a se viver de maneira egoísta porque todo mundo é egoísta; ser agressivo por autofesa; sobrepujar os outros como se isso significasse ser esperto; aferrar-se às posses porque as atitudes mundanas e a propaganda encorajam isso; enfim, fazer tudo o que incorpora o indivíduo à estrutura da vida convencional.

Infelizmente as religiões estabelecidas, longe de promover o espírito religioso da investigação inteligente, fazem o oposto. Ao impor a crença, desencorajam as pessoas a pensar de maneira independente. O clero, que assume o papel de intermediário entre Deus e as pessoas, impede o desenvolvimento de um pleno senso de responsabilidade no indivíduo. A autoridade das escrituras e as palavras que devem ser aceitas sem questionamento ou investigação matam o intelecto. (...)"

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 36 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23/24)
www.revistasophia.com.br


BUSCAR DEUS EM PRIMEIRO LUGAR NÃO É RENUNCIAR AO MUNDO

"Todo ser humano quer ser livre. Uma vez que você se torne consciente de que é realmente um prisioneiro nesta vida, vai implorar a liberdade. Nasci com este anseio, e não deixava que nada se pusesse no meu caminho em busca da liberdade. Se não a conseguisse, sabia que não podia culpar ninguém. Agora, nada pode interferir em minha relação com Deus. As pessoas podem me tentar dissuadir, ou pensar que podem me influenciar a abandonar este caminho, mas nunca conseguirão fazer isso. Por quê? Porque sei o que quero. Nunca procuro me enganar, e não me iludo com anseios por nada deste mundo. Deus vem em primeiro lugar.

Quando o devoto tem essa consciência, sua vida se torna muito mais fácil. Torna-se segura e estável. Ele conhece e percebe seu verdadeiro relacionamento com outras pessoas, e tudo em sua vida converge para a perspectiva correta. 

Buscar Deus primeiro não implica termos que renunciar ao mundo. Abençoados os que podem fazer isso! Porém, onde quer que o devoto esteja, ele pode colocar o Senhor em primeiro lugar, e então todos os demais deveres e relacionamentos encaixar-se-ão no lugar certo. Afinal, há somente uma fonte de amor, não meia dúzia. Existe somente um Dínamo, não três ou quatro, do qual vêm a sabedoria, o amor e a alegria. Essa fonte única é Deus.

Quando o devoto se unifica mais profundamente com o Senhor, percebe que é apenas um instrumento, uma parte dessa grande Fonte. Ele vê tudo e cada ser humano como parte dessa Fonte comum. Em consequência, seus relacionamentos com outras pessoas tornam-se corretos. Ele já não sente necessidade de exigir qualquer coisa delas. Já não deseja se apossar do amor, da generosidade e da compreensão, ou lamentar-se deles, ou agarrá-los. Ao invés disso, ele quer dar. Ele conhece a lei divina segundo a qual o que você dá neste mundo receberá de volta. É uma ciência que nunca falha. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 34/35)


quarta-feira, 3 de julho de 2013

A ESTRADA PARA A LIBERDADE (1ª PARTE)

"Grandes instrutores religiosos foram às vezes descritos como "terapeutas das doenças do mundo". Que doença eles curam ou curaram? Olhando superficialmente, a maioria das pessoas estaria inclinada a dizer que é a pobreza, a fome, e a ganância, a guerra, a indiferença aos valores saudáveis, o egoísmo e assim por diante. Sondando a questão mais profundamente, talvez possamos dizer que o mundo, ou seja, a vasta corrente da humanidade que flui de geração a geração, sofre do torpor da conformidade e da falta de verdadeira inteligência (prajna).

A humanidade não tem pouca capacidade cerebral ou intelectual; a evidência disso está nas inúmeras invenções, engenhosas teorias e descobertas espetaculares que realizou. Mas ela parece carecer do tipo de inteligência necessária para não cometer repetidamente os mesmos dolorosos erros. Homens e mulheres, em geral, jamais questionam as atitudes e ideias que repetidamente terminam em violência e outras formas de sofrimento; essas coisas são aceitas como partes inevitáveis da vida.

Conflitos de diferentes dimensões têm levado a dores indescritíveis durante milhares de anos em todas as civilizações e em todas as regiões do mundo. Separam famílias, causam fome, criam uma teia mundial de ódio e miséria. Embora o mundo inteiro saiba como é terrível o impacto da guerra e do conflito, esses males jamais cessam, porque as pessoas continuam a nutrir objetos egoístas e atitudes que causam divisão. Esse é apenas um exemplo de como a humanidade repete descuidadamente ações danosas a si mesma e a outros seres vivos. 

Todas as ações surgem de estados mentais. O comportamento cego e repetitivo que causa sofrimento é o resultado de um tipo de obtusidade psicológica. A mundanidade é uma combinação de letargia espiritual e atividade externa quase incessante, num padrão estabelecido de ganância, violência, falsidade e egoísmo. Estranhamente, sua própria falta de inteligência, permanece despercebida pelo mundo e tem até mesmo a aparência de "progresso", porque a inatividade motivada pelo medo e pela ambição produz a ilusão de um movimento adiante. (...)"

(Radha Burnier - Revista Sophia nº 36 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22/23)


CARMA - CONSTRUÇÃO DO FUTURO INDIVIDUAL (PARTE FINAL)

"(...) De mais valor é a sabedoria. O homem comum não procura pensar na razão de ser de seus atos. Vive de maneira passiva, sem tentar corrigir uma série de defeitos simples, de atitudes poucos razoáveis. Não reflete que se deixa dirigir por preconceitos entorpecentes e estúpidos. Assim, ele mesmo prepara o terreno para sofrimentos e limitações nesta própria vida. Diz Annie Besant: "Numerosas pessoas não pensam. O que chamam "seu pensamento" não é senão o reflexo dos pensamentos dos outros ao qual sua consciência respondeu; seu intelecto é um espelho e não um organismo criador." É por tudo isso que diz Leadbeater: "Nove décimos dos sofrimentos do homem comum são resultantes, não de existências anteriores, mas da própria existência atual."

Procuremos o equilíbrio em nossos pensamentos, palavras e ações e cultivemos nosso caráter. Evitaremos, assim, os nove décimos de sofrimentos de uma encarnação, apontados por Leadbeter.

Há pessoas que se dizem nervosas, ou tímidas, ou impacientes ou coléricas e não procuram dominar-se alegando que assim nasceram e, por isto, assim devem morrer. Realmente, devido ao carma de vidas anteriores, nesta trazem a pesada carga de defeitos não superados. Mas no simples fato de tentarem seriamente combatê-los, embora sejam aparentemente irremovíveis, apesar dos numerosos fracassos, já deram um passo para a vitória, embora os resultados não sejam colhidos na vida presente.

Os cristãos não-reencarnacionistas e os materialistas que predominam no Ocidente, criaram a mentalidade imediatista de quem acredita só ter uma vida. Daí a pressa, a ânsia de conseguir logo tudo o que se quer. Ora, há muito tempo em nossa frente, embora este tempo deva ser sempre muito bem aproveitado. As pessoas cuja vida foi constante luta contra as inclinações más ou viciosas, não perderam seu tempo e seus esforços, mesmo que, aparentemente, tenham morrido como nasceram. 

Aliás, após a chamada morte, a luta pelo aperfeiçoamento do caráter continua. Em outra encarnação, a pessoa talvez já nasça expurgada dos defeitos da encarnação anterior, ou conseguirá dominá-los com muita facilidade. É o caso de indivíduos estouvados, violentos, na mocidade e que, repentinamente, se transformam, como Santo Agostinho, São Francisco de Assis e muitos outros.

O conhecimento das leis espirituais é confortador ao extremo, porque revela as capacidades latentes do indivíduo, dá-lhe visão mais otimista e construtiva da vida e confere-lhe ânimo e resignação para todos os obstáculos e sofrimentos que lhe sobrevêm na vida física."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 216/217)