OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 29 de junho de 2013

A AÇÃO CUIDA DE SI PRÓPRIA

"E quanto à ação? Como agir num mundo que está constantemente mudando, constantemente revigorado e novo? Será possível agir antes de avaliar, decidir, conceber, escolher?

Antes de mais nada, é impossível não agir. Tudo que se faz, diz, pensa ou decide é ação. Escolher não agir também é uma ação. O mundo está mudando o tempo todo. Mesmo que você fique parado na corrente, está interagindo com as coisas que fluem em volta. Cada um de nós tem uma escolha. Podemos agir a partir da confusão, dos desejos, das respostas automáticas às circunstâncias, da ganância, da ira, da ilusão - ou podemos apenas agir. Podemos apenas agir ao simplesmente ver o mundo como ele é na realidade, e não como gostaríamos, imaginaríamos, ou conceberíamos que fosse. 

Gandhi, ao pegar um trem, viu uma de suas sandálias escapulir do pé e cair próxima aos trilhos. O trem começou a se mover e não lhe deu tempo de a recuperar. Ele imediatamente tirou a outra sandália e a jogou junto da primeira. Quando um passageiro perguntou por que, Gandhi respondeu: "Agora, quem as encontrar terá um par." 

Essa história ilustra o que é a ação antes da decisão e da escolha. É a ação que nasce da liberação, da total liberdade da mente. É a ação em conformidade com o mundo, à medida em que as coisas acontecem. Devemos viver com a visão, não com o pensamento. Devemos viver e agir a partir do todo, não da parte. Devemos deixar o mundo vir a nós, não nos lançarmos sobre ele. A questão é simplesmente estar desperto. É aí que o foco deve estar. Com isso você pratica a "reta ação". Qualquer coisa menos que isso e você está agindo a partir de uma ideia - um conceito. Você está desafiando a realidade, como se o mundo estivesse morto. Uma vida assim é dolorosa. 

Basta agir baseado simplesmente no que vemos. Quando prestarmos atenção às reais percepções, em vez de aos conceitos - esperanças, temores, metas, desejos e histórias individuais e culturais - não é preciso de nenhuma receita, nenhum conjunto de mandamentos. A ação que cresce a partir do ver é naturalmente apropriada à situação, qualquer que ela seja. Isto quer dizer que você não está se aferrando mais às suas crenças e opiniões preferidas. Você está pronto para se livrar delas quando notar que não funcionam e que são fonte de dor e ansiedade. O foco sempre retorna a simplesmente estar desperto. É desse modo que vamos nos salvar e salvar o mundo.

Quando agimos baseados no que é, não no que esperamos, ou pretendemos, não mais precisamos seguir um conjunto de diretrizes, porque temos uma visão clara da realidade e do universo. Temos a evidência verdadeira de nossos próprios olhos e de nossa própria experiência para nos guiar. Uma vez que reconheçamos a verdade que está (e que sempre esteve) perante nós, podemos agir num relacionamento direto com tudo o que é, a partir de tudo que é. Logo que você olhar para a situação, agirá da maneira apropriada. A ação cuidará de si própria."

(Steven Hagen - Revista Sophia nº 30 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 31)

A IOGA CONVERTE A TEOLOGIA EM EXPERIÊNCIA PRÁTICA

"A Ioga capacita o homem a perceber a verdade em todas as religiões. Os Dez Mandamentos são pregados, com palavras diferentes, nas várias religiões. Os dois maiores mandamentos, porem, são aqueles que Jesus enfatizou: "Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente." e "amarás a teu próximo como a ti mesmo."

Amar a Deus "com toda a tua mente" significa retirar dos sentidos a atenção e colocá-la em Deus; dar a Ele concentração total durante a meditação. Todo buscador de Deus deve aprender a concentrar-se. Uma prece pronunciada enquanto se pensa em outras coisas no fundo da mente não é uma prece sincera e não é atendida por Deus. A Ioga ensina que, para encontrar o Pai, é necessário primeiro, buscá-Lo com toda a mente, com concentração focalizada.

Há quem diga que os hindus adaptam-se melhor à prática da Ioga e que esta não serve para os ocidentais. Não é verdade. Muitos ocidentais estão hoje em melhor situação para praticar Ioga do que muitos hindus, porque o progresso científico deu mais tempo livre aos primeiros. A Índia deveria utilizar cada vez mais os métodos materiais progressistas do Ocidente para facilitar a vida e torná-la mais livre, e o Ocidente deveria receber da Índia os métodos metafísicos práticos da Ioga, pelos quais todo homem pode achar o caminho para Deus. Ioga não é uma seita, mas uma ciência universalmente aplicável, por cujo intermédio podemos encontrar nosso Pai. 

A Ioga é para todos, ocidentais e orientais. Ninguém diria que o telefone não serve para o Oriente só porque foi inventado no Ocidente. Também os métodos da Ioga, embora desenvolvidos no Oriente, não são exclusividade deste, e sim úteis a toda a humanidade.

Nasça um homem na Índia ou na América, um dia terá que morrer. Por que não aprender a "morrer diariamente" em Deus, como São Paulo? A Ioga ensina o método. O homem vive no corpo como um prisioneiro: esgotado seu prazo, sofre a indignidade de ser despejado. Amar o corpo é, portanto, a mesma coisa que amar a prisão. Há muito tempo acostumados a viver no corpo, esquecemos o que significa a verdadeira liberdade. É vital para todo homem a descoberta de sua alma e o conhecimento de sua natureza imortal. A Ioga mostra o caminho."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 16/17)


A "FORMA' E O "SEM FORMA"

"O corpo não é a verdade que lhe atribuímos. Um exemplo: por 30 anos um homem adora a mãe que lhe deu à luz. Ele massageia os seus pés, se prostra na frente dela, olha seus olhos com amor, ouve sua voz, sentindo-se aquecido e feliz com seu olhar afetuoso e amoroso. Aos 60 anos, a mãe falece. Imediatamente o filho grita: "Mamãe, mamãe, porque me deixaste?" Por que o homem gritou? O corpo que ele adorava aí estava; os pés que massageava diariamente também estavam ali; mas ele grita que sua mãe não está lá, que ela o deixou. Temos que concluir que ainda que o homem tenha, nos últimos 30 anos, visto o corpo e a mãe como um e o mesmo, quando a mãe faleceu ele instantaneamente soube que a mãe não era o corpo e que essa mãe havia partido, mesmo que o corpo permanecesse. Assim, que valor tem o corpo que nunca foi esta mãe, ainda que por um tempo ele tenha sido visto como "mãe"? Contemplando este mistério é visível que, se não fosse pelo corpo, a mãe não poderia ter sido conhecida. Foi somente por meio do corpo que o homem foi capaz de ter a experiência e, assim, conhecer a terna, amorosa, sublime qualidade do estado "mãe", que resultou em amor em seu coração. A sem forna e eterna qualidade da "mãe" pode ser conhecida e obtida somente através da forma impermanente."

(J. S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p. 81)


sexta-feira, 28 de junho de 2013

AGARRE A VERDADE COM O INTELECTO; ABSORVA-A DENTRO DA ALMA

"Se quiser mudar a si mesmo, você primeiro terá que compreender intelectualmente certos pontos importantes e depois começar a absorvê-los profundamente em sua alma. Suponha que queira desenvolver a devoção. Escreva essa palavra num pedaço de papel, ou copie algum pensamento que desperte devoção em você, e pregue-o em sua porta ou em algum lugar visível, onde o veja com frequência. Toda vez que olhar para esse lembrete, procure não só entender intelectualmente o conceito de devoção, mas também sentir o que ela significa. Pondere sobre ela, deixando que influencie você com fervor urgente. O Mestre dizia: "Você tem que agitar o éter com seu amor por Deus, com seu anseio por Ele". Converse com Deus, sentindo que está agitando o éter com sua oração. 

Por exemplo, acabamos de cantar um dos cânticos de Guruji: "A porta do meu coração". Quando termino de cantar alto, para mim não é o fim. Deve-se prosseguir do canto em voz alta para o canto sussurrado e depois para o canto mental. Quando termino um cântico, minha atenção não para aí, de repente. Eu me aprofundo cada vez mais no pensamento que estive cantando: "Vem a mim, vem a mim, Senhor! Vem ao menos uma vez." Meu coração clama. Minha mente se interioriza e, como Guruji recomendou, "agito o éter" com esse pensamento. Em outras palavras, um cântico deve ser repetido inúmeras vezes, com sentimento sempre crescente, a fim de que o significado das palavras que você está repetindo transforme-se numa parte de sua consciência. E você só conseguirá fazer isso se sua atenção estiver cem por cento no que estiver fazendo. Se sua atenção estiver noventa e nove por cento em Deus, mas estiver pensando um pouco nas pessoas à sua volta, ou nutrindo um pensamento errante sobre seu trabalho, você não poderá ter êxito em atrair a resposta divina. 

Guruji nos dizia: "Deus não virá a você se não oferecer a Ele cem por cento de sua atenção". Se pensa que pode progredir só por sentar-se e praticar Kriya enquanto a mente corre de lá para cá, você se engana. Há algumas pessoas que pensam: "hoje pratiquei cem Kriyas: devo estar avançando rapidamente... esta semana pratiquei mil Kriyas: devo estar bem desenvolvido espiritualmente." Tolice! Esse devoto não tem a atitude correta. Ele é como a tia de Guruji: durante quarenta anos diariamente, ela fazia as suas orações com o rosário, mas a mente estava sempre em outro lugar. Não admira que, por fim, ela tenha se queixado de que não estava obtendo resposta! Você precisa empenhar-se para alcançar Deus nesta vida. Você pode ter êxito nessa aspiração; mas não sem o adequado grau de esforço." 

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 37/38)


BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA, PORQUE ELES SERÃO SACIADOS

"Qual é a justiça da qual o Cristo nos quer sedentos e famintos? Trata-se da justiça que em inúmeras passagens do Antigo Testamento é praticamente sinônimo de salvação - noutras palavras, libertação do mal e união com Deus. Esta justiça, portanto, nada tem a ver com o que comumente pensamos como virtudes morais ou boas qualidade, não se relaciona com o bem em oposição ao mal, nem com a virtude em oposição ao vício; trata-se da justiça absoluta, da bondade absoluta. O faminto e sedento de justiça de que fala o Cristo é o faminto e sedento do próprio Deus. 

Já se salientou que a maioria de nós não quer de fato Deus. Se nos analisarmos, descobriremos que nossos interesses relativos a Deus quase nada têm da força do nosso interesse por todo tipo de objetos materiais. Mas até mesmo um ligeiro desejo de conhecer a realidade divina é um começo que nos pode levar mais acima. Precisamos começar com um esforço próprio. Precisamos batalhar para desenvolver o amor ao Senhor, praticando a relembrança dele, rezando, adorando e meditando. A medida que praticarmos essas disciplinas espirituais, o nosso frágil desejo de compreendê-lo há de intensificar-se, até se converter em fome violenta, em sede ardente. 

Àqueles que lhe perguntavam como compreender Deus, Sri Ramakrishna dizia: "Gritem-lhe com um coração anelante, e então vocês o verão. Após a luz rósea da aurora, surge o Sol; do mesmo modo, ao anelo segue-se a visão de Deus. Ele se revelará a vocês se vocês o amarem com a força combinada destes três apegos: o apego do avaro à sua riqueza, o da mãe à criança recém-nascida e o da esposa virtuosa a seu marido. O anelo intenso é o caminho mais seguro para a visão de Deus."

Precisamos aprender a direcionar todos os nossos pensamento e toda a nossa energia, de forma consciente, para Deus. É preciso que se erga em nossa mente uma onda gigantesca de pensamento, envolvendo todos os desejos e paixões que nos desviam da meta espiritual. Quando a mente se torna focalizada e concentrada em Deus, então seremos locupletados de Justiça. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 26/27)