OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 24 de junho de 2013

SARVA YOGA - KRISHNA ESCLARECE (5ª PARTE)

" (...) A maior autoridade para indicar qual o Yoga mais apropriado é sem dúvida Krishna, o "Eterno Condutor do carro de nossas vidas".
Fixe em Mim sua mente. Coloque em Mim seu intelecto. Então, daí por diante, portanto, você viverá, sem dúvida, somente em Mim. (in Bhagavad Gita, XI:8)
Você e qualquer ser humano comum poderá questionar: Como posso eu chegar a tal perfeição? Como unidirecionar minha mente e meu intelecto rebeldes, se eles estão sempre fluindo, fugindo? Isto é Yoga para quem pode. E eu ainda não "posso". Krishna, parecendo ler o pensamento do leitor, volta magnanimamente para ajudar e propõe:
Se você também é incapaz de fixar firmemente em Mim sua mente, então, pelo Yoga da constante prática, procure chegar a Mim... (XII:9)
Ora, o Yoga da constante prática (abhyasa) já não é tão difícil. Consiste em você tentar manter a mente no Divino, mesmo enquanto engajado em atividades profissionais e sociais, pois há momentos para lembrar-nos de Deus mesmo enquanto nos relacionamos com o mundo objetivo. Haverá, no entanto, ao longo do dia, alguns momentos em que possamos desconectar-nos do ambiente, isolarmo-nos num lugar e então tratarmos de manter-nos mentalmente ligados a Deus, embora a mente normalmente doidivanas, inquieta e obstinada, venha a criar dificuldade e distrações. Abhyasa consiste em insistirmos fazendo-nos permanentes fiscais dos movimentos dela (a mente), com o propósito de, sem esforços e brigas, impedi-la de divagar, desejando fixá-la em Deus. Quando notarmos que já anda longe de onde deveria estar, com muito amor e paciência, tratamos de trazê-la de volta ao Divino. Isto é abhyasa ou a "constante prática". Ao correr do tempo, algum dia você conseguirá fazê-la parar em Deus. Namasmarana ou constante repetição do Nome* é uma deliciosa forma de trazê-la para Deus. Numa demonstração de ilimitada misericórdia, Krishna mais uma vez insiste em nos ajudar:
Se você é incapaz mesmo de praticar Abhyasa Yoga, então pratique suas ações em Meu proveito. Mesmo pela prática de suas ações em Meu proveito, você atingirá a perfeição. (XII:10) 
De misericórdia em misericórdia, o Divino Senhor sugere outras formas de Yoga cada mais mais acessíveis aos aspirantes que, embora sinceros, ainda enfrentam impossibilidades:
Se você ainda é incapaz de fazer mesmo isto, então busque refúgio em Mim. Autocontrolado, renuncie aos frutos de todas as ações. O conhecimento é, deveras, melhor que a prática. A meditação é melhor que o conhecimento. A renúncia ao frutos da ação é melhor que a meditação. A paz imediatamente sucede à renúncia. (XII:11 e 12) 
O Divino Senhor deixou assim muito explícito que a renúncia aos frutos da ação e a abnegação produzem imediatamente a paz, não obstante ser tão simples, tão fácil e tão extravagante aos olhos de certas terapias modernas. (...)"

* Qual o nome? Aquele que o devoto preferir dentre os inumeráveis Nomes do Senhor: Cristo, Allah, Krishna, Jehovah, Vishnu, Baha'u'láh... O importante é, tendo optado por um deles, jamais o trocar por outro, num ato de deslealdade. 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 141/142)


domingo, 23 de junho de 2013

CARMA E DESTINO (3ª PARTE)

" (...) Com efeito, há casos individuais de vitória sobre o Destino. Um senhor entendido nas leis do mentalismo e da astrologia verificou, pelo horóscopo de sua senhora, que em determinada data devia ela sofrer acidente de automóvel de consequências gravíssimas, talvez mortais.

Como se sabe: "Astra inclinant, non necessitant". (Os astros inclinam, não obrigam). Pois bem, desde esse dia, ele começou a mentalizar que sua senhora não sofreria tal acidente. Quando se aproximou a data fatídica, procurou evitar que ela saísse à rua. Mas o Destino, ou seja, o Carma, sempre se fez sentir. Na época prefixada, houve necessidade de ela sair à rua e foi atropelada. O acidente, porém, foi mínimo, causando-lhe apenas leves escoriações.

Esta história pode ter diversas interpretações: coincidência, acaso, falsa interpretação da leitura astrológica, a qual significaria acidente leve e não grave, conforme foi interpretado. Mas não se irá julgar por um caso isolado, pois os cultores da astrologia conhecem muitos análogos. 

A muitas pessoas se afigura inexplicável a morte de fetos, de recém-nascidos, de crianças em tenra idade. Isso acontece por motivo de dívidas cármicas da criança e dos pais. Estes pagarão, pelo sofrimento físico e moral, a perda de um filho que nesta encarnação desejaram, mas que em outra, por exemplo, foi criança aceita por obrigação, não desejada e maltratada. O recém-nascido e o feto que morrem, sofrem pelo esforço que toda encarnação exige e causam dor aos pais. Estão todos saldando dívidas cármicas.

Outras vezes a pessoa nasce para morrer após uma existência mais ou menos curta e vai reencarnar-se na mesma família. Isto se dá para certos ajustamentos cármicos de indivíduo para indivíduo e porque o nascimento obedece a certas leis e tem que se dar em ocasiões determinadas, conforme a conjunção astrológica. 

A morte intervém no mecanismo cármico, como fator da mais alta importância. Mas nem sempre deve ela ser considerada indesejável, pois pode marcar o início de vida ainda mais fecundada na prática do bem, nos planos superiores."

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 213/214)


SARVA YOGA - YOGA PARA QUEM PODE (4ª PARTE)

"A Sarva Yoga, um sistema formado pela sinergia de todos os sistemas, é a opção mais sábia para os que desejam investir suas vidas na conquista do Eterno Onipresente. Um indivíduo de temperamento artístico, sendo mais sensível e sentimental, naturalmente se sentirá mais atraído pela Bhakti Yoga, que o ajudará a reeducar sentimentos e emoções. Um desses tensos, agitados e produtivos executivos, provavelmente se sentirá mais à vontade praticando Karma Yoga e Hatha Yoga. Para um cientista ou intelectual pesquisador, provavelmente lhe será mais fácil o caminho da Jnana. Na prática do Sarva Yoga, cada um deverá aderir ao sadhana que lhe seja mais adequado, não negligenciando porém a prática concomitante dos demais. 

Convém-nos sempre adequar aquilo de que precisamos, ou que pretendemos, com aquilo que podemos. Isto me induziu compreender a existência de dois principais sistemas de Yoga: (a) a Yoga para quem precisa; e (b) a Yoga para quem pode ou merece. Obviamente é prudente começar pelo primeiro, tomando-o como um degrau, mas sem perder de vista, nem por um instante; o segundo, escolhido como objetivo mais alto e essencial a ser alcançado em hora oportuna do futuro. Um estressado executivo, por exemplo, "precisa" de harmonia, serenidade, relax, saúde, lucidez; "precisa" libertar-se da dependência aos medicamentos, mas também vencer o distresse, isto é, seus infernais sintomas neuróticos. Neste caso, o mais urgente será a prática de Yogaterapia (Hatha Yoga e Yoga para Nervosos). Este é o Yoga de que ele "precisa". Passado algum tempo, já suficientemente sadio e motivado, começa a "poder" iniciar-sem em Raja e Jnana Yoga, sem largar as práticas yogaterápicas. Por seu temperamento (gunas) e suas predisposições kármicas (vasanas e samskaras), lhe fará bem praticar Karma Yoga. 

A Bhakti Yoga, conforme vimos, é o sistema acessível a qualquer pessoa, sendo por isto o indicado pelos Mestres e pelas escrituras para a Kali Yuga. Dentre suas técnicas, a namasmarana (repetição do Santo Nome de Deus), sendo agradável e fácil e principalmente tendo ilimitado poder divinizante, é um abençoado sadhana para quem "precisa". Qualquer pessoa pode repetir o Nome do Senhor. Que o faça regularmente e constatará excelente resultado. (...)" 

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 140/141)


sábado, 22 de junho de 2013

CARMA E DESTINO (2ª PARTE)

" (...) Tudo o que somos é, pois, consequência de nosso passado e seremos aquilo que prepararmos no presente. 

Indivíduos que nascem com defeitos físicos, praticaram atos de crueldade para com seus semelhantes em outras encarnações. Certos tumores malignos, que sobrevêm em idades mais avançadas, são resultantes de magia negra, que foi muito praticada na Atlântida. O indivíduo que hoje é quase um santo, já foi mau e perseguidor em existências muito longínquas e só depois de muitas encarnações vai saldar dívidas cármicas. Quantos justos condenados, porque todas as aparências confirmam um crime ou um ato doloso que não praticaram?

Em passadas encarnações, o justo de hoje praticou crimes, lesou a seus semelhantes, tendo passado toda a existência impune e feliz. Agora recebe o troco. Há também carma adquirido por instituições, agrupamentos humanos, nações, e também o carma em conjunto de toda a Humanidade. Asim, há ocasiões de grande sofrimento coletivo, como a atual, que significam esgotamento cármico. A humanidade purificada e mais evoluída irá encontrar muito melhores condições de vida daqui a algumas centenas de anos.

Mesmo que o carma não seja certeza, para nós, procuremos viver de acordo com os elevados princípios espiritualistas. Só quem pratica o bem pode avaliar as satisfações morais que ele proporciona, embora poucas sejam as compensações materiais. Se ao praticarmos o bem, tivermos algumas desilusões, ponhamo-las na conta das grandes experiências e persistamos . 

Procuremos observar os fatos que se passam conosco e com os outros. Conseguiremos, indiretamente, nos certificar de que as leis espirituais são realidade. Diz um ditado popular: "Ninguém morre antes ou depois da hora." Isto é bem certo para a grande maioria dos indivíduos. Há casos de salvamentos milagrosos, inexplicáveis, em afundamentos de navios, em desastres de avião etc. Há também ocasiões em que, visivelmente, intervêm forças ou pessoas sobrenaturais, para salvar indivíduos de morte certa.

Afirmam os Iniciados que se pode vencer o Destino, ou seja, modificar as condições cármicas. Há prognósticos de morte por acidente, antevisão do momento da morte, que se confirmam. Por que? Porque as pessoas avisadas nada fizeram, ou nada puderam fazer, por ignorância ou por falta de vontade, para se contraporem ao Destino. (...)"

(Alberto Lyra - O Ensino dos Mahatmas - IBRASA, São Paulo - p. 211/213)


SARVA YOGA (3ª PARTE - II)

" (...) Sai Baba compara a mente a uma chave de fechadura. Se a girarmos para um lado, abrimos o Reino de Deus; se para o outro, fechamos. Pensar um pouco sobre isto é bastante para ver o quanto a Raja Yoga, aprimorando, purificando, administrando a mente e aquietando sua normal turbulência, contribui para o rendimento dos que trilham as sendas do amor devoção, da sabedoria e da ação. Refletindo mais um pouco, dá para compreender o quanto e por que o amor (bhakti), a sabedoria (jnana), a caridade lúcida (karma) e o cultivo do equipamento (hatha) sinergicamente asseguram a vitória aos que se decidem pelo Yoga de Patanjali. 

Já vimos como algumas técnicas fazem parte de diversas modalidades de Yoga. Mantra Yoga, por exemplo, enriquece todas as demais formas de Yoga. A Kriya Yoga, se bem que pareça um sistema à parte, sendo parte da Raja Yoga, não deixa de ser fundamental também nos outros sistemas, e, por seu turno, é constituída de devoção, busca do Ser e rendição ao Senhor, respectivamente, Karma, Jnana e Bhakti. O Yoga tântrico, conforme vimos, em seu aspecto dakshina ("mão direita") se confunde com diversos outros sistemas (Bhakti, Karma, Jnana, Mantra e Hatha). 

Os ocidentais vêm aderindo aos métodos Hatha e Tantra, enquanto - que pena! - negligenciam os demais. Por quê? Por verem a Hatha Yoga tão somente como uma excelente ginástica terapêutica, que emagrece, fortalece, recupera, mantém a saúde e prolonga a juventude, além de gerar paz e harmonia em nível psíquico. A Tantra Yoga, só pelo fato de ser conhecida como a "Yoga do Sexo"(?!), seduz imaturos adeptos.

O estudo e a prática das "outras Yogas" (Jnana, Bhakti, Raja, Karma), ampliando a sabedoria, santificando o amor, promovendo a compaixão e a caridade, iluminando a vida e deificando o homem, enfim, é que podem evitar que hatha yoguins degenerem para o narcisismo e para a idolatria de valores fugazes tais como a juventude, a força muscular e a beleza do corpo, e pode salvar os pseudotantristas de virem a se degradar em magos negros e alucinados libertinos, condenando-se portanto a arrasadoras frustrações. 

Aos que, por desinformação ou ingenuidade, se dispuseram a praticar somente uma das modalidades de Yoga, com exclusão das outras, fica a advertência sobre a probabilidade de frustração quanto a atingir a meta (a Yoga ou união com a divina perfeição potencial) e, o que é pior, sobre a probabilidade de um desenvolvimento assimétrico e deformante. O homem é um sistema holístico (sarva), portanto, sua reeducação não pode deixar de ser sarva. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 139/140)