OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 13 de junho de 2013

A LIBERDADE DA CULPA E A NECESSIDADE DA PENA (PARTE FINAL)

" (...) Nesse roteiro de libertação pelo conhecimento da Verdade, certos místicos do Oriente enveredaram por um caminho que talvez possa ser considerado como um ato de boa vontade, mas não como uma compreensão integral: resolveram abandonar o mundo objetivo do ego, que os escravizava, em vez de o superar pela libertação. Simples abandono não é libertação. Escapismo não é redenção. Quem apenas abandona o mundo do ego, para se refugiar no Eu, não se redime desse mundo - não é um liberto, mas apenas um desertor. Pode essa deserção representar um ato de boa vontade, mas não deixa de ser medo e fraqueza. O homem disposto a libertar-se deve encarar o mundo da escravidão, lutar com ele até superá-lo por uma força inerente ao próprio lutador. Pela luta, essa força latente no lutador desperta, adquire vigor e crescente poder, até derrotar o adversário A luta com mundo do ego exige uma força incomparavelmente maior do que o simples abandono desse mundo adverso. E ainda que o lutar perca muitas batalhas nessa guerra existencial, se ele persistir na luta, revela-se mais heroico e admirável do que o desertor do campo de batalha. 

O Bhagavad Gita do Oriente e o Evangelho do Cristo não recomendam fuga, mas luta, até a vitória final.

O homem realmente liberto superou tanto a derrota como a deserção.

Mas essa vitória só pode ser conquistada pelo Eu divino do homem, porque esse elemento divino do homem é onipotente, quando devidamente desenvolvido e acordado. "Tudo é possível, e nada é impossível, àquele que tem fé", isto é, fides, fidelidade ao seu centro onipotente, seu Eu divino."

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo -p. 32/33)


quarta-feira, 12 de junho de 2013

ATITUDE FUNDAMENTAL DO BHAGAVAD GITA

"Segundo a concepção cósmica da filosofia oriental, toda a atividade do homem profano é fundamentalmente trágica, eivada de culpa, ou karma, porque quem age é o ego, e esse ego é uma ilusão funesta, e tudo o que o elo ilusório faz é necessariamente negativo, contaminado de culpa e maldade. 

Se tal é toda e qualquer atividade do homem profano, então estamos diante de um dilema inevitável: ou agir e onerar-se de culpa - ou não agir e assim preservar-se da culpa.

Grande parte da filosofia oriental optou pela segunda alternativa do dilema: não agir, entregar-se a uma total inatividade, abismar-se numa eterna meditação passiva, a fim de não aumentar o débito negativo do karma

O Bhagavad Gita, porém, não recomenda nenhuma dessas duas alternativas: nem o não agir e preservar-se de culpa, nem o agir e cobrir-se de culpa. O Gita descobriu um terceiro caminho: o do agir sem culpa ou karma. O Bhagavad Gita recomenda o caminho do reto agir, equidistante do falso agir e do não agir.

Como pode o homem agir sem se onerar de culpa?

O falso agir é um agir por amor ao ego; mas o reto agir age por amor ao Eu, embora através do ego, e assim a sua atividade não é culpada. 

O reto agir, por amor ao Eu verdadeiro, não só não cria uma nova culpabilidade no presente e no futuro, mas neutraliza também o karma do falso agir do passado, libertando assim o homem de todos os seus débitos. É nisso que consiste a suprema sabedoria do Bhagavad Gita.

Mas para que o homem possa agir assim por amor ao Eu verdadeiro, deve conhecer esse Eu, deve conhecer a verdade sobre si mesmo.

É o que Krishna explica a seu discípulo Arjuna através dos 18 capítulos que perfazem o diálogo deste poema metafísico; autoconhecimento para tornar possível a autorrealização pelo reto agir.

A quintessência do Gita é, pois, um convite para o reto agir, porque o homem não se realiza nem pelo não agir, nem pelo falso agir.

A alma do Bhagavad Gita é um poema de autorredenção pela autorrealização baseada no autoconhecimento.

Homem, conhece-te a ti mesmo!

Homem, realiza-te!"

(Huberto Rohden - Bhagavad Gita - Krishna - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 1/12)


A LIBERDADE DA CULPA E A NECESSIDADE DA PENA (1ª PARTE)

"Com o despertar da inteligência, que é o nascimento do homem ego, nasce no homem a liberdade, ou o livre-arbítrio, mas de uma forma ainda imperfeita e inconstante. O homem que, no estado pré-intelectual, não podia fazer nem o bem nem o mal, agora pode fazer o bem e o mal; mas oscila ainda entre esses dois extremos.
Este livre-arbítrio parcial torna o homem parcialmente responsável por seus atos. O homem é responsável por seus atos na proporção em que age livremente.
Harmonizar com o Todo é bom - não harmonizar é mau.
A harmonia com o Todo se revela como Verdade, Justiça, Amor, Benevolência, Solidariedade, Reverência em face da Vida, Felicidade, etc. A desarmonia se revela no contrário.
Quando o homem desarmoniza livremente com o Todo, crea um débito ou uma culpa.
Essa culpa, porém, exige imperiosamente uma pena, ou seja, um sofrimento. Por quê?
Para manter o equilíbrio do Universo. Se houvesse culpa sem pena, poderia o homem aumentar indefinidamente os seus débitos, as suas revoltas contra a Constituição Cósmica do Universo, até desequilibrar tudo e converter o cosmos em um caos.
A pena ou o sofrimento é uma espécie de válvula de segurança contra esse desequilibramento anticósmico; pois, assim como o gozo é vital, o sofrimento é antivital e, como tal, um freio para que o infrator pare no caminho das suas infrações anticósmicas. Se persistir em aumentar as suas infrações, destrói-se a si mesmo pelo excesso de antivitalidade, até acabar na auto-extinção ou "morte eterna".
A necessidade da pena, que segue à culpa livre, é a garantia da estabilidade do Universo. Se o infrator da harmonia cósmica quiser viver, e não morrer por suicídio metafísico, tem de parar nas suas infrações, revogar a desarmonia e voltar à harmonia com o Todo. 
O homem ego, pela semiluz da inteligência (lúcifer) comete a culpa e provoca a necessária reação a ela em forma de pena ou sofrimento (lei de causa e efeito, karma). Mas esse mesmo sofrimento provocado pela culpa atua também como prelúdio da redenção.
A inteligência do ego produz o sofrimento pela culpa - e a razão do Eu supera culpa e sofrimento e prepara o gozo pela redenção de ambos. 
Pensam os ignorantes que a humanidade do presente seja pior do que a de séculos passados. Com a mesma lógica, ou falta de lógica, poderíamos afirmar que um rapaz de 25 anos é pior que um menino de 5 anos, porque este é inocente e puro, e aquele está cheio de pecados e impurezas. 
Verdade é que, objetivamente, a humanidade de hoje é bem mais pecadora do que a da Idade Média. Por quê? Porque a inteligência do seu ego é mais desenvolvida e tem mais possibilidades de crear desarmonias com o Todo. Mas, por outro lado, essas culpas também crearam penalidades muito maiores do que em séculos pretéritos, e, como pena é prelúdio de redenção, podemos afirmar que o homem presente está mais perto da redenção do que o de épocas anteriores. Quando o filho pródigo estava guardando os porcos do seu tirano, no nadir da degradação, estava ele mais próximo da redenção pelo regresso, porque mais perto do ingresso em si, do que antes do egresso. 
Através da felix culpa do necessarium peccatum (palavras do hino pascal Exulter) engendra o homem a tragicidade do seu destino, o seu roteiro evolutivo. O animal infra-ego não pode chegar ao Eu se não passar pelo ego. Ninguém pode chegar do antepenúltimo ao último a não ser que passe pelo penúltimo."

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 31/32)


terça-feira, 11 de junho de 2013

ESFORCE-SE PARA ATINGIR A FONTE DA PERFEITA SABEDORIA

"O homem consome como alimento muitos seres vivos, plantas, ovos, peixe, gado etc., e nasceram como seres humanos por conta deste ato de consumo. Mas, desde que não tenham tido educação que lhes possa revelar o Deus interno, vegetam ou estacionam como brutos, sem um bilhete ou passaporte apropriado para ascender além do status humano, no qual apressadamente foram colocados. Igual a muitos, transitam do útero à tumba, escravizados aos sentidos e aos males que, como resultado, inevitavelmente, a escravidão produz. Não se dê por contente com a escravidão. Esforce-se para atingir o sol do Esplendor, a Fonte da Perfeita Sabedoria. Os videntes e sábios da Índia têm dado ênfase à disciplina e têm prescrito meios para a conquista da meta. Mas, indianos há que desconhecem tal disciplina e o valor que ela tem. Críticos e cegos, desacreditam em sua cultura antiga e apontam o dedo do desdém para aquilo que interpretam como absurdo, como inconsistente. Não se ligue a tais pessoas na campanha da difamação que fazem. Por outro lado, tentem assimilar a cultura, e se esforcem por experienciar a felicidade que a cultura (hindu) promete. É o tipo meio retrógrado de intelectuais e estudantes que cai nas armadilhas dos preconceituosos e pervertidos. Vocês podem negar ou abandonar Deus, em consequência de ignorância e perversidade, mas, dia virá em que terão de suplicar Sua compaixão. 

Deus é mais sutil que o éter, enchendo o menor dos espaços com Sua Magnitude. Vocês virão a dispensar ídolos, quadros e imagens, pois são materiais do jardim de infância da escola espiritual. Procurem conhecer a Divina Energia, que não está enterrada em nenhum Nome e em nenhuma Forma. Subam ao mais alto cume do Uno Puro Transcendente e Sem Atributos." 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 67/68)


LIDAR COM RELACIONAMENTOS DESARMONIOSOS (PARTE FINAL)

" (...) Polidez, sincera cortesia interior e boa vontade constante são as panaceias apropriadas contra todo mau comportamento. Na maioria das vezes, as pessoas falam e agem partindo de seus próprios ponto de vista. Raramente veem ou procuram ver o lado da outra pessoa. Se, por falta de compreensão, entrar em conflito com alguém, lembre-se de que é tão culpado quanto o outro, independentemente de quem começou a discussão. " Os tolos altercam, os sábios trocam ideias."

Ter um temperamento tranquilo não significa que você sempre sorria e concorde com toda gente, não importa o que digam essas pessoas - você contempla a verdade, mas não quer aborrecer ninguém com ela. Isso é um exagero. Os que tentam agir dessa maneira para agradar a todos, com o desejo de conquistar louvores graças ao seu bom gênio, não têm necessariamente o controle dos próprios sentimento. (...) Quem quer que controle os sentimentos, segue a verdade, proclama essa verdade sempre que pode e evita aborrecer desnecessariamente quem quer que, de qualquer modo, não seja receptivo. Sabe quando falar e quando calar, mas nunca compromete seus próprios ideais nem sua paz interna. Tal indivíduo é uma força em favor do bem neste mundo. 

Deveríamos nos tornar atraentes usando as finas roupagens de uma linguagem genuinamente cortês. Deveríamos, em primeiro lugar, ser corteses para com os nossos parentes próximos. Sendo capazes disso, habitualmente seremos gentis com todas as outras pessoas. A verdadeira felicidade familiar baseia-se no altar do entendimento e das palavras gentis. Não é necessário concordar com tudo a fim de exibir amabilidade. Um silêncio tranquilo, sinceridade e palavras amáveis, quer a pessoa esteja concordando, quer esteja discordando, identifica quem sabe comportar-se.

Se quer ser amado, comece por amar aqueles que necessitam do seu amor. (...) Se quer que os outros simpatizem com você, comece por mostrar simpatia para com as pessoas ao seu redor. Se quer ser respeitado, você tem que aprender a ser respeitoso para com todos, jovens e idosos. (...) Seja o que for que você deseje que os outros sejam, seja isso você primeiro. Verá, então, que os outros lhe respondem de maneira semelhante."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 132/133)