OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 9 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ - O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO (PARTE FINAL)

" (...) O importante papel do indivíduo tem sido realçado por muitos sábios. J. Krishnamurti diz: "Se você fizer uma transformação básica em si mesmo, então afetará não apenas aqueles que estão próximos de você, mas toda a consciência do mundo." Ramana Maharshi observou que um atma-jnani, uma pessoa autorrealizada, não precisa fazer nada para beneficiar o mundo. Sua poderosa influência espiritual é capaz de causar, silenciosa e imperceptivelmente, um grande bem a todos. 

Todo ensinamento espiritual enfatiza que devemos reduzir nós mesmos a zero, desenvolvendo a abnegação e o desprendimento. Contudo, zero é um fator muito significativo e um grande poder quando colocado junto a qualquer número, pois pode elevar um simples dígito ao infinito. Isso é verdadeiro também em relação ao nosso eu inferior - o corpo físico unido aos pensamentos e sentimentos. Incompreendido e mal utilizado, o eu inferior é a morada das trevas; se for corretamente percebido e usado, pode levar a pessoa à glória e ao esplendor infinitos. Portanto, a relevância de nosso eu inferior não deve ser perdido de vista. Embora os ensinamentos digam que os corpos devem ser dominados, dizem também que uma encarnação humana - uma vida física - é um bem necessário para a salvação. É o campo no qual a batalha pela luz deve ser travada e vencida. 

Existe também uma correlação misteriosa entre o corpo físico e o atma, o espírito divino no homem. Portanto, a sombra está ligada à luz. A natureza é muito frugal e não cria nada desnecessário. Helena Blavatsky diz, em A Doutrina Secreta, que para se tornarem divinos, deuses plenamente conscientes, as inteligências espirituais primevas devem passar pelo estágio humano. Na busca da compreensão dessa natureza dual do homem - sombra e luz - está a nossa oportunidade e também a nossa responsabilidade."

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34/35)


sábado, 8 de junho de 2013

QUANDO DEUS DOMINA A SUA MENTE O DESEJO PERDE O SEU LUGAR

"Analisem suas palavras, atos e pensamentos, e rechacem os que sejam maus e que causem danos a outrem. Depois, cultivem em troca vigor (sahana), firme paz (santhi), veracidade (sathya) etc. Agora, a mente gira em torno de e se inclina sobre tudo, sobre todo mundo, sobre todos os objetos do Universo. Recusa-se a ficar somente sobre uma ideia - Deus. Igual à mosca, que pousa no belo e no feio mas se nega ao "gosto" de sentar-se sobre um borralho quente, assim também a mente foge de todo pensamento de Deus. A mosca será destruída se sentar-se sobre o fogo. A mente também vem a ser destruída quando se demora em Deus, porque por ser ela apenas uma configuração de desejos, com urdidura e textura do mesmo material. Quando Rama (Deus) entra na mente, karma (o desejo) perde seu lugar. O desejo cessa quando Deus da mente se apossa. Realmente, desde que o desejo é o próprio tecido do qual a mente é feita, torna-se ela então inexistente, e você alcança a libertação. Este é o estágio chamado mano-nigraha (morte da mente) ou mano-laya (a fusão da mente no Ser) ou mani-naasana (extinção da mente) etc."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 167)


SOMBRA E LUZ - O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO (2ª PARTE - II)

" (...) São os indivíduos que fazem o mundo; cada um pode, se tentar conscientemente, tornar-se um agente da construção de um mundo mais belo. Somos privilegiados como líderes no movimento rumo a um futuro no qual a vida no planeta será vivida em harmonia, em cooperação e paz, interna e externamente.  

Tudo que é feito por nós no mundo visível baseia-se ou surge da maneira como trabalhamos com os nossos sentimentos e pensamentos. Que cada um de nós afeta os outros pelos seus pensamentos não é mais apenas uma noção filosófica; aparece como fato da ciência moderna no domínio da física das partículas e da fisiologia. 

Por exemplo, descobriu-se experimentalmente que a observação envolve participação. O universo começa a ser visto como um todo participativo e interligado no qual todos afetam todos os demais. Carl Sagan, no seu famoso livro Cosmos, afirma: "A história humana pode ser vista como o lento despertar da percepção de que somos membros de um grupo maior. (...) Alargamos o círculo daqueles a quem amamos. (...) Se temos que sobreviver, nossas lealdades devem ser ampliadas ainda mais para incluir toda a comunidade humana, todo o planeta Terra."

Cada um de nós pode contribuir um pouco para a plena iluminação deste planeta por meio de nossos pensamentos positivos, amorosos, úteis, pois os pensamentos estão na raiz da fala e da ação. É a mente que guia o movimento de nossos lábios, mãos e pés.

Alguém pode, talvez, perguntar o que pode fazer sozinho. A vida adulta média dura cerca de 40 anos, ou 14.600 dias. Durante pelo menos doze horas por dia a pessoa está desperta, seu cérebro está funcionando e produzindo correntes mentais - boas, ruins e indiferentes. Pode-se ver então o quanto uma pessoa pode contribuir para a atmosfera mental que influencia as ações da humanidade. E à medida que trilha o caminho da pureza e do altruísmo, seus pensamentos e irradiações benéficas tornam-se cada vez mais agudos, mais fortes, mais poderosos. Quanta claridade cada um de nós pode doar ao mundo e mais particularmente àqueles com quem está em contato mais próximo! (...)" 

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)


sexta-feira, 7 de junho de 2013

DEUS É ALEGRIA SEMPRE NOVA

"Incontáveis mundos emergem do Espírito e, de certa forma, são Espírito. O Espírito se diversifica e se densifica em infinitas porções como Universos que despontam em criatividade sem fim. 

- Grandes yogis declararam ser Deus o Espírito que permeia todas as coisas, mas também as transcende. Ele é a alegria sempre renovada, como dizia Yogananda, "é alegria ilimitada, ininterrupta, sempre nova. Corpo, mente, nada pode perturbá-lo quando você se encontra nessa consciência; assim é a graça e a glória do Senhor."

- Quanto mais você submergir em Sua graça, tanto mais permanecerá inebriado por Ele. O Espírito não tem fim. Pessoal, impessoal, imanente ou transcendente, não importa, é o Espírito. 

- Cada religião ou religioso tem uma experiência diversa d'Ele e, contudo, em essência, falam a respeito do mesmo Deus. Você jamais será capaz de conhecê-Lo em toda a Sua profundidade, pois é semelhante a um infinito oceano de "dita".

- Véus infindáveis de alegria são retirados e, quanto mais você O conhece, tanto mais percebe que é sem fim. Se fôssemos peixinhos nadando no oceano, enlouqueceríamos ao aprender a grandiosidade das águas que o compõem. Deus é assim. Não é atoa que os grandes santos da Índia são chamados de "os loucos de Deus".

- Permanecem tão embriagados do Espírito que saem pelas ruas bailando em alegria e êxtase e contagiando a quantos se deixam magnetizar por esse amor. Permitiram que cataratas de alegria divina invadissem suas almas, dando vazão ao caudal de ananda que não tem começo ou fim.

- Aqueles que vivem no Espírito conhecerão O desconhecido, sorverão o vinho da divina embriaguez, afogaram-se no próprio Eu, o Atman, que a própria felicidade imorredoura, indestrutível, sempre nova, eterna, a realidade que tanto buscamos. 

- Todos desejam a felicidade, todos a procuram, mas somente a encontrarão aqueles que realizaram o Espírito."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora  - p. 27/28)


SOMBRA E LUZ - O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO (2ª PARTE - I)

" (...) É a fixação do olhar na luz - na vida una que tudo permeia - que purifica nossas percepções, ampliando assim nossa visão. A disciplina requerida é bem conhecida: autopurificação, estudo e reflexão profundos, e o serviço altruísta que se segue naturalmente. Cada um desses passos é importante, mas são apenas passos e não fins em si mesmos, como às vezes se pensa. Por exemplo, o aprendizado e o desenvolvimento dos poderes de compreensão são necessários e úteis, mas não devemos permitir que se tornem desproporcionalmente importantes. 

Com relação a isso, lembro-me de uma história sobre Shankaracharya. Numa manhã bem cedo, quando seguia para o Ganges para o banho diário e as orações, ele ouviu um estudante repetindo em voz alta as regras da gramática sânscrita. Shankaracharya sentiu que aquela decoreba naquela hora gloriosa era perda de tempo que poderia ser mais bem utilizado para a contemplação das verdades da vida ou da natureza. E assim ele compôs o chamado Hino da Renúncia, que diz que sem jnana, ou sabedoria, nem o estudo nem o aprendizado assegurará a liberdade de alguém, mesmo em cem vidas. As regras de gramática não trazem proveito algum - contempla Govinda, o eu supremo que reside em tudo. 

Quando a sabedoria começa a raiar, chega a luz - a luz da compreensão e da compaixão, da unidade, da síntese e do amor que vê não as peças individuais, mas o quadro total no qual as peças se encontram.

A realização de nossa divindade, mesmo que seja parcial, pode não ocorrer durante muito tempo, mas na medida em que tentamos viver uma vida mais pura, e portanto menos egoísta, podemos pelo menos começar a entender que a felicidade duradoura está na consciência, não na satisfação dos nossos desejos. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)