OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 24 de maio de 2013

PROVAÇÃO - EGOÍSMO

"Há muitas outras formas de egoísmo, que podem retardar seriamente o progresso do discípulo. Uma delas é a negligência. Vi uma pessoa tão deleitada na leitura de um livro, que não apreciava interrompê-la para ser pontual; outra talvez escreva de qualquer jeito uma carta, sem reparar no incômodo que produzirá na vista ou ânimo de quem tenha de decifrar sua caligrafia. As pequenas negligências contribuem para reduzir a receptividade às influências superiores, desorganizar e atormentar a vida para outros e destruir o autodomínio e autoeficiência. A pontualidade e eficiência são condições essenciais para o cumprimento satisfatório da obra a realizar-se. Muitas pessoas são ineficientes. Quando se lhes confia um trabalho, não o concluem acabadamente e de mil modos se desculpam; ou se se lhes pede alguma informação, não sabem onde encontrá-la. As pessoas diferem muito neste particular. A alguém lhe podemos perguntar uma coisa e responderá: "Não o sei." Outro dirá: "Não o sei, mas o averiguarei", e volta com a informação solicitada. De análoga maneira, há quem diz que não pode fazer uma coisa e outro que persevera até fazê-la.

Contudo, em toda boa obra que o discípulo empreenda, tem de pensar no bem que aos demais acarrete e na oportunidade de servir com isso ao Mestre (pois ainda que seja minúcias materiais, têm muito valor espiritual), e não no seu bom karma daí resultante, o que seria outra forma muito sutil de egoísmo pessoal. Recordemo-nos das palavras de Cristo: "Tudo que fizestes ao menor de meus irmãos, a mim o fizestes."

Outros sutis efeitos da mesma espécie se vêem na depressão, na inveja e na agressiva afirmação de seus próprios direitos. Disse um adepto: "Pensai menos em vossos direitos e mais em vossos deveres." Há certas ocasiões, ao tratar de assuntos do mundo profano, que o discípulo possa achar necessário expressar gentilmente o que ele necessita, mas entre os seus condiscípulos não há lugar para tais direitos, e sim apenas oportunidades. Se um homem está contrariado, projeta sentimentos agressivos; e ainda que não chegue ao extremo de sentir ódio, anuvia densamente o seu corpo astral com riscos de anuviar também o corpo mental."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 91/92)


TANTRA YOGA - AS ERAS E AS ESCRITURAS (1ª PARTE)

"A tradição hindu fala de quatro eras ou yugas. Elas diferem quanto ao grau de obediência dos homens ao Sanathana Dharma, isto é, à "Lei Eterna", a lei que determina justiça, retidão, moralidade e inspira e fundamenta todas as religiões, pois é a essência eterna e única de todas elas. Cada yuga tem uma dada escritura (sastra) apropriada ao nível ético de sua humanidade. 

Na sathya ou krita yuga, também denominada "Era de Ouro", quando viveram santas criaturas, o Sanathana Dharma era plenamente cumprido, sendo os vedas ou shruti* sua escritura adequada. Na treta yuga, a retidão já perdera 1/4, e sua escritura foi smriti, isto é, a sabedoria que fora guardada na memória (smriti).** A yuga seguinte chamou-se dvapara. Nela, do dharma (retidão, dever, justiça) sobrara apenas a metade. A escritura que os seres humanos deveriam então estudar, compreender e aplicar é chamada purana. A presente yuga é chamada kali (treva, escuridão). Em nossos dias, apenas 1/4 da ética ainda resta. Dizem os teóricos que a escritura que hoje nos resta seguir é o tantra. 

Os vedas, os smritis e os puranas*** agora perderam então sua validade ou são contraindicados para nós, contemporâneos da "Idade das Trevas"? A resposta é um veemente "não". Estas preciosas escrituras são eternamente válidas por serem apropriadas a homens e mulheres, que, embora vivendo durante a kali yuga, graças a esforços evolutivos que realizaram nesta e em encarnações anteriores, pertencem efetivamente a yugas mais primorosas. Numa mesma família podem conviver pessoas de diversos graus de consciência, cada uma afinada a uma yuga diferente. 

Neste caldeirão de violência, vícios e corrupção de nossos dias, a predominância é da personalidade que eu tenho diagnosticado como "normótica". Nossa "normalidade", aceitemos ou não, é mórbida, pois estamos na "era de kali". Se optarmos por um status ético, psíquico e espiritual  acima da "normose" dominante, não podemos evitar desajustar-nos da coletividade. Devemos dispor-nos a pagar o preço de sermos diferentes da mediocridade; temos de aceitar o status de "patinho feio", aquele da história. Mas é compensador assumir corajosamente uma abençoada e sadia "anormalidade", com cuidado de não tornar nossa diferença agressiva aos outros. É uma feliz opção, mas acarreta sacrifício. (...)"

* Shruti literalmente significa escutar. Os vedas é a sabedoria que foi escutada.
** Smriti - da raiz smar, lembrar. É o conhecimento que foi conservado de memória daquele que foi escutado (shruti).
*** Os purunas ensinam as verdades védicas sobre a criação, destruição e renovação do universo, sobre a genealogia dos deuses e patriarcas e o reino dos legisladores divinos (manus), entremeadas com observações éticas, filosóficas e científicas, mas tudo em caráter lendário. 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 120/121)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

FAÇA AFLORAR A IMORTALIDADE OCULTA DE SUA ALMA

"Tudo que o Senhor criou foi feito para testar-nos, para manifestar a imortalidade da alma, que está encerrada dentro de nós. Essa é a aventura da vida, o seu único propósito. E a aventura de cada pessoa é diferente, única. Você deve estar preparado para lidar com todos os problemas de saúde, da mente e da alma mediante o uso dos métodos do bom senso e da fé em Deus, sabendo que, na vida ou na morte, sua alma permanecerá invencível. Você jamais pode morrer. “As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem pode o vento ressecá-la. (...) A Alma é imutável, tudo permeia, está perenemente tranquila e inamovível.” Você é, eternamente, a imagem do Espírito.

Não é libertador para a mente saber que a morte não pode matar? Quando a doença chega e o corpo para de funcionar, a alma pensa: “Morri!” Mas o Senhor sacode a alma e diz: “O que é isso! Você não morreu. Não continua pensando?” (...) “Não é tão terrível assim. Foi somente a minha consciência temporária da vida terrena, de ser um corpo físico, que me induziu a crer que perdê-lo seria o meu fim. Eu tinha esquecido que sou alma eterna.”"

(Paramahansa Yogananda – Viva sem Medo – Self-Realization Fellowship - p. 08/09)


PROVAÇÃO - EFEITOS DA IRRITABILIDADE

"A irritabilidade é um obstaculo muito frequente. Como já disse, é muto fácil irritar-se no meio do mundo civilizado, onde o homem vive sempre em alta tensão. Vivemos numa civilização de torturante bulício que irrita e desequilibra os nervos. É muito frequente as pessoas sensitivas, depois de experimentar os efeitos do ambiente da cidade, voltarem a suas casas completamente exaustas e alquebradas. Muitos outros fatores contribuem, mas a fadiga, o cansaço, provêm principalmente do incessante estrépito e da opressora influência de multidão de corpos astrais que vibram a padrões mui diversos, e todos eles excitados e conturbados por bagatelas. Nestas circunstâncias é deverás difícil evitar a irritabilidade, e especialmente o discípulo cujos veículos são mais sensitivos e estão mais tensos que os do homem comum. 

Por certo está irritação é algo superficial, sem profunda penetração; porém é muito melhor evitar mesmo a irritação superficial, pois seus efeitos perduram mais do que costumamos imaginar. Nas tormentas marinhas, o vento começa levantando as ondas, mas estas continuam inchadas até muito depois de acalmado o vento. Tal é o efeito produzido pela água, que é relativamente pesada. Mas a matéria do corpo astral é muito mais leve que a da água e as vibrações que se produzem em sua massa penetram mais profundamente e geram, portanto, efeitos mais duradouros. Um leve pensamento sinistro que só permaneça na mente por dez minutos pode produzir no corpo astral um efeito que persista durante quarenta e oito horas. As vibrações não se acalmarão se não depois de passado muito tempo.

Quando alguém constata uma falha destas em si, pode mais facilmente eliminá-la não lhe focalizando a atenção, mas esforçando-se por desenvolver a virtude oposta. Uma maneira de fazê-lo consiste em assestar firmemente o pensamento contra ela, mas não resta dúvida que está prática suscita oposição no elemental mental e astral, de sorte que um melhor método é procurar desenvolver a consideração por outros, baseada por certo, fundamentalmente, em seu amor por eles. Um homem cheio de amor e consideração não se permitirá falar ou mesmo pensar irascivelmente de outros. Quem esteja saturado dessa ideia, colherá o mesmo resultado sem excitar a oposição dos elementais."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - P. 90/91)


quarta-feira, 22 de maio de 2013

A MANIFESTAÇÃO DE DEUS NAS ENCARNAÇÕES DIVINAS

"Em um universo inescrutável, confrontar-se com uma vida de mistérios não solucionados e insolúveis seria, na verdade, um desafio avassalador para meros mortais, não fosse pelos emissários divinos que vêm à Terra falar com a voz e a autoridade de Deus, para orientação do homem. Há milênios, nas remotas idades superiores da Índia, os rishis proclamaram a manifestação da Beneficência Divina, do "Deus conosco", como encarnações divinas, avatares: Deus encarnado sobre a terra em seres iluminados.(...)

Muitas são as vozes que serviram de intermediários entre Deus e o homem: os avatares khanda, ou encarnações parciais em almas que conhecem Deus. Menos comuns são os avatares purna, seres libertos que se unificaram totalmente com Deus; seu retorno à Terra visa cumprir uma missão designada por Deus. Na sabrada Bíblia hindu, o Bhagavad Gita, o Senhor declara:
"Sempre que a virtude declina e o vício predomina, Eu Me encarno como Avatar. Apareço em forma visível, era após era, para proteger os virtuosos e destruir a prática do mal, a fim de restabelecer a justiça."
A mesma - e única - gloriosa consciência infinita de Deus, a Consciência Crística Universal, Kutastha Chaitanya, assume roupagens familiares na individualidade de uma alma iluminada, com os adornos de uma personalidade peculiar e de uma natureza divina adequadas à época e ao propósito dessa encarnação. Sem tal intercessão do amor de Deus - que vem à Terra no exemplo, na mensagem e na mão orientadora de Seus avatares - seria praticamente impossível para a humanidade, em sua busca tateante, encontrar o caminho para o reino de Deus, em meio ao sombrio miasma da ilusão mundana, que é o substrato cósmico da morada do homem. A fim de que Seus filhos, envoltos em trevas, não se percam para sempre nos labirintos enganosos da criação, o Senhor vem, muitas vezes, na forma de profetas divinamente iluminados, para aclarar o caminho. (...)

Jesus foi precedido por Gautama Buda, o "Iluminado", cuja encarnação relembrou a uma geração negligente o Dharma Chakra ou a roda do karma em constante rotação - ações iniciadas pela própria pessoa e os efeitos dessas ações, que fazem com que cada homem, e não um Ditador Cósmico, seja responsável por suas condições atuais. (...)

A intercessão divina para mitigar a lei cósmica de causa e efeito (karma), pela qual o home sofre por causa de seus erros, estava no âmago da missão de amor que Jesus veio cumprir. (...) Jesus veio para demonstrar o perdão e a compaixão de Deus, cujo amor nos protege até mesmo da rigorosa lei.

O Bom Pastor de almas abriu seus braços a todos, a ninguém rejeitando, e com amor universal incitou o mundo a segui-lo no caminho da libertação, por meio do exemplo de seu espírito de sacrifício, renúncia, perdão, amor tanto pelos amigos quanto pelos inimigos e, acima de tudo, supremo amor por Deus. Como um pequeno bebê na manjedoura de Belém e como o salvador que curava os doentes, ressuscitava os mortos e aplicava o bálsamo do amor sobre as chagas dos erros, o Cristo em Jesus viveu entre os homens como um deles, para que também eles pudessem aprender a viver como deuses."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 03/04)