OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 12 de maio de 2013

A MÃE

"Enviemos, hoje, um pensamento de gratidão a todas as boas mães que criaram seus filhos com afeição. Se os filhos refletissem sobre o amor que lhes foi dedicado pelas mães, sentiriam o desejo de dar afeição idêntica a todas as crianças do mundo. Que todos os filhos e filhas, que foram nutridos pelo amor da mãe, sintam-se repletos de afeição maternal - que é amor incondicional - e expressem essa afeição aos demais. 

O amor materno não nos é dado para nos estragar pela excessiva indulgência, mas para enternecer nossos corações, a fim de que, por nossa vez, possamos suavizar outros com benevolência e libertar, dos apertados laços da escravidão ao mundo, as almas que se debatem. (...) Minha devoção sincera e absoluta à minha mãe terrena foi a primeira causa do meu amor pela Mãe Divina. Portanto, foi o grande amor por minha mãe que me levou à iluminação.

Na Índia, gostamos de nos referir a Deus como Mãe Divina, porque uma verdadeira mãe é mais terna e misericordiosa que um pai. A mãe é uma expressão do amor incondicional de Deus. As mães foram criadas por Deus para mostrar-nos que Ele nos ama com ou sem motivo. Toda mulher é, para mim, uma representante da Mãe. Vejo a Mãe Cósmica em todas. O que mais admiro em uma mulher é seu amor maternal. (...) 

Um marido deveria ver em sua esposa a pura beleza da Mãe Divina. Encarando a esposa como a Mãe, encontrará nela uma essência sagrada, não percebida antes. As mães não poderiam amar seus filhos se, nelas, Deus não tivesse implantado esse amor. Contudo, o crédito pertence também ao instrumento, porque o fluxo de amor divino passa através da mãe humana. Todos os grandes mestres honraram suas mães. (...)

Um lar adquire graça pela presença da Mãe Divina sob a forma de mãe humana. Não é esse um pensamento para ser lembrado sempre? Não o esqueça. (...) Por que se deu à mãe esse amor? Para que pudesse amar seus filhos de modo incondicional. Amar o próprio filho é apenas um exercício do amor divino. A mãe pensa que o filho é seu, mas ele é filho de Deus. O filho lhe será tirado, assim que o Espírito Divino o chamar. Assim, toda mãe deve estender o amor que sente por seu filho a todos os filhos da terra. 

Espera-se que a mãe cuide de seu filho, e ao filho se diz que honre sua mãe; mas eu digo que um filho deve não só amar a mãe, como também ver todas as mulheres como expressões da Mãe Divina. Cada mãe deve lembrar que o amor divino incondicional está passando através de si, e que é abençoada. Deve compreender que não é o próprio amor que dá e, sim, o amor da Mãe Divina que nela está. Deve ter orgulho de seus filhos, mas não limitar-se a dar amor apenas a eles. A mãe deve oferecer amor divino incondicional a todos. (...)

Mães, sintam-se orgulhosas porque a Mãe Divina assumiu a forma de vocês para dar amor tangível ao mundo, não apenas a seus filhos, mas a todos os filhos da terra. Então, serão realmente abençoadas e, em vez de pensarem que têm um ou cinco filhos, perceberão: "Tenho muitos filhos em toda a terra." Nessa consciência, vocês se unificam com a Mãe Divina. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 243/245)


sábado, 11 de maio de 2013

DESEJO, SOFRIMENTO E SABEDORIA (PARTE FINAL)

" (...) A maioria das ilusões não sobrevive a uma bateria de perguntas e respostas sinceras. Outras podem acabar revelando necessidades não preenchidas. Ilusão não enche barriga e se não preenchemos nossas necessidades de modo verdadeiro, o mecanismo de desejo e frustração só aumenta. Precisamos ter vida real, trabalhar, nos relacionar com os outros, comer, vestir, dormir, de forma equilibrada e harmônica. Precisamos conhecer a vida e nos tornar gente. Esse é o pasto verdejante disponível para alimentar o cavalo, mas ele não vê, pois está iludido com o desejo. Assim fica mais claro entender por que Krishnamurti disse que o desejo é a raiz da ignorância. Quem fica entretido com desejos perde a riqueza da vida que acontece e ensina a cada dia.

A frustração é uma grande professora, que nos ensina a despertar. Hoje, com 40 anos, sinto sincera gratidão pelos pseudoinsucessos da minha vida. Felizmente os romances da minha adolescência fracassaram - teriam sido casamento catastróficos. Sou muito grata pelos empregos que não consegui, viagens que não fiz, dinheiro que não ganhei, coisas que não comprei, prêmios que não recebi e mais uma infinidade de quinquilharias inúteis que desejei e hoje nem mesmo lembro, tamanha a sua insignificância. 

Não deixei de ter projetos e muito menos de me esforçar para executá-los, mas não vivo em função de expectativas. Hoje prefiro as coisas simples, as amizades poucas e sinceras, as pequenas obras, os amores possíveis, o anonimato, a vida modesta, o dia atual, o inusitado, e toda a riqueza que posso ver com a diminuição dos desejos na vida cotidiana, na família, nos amigos, nas pessoas conhecidas e desconhecidas, na natureza, no cosmo, nas artes, na filosofia, na ciência, nesse vasto mundo de causas e efeitos, cheio de mistérios, sobre o qual eu tenho tudo a aprender.

Dizem que a vida começa aos 40. Acho que o número é o de menos, mas tenho certeza de que a vida começa com um pouquinho de sabedoria, que se planta com a boa vontade de querer distinguir o que é falso do que é ilusório. Penso que a melhor idade é aquela em que descobrimos que conhecer a realidade é bem melhor que alimentar fantasias. Deve ser verdade, pois Hugo de São Vitor já escreveu sobre isso no século XII: "A velhice daqueles que construíram a sua adolescência em atos honestos com a idade se torna mais douta, com a prática mais calejada, com o andar do tempo mais sábia, e recolhe os frutos dulcíssimos dos estudos anteriores. Por isso, conta-se que aquele homem sábio da Grécia, Temístocles, percebendo que estava morrendo após ter completado 107 anos, ficou triste em ter que sair da vida quando começava a conhecer as coisas."

(Cristiane Szynwelski - Revista Sophia nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14/15)


DESEJO, SOFRIMENTO E SABEDORIA (2ª PARTE)

" (...) Como um cavalo faminto que se recusa a comer o pasto verdejante à sua volta, pois está muito ocupado perseguindo a cenoura dos seus sonhos, assim o escravo dos desejos se recusa a conhecer e a fruir da vida, pois está envolvido demais na busca de suas ilusões sempre cambiantes. Muitos se tornam vítimas fatais de suas miragens, como o caso de certas "celebridades" que, voluntária ou involuntariamente, acabaram se suicidando depois de já terem supostamente conseguido "tudo", e de tão insatisfeitas, buscaram a morte. O fato é que a ilusão não satisfaz, assim como a cenoura de sonhos não é capaz de saciar a fome do cavalo.

O que faz alguém começar a escapar da armadilha das ilusões é o processo de aprendizado e amadurecimento espiritual. Isso implica deixar de ser uma ovelha que cegamente acompanha o rebanho e passar a questionar para onde está indo e qual é o motivo de cada passo. Assim como o filósofo Sócrates perguntava aos alunos o porquê de cada coisa, deveríamos perguntar a nós mesmos os porquês das crenças que estão na raiz de nossa ansiedade e frustração. Mas para isso é preciso querer aprender e ser perspicaz. 

Lembro-me bem de certa vez, quando era garota, em que sutilmente demonstrei interesse por um certo rapaz que, claramente, demonstrou que não tinha nenhum interesse por mim. Ao contrário de outros momentos em que fiquei automaticamente triste, eu simplesmente observei os meus pensamento e as emoções que se seguiram àquele "fora". Algo em mim queria mascarar a situação, mas como eu estava observando, percebi bem o desgosto por não ter sido correspondida. Imediatamente, uma vez em mim perguntou: e daí? Então percebi que eu tinha a crença de que, para ser feliz, precisava ser sempre correspondida, apreciada etc. Nada mais falso. Imediatamente me libertei desse preconceito.

Um dos maiores sofrimentos da juventude vem da ilusão de que a pessoa X é o nosso parceiro ideal, e de que ela deveria achar o mesmo de nós. Os exemplos da juventude parecem engraçados, mas o fato é que o mecanismo é sempre o mesmo em todas as idades. O funcionário acha que o chefe deve promovê-lo. O chefe acha que o funcionário tem que fazer todas as suas vontades. A vovó acha que a netinha não deveria ter faltado ao almoço no domingo. A mulher acha que precisa de uma bolsa nova. A moça acha que precisa colocar silicone no busto. O rapaz acha que precisa de mais dois centímetros de bíceps. 

O fato é que nós nos livraríamos de uma infinidade de aborrecimentos simplesmente perguntando por quê. Por que eu teria que ser promovido? Por que eu preciso de uma roupa nova? Por que alguém não pode faltar ao meu almoço? Por que eu preciso de um busto maior? Vai chamar mais atenção? Por que eu preciso de mais atenção? Está na moda? Por que eu precisa estar na moda? O que é a moda? Por que a moda existe? (...)"

(Cristiane Szynwelski - Revista Sophia nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14/15)


sexta-feira, 10 de maio de 2013

A INTOLERÂNCIA É PRODUTO DO RANCOR, DO ÓDIO E DA INVEJA

"Não regue nem alimente a árvore do desejo. A intolerância é produto do rancor, do ódio e da inveja. Faça o possível para impedir a primeira manifestação de raiva. Que ela não sobrevenha estando você desapercebido. O corpo se esquenta, os lábios se contraem, os olhos enrubescem - assim, quando vislumbrar o aviso de que vai ficar zangado, beba um copo de água fria, sorvendo-o lentamente; feche a porta; e deite-se na cama até que o ataque cesse; e depois ria de sua própria tolice. Isto pode parecer difícil, mas pratique-o, por que as consequências de sua rendição à raiva serão tão desastrosas, que você terá de arrepender-se por longo tempo.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 148)


DESEJO, SOFRIMENTO E SABEDORIA (1ª PARTE)

"Muito já ouvi que o caminho espiritual é árduo, íngreme, cheio de provações, e por isso precisamos estar preparados. Um dos motivos dessas aflições é que o karma "acelera", pois precisamos quitar nossas dívidas antes de atingir uma condição espiritual superior. Precisamos desenvolver virtudes para atingir essa condição, daí a necessidade de nos capacitarmos para enfrentar obstáculos. 

Entendo o caminho espiritual como um meio para aprender a viver e crescer na condição de ser humano, buscando, de forma altruísta, um sentido para a existência e o despertar do divino que existe em cada um. Por experiência própria concordo que "o karma acelera", pois ficamos mais conscientes; assim, os efeitos de nossos atos chegam mais rápido, e colhemos mais rapidamente os amargos frutos dos maus plantios. Porém, para o bom aprendiz, o sofrimento acaba diminuindo, e muito. 

Não menosprezo a dor causada pelas grandes perdas e tragédias às quais o ser humano está sujeito. No entanto, existe uma torrente de sofrimento absolutamente vã, fundada no desejo, a qual a sabedoria espiritual cura. Disse Krishnamurti: "o desejo é o apetite não satisfeito"; "o desejo é a raiz da ignorância." Não tenho qualquer pretensão de imitá-lo na arte de explicar o processo do desejo; para isso recomendo suas obras. Apenas dou meu humilde testemunho de que constatei que ele estava certo.

Naturalmente, não falo daquele simples desejo que sentimos e passa, como o de comer a melhor opção do cardápio ou de tomar um banho num dia quente. Falo daquele desejo alimentado pelo pensamento, aquele que surge e não passa. O mercado entende muito bem esse tipo de desejo. A propaganda diz que, se não comprarmos os produtos X, Y e Z, não seremos felizes. É claro que essas três letras são apenas exemplificativas, pois a quantidade de produtos apresentados como "necessários" à nossa felicidade supera, e muito, o alfabeto inteiro.

Acontece que, enquanto os desejos não passam, ou passam e depois outros surge, a vida passa e ficamos enredados numa teia de frustrações. Afinal, aprendemos que uma pessoa feliz é aquela que é rica: tem um carro de determinado modelo (o que rapidamente muda para o último lançamento); tem determinadas características físicas, inclusive medidas corporais; tem a posse de vários objetos que a moda rapidamente e substitui por outros; é famosa; tem determinados talentos; tem determinadas profissões, empregos ou cargos considerados como bem-sucedidos, ou ganha na loteria e não precisa trabalhar; casa ou tem um romance com a pessoa X, ou com várias pessoas; é casada com uma pessoa que tem todos esses atributos; tem vários amantes se quiser; nunca adoece; não envelhece; nunca tem problemas; ganha prêmios, honrarias e é valorizada sempre e por todos etc.

Essa é uma síntese de ideais de felicidade, com variações mais ou menos distantes da realidade, conforme cada idealizador - que pode, inclusive, mudar seus ideais várias vezes ao longo da vida ou mesmo do dia. O fato é que com essas expectativas, é impossível alguém ficar satisfeito, tendo em vista que muitas delas são inatingíveis, como, por exemplo, a eterna juventude; isso sem falar nos desejos contraditórios. Tudo isso parece muito engraçado, mas tente colocar no papel todos os desejos que você tem e os que já teve, sendo honesto consigo mesmo, e eu garanto que a lista não será pequena ou menos estranha. (...)"

(Cristiane Szynwelski - Revista Sophia nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/14)