OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 10 de maio de 2013

DESEJO, SOFRIMENTO E SABEDORIA (1ª PARTE)

"Muito já ouvi que o caminho espiritual é árduo, íngreme, cheio de provações, e por isso precisamos estar preparados. Um dos motivos dessas aflições é que o karma "acelera", pois precisamos quitar nossas dívidas antes de atingir uma condição espiritual superior. Precisamos desenvolver virtudes para atingir essa condição, daí a necessidade de nos capacitarmos para enfrentar obstáculos. 

Entendo o caminho espiritual como um meio para aprender a viver e crescer na condição de ser humano, buscando, de forma altruísta, um sentido para a existência e o despertar do divino que existe em cada um. Por experiência própria concordo que "o karma acelera", pois ficamos mais conscientes; assim, os efeitos de nossos atos chegam mais rápido, e colhemos mais rapidamente os amargos frutos dos maus plantios. Porém, para o bom aprendiz, o sofrimento acaba diminuindo, e muito. 

Não menosprezo a dor causada pelas grandes perdas e tragédias às quais o ser humano está sujeito. No entanto, existe uma torrente de sofrimento absolutamente vã, fundada no desejo, a qual a sabedoria espiritual cura. Disse Krishnamurti: "o desejo é o apetite não satisfeito"; "o desejo é a raiz da ignorância." Não tenho qualquer pretensão de imitá-lo na arte de explicar o processo do desejo; para isso recomendo suas obras. Apenas dou meu humilde testemunho de que constatei que ele estava certo.

Naturalmente, não falo daquele simples desejo que sentimos e passa, como o de comer a melhor opção do cardápio ou de tomar um banho num dia quente. Falo daquele desejo alimentado pelo pensamento, aquele que surge e não passa. O mercado entende muito bem esse tipo de desejo. A propaganda diz que, se não comprarmos os produtos X, Y e Z, não seremos felizes. É claro que essas três letras são apenas exemplificativas, pois a quantidade de produtos apresentados como "necessários" à nossa felicidade supera, e muito, o alfabeto inteiro.

Acontece que, enquanto os desejos não passam, ou passam e depois outros surge, a vida passa e ficamos enredados numa teia de frustrações. Afinal, aprendemos que uma pessoa feliz é aquela que é rica: tem um carro de determinado modelo (o que rapidamente muda para o último lançamento); tem determinadas características físicas, inclusive medidas corporais; tem a posse de vários objetos que a moda rapidamente e substitui por outros; é famosa; tem determinados talentos; tem determinadas profissões, empregos ou cargos considerados como bem-sucedidos, ou ganha na loteria e não precisa trabalhar; casa ou tem um romance com a pessoa X, ou com várias pessoas; é casada com uma pessoa que tem todos esses atributos; tem vários amantes se quiser; nunca adoece; não envelhece; nunca tem problemas; ganha prêmios, honrarias e é valorizada sempre e por todos etc.

Essa é uma síntese de ideais de felicidade, com variações mais ou menos distantes da realidade, conforme cada idealizador - que pode, inclusive, mudar seus ideais várias vezes ao longo da vida ou mesmo do dia. O fato é que com essas expectativas, é impossível alguém ficar satisfeito, tendo em vista que muitas delas são inatingíveis, como, por exemplo, a eterna juventude; isso sem falar nos desejos contraditórios. Tudo isso parece muito engraçado, mas tente colocar no papel todos os desejos que você tem e os que já teve, sendo honesto consigo mesmo, e eu garanto que a lista não será pequena ou menos estranha. (...)"

(Cristiane Szynwelski - Revista Sophia nº 40 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 13/14)


quinta-feira, 9 de maio de 2013

A IMPORTÂNCIA DO TEMPO

" (...) se existe um propósito nobre na vida, como explicar a aparente injustiça, quando um bebê nasce morto? E os que nascem cegos, mudos, aleijados ou os que vivem apenas alguns anos e morrem? Só os que vivem muito é que têm tempo para lutar contra más tendências e desejos inatos e tentar serem bons. Se não há outra oportunidade (em uma vida futura) para a criancinha que morre com seis meses, por que Deus lhe concedeu uma mente e não deu tempo para desenvolver suas potencialidades? O fator tempo é importantíssimo em nosso progresso. Uma única vida pode não oferecer tempo suficiente. 

Se uma criança morre prematuramente, há uma razão para a morte, como não teve tempo suficiente para expressar seu potencial, humano ou divino, outra oportunidade lhe será dada. É Como um menino que adoeceu e não pode ir à escola. Ele não abandona os estudos para sempre; assim que estiver bom, voltará às aulas. A vida também é assim. Se não temos a chance de aprender as lições nesta vida, teremos oportunidades de aprendê-las em alguma outra.

Quando você puder ver "atrás dos bastidores", compreenderá que a vida na Terra é um teatro de marionetes. Parece real agora, mas o que estamos vivendo neste momento adquirirá para nós a irrealidade de um sonho, dentro de alguns anos. E o que estamos experimentando agora teria parecido irreal há cinco anos, se então nos fosse descrito. No domingo passado, a maioria de vocês sentou-se em outros lugares no templo e tinha outros pensamentos na mente. Hoje estamos assistindo a um "filme" diferente. Pense quantas pessoas, suas conhecidas, já desapareceram do palco terrestre. 

O conceito da vida como um espetáculo mutável, passageiro, não é pessimista; deveria ensinar-nos a não levar a vida a sério. Maya, a ilusão cósmica, faz-nos sentir que o corpo é muito real, uma parte muito necessária de nosso ser. Todavia, de um momento para outro, o corpo pode ser separado da alma pela morte, e a separação nada tem de dolorosa. Terminada a "operação", você não precisa de tempo, roupa, alimento ou moradia, pois já não tem que carregar o fardo corpóreo de carne. Está livre dele. E você ainda é você. Já procurou refletir por que esta verdade está oculta? Ou onde podem estar os milhões de pessoas que já saíram da Terra? Alguma vez já quis saber se nos parecemos com galinhas em um galinheiro - quando saímos do poleiro, somos substituídos por outras galinhas? Não haverá um meio de descobrir?"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 215/216)


FAÇA AOS OUTROS AQUILO QUE DESEJA QUE ELES LHE FAÇAM

"Faça aos outros aquilo que deseja que eles lhe façam; não faça aos outros aquilo que não deseja que lhe façam. Não tenha um comportamento dúbio. Trate todos como seu próprio ser. Isso quer dizer que deve ter fé em si mesmo, e só então pode ter fé nos outros. Deve respeitar-se e respeitar os outros. O egoísmo é a dimensão do altruísmo. A humanidade é uma comunidade - e se ferir a si mesmo, ferirá todos. Erga um homem, e este ato o fará erguer-se a si mesmo. O tratamento que você quer que os outros lhe deem é a própria medida de seus deveres em relação a eles."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 150)


quarta-feira, 8 de maio de 2013

HATHA YOGA - A HATHA E A MENTE (PARTE FINAL)

"No capítulo sobre Raja Yoga ou Yoga do domínio da mente, você ficou sabendo que é a mente que decide sobre nossa vida e felicidade. Como Sai Baba lembra, ela é como a chave na fechadura, virada para um lado abre, para o outro, fecha; para um lado nos leva à Suprema Realização, para o outro, à infelicidade, à alienação, ao degredo, à ruína... A mente quase sempre é um turbilhão indomável a arrastar-nos para a enfermidade e para insegurança, dúvida e medo. Raja Yoga, conforme explicada neste livro, tem por objetivo o domínio da mente, tanto que nos permita a união redentora com o Ser Supremo e nossa libertação Final. Claro que isto não é fácil, a mente é poderosa, rebelde e ladina. A Hatha Yoga ajuda-nos na tarefa árdua de educar e administrar a mente. Numa das mais importantes escrituras denominada Yoga Vasishtha há um texto que merece atenção, pois explica como a Hatha Yoga, em especial o domínio do prana (pranayama), contribui para vencer a rebeldia selvagem da mente, facilitando assim a vitória do aspirante ao Raja Yoga. 
Ó Rama! Para mover a carruagem que é o corpo, o Senhor criou a mente e o prana, sem os quais o corpo não pode funcionar. Quando o prana abandona o corpo, os mecanismos deste param. Quando a mente se move, o prana o acompanha. A relação entre eles é como a do boleeiro e a carruagem. Um exerce movimento sobre o outro. Portanto, o sábio deve estuar o controle do prana caso deseje suspender a atividade da mente ou concentrar a vontade para alcançar a união (Yoga). O domínio sobre o prana produz toda felicidade mundana e espiritual, desde a aquisição dos "reinos" até a libertação (moksha) ou a bem-aventurança suprema. Portanto, Ó Rama, estude a ciência da respiração ou pranayama.
Ora, o que temos aí é o sábio Vasishtha ensinando a Rama, seu divino discípulo que, tanto a "parada da mente" como a felicidade mundana e a espiritual são alcançadas pelo pranayama (yama, controle, domínio). É mais uma confirmação da importância da Hatha Yoga, mencionada no texto como "ciência da respiração ou pranayama".  

Do exposto até agora, podemos com segurança concluir que a Hatha Yoga, trabalhando com todos os componentes que constituem o homem total, além de propiciar saúde plena (arogya), é um á-bê-cê indispensável à vitória na difícil prática de Raja Yoga. Hatha Yoga é parte do Tantra, o qual, como veremos, é o processo de evolução espiritual ensinado por Shiva à sua esposa Parvati. O primeiro versículo da escritura Hatha Yoga Pradipika, além de demonstrar a natureza tântrica da Hatha Yoga, é muito explícito quanto à relação Hatha-Raja:
Eu saúdo o Primeiro Senhor, Shiva, que ensinou a Parvati a Hatha vidya, que é um passo para se alcançar o mais excelente Raja Yoga."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 69/69)
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NOSSO DESTINO DIVINO

"O homem tem um destino divino a cumprir, mas são poucos os que conhecem a finalidade de sua existência e, menos ainda, os que sinceramente procuram alcançar esse objetivo. Passa-se a vida comum cuidando das carências do corpo, cumprindo as responsabilidades impostas pelas necessidades do momento. Dessa maneira, o homem médio vive e morre sem saber de onde veio, por que está aqui e para onde vai.

As grandes escrituras do mundo afirmam que o homem é a mais inspirada criação do Divino; que ele, de fato, é feito à imagem de seu Criador. Será a imagem de Deus um corpo de carne, propenso a doença e impotente contra a morte? Uma inteligência coberta por maya e sujeita a estados inconstantes de humor e emoções? Isso não pode ser a imagem do Grande Poder que concebeu e mantém as complexidades cósmicas do Universo! Onde está, pois, a imagem divina pela qual se supõe o homem seja feito?

O homem é um ser tríplice. Ele tem um corpo, mas não é esse corpo que reclama, sofre e morre. Ele tem uma mente, mas não é essa mente que é desvirtuada pelas artimanhas da ilusão cósmica. Sua natureza real é o atman imortal, a alma que habita, de forma invisível, o templo da carne mortal. Esse atman é a imagem de Deus dentro do homem - a imagem completamente perfeita, cujas qualidades divinas são amor, sabedoria, onipotência e alegria eterna.

Cego é o filho de Deus que permite a profanação dessa imagem divina dentro de si, turvando-a com as imperfeições da consciência material a ponto de ela não poder mais ser reconhecida. Ao fazer assim, o homem vive contra sua verdadeira natureza. Eis porque ele nunca está totalmente satisfeito, por que sempre existe algum anseio, bem no fundo, que o lança primeiro para um caminho, depois para outro, procurando a incógnita quantidade sempre evasiva.

O "algo mais" que o homem procura é Deus: o Ser Divino que palpita logo atrás das batidas do coração; o Amor que se filtra através de todas as formas de amor pela família, amigos e ser amado; a Alegria que acende todas as chamas de felicidade; a Sabedoria onisciente que está sentada logo atrás dos pensamentos da pequena mente humana. Mais próximo do que o mais próximo está o Poder Divino que deu vida ao homem e pode trazer sentido a realização à sua existência."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 24/25)