OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 28 de abril de 2013

VIVER SEM MEDO (1ª PARTE)

"O medo está na raiz do conflito, seja entre duas pessoas ou dentro do próprio ser. Pode existir sob a forma de insegurança, medo da morte, do fracasso. Um homem medroso manifesta reações fisiológicas potencialmente violentas. O psicólogo William James observou: "O medo é uma reação despertada pelos mesmos objetos que despertam a ferocidade. (...) Tem expressões corporais de tipo enérgico, e representa, ao lado da luxúria e da ira, uma das três emoções mais excitantes a que a nossa natureza está suscetível. Nada caracteriza mais o progresso do bruto ao homem do que a redução na frequência de ocasiões propícias ao medo."

Livros e artigos foram escritos sobre como lidar com fobias, mas poucos atacam o problema pela raiz. Os estudantes da vida espiritual, porém, não podem se satisfazer em tocar apenas os aspectos superficiais ou sintomáticos do medo; eles estão interessados em extirpar sua própria fonte. Este é um tema profundo. A completa libertação do medo significa que a pessoa é plenamente capaz de encarar a realidade como ela é. Uma pessoa assim é verdadeiramente uma alma liberta.

Os passos rumo à libertação do medo não são segredos. Foram estabelecidos desde tempos imemoriais por grandes sábios. Mas poucos desejam levá-los a sério, já que as consequências são revolucionárias e poucas pessoas estão prontas para uma genuína transformação interior. Na tradição mística, o medo tem raízes em duas limitações humanas: a falta da compreensão da natureza do "eu" e a ignorância de um processo cósmico maior.

O medo sempre existirá onde houver um "eu" com um conjunto de expectativas precondicionadas, incapaz de encarar as coisas como são. O eu, ou ego, é apenas um aglomerado de valores e gostos adquiridos. Esses valores seriam diferentes, tivesse a pessoa  nascido em uma outra época e lugar. O primeiro passo rumo à libertação do medo é ver além dos valores adquiridos, compreender seu caráter transitório e descobrir que eles constituem o eu com o qual nos identificamos. Tememos o fracasso, por exemplo, por que aprendemos a valorizar o sucesso. Todas essas coisas estão acumuladas em nossa mente e nós as identificamos com o nosso eu.

Simplesmente substituir essas crenças por outra não é uma solução permanente, por que a identificação com qualquer crença produz ansiedade quando ameaçada. Portanto, não é uma questão do tipo de crença com a qual o eu se identifica. Temos que investigá-la num nível mais profundo, compreendendo o próprio eu. (...)"

(Vicente Hao Chin Jr. - Revista Sophia nº 42 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 08)


KRIYA YOGA - OS TRÊS COMPONENTES - TAPAH (4ª PARTE - I)

"Precisamos agora compreender a natureza dos três preceitos que prometem como valiosíssimo "retorno": atenuar nossos padecimentos (os kleshas) e viabilizar a redentora união com o Ser, por intermédio do samadhi.

TAPAH

Sua tradução é problemática. Pode ser depuração, purificação, autodisciplina, penitência, autocontrole, austeridade, ascese, o que de forma alguma deve ser confundido com mortificação masoquista. Etimologicamente significando "esquentar", sugere aquele aquecimento que purifica o minério, libertando-o da ganga; em nosso caso, de nossas impurezas. Conforme o contexto, tapah é um conjunto de exercícios específicos, com o objetivo de purificar e controlar o corpo físico, robustecer a paciência e a vontade, enfim, desenvolver qualidades importantes como resistência (à doença, ao sofrimento e à fadiga), paciência, equanimidade, fortaleza, pureza, invencibilidade, endurance, persistência, coragem. Inclui jejuns, silêncios, votos diversos, pranayamas, asnas etc. com o cuidado de que não degenerem em penitências masoquistas. Esta disciplina, se bem conduzida, ao contrário, promove virya, que é um somatório de energia, determinação, saúde, coragem e vontade. Tapah contribui para a benfazeja "humildação" ou minimização do ego pessoal (asmita). Tapah, como é fácil ver, sanifica e santifica o agir humano, portanto, equivale à Karma Yoga (Yoga da ação), consequentemente, é aconselhável que você compreenda bem o capítulo sobre este sistema. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 52/53)


sábado, 27 de abril de 2013

A CIÊNCIA UNIVERSAL DA RELIGIÃO

"A experiência pessoal da verdade é a ciência por trás de todas as ciências. Mas, para a maioria das pessoas, a religião tornou-se uma questão apenas de crença. Alguns creem no catolicismo, outros creem em alguma religião protestante e outros afirma sua crença de que a religião hindu, ou muçulmana, ou budista, seja o caminho correto. A ciência da religião identifica as verdades universais comuns a todos - o fundamento da religião - e ensina como as pessoas podem, por meio da aplicação prática de tais verdades, construir sua vida de acordo com o Plano Divino. (...)

O necessário é reunir a ciência da religião com o espírito ou a inspiração da religião - o esotérico com o exotérico. A ciência iogue ensinada por Senhor Krishna - que apresenta métodos práticos para a autêntica experiência interior de Deus em substituição à crenças fugazes - e o espírito do amor crístico e fraternidade pregado por Jesus - única panaceia segura para impedir que o mundo se destrua com suas obstinadas divergências - são a mesma e única verdade universal, ensinada por esses dois Cristos, o do Oriente e o do Ocidente.

Os salvadores do mundo não vêm alimentar divisões doutrinárias hostis, e seus ensinamentos não devem ser utilizados para esse fim. Chega a ser impróprio referir-se ao Novo Testamento como a Bíblia "cristã", pois ele não pertence exclusivamente a nenhuma seita. A verdade destina-se a promover a bênção e a elevação de toda a raça humana. Assim como a Consciência Crística é universal, Jesus Cristo, também pertence a todos. Embora enfatize a mensagem do Senhor Jesus no Novo Testamento e a ciência iogue da união divina apresentada por Bhagavan Krishna no Bhagavad Gita como sendo o summum bonum do caminho da realização divina, eu honro as diversas expressões da verdade, que fluem do Deus Único através das escrituras de Seus vário emissários.

A verdade, em si mesma e por si só, é a "religião" definitiva. Embora a verdade possa expressar-se de diferentes maneiras por meio de "ismos" sectários, estes não podem jamais exauri-la. Ela tem infinitas manifestações e ramificações, mas uma só consumação: a experiência direta de Deus, a Realidade Única. Os rótulos humanos de afiliação sectária têm pouco significado. O que nos confere salvação não é a seita religiosa em que tenhamos nosso nome registrado, nem a cultura ou credo em que nascemos. A essência da verdade transcende toda forma exterior. Essa essência é o fator supremo para compreendermos Jesus e seu chamado universal às almas para que entrem no reino de Deus que está "dentro de nós. 

Todos somos filhos de Deus, desde nossa origem até a eternidade. As diferenças surgem de preconceitos, e o preconceito é fruto da ignorância. (...) Acima de tudo, devemos nos orgulhar de sermos filhos de Deus, feitos à Sua imagem. Não é essa a mensagem de Cristo? (...)

Retirem as máscaras! Revelem-se como filhos de Deus - não por meio de proclamações vãs e preces decoradas, demonstração de sermões formulados intelectualmente e planejados para glorificar a Deus e angariar convertidos, mas por meio da realização! Identifiquem-se não com o intolerante fanatismo disfarçado de sabedoria, mas com a Consciência Crística. Identifiquem-se com o Amor Universal, expresso no serviço material e espiritual a todos; então saberão quem foi Jesus Cristo e poderão afirmar, em suas almas, que somos todos uma só família, filhos do Deus Único!"

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 17/21)


KRIYA YOGA - OS PROVEITOS (3ª PARTE)

"Patanjali assim define o Yoga preliminar:

tapah-svadhyaya-ishvarapranidhana-Kriya-Yoga. (Yoga Sutra, II:1)

Desculpe o que parece esnobação, mas aqui a tradução literal é preciosamente elucidativa. Traduzindo: "austeridade (tapah), estudo do Ser (svadhyaya) e total submissão ao Senhor (ishvarapranidhana) constituem a Kriya Yoga". Aquele que (a) levar vida austera e disciplinada, (b) buscar a Verdade sobre o Ser, e (c) se entregar irrestritamente a Deus, está praticando Kriya Yoga.

Estude o capítulo 1, sobre Raja Yoga, e descubra que os três comportamentos que constituem a Kriya Yoga (tapah, svadhyaya e ishvarapranidhana) são os três últimos niyamas.

O que resulta destes três comportamentos praticados no contexto do cotidiano é de imenso valor, para eliminar aflições e culminar com o samadhi. Patanjali que o diga:

Kriya Yoga é praticado para atenuar os kleshas e atingir samadhi. (Yoga Sutra, II:2)

O que claramente Patanjali aqui assegura é que se você, no convívio com os outros, no desempenho de sua vida profissional e social, finalmente em seu dia a dia, conduzir-se com austeridade, paciência, equanimidade, abnegação e invencibilidade; se empenhadamente buscar o conhecimento sobre seu verdadeiro Ser; e mais, se se submeter irrestritamente a Deus (Ishvara), seguramente não só atenuará seus padecimentos e aflições (kleshas), normais em sua existência e na de qualquer um, mas também chegará a adentrar o portal da libertação, isto é, alcançará o samadhi. Que investimento rendoso!!! (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 51/52)


sexta-feira, 26 de abril de 2013

A AÇÃO (KARMA) QUE AJUDA O SEU PROGRESSO NÃO LHE PESARÁ EM DEMASIA

"Quando os obstáculos no caminho da Verdade são derrubados, a libertação é alcançada. Eis porque  moksha (libertação) é algo que pode ser conquistado aqui e agora; para tanto, não se precisa esperar a dissolução do corpo físico. A ação (karma) não deve ser sentida como se fosse fardo, pois este sentimento é indício seguro de que se está caminhando em sentido contrário. Nenhuma ação (karma) que ajude seu progresso lhe pesará em demasia. É somente quando você age contrariando sua natureza interna que vem a sentir o agir como sendo um fardo. Vem a hora em que você olhará para trás, para seu desempenho, e suspirará diante da futilidade de todo ele. Confie ao Senhor sua mente, antes que seja tarde, e Ele a modelará como quiser.

Atribua à sua mente a tarefa de servir ao Senhor, e ela será domada. A um ourives você não leva um ornamento que seja perfeito, muito lindo; confiará a ele reparos ou remodelações somente naqueles ornamentos que tenham sido quebrados ou amassados. Assim, também confie ao Senhor sua mente, que por certo precisa de concreto, senão de completa reconstrução."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 62/63)