OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 23 de abril de 2013

O GRANDE E O PEQUENO (1ª PARTE)

"Ralph Waldo Emerson escreveu um poema intitulado Fábula, que, embora contendo uma ponta de humor, intencionalmente faz lembrar que tudo que existe na natureza tem seu lugar e relevância. O poema faz referência a uma discussão entre uma montanha alta e poderosa e um pequeno esquilo, alojado numa fenda embaixo de uma árvore. Termina com as seguintes palavras do esquilo: "Se não sou tão grande quanto você,/Você não é tão pequena quanto eu,/Nem tem a metade da minha esperteza./Os talentos diferem; tudo está bem e no lugar certo:/Se não posso transportar florestas nas costas,/Tampouco você consegue quebrar uma noz."

Foi noticiado recentemente que o pólen de certas ervas daninhas é usado pela indústria farmacêutica para diagnosticar e tratar alergias. Isso mostra que tudo e todos têm um papel a desempenhar no esquema das coisas - a montanha e o esquilo; as nuvens no véu e a poeira no chão; as grandes árvores e as pequenas folhas de capim. O mesmo se dá com a humanidade: homens e mulheres diferentes possuem capacidades diferentes, necessárias e úteis em seus locais respectivos e em suas posições na vida. 

Além disso, a beleza do mundo está na variedade e na diversidade. Acharíamos bonito se houvesse apenas árvores e nenhuma grama; montanhas nevadas sem rios nem lagos nas planícies; tigres e nenhum cervo? Ou se houvesse apenas homens e mulheres parecidos, com os mesmos traços, temperamentos e qualidades? Sabe-se que a natureza economiza; nela nada existe que seja redundante ou supérfluo. Cada um de nós tem seu próprio gênio e oportunidade. Façamos uso deles. Temos que tentar contribuir o melhor possível para o bem-estar comum. 

O poema de Emerson também traz outras lições. Primeiramente que não devemos ter orgulho de nossa posição na vida, dos talentos que possuímos ou da natureza do trabalho que desempenhamos, pois "quando o orgulho se estabelece, então surge a vergonha;/mas, com a humildade, é a sabedoria que surge."

Mesmo entre homens e mulheres religiosos surge às vezes um sutil orgulho de sua erudição, do domínio da literatura, da filosofia e da metafísica antiga e moderna, da habilidade para compreender e apresentar os ensinamentos mais difíceis e profundos dos grandes sábios e instrutores. Mas, como adverte Shankaracharya, no livro Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria (Ed. Teosófica), a boa pronúncia, o domínio da linguagem, a habilidade e a erudição exegéticas são para o deleite dos instruídos e não para se obter a libertação. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 42 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 05/06)


segunda-feira, 22 de abril de 2013

RAJA YOGA - ANTARANGA YOGA (PARTE FINAL)

"Conforme vimos, os angas 6, 7 e 8 configuram uma inteligente disciplina (sadhana) no universo da mente e na abissal realidade que a transcende. Os governos das nações abastadas gastam gigantescas verbas no monumental empreendimento que se tem chamado cosmonáutica. Nada mal. Infelizmente porém desconhecem ainda a possibilidade de uma conquista infinitamente mais compensadora e sem o mínimo dispêndio de dinheiro. Refiro-me à "psiconáutica", isto é, a conquista do universo interior, rumo à verdadeira Essência do homem que é a Essência também do próprio cosmos.

Imensos gastos estão sendo direcionados para a exploração do espaço. Entretanto, pouco esforço tem sido feito para explorar o coração, dentro de cada um. (Sai Baba, em discurso proferido em 24/05/93)

O que o yogui realiza e alcança sentado, imóvel, em silencioso mergulho na paz do samadhi, vai muitíssimo mais longe do que qualquer sofisticada e milionária espaçonave possa alcançar. Ele pode navegar no ilimitado, no inimaginável, que transcende o universo de espaço e tempo; de nomes e formas, além de todos os fenômenos de todos os campos de energia.

6. Dharana: o meditante começa com dharana ou concentração sobre o objeto escolhido (visaya), que pode ser uma coisa, uma lei, um princípio, um conceito, um fenômeno, uma deidade ou um fato da existência. 

7. Dhyana ou meditação propriamente dita: é um prolongamento natural da concentração firme.

8. Samadhi: igualmente é a consequência natural de dhyana, quando ocorre o "saber" isto é, o conhecimento unitivo, no qual atinge-se aquilo que Taimni denominou o "conhecer por tornar-se", desaparecendo então a diferença e a distância entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido e o próprio conhecimento.

Samadhi é um transe, que tem sido definido como um êxtase. Ora, como a etimologia autoriza pensar, êxtase é um transbordamento, uma exteriorização. No acontecimento culminante da "psiconáutica", o meditante não sai de si mesmo, mas, ao contrário, se interioriza. Samadhi não é, portanto, um êxtase, mas um êntase. Não esqueçamos que "o Reino de Deus está dentro" de cada um. E não fora."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 47/48)


LIBERTE-SE DAS AMARRAS QUE OBSTRUEM O CAMINHO PARA A ILUMINAÇÃO

"Buscar Brahma ( o Deus Criador), sem antes firmar uma vida reta e virtuosa, é como desejar uma chama sem ter lamparina, pavio e óleo. Adquira estes três, depois então acenda o pavio e obtenha a luz. O mesmo é verdade quanto à luz de Brahmajnana ou conhecer, saborear Brahman.

Há aqui um ponto que os sadhakas (praticantes da disciplina) devem cuidadosamente anotar. A lamparina, o pavio e o óleo devem ser proporcionais. Se o pavio for muito curto, se o óleo for muito escasso, se a lamparina for muito pequena ou demasiadamente grande para o óleo ou para o pavio, a chama não queimará brilhantemente e não iluminará. A luz clara e firme só se pode alcançar quando os três estiverem em proporção adequada. Os três gunas (modos ou atributos) devem estar em equilíbrio para que possam produzir o resultado máximo - o resultado da libertação. Os três gunas são vínculos. O homem está amarrado por eles como uma vaca cujas pernas dianteiras estão atadas, cujas pernas traseiras também e cujo pescoço e chifres igualmente estão amarrados. As cordas que a prendem são os gunas. Como pode um pobre animal mover-se livremente quando está atado assim? O sathwatamoguna é uma corda de ouro; o rajoguna, uma corda de cobre; e o tamoguna, uma de ferro. Todas três prendem efetivamente, a despeito da diferença de preço do material. Como amarras, todas são obstáculos à liberdade de movimento."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 203)


domingo, 21 de abril de 2013

RAJA YOGA - BAHIRANGA YOGA (4ª PARTE - II)

"(...) 4. Pranayama: quase sempre equivocadamente é entendido como uma técnica respiratória. Praticado com propriedade, efetivamente melhora a oxigenação e aprimora as funções respiratórias e circulatórias físicas. Mas aqui pranayama deve ser visto como o controle (yama) da circulação da bioenergia (prana) no "corpo sutil", o que além de promover a saúde física, predispõe a mente para a concentração. Sem que o pranayama seja bem conduzido, as forças do inconsciente (vasanas e samskaras) facilmente comprometerão as tentativas de aquietar a mente, pois que os vrittis continuarão indomáveis. Não são somente os conteúdos do inconsciente (vasanas e samskaras) que agitam os vrittis na mente, mas também os distúrbios ocorrentes na circulação das energias prânicas, responsáveis por todas as funções fisiológicas, bem como pela ativação dos chakras (centros psíquicos e energéticos).

5. Prathyahara: deve ser entendido como a interrupção das normais conexões dos sentido com o ambiente físico. É uma interface entre os dois mundos - o interno (antar) e o externo (bahira). Os angas anteriores (yama, niyama, asana, pranayama), se forem efetivamente praticados, permitem este difícil corte com o mundo exterior. Alcançado o "silêncio dos sentidos", torna-se possível a imersão da consciência no universo interior. Prathyahara serve de portal! O Yoga ensinado pelo Cristo menciona prathyahara neste termos:

...entra em teu quarto, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai o que está em oculto... (Mt 6:6) 

Agora, tendo dessado a fase externa do método (bahiranga), inicia-se a grande aventura no universo interno do meditante.

Os naturais problemas e obstáculos encontrados por quem lida com a mente poderão ser vencidos se o desempenho moral do aspirante eliminou as perturbações geradas por desejos e emoções, se a postura da meditação (asana) conseguiu o mesmo em relação aos distúrbios nascidos do corpo físico, se os pranayamas corrigiram desordens energéticas no corpo prânico, e finalmente se prathyahara conseguiu interromper a atividade dos órgãos sensórios. É neste sachana holístico que conduz ao samyama, isto é, à sequência dharana-dhyana-samadhi sobre um mesmo objeto de meditação. Samyama é antaranga yoga. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 46/47)


O VALOR ESPIRITUAL DO "SÉTIMO DIA"

"Seis dias e noites completos de uma existência maquina e parte de um dia (o domingo) para o cultivo do ser interior da pessoa não é um modo de vida equilibrado. A semana deve ser bem distribuída em termos de trabalho, entretenimento e cultivo espiritual. Cinco dias para ganhar dinheiro, um dia para o repouso e entretenimento e pelo menos um dia para a introspecção e a realização interior.

"Lembra-te do dia do sábado [sétimo dia], para o santificar." Em uma semana de sete dias, como são poucos os que dedicam pelo menos um dia a Deus! Guardar um dia para Ele é da maior importância para nosso próprio bem-estar. Domingo é o dia do Senhor - o dia do Sol luminoso da sabedoria. Muita gente jamais o utiliza para pensar em Deus, embora fazer isso seja da mais alta sabedoria. Se nesse dia você pudesse apenas ficar sozinho e em silêncio por algum tempo, desfrutando dessa quietude, veria como se sente muito melhor. Guarde a domingo desse modo; será um bálsamo para as lacerações dos seis dias precedentes. Todos precisam de um dia da semana no hospital do espírito, para curar seus ferimentos mentais. 

Não guarde o domingo como um dever forçado; tenha prazer nele. Quando o domingo se tornar para você um dia de paz, alegria e contentamento, você passará a semana toda esperando por ele. Você ficará surpreso ao ver o que os momentos em solidão com Deus farão por sua mente, seu corpo e sua alma.

Os sábios da Índia não só aconselham um dia regular de recolhimento, mas insistem na necessidade da meditação silenciosa em quatro períodos específicos, todos os dias. De manhã cedo, antes que você se levante ou esteja com qualquer pessoa, permaneça tranquilo, sentindo paz. Ao meio-dia, permaneça em silêncio algum tempo, antes de almoçar; ao fim da tarde, antes de jantar, reserve outro período de paz. Antes de ir para a cama, entre neste silêncio novamente. Aqueles que observarem fielmente o silêncio, em recolhimento, durante estes quatro períodos do dia não podem deixar de se sentir sintonizados com Deus. Quem não puder dispor de quatro períodos por dia deverá observar um período devotado a Deus todas as manhãs e todas as noites. Fazendo isto você terá uma vida diferente, mais feliz.

Quatro vezes por dia, sente-se quieto em meditação e pense com todo o amor e anseio de seu coração: "Estou agora com o Infinito. 'Pai, revela-Te, revela-Te'." Empenhe-se em sentir a paz da presença Dele. Banhe a mente e o corpo nessa paz, e terá muito mais sucesso na vida. O homem tranquilo não erra. Quando milhares de outros fracassam, ele tem êxito. Você precisa ser tranquilo para ser bem-sucedido. Aqueles que não guardam o domingo para sentir a paz divina acabam desenvolvendo uma grande suscetibilidade aos humores. Tornam-se autômatos nervosos. Através dos portais do silêncio, o sol curativo da sabedoria e da paz brilhará sobre você."

(Paramahansa Yogananda - Paz Interior - Self-Realization Fellowship - p. 63/66)