OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 22 de março de 2013

ESFORCE-SE PARA VIVER DE ACORDO COM A VERDADE


“Haverá os que nos elogiam e nos compreendem; haverá os que nos culpam e nos entendem mal. Devemos enfrentar os dois juízos com calma e sem hesitação. Nosso papel é sempre fazer o melhor esforço possível para viver de acordo com a verdade. Ao perceber que cometemos um erro, devemos pedir imediatamente ao Divino que nos perdoe, e então devemos nos corrigir.

É inútil tentar esconder de Deus os nossos erros; de qualquer maneira, Ele os conhece. Podemos contar-Lhe, em confiança, todos os nossos erros e buscar Sua ajuda para corrigi-los. A imanência de Deus fez Dele um companheiro divino permanente, com quem podemos compartilhar abertamente nossos sentimentos. Ele nos vê como somos. Como podemos nos sentir presunçosos quando sabemos que nada somos sem Ele? Uma vez percebido isso, começa dentro de nós uma luta persistente para alcançar a perfeição a Seus olhos. A pessoa que está satisfeita consigo mesma deixa de crescer espiritualmente. A autossatisfação egoísta é um pecado grave contra o Eu superior. Quem quer que pare de se esforçar para melhorar diminui de estatura espiritual.

Sempre que estivermos errados, vamos admitir o erro. Não vamos pensar que sempre temos de estar certos. Isso não é ser honesto com nós mesmos. O fato de acreditarmos em determinada direção não a torna necessariamente correta. Se alguém nos mostrar que estamos errados, devemos estar dispostos e prontos para mudar. Essa é a maneira de crescer e adquirir compreensão. Longas explicações sobre por que erramos são desnecessárias. Precisamos dizer, simplesmente: “Sinto muito. Não entendi dessa forma.”

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship - p. 45/46)


FORMAS GERADAS PELA LINGUAGEM (PARTE FINAL)

"Sempre que falamos ou rimos, produzimos som e cor. Se é o tipo certo do riso, cordial e afável, produz um efeito muito agradável, e espalha um sentimento de alegria em todos os sentidos. Mas se é um riso zombeteiro ou sarcástico, uma gargalhada grosseira, uma casquinhada ou um riso alvar, o resultado é muito diferente e por demais desagradável. É notável quão exatamente todas as nuanças de pensamento e sentimento se refletem nos planos superiores. (...)

A cor das fomas geradas depende mais do espírito com que falamos. Duas pessoas podem dizer as mesmas palavras, e produzir assim, amplamente, a mesma forma, mas as formas podem ter atrás de si um espírito diferente. Quando estais de partida com alguém, dizeis "Adeus". Estas palavras podem ser acompanhadas por uma real explosão de sentimento amistoso; mas se dizeis "Adeus" num tom casual, sem qualquer pensamento ou sentimento especial por trás, isso produz um efeito totalmente diferente nos planos superiores. Um é como um brilho de pirilampo, nada significando, nada produzindo; o outro é uma efusão definitiva que dais ao vosso amigo. Convém lembrar que a expressão significa "Deus seja contigo"; portanto, é uma bênção que estais dando. (...) Se pensardes no significado de tais palavras enquanto as proferis, fareis um bem muito maior do que normalmente o fazeis, pois nesse caso a vossa vontade e vosso pensamento acompanharão as palavras, e a bênção será um auxílio real e não um simples aceno.

Em todas estas maneiras a linguagem do discípulo deve ser refinada e aprimorada. Lembrai-vos  de como se diz em A Luz da Ásia que o Rei, o Eu, está dentro de vós, e que tudo quanto sai de vossa boca em sua presença tem de ser um pensamento de ouro expresso em palavras de ouro:  

Governa os lábios,
Pois são os portais do palácio do Rei interno;
Tranquilas e formosas e corteses sejam todas as palavas
Ditas naquela presença."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 97/98)


quinta-feira, 21 de março de 2013

JNANA YOGA - O REAL E O IRREAL (PARTE FINAL)

"Finalmente, que é real e que é irreal? Que faz uma coisa real e outra não? São perguntas que você tem, não somente o direito, mas o dever de fazer. A Vedanta Adwaita lhe responde. Real é aquilo que não sofre mudanças tais como vir à existência, existir, minguar e depois se extinguir. O Real é sempre igual: o mesmo no presente, no passado e no futuro. Obviamente, irreal é tudo que, no curso do tempo, muda. Ao perguntar a uma pessoa quem é ela, a resposta imediata é sempre "eu sou Fulano". Para sermos exatos, podemos retrucar e dizer-lhe que está enganado. Para grande surpresa, lhe diremos: Você não é. Você, transitoriamente, está Fulano. As pessoas confundem, e se identificam com aquilo que muda e muda sempre, com aquilo que supõem ser - o corpo, a mente, o falso ego, este grande embusteiro. O que qualquer pessoa realmente é, em essência, é o Divino Ser, que todos somos. (...)

Não há conquista tão elevada, tão preciosa, tão próxima do impossível ao homem como esta da fusão no Ser Supremo, pretendida pelos monistas (adwaitas). Por maior que seja o esforço pessoal (decisão, dedicação, devoção, discernimento e disciplina) do aspirante, o alcance da meta será sempre inalcançável se lhe falta a onipotência, onipresença e onisciência da Graça Divina. Para ter acesso a ela, o aspirante conta com o poder da oração, proclamado por Jesus nos seguintes termos:

E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. (Lc 11:9)

Eis um compromisso de validade total e eterna, pois expressa uma lei cósmica. Com um pouco de reflexão, concluímos ser absolutamente importante discernir sobre o que pedir, o que buscar, e sobre a porta certa na qual bater. Que pretendemos obter ao formular uma prece? Os aspirantes à Jnana Yoga já têm a resposta correta. Eis uma oração perfeita ensinada pelos Uppanishads:

Do irreal conduz-nos ao Real. Das trevas, conduz-nos à Luz. E da morte à imortalidade. (...)

O Gayatri Mantra é a oração mais repetida pelos hindus. Eis sua tradução.

Ó Gloriosa Luz (Pai e Mãe) que iluminas os três mundos (o mundo físico, o astral e o causal), que Teu Esplendor e Tua Graça iluminem nosso intelecto - nós te rogamos.

Um dia eu também compus minha oração monista:

Ajuda-me, ó Verdade, o transmutar o limitado e periférico conhecer em infinito e profundo saber. Ajuda-me a realizar o que Eu Sou. Ajuda-me a perder-me, redento, no Infinito Eterno do Ser que Eu Sou e que Tu És. Salva-me, Presença, da ignorância escravizante... Eu Te peço, meu Deus, destrói esta distância. Liberta-me da ilusão que nos afasta. (In Yoga, Caminho para Deus)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 110/112)


FORMAS GERADAS PELA LINGUAGEM (2ª PARTE)

"Cada palavra proferida gera uma pequena forma na matéria etérica, tal qual o faz um pensamento na matéria mental. Algumas destas formas são condenáveis. A palavra "ódio", por exemplo, gera uma forma horrível, tanto assim que, tendo visto sua forma, eu jamais uso essa palavra. Podemos dizer que não gostamos de uma coisa, ou que não nos interessa, mas nunca devemos empregar a palavra "ódio", pois o ver simplesmente a forma que ela produz gera um sentimento de agudo mal-estar. Por outro lado, há palavras que geram formas belas, palavras essas que faz bem recitá-las. (...) 

Tais "formas de palavras" não são determinadas pelo pensamento que acompanha a palavras; o pensamento constrói sua própria forma num tipo superior de matéria. Por exemplo a palavra "ódio" é frequentemente empregada de maneira todo casual, sem conter em si nada do ódio real, quando se fala, talvez, de um produto alimentar. Esse é um emprego perfeitamente desnecessário de tal palavra, e obviamente não comunica nenhuma grave emoção, e por isso a forma ódio astral não é produzida; mas a forma sonoro etérica feia aparece exatamente como se o locutor realmente quisesse significar isso. Assim, evidentemente, a palavra em si não é boa. 

Fato idêntico se dá com os juramentes e palavras obscenas empregados tão frequentemente entre pessoas incultas e não educadas; as formas geradas por algumas dessas são de natureza peculiarmente horrível quando vistas clarividentemente. Mas é inconcebível que alguém, aspirando a ser um discípulo, quisesse poluir seus lábios com elas. (...)

A mesma regra se aplica em relação ao hábito de exagerar. Não raro as pessoas falam de maneira mais extravagante. Se algo está distante uma centena de metros, falam em "milhas de distância". Se acontece estar um dia mais quente do que o habitual, dizem "escaldante". Nosso domínio do vernáculo é pobre se não podemos encontrar palavras que expressem diferentes gradações de pensamento sem recorrer a estes superlativos agrestes e sem sentido. Pior que tudo, se desejam comunicar a ideia de algo especialmente bom, o descrevem como "terrivelmente" bom, o que não é apenas contradição de termos, e, portanto, uma expressão sumamente ridícula e sem sentido, mas também um chocante mau emprego de uma palavra que tem sua conotação própria, que torna grotescamente inadequada sua aplicação num tal sentido. Todas essas abominações devem ser estritamente evitadas por quem aspire a tornar-se um estudante de ocultismo. (...)"

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 96/97)


quarta-feira, 20 de março de 2013

JNANA YOGA - A COBRA E A CORDA (7ª PARTE)

"São as percepções equivocadas que nos fazem sofrer agora e gozar a seguir, para depois voltar a sofrer. Só o descortinar da Verdade nos salva disto. Uma pessoa, ao entrar num recinto em penumbra se viu frente a frente com uma cobra ameaçadora. O pavor desencadeou a natural "reação de alarme", que, conforme os estudiosos demonstram, é avassalador tumulto psicossomático muito desagradável. O impacto alarmante, no entanto, cedeu, e a pessoa recobrou a paz. A crise demorou somente o tempo bastante para que os olhos se acomodassem permitindo ver que não era uma cobra, mas uma inofensiva corda. Da mesma maneira, o sofrimento humano cessa à medida que a percepção correta vence a ilusão. Não foi a pseudocobra que gerou o sofrimento, mas a percepção equivocada, a ilusão, a ignorância. Enquanto a onda, iludida, supuser ser algo tão limitado, frágil e efêmero, não passará de pequenez, debilidade e transitoriedade. No momento em que, afastada a ilusão, se der conta de que, em realidade, ela é o mar, assumirá imediatamente a serenidade, a vastidão, a força e a perenidade do mar. Finalmente, somos onda ou mar?  

Nosso ego pessoal é fictício e gerador de sofrimentos igualmente fictícios. É preciso "des-iludir-nos". Dores e pavores, prazeres e pesares que nos maltratam são igualmente fictícios. Esta importante constatação nos torna equânimes.

Quando sonhamos, tomamos como realidade objetos, pessoas e tudo que acontece, e reagimos com medo, raiva, apego, ciúme, ódio, inveja, desejo, paixão... Basta porém acordar e constatar a irrealidade de tudo. Nós mesmos emprestamos realidade ao irreal. Da mesmo forma, este mundo objetivo que percebemos como nossos sentidos materiais, isto é, este mundo que percebemos quando acordados, do ponto de vista da Realidade, é um sonho, também é mitya (irrealidade), igual àquela cobra. É igual a objetos, pessoas e acontecimentos que percebemos em nossos sonhos. É igual à miragem no deserto. Nossas vitórias, posses, seguranças, status, músculos jovens e belos, propriedades, poderes, tudo isto que tanto desejamos e igualmente nossas derrotas, carências, doenças, tristezas, tudo isto que tentamos evitar, tudo, tudo mesmo, é um grande embuste gerado e mantido pela ignorância, que precisamos extinguir com Jnana Yoga. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 109/110)