OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 14 de março de 2013

REQUISITOS PARA A CAMINHADA NA ESPIRITUALIDADE

"O primeiro requisito no caminho espiritual é o anseio sincero por Deus. Sem esse anseio é impossível conhecê-Lo. Em qualquer atividade é preciso haver um esforço constante para se ter êxito. Se quiser conhecer o Divino, é preciso haver, de maneira semelhante, um anseio persistente por Ele.

Entretanto, mesmo o anseio por si só é insuficiente; precisamos ir mais longe. Uma vez que o anseio por Deus aumenta, ele precisa ser alimentado por lealdade e dedicação; primeiro a Deus, e depois ao caminho e ao mestre que Deus envia. Quando o devoto começa a buscar Deus com empenho, encontra o caminho e o guru que o inspira ao longo desse caminho. Assim, o segundo ponto importante é a lealdade e a dedicação a Deus e ao guru cujo caminho escolhemos.

Agora, a terceira condição é vital: à medida que prosseguimos no caminho espiritual, devemos fazer um esforço para ter uma conduta tal que inspire os outros que sejam fracos, em vez de contribuir para seu negativismo ou desestímulo. Não significa que devamos ficar ansiosos por chamar a atenção alheia para nós mesmos. Devemos, sim, manifestar em nossa vida, de um modo consciente, as qualidades espirituais que começamos a sentir em nossos corações; ao fazermos isso, seremos capazes de estimular os outros no caminho para Deus.

O quarto ponto é que o devoto precisa se esforçar constantemente para ser humilde, porque a humildade é como um vale onde as águas da graça divina podem se juntar. A presunção, a consciência do eu, eu, eu o tempo todo, é como um árido e deserto cimo de montanha; nenhuma água consegue se acumular nesse pico. Ela se amontoa nos vales profundos. De modo semelhante, as águas da misericórdia, da graça e da bênção juntam-se apenas no vale da humildade, onde o devoto coloca Deus em primeiro lugar e a si mesmo em último. Então, como diz o provérbio hindu: "Quando morrer este 'eu', então saberei quem sou Eu".

O quinto requisito para o devoto é reservar um tempo, todos os dias, para a meditação. Você está enganando a si mesmo - e pode pensar que está enganando a Deus, mas não está - se de algum modo julga que seu trabalho é mais urgente do que seus esforços diários na meditação. Esse equívoco é um dos grandes testes defrontados pelo devoto. No início, talvez não sintamos nenhum resultado tangível na meditação, e assim somos inclinados a considerar primeiro as exigências de nosso trabalho ou deste mundo. É apenas quando se apresentam a nós experiências amargas, revezes e sofrimento físico, mental ou espiritual que, de forma súbita, começamos a ver que cometemos um erro ao deixar de colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 28/29)


quarta-feira, 13 de março de 2013

LEI DO KARMA - SERVIÇO (PARTE FINAL)

"Sathya Sai Baba ensina seus devotos a se libertar através de seva. Seva é prestação de serviço à comunidade sem o menor traço de egoísmo. Hoje, em todos os países, milhões de seus sêvakas se empenham em melhorar a qualidade de vida das populações, e, com isto, estão cada dia mais próximos de Deus, pois aprendem a encontrar Deus naqueles aos quais servem. Eis uma exígua antologia de Baba:

Serviço é o barco com que se cruza o oceano de samsara.

Ajudar o desamparado é a única forma de agradar, seguir e chegar a Deus.

Uma vida não dedicada ao serviço é como um templo às escuras. É morada dos maus espíritos. Só uma vida dedicada a seva pode iluminar o aspirante espiritual.

Apenas conhecer o caminho não basta, Para chegar ao destino tem-se que caminhar. Esta jornada é o serviço à sociedade.

O trabalho deve ser transformado em adoração. A adoração deve ser transformada em sabedoria.

Nem penitências, nem banhos em águas sagradas, nem meditação podem ajudar a atravessar o oceano de samsara. Só o serviço a Deus no homem.

Prestar serviço sem ego, com o coração compassivo, é o único serviço verdadeiro que nos leva à paz.

Lembre-se de que não há ética maior que a verdade nem prece mais frutífera que seva.

Seu dever é orar pelo bem-estar do mundo e trabalhar por ele tanto quanto seus poderes permitam.

Descubra a fraternidade do homem e a paternidade de Deus pelo serviço sem ego e com amor. Sirva todos e tente dar-se conta da Unidade de tudo.

As mãos nos foram dadas para que possamos praticar bons atos e oferecer ao Senhor as flores do serviço.

Lendo, você obtém informação, mas é através do serviço que obtém transformação.

"Ensina-me a não mais dizer 'minhas' ações. Sou apenas um instrumento em Tuas mãos cósmicas. Aciona-me. Perdoa algumas vezes que me envaideci de atos que Tu, utilizando-me, executaste. Utiliza-me." (Hermógenes, in Yoga, Caminho para Deus)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 76/77)
http://www.record.com.br/


O UNIVERSO É O SONHO DE DEUS

"Nas filosofias Vedanta e Ioga, o universo é considerado um sonho de Deus. Matéria e mente - o cosmos com suas estrelas e planetas; as densas ondas da superfície e as sutis correntezas da criação material; as faculdades humanas do sentimento, da vontade e da consciência, e os estados de vida e morte, dia e noite, saúde e doença, sucesso e fracasso - são realidades segundo a lei de relatividade que governa este sonho de Deus. 

Todas as dualidades percebidas através da lei da relatividade são reais para o sonhador, o homem mortal que desempenha seu pequeno papel no grande sonho cósmico. Para escapar de maya, ilusão, a lei da relatividade, é preciso acordar do sonho para a eterna vigília de Deus. Não é possível modificar o sonho legítimo pela imaginação ou pela negação de sua existência, aceitando a "vida" e rejeitando a "morte", ou reconhecendo a saúde, mas ignorando a doença. Cada estado é parte do seu estado oposto, como as duas faces de um tecido. As dualidades são, inerentes e essencialmente, uma coisa só. O buscador da verdade não tenta separá-las em sua mente, mas elevar-se acima delas, pela sabedoria.

O homem que considera seu corpo diferente da mente, e que só quer aceitar como "reais" os aspectos positivos, felizes e benéficos de um universo de natureza inalteravelmente dual, é um homem profundamente adormecido nas ilusões no mundo de sonho.

Assim como uma pessoa tem sonhos que parecem reais por algum tempo, mas que perdem a validade quando volta ao estado de vigília, também é possível despertar do sonho da realidade material e viver no reino imutável do Espírito.

Somente um super-homem que aprendeu a expandir e transferir sua consciência para o Infinito, pode perceber que a criação é um sonho de Deus; só ele pode dizer, com verdadeiro conhecimento, que a matéria não tem existência. Por meio de uma série de passos autodisciplinares - seguindo o caminho científico da ioga ou qualquer outra senda de aperfeiçoamento espiritual, como a do amor, da sabedoria, do serviço ou da renúncia - o buscador de Deus dissolve as dualidades e discerne a Unidade Eterna. "Quem, livre da ilusão, conhece-Me como Espírito Supremo, alcança a onisciência. Ele Me adora de todo o seu ser."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)


terça-feira, 12 de março de 2013

LEI DO KARMA - A AÇÃO SACRIFICIAL (4ª PARTE)

"Como chegar a agir sem desejar colher os resultados?

É simples. Mas não é fácil. Precisa-se aprender a atuar no mundo como um servo ou um instrumento de Deus, sentindo-se apenas com o dever de agir, mas não com o direito aos frutos da ação. Ensinam os sábios: "negue-se à tentação de sentir-se autor da ação; negue-se a esperar recompensa ou mesmo agradecimento". A lâmpada acesa não se envaidece, supondo que gera a luz. Não reclama aplausos. A torneira não deseja recompensa, pois sabe que não produz a água, apenas deixa-a passar. Por um lado, o ego é danado para querer sentir-se autor do que é meritório, enquanto que, por outro, com medo das consequências dolorosas, sempre se recusa a reconhecer a autoria dos erros que comete. Ao fazer algum bem sempre tem em vista recompensas, reconhecimentos, lucros, aquisições, vantagens. Ahamkara se torna evidente quando nosso ego pessoal frequentemente quer saber: "quanto é que eu levo nisto?" Os Mestres nos incentivam a que façamos todo benefício possível, mas sempre como oferenda a Deus. "Deposite suas ações aos pés de lótus do Senhor."

É muito pertinente que um ocidental, chefe de uma família ou de uma empresa, desempenhando uma profissão, questione: "Se é assim, sem meus proventos, como eu e os meus vamos viver?" Jesus Cristo responde:
O trabalhador é digno de seu salário. (Lc 10:7)
A sociedade e cada ser humano seriam verdadeiramente felizes se todos os profissionais e agentes da vida econômica e política se tornassem dignos de seu salário, servindo com honestidade, competência e acima de tudo com amor ao próximo e a Deus. Cada um se transformaria em sacerdote, e seu trabalho, sublime oferenda. Eis a receita para você agir no sentido de libertar-se:

(a) com as diversas práticas de Yoga que lhe serão ensinadas, procure "fritar as sementes", isto é, esterilizar o samcita karma, ou seja, os resíduos deste e de outras existências anteriores;
(b) para exaurir o prarabdha karma, enquanto pagar dívidas, aceite a dor com equanimidade, cultive fé, paciência, coragem e, em qualquer circunstância, dê louvores ao Senhor;
(c) faça de suas ações e de seu trabalho de agora (vartamana ou agami karma) bênçãos ao próximo e amorosas oferendas a Deus. (...)" 

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 74/76)


O QUE É FELICIDADE?


"Felicidade é a própria natureza do Ser; a felicidade e o Ser não são diferentes. Não há felicidade em nenhum objeto do mundo. Nós imaginamos, devido a nossa ignorância, que obtemos felicidade dos objetos. Quando a mente se exterioriza, experimenta o sofrimento. Na verdade, quando os desejos da mente são satisfeitos, ela retorna à sua morada e desfruta da felicidade que é o Ser. Similarmente, nos estados de sono, samãdhi e desmaio, e quando o objeto desejado é obtido – ou o objeto indesejável é removido – a mente se internaliza e desfruta a pura Felicidade do Ser. Assim, a mente se move inquieta, alternadamente se afastando do Ser e retornando a ele.

Sob a árvore a sombra é agradável; lá fora o calor é escaldante. Uma pessoa que caminha sob o sol  sente-se aliviada quando chega na sombra. Alguém que vive indo do sol para a sombra e da sombra de volta ao sol é um tolo – o sábio permanece sempre na sombra. Igualmente, a mente daquele que conhece a Verdade não deixa Brahman. Ao contrário, a mente do ignorante perambula pelo mundo sentindo-se miserável, e de vez em quando retorna a Brahman para experimentar a felicidade. Na verdade, o que é chamado “mundo” é apenas pensamento. Quando o mundo desaparece, isto é, quando não há pensamento, a mente experimenta a felicidade; quando o mundo aparece, ela experimenta o sofrimento."

  • Brahman – o Ser supremo, imutável, incognoscível e sem atributos;
  • Samãdhi – estado no qual a consciência humana é transcendida. 

(Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília - p. 141)