OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 10 de março de 2013

O POTENCIAL INFINITO DO PENSAMENTO

"Na vida o homem deve realizar algo além de comer, dormir e trabalhar. Os que são pensadores começam a refletir sobre tudo. Observam e questionam por que as coisas acontecem, ou não acontecem, de determinado modo. Temos primeira e segunda dentição; por que não uma terceira? O que causa essa regulação? Aceitando, sem discutir, muitos pensamentos ilusórios de limitação física, o homem permite que os mesmos controlem sua esfera de existência. Os que pensam não aceitam o inevitável; eles lutam para modificá-lo. Esse é o ingrediente que possibilita o progresso. 

Fico emocionado quando vejo as grandes fábricas, as invenções extraordinárias e outras excepcionais conquistas humanas. Quanto coisa saiu do cérebro do homem! E o próprio cérebro é infinitamente mais complexo do que qualquer coisa que tenha produzido. 

Numerosas pessoas têm a mente obtusa (...) Não são necessariamente ignorantes, apenas muito preguiçosas mentalmente para fazer qualquer esforço além do óbvio necessário. Posso perdoar a preguiça física (talvez haja uma causa fisiológica que a justifique); mas não há desculpa para a preguiça mental! Os mentalmente preguiçosos não gostam de pensar, porque até isso lhes parece trabalhoso demais.

O pensamento é fascinante. Ninguém jamais poderá catalogar todas as tendências e percepções da mente; sua capacidade é infinita. Entretanto, a mente não pode ter um único pensamento original; não há uma só ideia que Deus já não tenha criado ao conceber Suas criações do passado, do presente e do futuro. Por isso, se você pensar com suficiente profundidade a respeito de um assunto, receberá resposta para qualquer dúvida.

Além de pensar, você deve sentir; se o sentimento não acompanhar seus pensamentos, você nem sempre alcançará a conclusão correta. O sentimento é uma expressão da intuição, repositório de todo conhecimento. Sentimento e pensamento (ou razão) devem estar equilibrados; só então a alma, a sublime imagem de Deus em você, manifestará sua plena natureza. Por isso, a ioga ensina a equilibrar as faculdades da razão e do sentimento. Quem não os tem em perfeito equilíbrio, não é uma pessoa plenamente desenvolvida."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 252/253)


sábado, 9 de março de 2013

LEI DO KARMA - O CATIVEIRO (1ª PARTE)

"Avatares e sábios demonstram que cada ação que praticamos no presente vem de raízes do passado e se projeta inevitavelmente no futuro. Inevitável por quê? Porque não existe causa sem efeito, nem efeito sem causa. Tal é a "Lei da Causalidade", que desautoriza a crença na casualidade. O que costumamos incorretamente chamar de casualidade é uma causalidade, cuja causa escapa à nossa percepção.

Causa e efeito - ensinam os mestres - não são diferentes. São apenas dois momentos de um mesmo fenômeno. O efeito ou consequência já está inseparavelmente entranhado na causa. Como, em certos casos, o efeito demora a se manifestar, é comum pensar que ele não existe. (...) Quem plantou inevitavelmente colherá. O plantio é livre (planta-se o que quiser, quanto quiser, como quiser, onde quiser), mas a colheira é compulsória. Isto não é um ingênuo dogma religioso, mas uma lei absolutamente científica e universal - a "Lei da Causa e Efeito" ou "Lei do Karma". Só os imaturos e egoístas se empenham em tentar evitar a colheira dolorosa do mal que andaram praticando, praticam ou pretendem ainda praticar. A impunidade é possível, mas só na "lei" que os homens instituíram e com a qual astutamente manobram. A "Lei do Karma", porém, não enseja tais manobras. Não adianta fazer projetos de impunidade.

Esta forma de falar pode induzir a pensar que a "Lei do Karma" funciona somente para penalizar infratores. Tornou-se comum tentar explicar traumas, sofrimentos, vicissitudes e dramas de uma pessoa alegando-se que está "pagando um Karma". Ora os seres humanos não praticam somente ações más, perversas, erradas, imorais e criminosas. Pessoas santas felizmente também agem e agem para o bem, com amor, caridade e abnegação. As consequências das ações benfazejas e sábias, pela mesma Lei, têm de ser agradáveis, felizes e auspiciosas. Uma pessoa radiosa, sadia, tranquila e bela está sendo recompensado pelo bem que andou praticando. Em resumo, quem semeou espinheiros vai se espetar. Quem semeou cereais, vai ter o que comer. Os frutos do mérito são recompensas. Os do demérito, castigos. Através de bordoadas e afagos ao longo de muitas vidas, a alma reencarnante vai se educando. Ao nascermos, trazemos dividas a pagar, mas também créditos a usufruir. E ó por isso que temos de nascer tanto para padecer como para desfrutar. Ter de nascer é o que se tem chamado "re-encarnação compulsória". Créditos ou débitos são duas correntes (uma de ouro e outra de ferro) que nos amarram à "roda de samsara", a nascer e morrer, e novamente nascer para novamente morrer. O agir (karma) no mundo é a causa, portanto, de nosso cativeiro. Qual então a esperança de libertação, desde que ninguém pode viver absolutamente parado, sem agir?! Até os caridosos são amarrados pela corrente de ouro à gangorra de nascimentos-mortes-renascimentos-remortes.(...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 70/71)


YOGA DE AÇÃO

"(...) Existe no Oriente uma tendência de passividade, nascida da convicção de que todo o agir do homem profano é negativo, mau, pecaminoso, porque o homem profano age em nome de seu ego e por amor a ele, que é uma ilusão.

Krishna, porém, e outros mestres iluminados não advogam essa passividade de não agir, mas recomendam uma terceira atitude, equidistante do falso agir do profano e do não agir do místico; insistem no reto agir do homem cósmico. O reto agir consiste em agir em nome e por amor do Eu central (Atman) do homem, embora o ego periférico (Aham) possa servir  como canal e veículo dessas águas vivas que emanam da fonte divina do homem.  

Para que seja possível essa terceira atitude do homem, é indispensável que ele conheça intuitivamente o seu Eu central, que em sânscrito se chama Atman, nos livros sacros do cristianismo aparece como alma ou espírito, e na filosofia e psicologia ocidental é denominado Eu (Self, Selbst). No Evangelho do Cristo, esse Eu central do homem aparece muitas vezes como Pai, Luz, Reino de Deus, Tesouro Oculto, Pérola Preciosa, etc.

Quando o homem age em nome desse seu Eu divino e por amor a ele, embora pelo seu ego humano, não somente não acumula débito ou karma, mas também se libera dos débitos do passado.

De maneira que, no Bhagavad Gita, Krishna atinge o zênite da autorrealização do homem baseado no mais alto conhecimento do seu ser divino formando perfeito paralelo às palavras do Cristo: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."

(Bhagavad Gita - Krishna - Texto integral - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 30/31)


sexta-feira, 8 de março de 2013

NOSSA RELAÇÃO COM DEUS NÃO É FRIA E IMPESSOAL


"Nossa relação com Deus não é fria e impessoal como a que existe entre empregado e patrão. Somos filhos Dele. (...) Não há como deixarmos de ser filhos Dele. Não somos apenas criados por Ele; somos parte Dele. Ele nos fez príncipes, mas decidimos tornar-nos escravos. Ele quer que nos tornemos príncipes de novo, que voltemos para o nosso Reino. Ninguém, entretanto, tendo renunciado a sua divina herança, a recuperará sem esforço. Somos feitos à imagem Dele, mas, de algum modo, esquecemos esta verdade. Sucumbimos à ilusão de que somos seres mortais, e precisamos rasgar o véu dessa ilusão com a adaga da sabedoria. (...)

Viemos de Deus e precisamos ascender novamente a Ele. Aparentemente nos separamos de nosso Pai e precisamos nos unir de novo a Ele de maneira consciente. (...)

Se você vive com o Senhor, será curado da ilusão da vida e da morte, da saúde e da doença. Esteja com o Senhor. Sinta Seu amor. Nada tema. Somente na fortaleza de Deus podemos encontrar proteção. Não existe porto de alegria mais seguro do que estar em Sua presença. Quando você está com Ele, nada pode atingi-Lo."

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship - Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro - p. 19/21)


NÃO SE PODE CONCILIAR O BEM E O MAL

"Vez por outra, todos os devotos que decidem buscar Deus passam por um estado em que se agarram tanto a seus bons quanto a seus maus hábitos. Depois de analisar seus pensamentos, eles descobrem que embora estejam extremamente ansiosos por encontrar Deus, e mesmo que sinceramente estejam tentando formar bons hábitos de meditação e ação espiritual, ainda se sentem muito, muito relutantes em abrir mão dos maus hábitos - raiva, mau humor, simpatias e antipatias. Contudo, não é possível conciliar a presença de ambas as boas e más ações numa vida que é dedicada a Deus. Não funcionará. Nossas mentes têm que aceitar esse fato, ou não faremos um esforço real para vencer os humores e os hábitos errados. Ao meditar mais profundamente e ao cumprir todos os deveres com o pensamento de servir a Deus, o devoto começa gradualmente a fortalecer seus bons hábitos e tendências. À medida que estes levam a melhor, os maus hábitos começam a perder sua influência sobre o devoto.

Desse modo, ao buscar Deus e ao nos esforçarmos para ser bons, devemos aceitar o corolário lógico de abandonar o mal. Não se pode conciliar o bem e o mal dentro de si. Mais cedo, ou mais tarde, o conflito entre o bem e o mal destruirá sua paz mental. Lembro-me de Gurudeva dizer muitas vezes aos devotos: "Se você pensa que pode persistir com sua raiva, ciúme, desejos egoístas, e ainda encontrar Deus, está enganado. Você não conseguirá!"

Empenhe-se sempre, com total esforço, para superar as qualidades não espirituais, mas não desanime se isso levar muito tempo. O Senhor não está interessado em saber quanto tempo levamos para banir nossas faltas - Sua principal preocupação é que, em pensamento e ação, resistamos continuamente às nossas más tendências. Quando fazemos um esforço para melhorar e para meditar mais longa e mais profundamente, descobrimos de tempos em tempos - muitas vezes quando menos esperamos -, que um fardo foi removido de nossa consciência, deixando-nos completamente livres de algum mau hábito ou tendência."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 227/228)